domingo, 9 de setembro de 2012

As corporações malignas do milênio passado

As corporações malignas do milênio passado fazem parte da estrutura de escravidão,dominação, controle e opressão da humanidade. São inimigas da humanidade por isso são tão destrutivas.

Destroem utilizando sistema de escravidão de empregados (uso de capitalismo selvagem), destroem por que poluem e exploram os recursos naturais sem considerar as necessidades das comunidades e das próximas gerações.

Basta ver a estrutura que possuem e a forma como agem p/saber o que fazem contra a humanidade e contra os seres humanos. Pelo fruto se conhece a árvore. Pelas ações que as corporações do milênio passado praticam sabe-se quem são e o que fazem. É que está por trás das ações que praticam.

Já assistiu o filme educativo "The Corporation" ?

A ILUMINETI CORPORATION é muito diferente das corporações do milênio passado.

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 Enquanto as corporations do milênio passado são consideradas psicopatas (veja texto abaixo), a Ilumineti Corporation inaugura a Era das Corporations com Consciência.

Veja os Articles of Incorporation da Ilumineti () e os projetos que serão construídos ().

Inclusive, isso já fazia parte do discurso de Henry Thoreau que dizia: "Uma Corporação de pessoas conscientes é uma corporação que tem consciência". Por isso a Ilumineti Corporation é uma corporação com consciência.

Ainda mais: tem consciência iluminada, pois aqueles que movimentam e movimentarão essa corporation são pessoas iluminadas, tanto no nível material, quanto espiritual.

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O que diferencia a Ilumineti Corporation das corporações do milênio passado: somos Luz do Mundo. Fazemos o impossível porque o Verdadeiro Deus está conosco.

Não somos psicopatas. Não praticamos o mal, não somos indiferentes diante do mal, não colaboramos com quem pratica o mal e cortamos as raízes do mal.



Articles Of Incorporation:



Art. 2º. A Iluminet Corporation e a Iluminet Foundation se fundamentam nos seguintes princípios: Luz, verdade, justiça, paz e amor. Consciência e Liberdade. Luz para ver a verdade. Verdade para fazer justiça. Fazer justiça para alcançar a paz. Alcançar a paz para fixar o amor. Tudo isso feito com Consciência e Liberdade.

Art. 3º. Uma Corporation e uma Foundation constituídas por pessoas conscientes e iluminadas é uma Corporation e uma Foundation que tem consciência e iluminação. Ambas atuam visando construir um mundo de homens conscientes, iluminados e abençoados. Um mundo de pessoas conscientes e iluminadas é um mundo consciente e iluminado. Um mundo de pessoas abençoadas é um mundo abençoado.

Art. 4º. A Iluminet Corporation e a Iluminet Foundation também tem por objetivo fundamental iluminar consciências e cumprir profecias, construindo novas técnicas e novas tecnologias que iluminam a humanidade, aumentem a cooperação entre as nações, estabeleçam a paz e cumpram profecias, incluindo:

- O conhecimento do Verdadeiro Deus encherá toda a terra;

- Cessará as guerras até a extremidade da terra;

- Nação não levantará espada contra nação, nem aprenderão mais a guerra;

- O ermo e a região árida exultarão e a planície desértica jubilará e florescerá como o açafrão;

- A própria terra dará a sua produção. E não haverá mais fome;

- Espadas serão transformadas em arado, lanças em foices e bombas atômicas em energia elétrica;

- Pacificar a humanidade e desarmar, neutralizar, os espíritos malignos.



Art. 5º. A Iluminet Corporation e a Iluminet Foundation também tem por função construir novas fontes de Luz que iluminem a evolução da Humanidade e as próximas gerações. Além disso, são organizações autopoiéticas.

Art. 6º. A Iluminet Corporation e a Iluminet Foundation utilizarão como base energética fundamental a Energia Solar e outras fontes de Energias Renováveis, evitando o uso de quaisquer fontes poluentes ou que causem degradação ambiental, econômica, social e humana.

Art. 7º. A Iluminet Corporation e a Iluminet Foundation constituem o primeiro modelo de corporação do novo milênio. Não causam nenhum tipo de poluição ou degradação ambiental, econômica, social ou humana e cumprem profecias que fazem a humanidade evoluir, iluminando, instruindo e orientando a construção da Era de Luz da Humanidade. Uma Era de consciências iluminadas, pessoas conscientes e abençoadas.

Art. 8º. Ficam proibidos de participarem da Iluminet Corporation e da Iluminet Foundation ou de quaisquer projetos que o arquiteto desta empresa desenvolver, assim como ficam proibidos de comercializar os produtos e serviços desenvolvidos, quaisquer agentes malignos, pessoas que praticam o mal ou que sejam inimigos, traidores, criminosos, golpistas, jogadores, etc.

Art. 9º. É proibido usar quaisquer projetos, ideias, produtos ou serviços da Iluminet Corporation e da Iluminet Foundation em jogo ou coisas similares. A finalidade desta Corporation é promover a evolução da humanidade e iluminar pessoas, grupos, líderes e governantes por meio da construção de novas técnicas e novas tecnologias.



Filme Educativo "The Corporation":



Dr. Robert Hare, Ph.D (Consultant to the FBI on psychopaths): Para determinar o tipo de personalidade que faz com que as corporações se comportem como uma máquina de externalizações, nós podemos analisá-las como um psiquiatra faria com um paciente. Nós podemos até formular um diagnóstico, baseando-se em casos de danos que infligiram em outras pessoas, selecionados de um universo de atividades corporativas. Danos aos trabalhadores: demissões, acusação de cartel, incêndios em fábricas, etc.

Uma das perguntas que surgem, periodicamente, é se as corporações podem ser consideradas como psicopatas. E se olhamos a corporação como uma pessoa jurídica não é muito difícil comparar a loucura de um indivíduo com a loucura de uma corporação. Nós podemos analisar, uma a uma, através das características que definem esta desordem, e ver como elas podem se aplicar às corporações. Elas tem todas as características de fato. E, em muitos aspectos, as corporações representam o típico psicopata.



Joel Bakan: Bakan lembra que sempre ensinou a seus alunos que as corporações são como pessoas e que elas operam sempre para se auto-beneficiar. Da pergunta “Que tipo de pessoa é programada apenas para seguir os seus próprios interesses?”, o professor teve a idéia de simular uma análise psiquiátrica das corporações. A partir disso, os autores do documentário chegam à conclusão que essas instituições têm uma série de características comuns: são interessadas apenas em si mesmas, manipulam, são irresponsáveis, sofrem de falta de empatia e não têm capacidade de sentir remorso ou culpa. “Em outras palavras, a corporação é psicopata”, afirma Bakan.



Se a instituição dominante de nossa era foi criada com a imagem de um psicopata quem leva a responsabilidade moral por suas ações?



Milton Friedman: Pode um edifício ter opiniões morais? Pode um edifício ter responsabilidade social? Se um edifício não pode ter responsabilidade social porque as corporações seriam capazes disto? Uma corporação é simplesmente uma estrutura legal artificial, mas existem pessoas trabalhando lá, sejam os acionistas, sejam os gerentes, sejam os empregados, todos tem responsabilidade moral.



Noam Chomsky: É uma suposição justa que todo ser humano, seres humanos reais, aqueles de carne e osso, não corporativos, mas todo ser humano de carne e osso é uma pessoa moral. Vocês sabem que temos os mesmos genes, nós somos mais ou menos iguais, mas nossa
natureza, nossa natureza humana permite todo tipo de comportamento. Quero dizer que cada um de nós, sob certas circunstâncias, poderia ser um operador de câmara de gás ou um santo. (...)

Quando você olha para uma corporação como você olharia para um proprietário de um escravo, você tem que distinguir entre a instituição e o indivíduo. A escravidão por exemplo, ou qualquer outra forma de tirania, tem a natureza de monstros, mas os indivíduos que participam dela podem ser os caras mais legais que você pode imaginar, benevolentes, amigáveis, bom com as crianças e mesmo legais com seus escravos, se importando com o sentimento dos outros. Como todo indivíduo deveria ser. Mas no plano institucional eles são monstros porque sua instituição é monstruosa. (...)



Privatizar não significa você pegar uma instituição pública e dá-la a uma pessoa bacana. Significa você pegar uma instituição pública e dá-la a uma tirania irresponsável. Instituições públicas tem muitos lados bons. Por exemplo elas podem propositalmente dar prejuízos. Elas não são para dar lucros. Elas podem propositalmente trabalhar no vermelho, por causa dos benefícios que isto pode trazer. Por exemplo, se uma indústria pública de aço trabalha no vermelho, ela está provendo aço barato para outras indústrias, talvez isto seja uma coisa boa. Instituições públicas podem ser um dispositivo anti-ciclos. Isto significa que podem manter o emprego em períodos de recessão, aumentando a demanda e ajudando sair da recessão. Companhias privadas não podem fazer isto. Em um período de recessão jogam fora sua força de trabalho, porque é assim que se ganha dinheiro.



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Ray Anderson (Presidente da Interface):



Podemos usar como metáfora (para a questão ambiental) as primeiras tentativas de vôo. O coitado pula do alto de um precipício com seu aeroplano batendo as asas. O cara continua batendo as asas e sente o vendo em seu rosto. O pobre coitado pensa que está voando, quando de fato está em queda livre. Ele não percebeu isto ainda, porque o chão está muito longe, mas é claro que seu aeroplano está destinado a cair. É assim que nossa civilização vai... o precipício muito alto representa a soma dos quase ilimitados recursos naturais que existiam quando começamos nossa jornada.

Nossa nave não está voando porque não foi construída de acordo com as leis da aerodinâmica e está sujeita à lei da gravidade. Nossa civilização não está voando porque não foi construída segundo as leis da aerodinâmica para civilizações que podem voar. E é claro que o chão está ainda longe de chegar, mas algumas pessoas viram que o chão está se aproximando mais cedo que o resto de nós.

Estes visionários viram isto e disseram que está vindo. Não existe um único trabalho científico, publicado nos últimos 25 anos, que contradiga este cenário. Cada sistema vivo na terra está declinando, cada sistema de suporte à vida na terra está em declínio. Todos estes sistemas juntos constituem a biosfera. A biosfera que suporta e cria toda a vida, não apenas nossa vida, mas talvez 30 milhões de outras espécies que compartilham este planeta conosco.

A típica companhia do século 20 é extrativa, desperdiçadora e abusiva em todos os seus processos. Tirando da terra, produzindo lixo, enviando seus produtos de volta para a biosfera, enchendo os campos de lixo. Eu fiquei pasmo quando aprendi quanta coisa a terra tem que produzir para gerar um dólar de lucro para nossa companhia. Quando eu aprendi isto fiquei perplexo.

Nós estamos deixando uma herança de veneno e destruição do ambiente para os netos de nossos netos, gerações que ainda não nasceram. Algumas pessoas chamam isto de tirania das gerações, uma forma de taxa sem representação deixada por nós para as gerações que virão.

Isto é uma coisa errada para se fazer (...).



Por 21 anos, eu não desperdicei nenhum pensamento sobre o que tiramos da terra ou estamos fazendo com a terra ao fabricar nossos produtos. Então, no verão de 1994, nós começamos a ouvir perguntas de nossos compradores que nós nunca havíamos ouvido antes. Perguntas como: "O que sua companhia está fazendo com o meio ambiente?"



E nós não tínhamos respostas. A resposta verdadeira era: não fazia muito. E isso realmente perturbou nosso pessoal. Eu nem tanto quanto os outros. Então um grupo, em nosso departamento de pesquisa, decidiu criar uma força tarefa e trazer pessoas, relacionadas ao nosso negócio, de várias partes do mundo, para juntos discutir nossa posição mundial em relação ao meio ambiente. A meta era começar a dar respostas aos nossos compradores.



Eles me perguntaram se eu poderia falar para aquele grupo, dando um impulso inicial, uma visão ambiental, no lançamento desta nova força tarefa. Eu não tinha uma visão ambiental e não quis fazer este discurso. Por sorte, no momento propício, apareceu um livro na minha mesa. Era o livro de Paul Hawkins "A Ecologia do Comercio". Eu comecei a ler "A Ecologia do Comercio" desesperado por inspiração e muito rapidamente, naquele livro, eu encontrei a frase "A morte da criação".

Era a expressão de E.O.Wilson para a extinção das espécies. "A morte da criação" foi como uma ponta de lança no meu peito. Eu li o artigo e a lança foi mais fundo e se tornou uma experiência fundamental, uma mudança total de minha atitude, uma mudança de paradigma.

Qualquer produto pode ser feito de maneira sustentável? Bem, nem todo e qualquer produto. Você pode extrair produtos de minas de maneira sustentável? Bem, eu não acredito. Existe uma questão mais fundamental que esta sobre as minas. Alguns produtos não deveriam ser produzidos. A menos que você possa fazer carpetes de maneira sustentável, talvez nós não tenhamos lugar em um mundo sustentável e nem qualquer outro que faça produtos que não sejam sustentáveis.

Um dia, no início desta jornada, percebi que a maneira que estava conduzindo minha companhia era a maneira do saqueador. Saqueando algo que não era meu, algo que pertence a todas criaturas na terra. Eu disse a mim mesmo: "meu Deus, vai chegar o dia que isto vai ser ilegal, quando saquear não será mais permitido. Algum dia pessoas como eu vão acabar na cadeia." (...)

Eu me pergunto freqüentemente por que tantas companhias apóiam a responsabilidade social corporativa. Não estou certo se é porque eles necessariamente querem ser responsáveis de maneira concreta ou porque eles querem serem identificados ou parecerem como responsáveis.

Mas quem sou eu para julgar? Quem sou eu para julgar? É melhor que eles sejam do que não sejam. É melhor que eles façam algum tipo de compromisso público do façam o oposto.

"Eu lhes conheço bem o suficiente para chamá-los de saqueadores? Não existe uma só companhia na terra, nenhuma instituição de nenhum tipo, nem minha, nem sua, nem de ninguém que é sustentável. Eu me convenci sozinho, ninguém me convenceu, que sou um saqueador da terra. Não pela definição de nossa civilização. Pela definição de nossa civilização eu sou um capitão da indústria. Aos olhos da maioria, um tipo de herói moderno.

Mas no fundo, bem lá no fundo, a primeira revolução industrial fracassou e não está funcionando. Não é sustentável. É um engano. E nós devemos nos mover para outra e melhor revolução industrial e fazer direito desta vez. Quando eu penso o que poderia ser, visualizo uma organização de pessoas buscando um propósito e este propósito é não causar danos. Eu vejo uma companhia que é é ligada à terra por um cordão umbilical para suas matérias-primas, coletando as matérias primas que já foram extraídas e as reutilizando novamente e novamente utilizando no processo energia renovável.



Dr. Jeremy Rifkin (Presidente, Foundation on Economic Trends): O caso Chakrabarty é um dos grandes momentos judiciais da história do mundo. E o público ficou totalmente inconsciente do que aconteceu e o que o processo envolvia. A General Electric e o Professor Chakrabarty foram ao escritório de patentes com um pequeno micróbio que comia óleo derramado. Eles disseram que haviam modificado o micróbio em laboratório e que por isso era uma invenção.

O escritório de patentes e o governo dos Estados Unidos deram uma olhada nesta citada invenção; e disseram de jeito nenhum. As patentes não cobrem coisas vivas. Isto não é uma invenção. Parem com isso. Então a General Electric e o Doutor Chakrabarty apelaram para a corte americana de apelações. E todo mundo ficou surpreso quando pela decisão de três a dois eles passaram por cima do escritório de patentes. Eles disseram que o micróbio parecia mais como um detergente ou um reagente do que como um cavalo ou uma abelha. Eu ri porque eles não entendiam biologia básica; parecia mais como um produto químico para eles. Tenha ele uma antena ou olhos ou asas ou pernas isso nunca cruzaria as suas mesas e seria patenteado. Então o escritório de patentes apelou. E o que o público deve saber agora é que o escritório de patentes foi muito claro que você não poderia patentear vida.

Minha organização providenciou o relatório "amicus curiae" se você permitir a patente deste micróbio, nós argumentamos significa que sem qualquer discussão no congresso ou discussão pública as corporações possuirão os direitos sobre os projetos da vida. Quando eles decidiram, nós perdemos por cinco a quatro e o Juiz Warem da justiça disse que tinha certeza de que existiam grandes questões mas achava que isto era uma decisão pequena. Sete anos mais tarde o Escritório americano de patentes emitiu o decreto sentença UM que diz que você pode patentear qualquer coisa viva no mundo exceto um ser humano completo.



Todos nós ouvimos sobre o anúncio de que nós mapeamos o genoma humano. Mas o que o público não sabe é que agora existe uma grande corrida pelas companhias que tem o genoma e pelas companhias de biotecnologia e pelas companhias científicas para achar o tesouro no mapa. O tesouro dos genes individuais que geram a projeto da raça humana. Toda vez que eles capturam um gene e o isolam essas companhias de biotecnologia os reclama como sua propriedade intelectual. O gene do câncer de seio, o gene da fibrose cística, e vai por aí, e adiante.

Se isto continuar assim na comunidade mundial dentro de menos de 10 anos um monte de companhias globais irá possuir diretamente ou através de licenças os genes que fazem a evolução das espécies. E eles estão agora patenteando estes genomas de qualquer outra criatura deste planeta.

Na era da biologia, a política está dividida entre aqueles que acreditam que a vida tem um valor em si e entretanto devemos escolher tecnologias e usos comerciais que honram este valor...

E aqueles que acreditam que a vida é uma simples utilidade. É uma oportunidade comercial e eles se alinham com a idéia de deixar o mercado ser o árbitro de toda a era da biologia.

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Controlar as grandes empresas, para libertar a democracia



Após meses de estudos, organizações norte-americanas propõem uma estratégia concreta para evitar que as corporações continuem colonizando os governos, e levá-las a agir em sintonia com as comunidades, os direitos sociais e o meio-ambiente.



Michael Marx, Marjorie Kelly -- Le Monde Diplomatique http://diplo.uol.com.br/2007-10,a1960


Na vasta galáxia de temas que apaixonam e mobilizam os Fóruns Sociais, podem estar nascendo algumas novas estrelas, de grande magnitude. Nos Estados Unidos, movimentos sociais e think-tanks (centros de estudos) progressistas estão lançando um conjunto de propostas para estabelecer o controle social sobre as corporations – grandes empresas que atuam em muitos países, oligopolizam vastos setores da produção e exercem enorme influência sobre governos, parlamentos e instituições internacionais.

Apresentado em detalhes, na última edição da revista Yes! (inglês http://www.yesmagazine.org/ - castelhano http://www.yesmagazine.org/default.asp?ID=187 ) e baseado em estudos e consultas que se estenderam por dezoito meses, o projeto sugere três grandes linhas de ação.

No plano político, quer a separação radical entre Estado e empresas – uma revolução equiparável à conquista do Estado laico, na Revolução Francesa. No terreno da economia, propõe transformar em Bens Comuns vastos setores da atividade humana, hoje tidos como mercadorias. A lista vai das florestas e vida selvagem aos oceanos, água doce, ciberespaço, espectro hertziano, conhecimento, gens, sementes. Finalmente, o projeto avança sobre a própria vida empresarial. Grupos sociais que não detêm ações, mas são diretamente afetados pelo comportamento das corporações (como os trabalhadores e as comunidades) deveriam ter assendo em seus conselhos. Além disso, as empresas deveriam ser submetidas a rankings, de acordo com o respeito que dedicam aos direitos sociais e ao ambiente. O Estado atuaria beneficiando as companhias éticas com incentivos e redução da carga tributária. As que pressionam os sindicatos e devastam a natureza seriam punidas com medidas de sentido inverso – e submetidas a um Tribunal Internacional para Crimes Corporativos.

A proposta não surge do nada. Nas duas últimas décadas, a sociedade civil procurou focar as ações das empresas por meio de duas formas de ação distintas. Lançou-se o conceito de responsabilidade social empresarial, que sustenta a necessidade de as corporações deixarem de se preocupar apenas com os lucros, e incorporarem temas da cidadania. No Brasil, esta trilha é seguida, destacadamente, pelo Instituto Ethos ( http://www.ethos.org.br/ ) Ao mesmo tempo, ONGs como Corp Watch http://www.corpwatch.org/ (EUA) e Corporate Watch
http://www.corporatewatch.org/ (Reino Unido) passaram a acompanhar sistematicamente, numa postura de denúncia, violações cometidas pelas corporações contra direitos humanos e a natureza.

A nova postura tenta um passo adiante. Ela vê a responsabilidade empresarial como algo muito importante, para ser tratado apenas por empresários... Não propõe um ataque em bloco às corporações. Sugere, ao contrário, que terão espaço mesmo num mundo regido por valores opostos aos hoje hegemônicos. Mas afirma: deve-se impedi-las de continuar colonizando governos e parlamentos, influindo nas eleições e na elaboração das leis, pressionando permanentemente em favor de políticas que submetem a sociedade ao “Fundamentalismo dos Mercados”.

Para tanto, é preciso inverter a própria lógica das corporações — que hoje prioriza, acima da preocupação com o bem-estar e da sustentabilidade, os lucros, o acúmulo de riquezas e a expansão permanente.

A proposta que acaba de nascer também não se limita à denúncia. Até o momento, diz em certo ponto um dos textos de Yes!, os cidadãos têm se preocupado apenas com os sintomas dos abusos das empresas – entre outros, devastação de ecossistemas, o ataque a comunidades, o trabalho em condições degradantes. Trata-se, agora, de agir sobre as causas. Uma parcela majoritária da opinião pública (mais de 80%, nos EUA, segundo pesquisas) considera que as corporações têm “demasiado poder”. É hora de encontrar alternativas que permitam aparar suas garras, e colocá-las sob controle social.

Le Monde Diplomatique reproduz abaixo a matéria de abertura da ampla série de artigos de Yes! sobre o tema. É possível ter acesso, por internet, a todos os demais textos (inglês http://www.yesmagazine.org/article.asp?ID=1825 - castelhano http://www.yesmagazine.org/default.asp? ID=237 ).

A publicação sinaliza uma importante novidade em nosso Caderno Brasil. Além dos textos produzidos por colaboradores brasileiros, ele trará, a partir de hoje, artigos de publicações destacadas da imprensa alternativa em todo o mundo. Em contrapartida, elas estamparão textos do Caderno, numa permuta permanente, sem contrapartida financeira. Yes! é o pontapé inicial:integrarão nossa rede de parceiros jornais e revistas de muitos países. Além de oferecer ao leitor informações e análises inéditas, o sistema será um sinal permanente de que é possível construir formas de jornalismo baseada no direito à livre circulação do conhecimento.



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O poder das corporações está por trás de todos os principais problemas que enfrentamos – dos salários estagnados e do preço preço da saúde até o consumismo e o aquecimento global. Em alguns casos, é a causa do problema; em outros, é um obstáculo para soluções abrangentes.

O poder empresarial é tão invasivo que chegamos a vê-lo como incontornável. E é tão onipresente que não conseguimos enxergá-lo. Mas está bloqueando soluções para alguns dos problemas mais urgentes do nosso tempo.

Em quase todos os países, a maioria dos cidadãos percebe, por exemplo, que o aquecimento global é uma enorme ameaça para o planeta — e deseja que algo seja feito a respeito. Por que os governos demoram tanto para agir? Em grande medida porque os lobbies das corporações investem pesado para evitar saídas que signifiquem redução de lucros.

Por que as deslocalizações de empresas reduzem os salários e agravam o desemprego? Entre outros motivos, porque os tratados de comércio, redigidos a portas fechadas e com grande influência das corporações, mudaram as regras da economia mundial, permitindo que a globalização tomasse um rumo favorável às empresas — às custas dos trabalhadores, comunidades e do ambiente.



Atacam ambiente, demitem em massa, controlam a mídia



Por que os sindicatos estão declinando e suas conquistas desaparecendo? Em grande parte, porque o poder das corporações anula drasticamente o poder de trabalhadores e governos. Coloca os países e regiões uns contra os outras e quebra a força dos os sindicatos, para manter rebaixados os custos do trabalho, aumentar lucros e promover, em consequência, uma corrida duradoura aos mercados de ações.

Por que a distribuição eletricidade, as telecomunicações, o transporte aéreo e outros setores críticos da economia estão desregulados e submetidos a colapsos ou tragédias, cujos custos são pagos pela sociedade? Em grande parte, porque a teoria do "livre mercado", incentivada por contribuições a campanhas eleitorais e lobbies, seduz parlamentares e os convence a confiar na "auto-regulação" da economia.

Se tudo isso acontece, por que nos não lemos mais sobre a capilaridade do poder das corporações? Um dos motivos é que o próprio “Quarto Poder” — a mídia — pertence majoritariamente a um punhado de mega-corporações.

Grandes corporações tornaram-se governos de fato, e a ética que as comanda pretende dominar a sociedade. Maximizar lucros, manter os salários comprimidos e transferir custos para o ambiente tornou-se a dinâmica central da economia e, virtualmente, de toda a sociedade. O que se perde é o bem público, a noção de que a vida é mais do que consumo e o entendimento de que o mercado não pode administrar todos os aspectos da ordem social.



Bases para um movimento para o Bem Público



A solução é colocar as corporações sob controle dos cidadãos e a serviço do bem público. Os principais componentes para encarar tal desafio já existem: trabalhadores organizados; ambientalistas; ativistas em favor dos direitos humanos e do consumidor; grupos de juventude; movimentos camponeses; ativistas da saúde; associações comunitárias e, em alguns países, ativistas que compram ações de empresas, para denunciar suas práticas nocivas nas assembleias gerais.

Em momentos como os protestos de Seattle, em 1999, a ação conjunta de grupos como esses foi capaz de enfrentar a Organização Mundial do Comércio (OMC). Outros resultados importantes têm sido alcançados com ações que freiam o consumo de produtos fabricados em condições desumanas, limitam a publicidade do cigarro, desafiam práticas predatórias dos bancos e protegem florestas ameaçadas — para nomear apenas alguns êxitos.

Outra tendência atual é a difusão de projetos econômicos de perfil comunitário, como empresas controladas por trabalhadores, cooperativas e assentamentos de agricultores, que, por sus própria natureza, estão muito mais voltados para o bem-estar humano e ambiental que para os lucros.

Todos estes movimentos defendem sociedades saudáveis, uma economia ética e o bem comum. Se agissem juntos, teriam enorme poder coletivo. Mas ainda não há um todo, apenas partes desconexas. Apesar de muitas realizações, a desigualdade de poder entre corporações e forças democráticas tem crescido muito, nas últimas décadas.



Sonhar alto, somar forças em alguns temas decisivos



Ativistas e cidadãos estão começando a mudar isto. É possível somar forças. Mas as estratégias precisam evoluir, para que seja possível reduzir o abismo de poder entre a cidadania e as corporações. É preciso sonhar mais alto, somar forças em torno de alguns temas decisivos, agir mais estrategicamente. O foco deve ser repensado: ao invés de se concentrar nos sintomas de abuso das corporações, pode deslocar-se para suas causas, relacionadas com o poder excessivo das empresas. É importante reconhecer que, em última instância, nossa luta é por poder.

Não apenas para tornar as corporações mais responsáveis, mas para colocá-las a serviço da sociedade, como parte do serviço público.

Faltam, hoje, a nossos movimentos, uma visão coerente sobre o papel que atribuímos às corporações, em nossa sociedade, e uma estratégia para concretizar esta visão. Trata-se de colocar Nós, o Povo, no comando do nosso futuro — em lugar dos robozinhos poderosos, que enxergam apenas o crescimento a curto prazo e os lucros elevados, sem se importar com as conseqüências.

É preciso que a diversidade de pequenos movimentos hoje existentes flua para um movimento global, capaz de colocar as corporações sob controle dos cidadãos e seus governos eleitos. A necessidade urgente de uma ação unificada levou um pequeno grupo de organizações a iniciar uma Iniciativa Estratégica sobre Corporações (SCI, em inglês), de qual a revista YES! é parte.



Um caminho diante de nós, com três eixos



Nos últimos 18 meses, a equipe do SCI entrevistou dezenas ativistas de movimentos sociais e executivos progressistas, para construir uma estratégia coerente visando controlar as corporações. Emergiram, destes encontros, três objetivos principais:



1. Restaurar a democracia e constituir forças que possam controlar o poder das corporações:



No plano local, significa ampliar os direitos dos municípios sobre as corporações. As comunidades devem ter o direito de determinar que empresas vão se instalar em sua jurisdição, além de estabelecer exigências como padrões de salário e proteções ambientais.

No plano nacional, restaurar a democracia significa separar o Estado das corporações. Não é possível continuar permitindo que elas, e os mais ricos, dominem os processos legislativos e eleitorais.

Na esfera internacional, a tarefa é criar acordos e instituições que transformem os direitos sociais, ambientais e humanos em parte integrante das regras da economia global.



2. Restringir severamente os terrenos em que operam as corporações orientadas pelo lucro:



A maioria das indústrias de extração (pesca, óleo, carvão, mineração, madeira) extraem riqueza do meio-ambiente comum. Danificam ecossistemas, esgotam recursos e pagam apenas um valor simbólico para os governos. A solução é desenvolver fortes instituições que tenham direitos de posse sobre a riqueza coletiva. Nas situações em que esta for escassa ou estiver ameaçada, é preciso limitar seu uso, atribuindo direitos de propriedade a empresas ou autoridades públicas. Se houver limites claros para a ação das empresas, os conflitos sobre os bens comuns se alteram. Ao invés de poderosas corporações globais contra um setor público impotente, podemos ter disputas reais, resolvidas com base no princípio do respeito ao bem comum.



3. Redesenhar as corporações em si, e o sistema de mercado no qual elas operam:



As dinâmicas internas das empresas funcionam hoje como uma fornalha, cujo ponteiro de temperatura só pode ser girado para cima. Todos os fluxos internos exigem agir mais rápido, expandir a atuação, obter mais lucros a curto prazo. Tudo isso conduz a demissões, às pressões contra os sindicatos, à exigência de subsídios dos governos, a tensões crescentes que o consumismo impõe sobre os eco-sistemas.

Para desmontar tal dinâmica, as corporações precisam da presença consistente de acionistas não-financeiros. São eles que poderão contrabalançar as demandas por lucro, sustentando como objetivos importantes o respeito aos direitos dos trabalhadores, da comunidade e do meio- ambiente.



Para acabar com a tentação pelo curto prazo, os incentivos oferecidos pelas empresas — incluindo a remuneração dos executivos — devem estar condicionados a seu desempenho em relação ao bem-comum. As remunerações extra pagas aos executivos por meio de ações da própria empresa (stock-opitions) devem ser proibidas ou reconcebidas. As aplicações especulativas nas bolsas de valores precisam ser tributadas com alíquotas substantivamente maiores que os investimentos de longo prazo. As empresas podem ser ranqueadas com base em seu comportamento em relação ao trabalho, meio-ambiente e comunidade. Os governos usariam seu poder financeiro — impostos, compras, investimentos e subsídios — para recompensar os bem-comportados e punir os vilões.

Ao mesmo tempo, é preciso celebrar e encorajar projetos empresariais alternativos, como cooperativas, sistemas de crédito ético e empresas controladas por empregados.

Os trajetos assinalados aqui não são utopias irreais. Com um movimento de cidadãos, em vinte anos podemos fazer destes planos, realidade.



Construindo um Movimento Global de Cidadãos



Como podemos mudar as leis que regulam o comportamento das corporações, se elas dominam o processo político? A resposta é que as mudanças sempre começam entre as sociedades, não a partir de seus governos. As organizações da sociedade civil e as comunidades podem articular seus interesses para produzir uma onda na qual um governo pode tanto surfar quanto se afogar.

As sociedades são a fonte da legitimidade, e nenhum sistema pode se sustentar sem ela por muito tempo, como demonstrou a queda dos déspotas do século 20. As corporações já perderam muito de sua legitimidade moral. Nos Estados Unidos, uma pesquisa da revista Business Week revelou, em 2002, que mais de 80% dos entrevistados acreditavam que as corporações eram poderosas demais. Uma enquete nacional feita pela empresa Lake, Snell, Perry e Mermin, há dois anos, concluiu que mais de três quartos dos norte-americanos não acreditam nos executivos-chefes, e os culpam por eliminação de empregos. Uma pesquisa internacional feita pelo Globe Scan mostrou recentemente que as pessoas confiam muito mais nas ONGs do que nas corporações.

Alguns processos podem acelerar as mudanças. Infelizmente, é provável que o aquecimento global continue a produzir manchetes; os preços do petróleo e energia podem chegar a patamares inacessíveis; e não se deve duvidar de novos escândalos corporativos. Embora indesejáveis, estes fatos podem ajudar as pessoas a juntar os pontos: a encontrar os nexos, por exemplo, entre o pagamento excessivo dos executivos-chefes, o olhar a curto prazo das empresas, e a inabilidade do setor privado para administrar problemas estratégicos, como a crise da energia e o aquecimento global.



Os conceitos que ajudam a sociedade a perceber



Podemos lançar novos conceitos. "Economia ética", por exemplo, coloca em xeque a demissão de milhares de empregados, simultânea à concessão de bônus multimilionários aos executivos. Sugerido por Fred Block, do Longview Institute, o conceito de Economia Ética convida a introduzir um novo sistema de forças nas dinâmicas do mercado. Visa neutralizar o comportamento imoral, de curto prazo, interessado apenas em si mesmo, promovido pelo Fundamentalismo do Mercado.

Outros conceitos, como a Comunidade e os Bens Comuns desafiam a supremacia do individualismo e egoísmo, típicos do Fundamentalismo de Mercado. O bem-estar da Comunidade se torna o padrão pelo qual as práticas de negócios são julgadas; e as próprias comunidades, os árbitros que avaliam o cumprimento dos padrões. Os Bens Comuns representam nossa propriedade e riqueza compartilhadas, que não podem ser exploradas para benefício egoísta de poucos.

Novos quadros conceituais, fatos que aceleram mudanças, crise da legitimidade do Fundamentalismo de Mercado. Elementos como esses podem ajudar a construir um movimento de cidadãos para controlar as corporações. Mas não podemos simplesmente esperar que ele surja espontaneamente. No plano internacional, precisamos que organizações regionais articulem-se para chegar a acordos sobre prioridades comuns. Em cada pais, igualmente, é possível definir prioridades compartilhadas. No plano local, é preciso criar redes de organizações que atuem juntas para desafiar os interesses das corporações, promover formas de negócios alternativos, fazer o levantamento das riquezas comuns e reivindicá-las. As comunidades também podem organizar rankings sociais e ambientais das empresas e exigir que as decisões locais de investimento os levem em conta.

Agendas compartilhadas não significam que cidadãos ou organizações abandonem seus temas e os troquem por novos — mas que possamos somar nossas agendas específicas a outras, que as reforcem. Podemos nos ligar a um grande movimento adotando conceitos comuns e integrando, às campanhas existentes, prioridades de estratégia compartilhada.



Estados: “ineficientes” ou colonizados?



Como indivíduos, podemos deixar nossas identidades de consumidores e investidores num segundo plano, priorizando em seu lugar nossas identidades como cidadãos e membros de comunidades: pessoas com responsabilidade pelo mundo natural e com obrigação moral com os outros. Diante da velha ladainha, segundo a qual, os Estados são ineficientes e esbanjadores, é preciso lembrar que, na grande maioria dos casos, as grandes corporações e o sistema financeiro controlam os governos.

As mudanças de que precisamos não estarão nas agendas dos partidos até que um movimento de cidadãos as exija. Como a redução do poder subterrâneo das corporações poderia ajudar outros movimentos? O fim das doações das empresas às campanhas eleitorais seria extremamente benéfico aos grandes interesses públicos. Com que freqüência iniciativas tão diversas como a proteção de florestas, a ampliação da recliclagem de materiais, ou a garantia de melhor atendimento por parte dos planos de saúde têm sido abatidas pelas corporações, que têm recursos incomparavelmente maiores que os da sociedade civil para influenciar os parlamentos?

Além disso, se fosse possível reduzir o enorme exército de lobbystas corporativos que atuam em qualquer Legislativo, e fechar as janelas de promiscuidade entre empresas e agências reguladoras, o sistema financeiro, as empresas de energia, de transporte ou cigarros ainda estariam desreguladas — ou não reguladas? As empresas aéreas ainda poderiam dirigir a política aeroportuária? Um punhado de grandes empresas poderia dominar a mídia?

Imagine que, em vinte anos, nossos esforços sejam bem sucedidos e as sociedades possam governar a si mesmas. Haveria, então, uma barreira clara entre as corporações e o Estado, reduzindo a influência financeira sobre as eleições e as leis, tornando possível o surgimento de uma geração de parlamentares e funcionários públicos qualificados, progressistas e comprometidos com a transformação social.



Um dos grandes desafios do novo século



Imagine que, em vinte anos, seja possível reorganizar as instituições da economia global, de modo que os direitos dos trabalhadores e o ambiente estejam integrados a políticas de negócios, e as nações empobrecidas estejam livres do pagamento de dívidas externas. As regras de negócios e investimentos promoveriam o comércio justo, e os governos nacionais teriam o espaço político para propor e alcançar metas sociais e ambientais. As corporações transnacionais que promovessem ações destrutivas responderiam a uma Corte Mundial para Crimes Corporativos.

Imagine que, em vinte anos, o auto-governo das comunidades tenha se tornado a nova norma. As empresas não poderiam mais abrir novas filiais onde não fossem desejadas, nem poderiam jogar comunidades umas contra as outras, para obter subsídios públicos ilegítimos.

Protegeríamos e valorizaríamos nossas riquezas comuns, os bens ecológicos comuns como o ar, a água, a pesca e as sementes, e os bens culturais comuns, como a música e a ciência.

Imagine que, em vinte anos, torne-se violação da responsabilidade, para as as empresas, pagar remunerações obcenas a executivos-chefes, pressionar agressivamente os sindicatos ou promover lobby contra proteções ambientais. Empresas responsáveis protegeriam o ambiente como se houvesse amanhã, e veriam, como seu maior recurso, os conhecimentos dos empregados e a reputação da companhia nas comunidades onde opera. Imagine que tais empresas recebam um tratamento preferencial nas compras do governo, e se beneficiem de tributação e políticas de investimento público favoráveis, enquanto empresas irresponsáveis vejam-se proibidas de firmar contratos com o governo.

Imagine que tenhamos políticas nacionais para fazer da propriedade dos trabalhadores sobre a empresa algo comum. E que projetos empresariais alternativos — como cooperativas e empresas novas, voltadas para o bem das comunidades — cresçam e floresçam.

Imagine, em outras palavras, que [Nós, o Povo] sejamos capazes de recuperar nossa economia e sociedade do controle das corporações. Ousar pensar que tais eventos são possíveis — e fazer um mapa do caminho para chegar lá — é um grande desafio de nosso novo século.



Tradução: Gabriela Leite Martins

gabileite89@gmail.com

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Este artigo foi publicado originalmente na edição de Outono da revista Yes  http://www.yesmagazine.com/  . O mesmo tema é desdobrado em um conjunto de outros textos, que podem ser acessados em inglês  http://www.yesmagazine.org/article.asp?ID=1825   ou castelhano http://www.yesmagazine.org/default.asp?ID=237  .

No mesmo site é possível ler números anteriores da revista (inglês  http://www.yesmagazine.com/article_list.asp?Type=5&ID=0  - castelhano- http://www.yesmagazine.org/default.asp?ID=187  )

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