quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Dilma Rousseff

Matéria publicada na Revista Isto É de 14/12/2005

O companheiro Nego: os sorrisos abertos e doces da ministra com fama de dura na queda são menos raros do que se imagina. Muitos deles surgem nas brincadeiras com o dócil labrador Nego, presente de José Dirceu.
Na foto à direita, o ex-ministro brinca com o cachorro

Os grandes olhos castanhos da menina de dez anos, sentada na calçada, ficaram ainda maiores quando ela viu a bailarina, com uma brilhosa roupa verde, executando malabarismos no dorso do elefante. Era o circo rasgando a quietude da pacata Uberaba (MG) no final dos anos 50. Era o maior espetáculo da terra caindo no colo da garotinha extasiada: “Ela era linda, fazendo piruetas lá em cima. Eu adorava circo e queria ser bailarina”, lembra hoje, com os olhos iluminados pela recordação, a frustrada bailarina Dilma Vana Rousseff. Aos 57 anos, passando um rápido olhar sobre o circo da vida brasileira, que acompanhou, aos saltos e sobressaltos, nas últimas quatro décadas, atravessando crises, golpes, renúncias, cassações, prisões, torturas, ditadura, cassações, democracia e cassações, Dilma chega em 2005 ao topo de sua longa e atribulada carreira como economista, executiva, militante política e ministra. Desde junho ela faz suas piruetas no dorso do elefante petista, no Palácio do Planalto, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a escalou como ministra-chefe da Casa Civil, substituindo José Dirceu, a maior atração do PT velho de guerra, engolido pelo leão do mensalão.

A postos no gabinete: a seriedade e
a competência conduziram-na ao segundo posto do governo, atrás apenas da Presidência da República

“Não sou a primeira-ministra, até porque o Brasil é muito presidencialista”, diz ela, escolhida também a economista do ano pelo Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Sul, na quinta-feira 8, negando a condição de capitão do time que o técnico Lula um dia pespegou em Dirceu. “Sou apenas a ministra que faz a articulação transversal com os outros ministros. Minha obrigação é tratar os problemas dos outros como se fossem meus”, diz, sentada no sofá de visitas da casa oficial, no Lago Sul de Brasília, que ela herdou do sucessor junto com o dócil Nego, o cão labrador de pêlo negro que nunca a deixa só. Mineira de Belo Horizonte, criada em Uberaba, separada de dois casamentos, Dilma precisa viajar para reencontrar a família: a mãe, viúva, mora na capital mineira, assim como o irmão, advogado, mas para ver a única filha, Paula, juíza do Trabalho, toma o rumo de Porto Alegre, onde ainda mora o segundo ex-marido, o ex-deputado e ex-guerrilheiro Carlos Franklin Paixão de Araújo. O primeiro, o jornalista mineiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, tinha desviado a jovem Dilma, aos 20 anos, para o circo implacável da luta política, recrutando sua noiva no curso de economia, em 1967, para a militância da Política Operária (Polop), organização doutrinária da esquerda. Antes, aos 15 anos, quando trocou o conservador colégio Sion, onde as moças só falavam francês com as professoras, pelo inquieto Colégio Estadual, escola pública mista onde se geravam contestações, Dilma já desabrochara: “Aí fiquei bem subversiva. Percebi que o mundo não era para debutante”. Correndo da polícia, fazendo passeata para apoiar os operários em greve em Contagem, Dilma viu os primeiros companheiros sendo presos pelo regime que apertava o nó. “O AI-5 foi meu presente de 21 anos. Saiu na véspera de meu aniversário, 14 de dezembro de 1968”, conta. Ela e o marido, visados pela polícia, conseguem escapar do cerco, fogem para o Rio de Janeiro e, como tantos outros jovens, caem na clandestinidade.

Política com técnica: em 1990, como secretária do governo gaúcho do petista Olívio Dutra (no alto, à esq.),
e na posse como ministra das Minas
e Energia, ao lado de Lula

A Polop se transformou em Comando de Libertação Nacional (Colina), que reunia pequenos grupos da esquerda radical, e a estudante Dilma virou professora, ensinando marxismo a militantes do setor operário. Ajudou na infra-estrutura de três assaltos a bancos, assinou artigos no jornal Piquete e chegou à direção do Colina. Nessa condição, planejou o que seria o mais rentável golpe da luta armada em todo o mundo: o roubo do cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo. A proeza coube à Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR-Palmares), resultado da fusão da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) do capitão Carlos Lamarca com o Colina de Dilma Rousseff. Onze dias depois da fusão, em julho de 1969, 13 guerrilheiros da VAR-Palmares roubaram o cofre de 200 kg de uma casa no bairro carioca de Santa Tereza, onde vivia a amante de Adhemar. “A gente achava que ia ser grande, mas não tinha noção do tamanho”, lembra Dilma. Aberto o cofre, sacaram de lá US$ 2,6 milhões – hoje uma mega-sena em torno de R$ 25 milhões. A diária mirrada dos guerrilheiros dava para comer um único risoto por dia, num pé-sujo do centro do Rio. “Eu era magra como um palito, tinha pouca fome, e muitos gostavam de almoçar comigo porque comiam minha metade”, recorda ela, notando que o bote milionário não melhorou o cardápio extra-light da guerrilha: “Estava muito difícil trocar o dinheiro, porque havia um cerco total. Dois meses depois, com o seqüestro do embaixador americano, Charles Elbrick, a situação ficou ainda pior no Rio.”

Dura na queda, Dilma bateu boca com Lamarca, que sustentava a tese guevarista de levar a luta para o campo. Ela achava que a guerrilha precisava, antes, se organizar melhor nas cidades. Seus companheiros dizem que ela ajudou a preservar a VAR-Palmares mesmo com o racha de Lamarca, que saiu para recriar a VPR. O líder da VAR-Palmares era Carlos Araújo, que seria seu segundo marido (Galeno, o primeiro, participou do seqüestro de um avião e se exilou em Cuba). No início de janeiro de 1970, Dilma seguiu a sina de outros companheiros: “Entrei num ponto, às 4 h da tarde, em São Paulo, e o companheiro estava cercado. Tentei fugir, entrando numa loja de móveis, mas fui pega na rua de trás”. Dilma Rousseff, aos 22 anos, foi levada pelo antecessor do DOI-Codi, a Oban (Operação Bandeirante), para a rua Tutóia, o mesmo destino de Wladimir Herzog cinco anos depois. Vlado agüentou um dia de tortura, e morreu.

Dilma suportou 22 – e sobreviveu. “Levei muita palmatória, me botaram no pau-de-arara, me deram choque, muito choque. Comecei a ter hemorragia, mas eu agüentei. Não disse nem onde morava. Um dia, tive uma hemorragia muito grande, hemorragia mesmo, como menstruação. Tiveram que me levar para o Hospital Central do Exército. Encontrei uma menina da ALN: ‘Pula um pouco no quarto para a hemorragia não parar e você não ter que voltar’, me aconselhou ela, segundo o dramático relato que Dilma fez, dois anos atrás, ao repórter Luiz Maklouf Carvalho.

“Tortura é uma das coisas mais vis que existem”, reflete Dilma hoje, com o distanciamento possível. “O sentido mais profundo da democracia significa necessariamente acabar com a tortura”, diz a ex-torturada, hoje aflita com a sorte dos presos comuns nas delegacias de polícia. A tortura ainda aflige Dilma, aqui e lá fora: “Aquelas cenas de homens presos em Guantánamo (Cuba) e em Abu Ghraib (Iraque) não têm justificativa. Aquilo é a barbárie”, condena. Passado o martírio da Oban, Dilma passou outros dois meses no DOPS antes de ser transferida para o presídio Tiradentes – onde ficou até 1973, com a cabeça em ebulição. “Na prisão, a gente podia refletir e ler muito. Li Levi-Strauss, Poulantzas, quase todo Dostoievski. A vida na prisão pode ser muito rica. Na guerrilha, a gente já percebia um certo impasse, uma espécie de beco sem saída. A luta armada não faria avançar um país tão complicado, tão diverso e plural como o Brasil”, repensa Dilma.

O jogo político tradicional parecia o caminho, quando ela voltou a Porto Alegre, ainda sozinha: o marido, Carlos Araújo, também preso pela Oban, cumpria pena na Ilha das Flores, prisão da Marinha no rio Guaíba, na capital gaúcha.

Dilma integrou-se à juventude do MDB e militou na luta pela anistia. Punida pelo Decreto 477, que bania subversivos da universidade, foi obrigada a prestar novo vestibular. Formou-se em economia pela Universidade Federal do RS e foi, mais uma vez, atropelada pelo arbítrio: em 1997, o ministro linha-dura do Exército, Sylvio Frota, reagiu à demissão do cargo pelo general Ernesto Geisel divulgando uma lista de 99 comunistas infiltrados no governo – um dos três economistas delatados na Fundação de Economia e Estatística (FEE) era Dilma, que acabou demitida. “Completei minha cota – fui presa, cassada, condenada, punida pelo 477 e incluída na lista do Frota”, brinca Dilma, hoje, rindo da própria sorte. Condenada pela Justiça Militar a seis anos de prisão, cumpriu três e, com recurso, acabou punida com dois anos e um mês de cadeia. “Ou seja, sobraram 11 meses, que eles não devolveram. Sou credora do País”, contabiliza Dilma.

O PDT levou Dilma para a Secretaria da Fazenda de Porto Alegre, quando Alceu Collares se elegeu em 1985. Numa pirueta digna de bailarina, voltou como presidente à mesma FEE de onde saíra pela delação de Frota, indicada pelo governador Collares, eleito em 1990. Acabou secretária de Minas e Energia do Estado com Collares e repetiu a dose, no governo seguinte, de Olívio Dutra, graças à aliança PDT-PT. Dois dias depois, deu um apagão no Estado – e durante 31 dias a luz ia e vinha, com black-outs de até sete horas.

Dilma executou uma operação de emergência, concluiu uma linha de distribuição para canalizar a energia que vinha da Argentina – e a luz se fez. “Quando bateu o apagão no governo FHC, o Rio Grande do Sul não teve nenhum problema, a região Sul já era superavitária.” E botou o dedo na tomada para punir denúncias de corrupção na Companhia Estadual de Energia Elétrica, abrindo sindicâncias que levaram a uma CPI na Assembléia gaúcha. Em 2001, trocou o PDT pelo PT, acompanhando uma dissidência liderada pelo ex-prefeito Sereno Chaise. O ex-amigo Collares não perdoou nunca: “Ela é uma traidora. Se tivesse consistência ideológica, não seria ministra do governo Lula.”

Pois foi a consistência de seu trabalho no Grupo de Infra-Estrutura da transição de Lula que alçou Dilma ao posto de ministra de Minas e Energia, em 2003. Ela chegou lá com uma vela acesa para evitar que o apagão tucano voltasse a acontecer no governo petista. “O setor elétrico estava com a receita reduzida em 20%, endividado em dólar e com os sinais trocados – o mercado planejando e o governo fazendo o preço”, lembra.

A hora de “investir pesado”:
com Alencar, Lula e Palocci, no
auge da crise gerada por ela ter
dito, dias antes, numa entrevista,
que a política econômica deveria
mudar. Palocci tremeu.

Dilma comemora o fato de agora o País ter quase toda a energia de que precisa contratada até 2010, o que dá espaço para prever novas fontes. “Aumentamos a oferta de energia em 14,8% entre 2002 e 2005 e temos em construção 14 usinas hidrelétricas e duas térmicas”, festeja. A crise ética que afundou o PT e suas maiores estrelas, incluído José Dirceu, levou Lula ao inevitável: chamar Dilma para o cargo mais poderoso do Planalto, depois do próprio presidente. Ela assumiu tentando desfazer a idéia de que era uma técnica fria substituindo um cérebro político. “Metas de governo são uma escolha política.

Estou na fronteira, na interseção do técnico com o político”, avisa, com a autoridade de quem sabe o que quer e do que o governo precisa. “A Dilma tem uma grande vantagem: ela não chama o poder para si, como fazia o Zé Dirceu”, observa um amigo de ambos, o deputado federal Luciano Zica (PT-SP). “Dilma não arrota o poder que tem, ao contrário do Zé, que exibia mais poder do que tinha”, diz, lembrando que, num eventual segundo governo Lula, Dilma está condenada a ser ainda mais forte. “Quem sabe até uma ministra da Fazenda”, provoca Zica.

A própria Dilma, sem travas na língua, mostrou luz própria numa franca entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, no mês passado, para dizer o que o País, os empresários, a imprensa e a ala esquerda do PT pensam: a política econômica tem que mudar. Pela primeira vez, o inabalável Antônio Palocci tremeu na base, mas os fatos teimam em dar razão a Dilma. O PIB caiu, no terceiro trimestre, e o próprio Lula está incomodado.

Jeitosa, Dilma não deixa de elogiar seu companheiro da Fazenda: “Palocci tem o mérito de ter estabilizado o País. Mas hoje temos plenas condições de discutir como nos desenvolver – e isso não pode ser feito sem investimento pesado. É uma questão de dosagem. É importante manter a inflação sob controle, mas é possível também ter um processo de desenvolvimento sustentado. Não são opostos. Dá para conciliar”, diz, sem fazer concessões.

Dilma Rousseff fala das letras trágicas do tango que ela começou a entender na cadeia, dos versos tristes dos blues de Billie Holiday, dos lamentos nostálgicos de London, London chorados pelo Caetano Veloso do exílio londrino. Fala da repressão, da crise, da tortura, da ditadura. E, apesar de tudo, sorri. Um sorriso aberto, doce, firme, de quem só pode ver o melhor depois de viver o pior. Dilma Rousseff mais do que sobreviveu. Venceu. “Só pra saber que nunca fui uma menina cândida: eu sei montar e desmontar, de olhos fechados, um fuzil automático leve. Tinha que ser rápido, muito rápido. E, se você quer saber, eu sei atirar”, lembra, abrindo um enorme sorriso. O Brasil está precisando, cada vez mais, do tiro rápido e certeiro da Brasileira de 2005.

Sonho e realidade: imagens do álbum de infância, à direita com a mãe, Dilma, o irmão, Igor, e o pai, Pedro, e abaixo, nos tempos de militância, em foto do Arquivo do Estado de São Paulo

Dilma Rousseff

Matéria publicada na Revista Isto É de 14/12/2005

O companheiro Nego: os sorrisos abertos e doces da ministra com fama de dura na queda são menos raros do que se imagina. Muitos deles surgem nas brincadeiras com o dócil labrador Nego, presente de José Dirceu.
Na foto à direita, o ex-ministro brinca com o cachorro

Os grandes olhos castanhos da menina de dez anos, sentada na calçada, ficaram ainda maiores quando ela viu a bailarina, com uma brilhosa roupa verde, executando malabarismos no dorso do elefante. Era o circo rasgando a quietude da pacata Uberaba (MG) no final dos anos 50. Era o maior espetáculo da terra caindo no colo da garotinha extasiada: “Ela era linda, fazendo piruetas lá em cima. Eu adorava circo e queria ser bailarina”, lembra hoje, com os olhos iluminados pela recordação, a frustrada bailarina Dilma Vana Rousseff. Aos 57 anos, passando um rápido olhar sobre o circo da vida brasileira, que acompanhou, aos saltos e sobressaltos, nas últimas quatro décadas, atravessando crises, golpes, renúncias, cassações, prisões, torturas, ditadura, cassações, democracia e cassações, Dilma chega em 2005 ao topo de sua longa e atribulada carreira como economista, executiva, militante política e ministra. Desde junho ela faz suas piruetas no dorso do elefante petista, no Palácio do Planalto, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a escalou como ministra-chefe da Casa Civil, substituindo José Dirceu, a maior atração do PT velho de guerra, engolido pelo leão do mensalão.

A postos no gabinete: a seriedade e
a competência conduziram-na ao segundo posto do governo, atrás apenas da Presidência da República

“Não sou a primeira-ministra, até porque o Brasil é muito presidencialista”, diz ela, escolhida também a economista do ano pelo Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Sul, na quinta-feira 8, negando a condição de capitão do time que o técnico Lula um dia pespegou em Dirceu. “Sou apenas a ministra que faz a articulação transversal com os outros ministros. Minha obrigação é tratar os problemas dos outros como se fossem meus”, diz, sentada no sofá de visitas da casa oficial, no Lago Sul de Brasília, que ela herdou do sucessor junto com o dócil Nego, o cão labrador de pêlo negro que nunca a deixa só. Mineira de Belo Horizonte, criada em Uberaba, separada de dois casamentos, Dilma precisa viajar para reencontrar a família: a mãe, viúva, mora na capital mineira, assim como o irmão, advogado, mas para ver a única filha, Paula, juíza do Trabalho, toma o rumo de Porto Alegre, onde ainda mora o segundo ex-marido, o ex-deputado e ex-guerrilheiro Carlos Franklin Paixão de Araújo. O primeiro, o jornalista mineiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, tinha desviado a jovem Dilma, aos 20 anos, para o circo implacável da luta política, recrutando sua noiva no curso de economia, em 1967, para a militância da Política Operária (Polop), organização doutrinária da esquerda. Antes, aos 15 anos, quando trocou o conservador colégio Sion, onde as moças só falavam francês com as professoras, pelo inquieto Colégio Estadual, escola pública mista onde se geravam contestações, Dilma já desabrochara: “Aí fiquei bem subversiva. Percebi que o mundo não era para debutante”. Correndo da polícia, fazendo passeata para apoiar os operários em greve em Contagem, Dilma viu os primeiros companheiros sendo presos pelo regime que apertava o nó. “O AI-5 foi meu presente de 21 anos. Saiu na véspera de meu aniversário, 14 de dezembro de 1968”, conta. Ela e o marido, visados pela polícia, conseguem escapar do cerco, fogem para o Rio de Janeiro e, como tantos outros jovens, caem na clandestinidade.

Política com técnica: em 1990, como secretária do governo gaúcho do petista Olívio Dutra (no alto, à esq.),
e na posse como ministra das Minas
e Energia, ao lado de Lula

A Polop se transformou em Comando de Libertação Nacional (Colina), que reunia pequenos grupos da esquerda radical, e a estudante Dilma virou professora, ensinando marxismo a militantes do setor operário. Ajudou na infra-estrutura de três assaltos a bancos, assinou artigos no jornal Piquete e chegou à direção do Colina. Nessa condição, planejou o que seria o mais rentável golpe da luta armada em todo o mundo: o roubo do cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo. A proeza coube à Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR-Palmares), resultado da fusão da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) do capitão Carlos Lamarca com o Colina de Dilma Rousseff. Onze dias depois da fusão, em julho de 1969, 13 guerrilheiros da VAR-Palmares roubaram o cofre de 200 kg de uma casa no bairro carioca de Santa Tereza, onde vivia a amante de Adhemar. “A gente achava que ia ser grande, mas não tinha noção do tamanho”, lembra Dilma. Aberto o cofre, sacaram de lá US$ 2,6 milhões – hoje uma mega-sena em torno de R$ 25 milhões. A diária mirrada dos guerrilheiros dava para comer um único risoto por dia, num pé-sujo do centro do Rio. “Eu era magra como um palito, tinha pouca fome, e muitos gostavam de almoçar comigo porque comiam minha metade”, recorda ela, notando que o bote milionário não melhorou o cardápio extra-light da guerrilha: “Estava muito difícil trocar o dinheiro, porque havia um cerco total. Dois meses depois, com o seqüestro do embaixador americano, Charles Elbrick, a situação ficou ainda pior no Rio.”

Dura na queda, Dilma bateu boca com Lamarca, que sustentava a tese guevarista de levar a luta para o campo. Ela achava que a guerrilha precisava, antes, se organizar melhor nas cidades. Seus companheiros dizem que ela ajudou a preservar a VAR-Palmares mesmo com o racha de Lamarca, que saiu para recriar a VPR. O líder da VAR-Palmares era Carlos Araújo, que seria seu segundo marido (Galeno, o primeiro, participou do seqüestro de um avião e se exilou em Cuba). No início de janeiro de 1970, Dilma seguiu a sina de outros companheiros: “Entrei num ponto, às 4 h da tarde, em São Paulo, e o companheiro estava cercado. Tentei fugir, entrando numa loja de móveis, mas fui pega na rua de trás”. Dilma Rousseff, aos 22 anos, foi levada pelo antecessor do DOI-Codi, a Oban (Operação Bandeirante), para a rua Tutóia, o mesmo destino de Wladimir Herzog cinco anos depois. Vlado agüentou um dia de tortura, e morreu.

Dilma suportou 22 – e sobreviveu. “Levei muita palmatória, me botaram no pau-de-arara, me deram choque, muito choque. Comecei a ter hemorragia, mas eu agüentei. Não disse nem onde morava. Um dia, tive uma hemorragia muito grande, hemorragia mesmo, como menstruação. Tiveram que me levar para o Hospital Central do Exército. Encontrei uma menina da ALN: ‘Pula um pouco no quarto para a hemorragia não parar e você não ter que voltar’, me aconselhou ela, segundo o dramático relato que Dilma fez, dois anos atrás, ao repórter Luiz Maklouf Carvalho.

“Tortura é uma das coisas mais vis que existem”, reflete Dilma hoje, com o distanciamento possível. “O sentido mais profundo da democracia significa necessariamente acabar com a tortura”, diz a ex-torturada, hoje aflita com a sorte dos presos comuns nas delegacias de polícia. A tortura ainda aflige Dilma, aqui e lá fora: “Aquelas cenas de homens presos em Guantánamo (Cuba) e em Abu Ghraib (Iraque) não têm justificativa. Aquilo é a barbárie”, condena. Passado o martírio da Oban, Dilma passou outros dois meses no DOPS antes de ser transferida para o presídio Tiradentes – onde ficou até 1973, com a cabeça em ebulição. “Na prisão, a gente podia refletir e ler muito. Li Levi-Strauss, Poulantzas, quase todo Dostoievski. A vida na prisão pode ser muito rica. Na guerrilha, a gente já percebia um certo impasse, uma espécie de beco sem saída. A luta armada não faria avançar um país tão complicado, tão diverso e plural como o Brasil”, repensa Dilma.

O jogo político tradicional parecia o caminho, quando ela voltou a Porto Alegre, ainda sozinha: o marido, Carlos Araújo, também preso pela Oban, cumpria pena na Ilha das Flores, prisão da Marinha no rio Guaíba, na capital gaúcha.

Dilma integrou-se à juventude do MDB e militou na luta pela anistia. Punida pelo Decreto 477, que bania subversivos da universidade, foi obrigada a prestar novo vestibular. Formou-se em economia pela Universidade Federal do RS e foi, mais uma vez, atropelada pelo arbítrio: em 1997, o ministro linha-dura do Exército, Sylvio Frota, reagiu à demissão do cargo pelo general Ernesto Geisel divulgando uma lista de 99 comunistas infiltrados no governo – um dos três economistas delatados na Fundação de Economia e Estatística (FEE) era Dilma, que acabou demitida. “Completei minha cota – fui presa, cassada, condenada, punida pelo 477 e incluída na lista do Frota”, brinca Dilma, hoje, rindo da própria sorte. Condenada pela Justiça Militar a seis anos de prisão, cumpriu três e, com recurso, acabou punida com dois anos e um mês de cadeia. “Ou seja, sobraram 11 meses, que eles não devolveram. Sou credora do País”, contabiliza Dilma.

O PDT levou Dilma para a Secretaria da Fazenda de Porto Alegre, quando Alceu Collares se elegeu em 1985. Numa pirueta digna de bailarina, voltou como presidente à mesma FEE de onde saíra pela delação de Frota, indicada pelo governador Collares, eleito em 1990. Acabou secretária de Minas e Energia do Estado com Collares e repetiu a dose, no governo seguinte, de Olívio Dutra, graças à aliança PDT-PT. Dois dias depois, deu um apagão no Estado – e durante 31 dias a luz ia e vinha, com black-outs de até sete horas.

Dilma executou uma operação de emergência, concluiu uma linha de distribuição para canalizar a energia que vinha da Argentina – e a luz se fez. “Quando bateu o apagão no governo FHC, o Rio Grande do Sul não teve nenhum problema, a região Sul já era superavitária.” E botou o dedo na tomada para punir denúncias de corrupção na Companhia Estadual de Energia Elétrica, abrindo sindicâncias que levaram a uma CPI na Assembléia gaúcha. Em 2001, trocou o PDT pelo PT, acompanhando uma dissidência liderada pelo ex-prefeito Sereno Chaise. O ex-amigo Collares não perdoou nunca: “Ela é uma traidora. Se tivesse consistência ideológica, não seria ministra do governo Lula.”

Pois foi a consistência de seu trabalho no Grupo de Infra-Estrutura da transição de Lula que alçou Dilma ao posto de ministra de Minas e Energia, em 2003. Ela chegou lá com uma vela acesa para evitar que o apagão tucano voltasse a acontecer no governo petista. “O setor elétrico estava com a receita reduzida em 20%, endividado em dólar e com os sinais trocados – o mercado planejando e o governo fazendo o preço”, lembra.

A hora de “investir pesado”:
com Alencar, Lula e Palocci, no
auge da crise gerada por ela ter
dito, dias antes, numa entrevista,
que a política econômica deveria
mudar. Palocci tremeu.

Dilma comemora o fato de agora o País ter quase toda a energia de que precisa contratada até 2010, o que dá espaço para prever novas fontes. “Aumentamos a oferta de energia em 14,8% entre 2002 e 2005 e temos em construção 14 usinas hidrelétricas e duas térmicas”, festeja. A crise ética que afundou o PT e suas maiores estrelas, incluído José Dirceu, levou Lula ao inevitável: chamar Dilma para o cargo mais poderoso do Planalto, depois do próprio presidente. Ela assumiu tentando desfazer a idéia de que era uma técnica fria substituindo um cérebro político. “Metas de governo são uma escolha política.

Estou na fronteira, na interseção do técnico com o político”, avisa, com a autoridade de quem sabe o que quer e do que o governo precisa. “A Dilma tem uma grande vantagem: ela não chama o poder para si, como fazia o Zé Dirceu”, observa um amigo de ambos, o deputado federal Luciano Zica (PT-SP). “Dilma não arrota o poder que tem, ao contrário do Zé, que exibia mais poder do que tinha”, diz, lembrando que, num eventual segundo governo Lula, Dilma está condenada a ser ainda mais forte. “Quem sabe até uma ministra da Fazenda”, provoca Zica.

A própria Dilma, sem travas na língua, mostrou luz própria numa franca entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, no mês passado, para dizer o que o País, os empresários, a imprensa e a ala esquerda do PT pensam: a política econômica tem que mudar. Pela primeira vez, o inabalável Antônio Palocci tremeu na base, mas os fatos teimam em dar razão a Dilma. O PIB caiu, no terceiro trimestre, e o próprio Lula está incomodado.

Jeitosa, Dilma não deixa de elogiar seu companheiro da Fazenda: “Palocci tem o mérito de ter estabilizado o País. Mas hoje temos plenas condições de discutir como nos desenvolver – e isso não pode ser feito sem investimento pesado. É uma questão de dosagem. É importante manter a inflação sob controle, mas é possível também ter um processo de desenvolvimento sustentado. Não são opostos. Dá para conciliar”, diz, sem fazer concessões.

Dilma Rousseff fala das letras trágicas do tango que ela começou a entender na cadeia, dos versos tristes dos blues de Billie Holiday, dos lamentos nostálgicos de London, London chorados pelo Caetano Veloso do exílio londrino. Fala da repressão, da crise, da tortura, da ditadura. E, apesar de tudo, sorri. Um sorriso aberto, doce, firme, de quem só pode ver o melhor depois de viver o pior. Dilma Rousseff mais do que sobreviveu. Venceu. “Só pra saber que nunca fui uma menina cândida: eu sei montar e desmontar, de olhos fechados, um fuzil automático leve. Tinha que ser rápido, muito rápido. E, se você quer saber, eu sei atirar”, lembra, abrindo um enorme sorriso. O Brasil está precisando, cada vez mais, do tiro rápido e certeiro da Brasileira de 2005.

Sonho e realidade: imagens do álbum de infância, à direita com a mãe, Dilma, o irmão, Igor, e o pai, Pedro, e abaixo, nos tempos de militância, em foto do Arquivo do Estado de São Paulo

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Diálogo do vazamento das fotos do dossiê vai à rede:


Josias de Souza - Blog do Josias - Folha Online

Caiu na rede a fita com o diálogo do delegado Edmilson Pereira Bruno (na foto), da Polícia Federal, com quatro jornalistas que receberam as fotos do R$ 1,7 milhão apreendido no dia 15 de setembro com os “aloprados” Gedimar Passos e Valdebran Padilha, ligados ao PT.

O dinheiro seria usado na aquisição do dossiê contra políticos tucanos. Contrariando a praxe, a PF não divulgou imagens do dinheiro para a imprensa no dia da apreensão. O delegado Edmilson Bruno vazaria as fotos no dia 29 de setembro, antevéspera do primeiro turno. Valeu-se de uma farsa.

Edmilson Bruno entregou um CD com as fotos a repórteres da Folha, Estadão, Globo e Rádio Joven Pan. Combinou que diria a seus superiores que o CD fora roubado de sua mesa. Sem que o delegado soubesse, o diálogo foi gravado.

Pressione aqui para ouvir a conversa, que já está no YouTube.

http://www.youtube.com/watch?v=1m2vWg8WS08

O áudio tem 9 minutos e 57 segundos. A íntegra da conversa fora divulgada mais cedo pelo repórter Paulo Henrique Amorim.

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/395001-395500/395126/395126_1.html

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Diálogo do vazamento das fotos do dossiê vai à rede:


Josias de Souza - Blog do Josias - Folha Online

Caiu na rede a fita com o diálogo do delegado Edmilson Pereira Bruno (na foto), da Polícia Federal, com quatro jornalistas que receberam as fotos do R$ 1,7 milhão apreendido no dia 15 de setembro com os “aloprados” Gedimar Passos e Valdebran Padilha, ligados ao PT.

O dinheiro seria usado na aquisição do dossiê contra políticos tucanos. Contrariando a praxe, a PF não divulgou imagens do dinheiro para a imprensa no dia da apreensão. O delegado Edmilson Bruno vazaria as fotos no dia 29 de setembro, antevéspera do primeiro turno. Valeu-se de uma farsa.

Edmilson Bruno entregou um CD com as fotos a repórteres da Folha, Estadão, Globo e Rádio Joven Pan. Combinou que diria a seus superiores que o CD fora roubado de sua mesa. Sem que o delegado soubesse, o diálogo foi gravado.

Pressione aqui para ouvir a conversa, que já está no YouTube.

http://www.youtube.com/watch?v=1m2vWg8WS08

O áudio tem 9 minutos e 57 segundos. A íntegra da conversa fora divulgada mais cedo pelo repórter Paulo Henrique Amorim.

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/395001-395500/395126/395126_1.html

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sábado, 14 de outubro de 2006

O PT deve incorporar as propostas de Cristovam Buarque e do PSOL

O Professor Cristovam Buarque tem idéias brilhantes para a Educação brasileira, assim como para outras áreas do governo. Propostas como a lei de responsabilidade educacional e a transformação da corrupção em crime hediondo, etc. São propostas inteligentes e extremamente importantes para a coletividade. Essas propostas devem ser incorporadas, independentemente do apoio do PDT, pois são propostas que beneficiam o povo, logo estão acima das questões partidárias e pessoais, ou seja, estão acima da vontade de partidos e pessoas.

A ala moderada do PSOL também tem idéia e projetos de grande interesse e repercussão social, principalmente aquela proposta que transforma a bolsa família em um direito, assim como outras. Também neste caso, as propostas devem ser incorporadas independentemente da vontade ditatorial e esquizofrênica da Heloisa Helena.

Com isso o PT estará reunindo e agrupando os projetos relevantes da esquerda para um Brasil melhor. Isso fará com que os militantes socialistas, que ainda estão indecisos e caminhando para o voto nulo, retornem à base e apóiem o Presidente Lula e o PT na luta contra os neoliberais, contra os grupos dominantes, contra as privatizações e contra o fim dos programas sociais que estão mudando a cara do Brasil.

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O PT deve incorporar as propostas de Cristovam Buarque e do PSOL

O Professor Cristovam Buarque tem idéias brilhantes para a Educação brasileira, assim como para outras áreas do governo. Propostas como a lei de responsabilidade educacional e a transformação da corrupção em crime hediondo, etc. São propostas inteligentes e extremamente importantes para a coletividade. Essas propostas devem ser incorporadas, independentemente do apoio do PDT, pois são propostas que beneficiam o povo, logo estão acima das questões partidárias e pessoais, ou seja, estão acima da vontade de partidos e pessoas.

A ala moderada do PSOL também tem idéia e projetos de grande interesse e repercussão social, principalmente aquela proposta que transforma a bolsa família em um direito, assim como outras. Também neste caso, as propostas devem ser incorporadas independentemente da vontade ditatorial e esquizofrênica da Heloisa Helena.

Com isso o PT estará reunindo e agrupando os projetos relevantes da esquerda para um Brasil melhor. Isso fará com que os militantes socialistas, que ainda estão indecisos e caminhando para o voto nulo, retornem à base e apóiem o Presidente Lula e o PT na luta contra os neoliberais, contra os grupos dominantes, contra as privatizações e contra o fim dos programas sociais que estão mudando a cara do Brasil.

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quarta-feira, 11 de outubro de 2006

A armação dos tucanos contra o PT

Gedimar ‘aloprado’ Passos recua e inocenta Freud

Josias de Souza - Blog do Josias - Folha Online

Gedimar Passos, um dos “aloprados” presos com R$ 1,7 milhão no último dia 15 de setembro, num hotel em São Paulo, mudou a versão que dera em depoimento à PF. No dia da prisão, ele alegara ter recebido a ordem para a compra do dossiê contra políticos tucanos de Freud Godoy, ex-segurança e assessor especial de Lula. Em documento protocolado no TSE, Gedimar sustenta coisa diferente. Diz que Freud não tem nada a ver com o dossiêgate.

Os esclarecimentos foram solicitados pelo TSE, que conduz uma investigação judicial para verificar eventuais implicações do dossiêgate no processo eleitoral. Em sua nova versão, Gedimar deixa em desconfortáveis lençóis o delegado Edmilson Pereira Bruno, da Polícia Federal. Foi ele quem realizou a apreensão do dinheiro que serviria para a compra do dossiê e a prisão de Gedimar, em companhia do petista Valdebran Padilha. Foi ele também quem divulgou, 48 horas antes do primeiro turno da eleição, as fotos do dinheiro que apreendera na noite de 15 de setembro.

Por meio de seus advogados, Gedimar informou ao TSE que só envolveu Freud Godoy no caso depois de ter recebido a “falsa promessa” do delegado de que o liberaria se colaborasse com as investigações. Segundo Gedimar, Edmilson Bruno não se conformava com as suas alegações de que nada sabia a respeito do dinheiro. Diante da promessa de ser liberado, teria mencionado Freud Godoy “aleatoriamente”.

No depoimento que prestara no dia de sua prisão, Gedimar, um ex-agente da PF, dissera que havia sido contratado pela Executiva Nacional do PT. Afirmara também que recebera a ordem para a compra do dossiê “de uma pessoa de nome Froude ou Freud”. Esclareceu que o sujeito era dono de “uma empresa de segurança.”

A PF descobriria depois que a pessoa mencionada por Gedimar era Freud Godoy. De fato, ele possui uma empresa de segurança. Transferiu-a para a mulher antes de ser contratado para trabalhar no Palácio do Planalto.

A nova versão de Gedimar deixa boiando no ar incômodas interrogações: de onde veio o dinheiro que seria usado na compra do dossiê? Quem deu a ordem para que o material contra os tucanos fosse adquirido? São perguntas que o ex-agente da PF, cioso em isentar o ex-assessor de Lula, não se dignou a responder.

Antes da manifestação encaminhada ao TSE, Gedimar já tivera a oportunidade de isentar Freud Godoy. Reinquirido quatro dias depois de ter sido preso, o ex-agente da PF foi instado a detalhar a participação do ex-assessor palaciano na operação. Preferiu o silêncio. Disse que só voltaria a falar em juízo. O Ministério Público solicitou a renovação do pedido de prisão de Gedimar. Receava que, solto, ele pudesse combinar versões com os demais envolvidos no dossiêgate. A Justiça, porém, soltou o preso.

A despeito da nova versão apresentada por Gedimar ao TSE, o Ministério Público continua tratando Freud Godoy como “suspeito”. Alega-se que só ao final das apurações será possível saber se ele tem ou não culpa no cartório. Oficialmente, a Polícia Federal tampouco isentou Freud. Mas extra-oficialmente, os agentes envolvidos na condução do inquérito afirmam que, diante da ausência de provas cabais de seu envolvimento, Freud deve mesmo sair ileso do episódio.

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O dossiê foi uma armação dos tucanos contra o PT

Se observarmos os fatos veremos que muitas coisas não se encaixam. Muita gente, nesta história, agiu ingenuamente e até estupidamente. Muita gente foi ludibriada e enganada. O suposto caçador (PT) foi transformado em caça. Resumindo: neste angú tem caroço e esta história está mal contada. Algo me diz que o suposto caçador sempre foi a caça e mordeu uma isca que foi muito bem preparada.

Lembram do caso Pallocci ? Então, o Pallocci foi vítima de uma armação, uma armadilha, uma cilada tucana, ou seja, os tucanos, junto com seus amigos da direita (PFL), criaram o ambiente propício e deram a isca (o dinheiro na conta do caseiro). O ministro viu aquilo e achou que estava diante de dados e fatos que o beneficiavam e agiu deliberadamente. Contudo, o dinheiro tinha sido plantado na conta do caseiro. Assim, os tucanos queriam e esperavam a violação da conta, pois, com isso, teriam munição pesada contra o ministro, que seria acusado de quebra ilegal de sigilo. Os assessores não perceberam a armadilha tucana, o ministro agiu e caiu, tanto na armadilha, quanto do cargo.

Os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin conheciam e negociavam ambulâncias com os Vedoin, inclusive é isto que mostra o dvd e as fotos do dossiê. Portanto, podem, perfeitamente, terem se juntado na armação do dossiê.

Neste caso do dossiê, suspeito que a ação tenha sido a mesma, ou seja, antes da ação dos Vedoin existem dados e fatos que ainda não foram descobertos. É importante assinalar que as investigações estão partindo da ação dos Vedoin para frente. Mas o que aconteceu antes deles agirem e saírem por aí vendendo dossiês ? Quem os procurou ? Quem planejou as vendas ? Assim, o método desse caso do dossiê foi o mesmo do caso Pallocci, ou seja, os tucanos prepararam a armadilha e jogaram a isca, esperando que algum petista desavisado a pegasse. Os companheiros, não percebendo a cilada, caíram, como um patinho feio, no 171 dos tucanos.

Para esclarecer melhor o caso farei uma ilustração. Você está caminhando na rua e, de repente, surge um indivíduo distribuindo notas de R$ 50,00. É um caso estranho e meio suspeito. Por que alguém distribuiria notas de R$ 50,00 na rua ? Mas, na dúvida, você pega, pensando o seguinte: "se for nota verdadeira eu fico com ela e se for falsa eu jogo fora". Contudo, no momento em que você está pegando a nota, a polícia, que estava escondida atrás do muro, aparece e prende todos os envolvidos. Você tenta explicar os fatos, mas a desgraça já foi feita. O jornalista filmou você recebendo dinheiro falso, a polícia te prendendo, etc. E a próxima edição do Jornal Nacional, depois de distorcer um pouco mais a história, vai veicular o caso em cadeia nacional. Foi exatamente isso que fizeram com o PT.

Resumindo: o dvd e as fotos mostram que Serra e Alckmin conheciam os Vedoin. Além disso, a máfia dos sanguessugas passou incólume pelo Governo de FHC e de Alckmin em São Paulo. Portanto, há indícios de proximidade e cumplicidade.

Se o Presidente Lula estava muito a frente dos demais candidatos, por que o dossiê ? Por que o segurança pessoal do Presidente se envolveu ? Quem é que está ganhando com esta história ? O que o PT ganharia com esse dossiê ? Por que os Vedoin afirmaram, recentemente, que o Serra e o Alckmin estavam limpos, ou seja, que o dossiê não prova nada contra eles ? Se sabiam disso, o que estavam vendendo ? Qual é o papel da Polícia Federal e da mídia em tudo isso ?

A resposta é simples. O plano do dossiê foi montado, ardilosamente e dissimuladamente, pelo PSDB. Os Vedoin foram o canal, a isca para a materialização do plano e atração do suposto caçador, o PT. A idéia foi simples: reuniram, ou forjaram, as informações e jogaram nas mãos dos Vedoin, que montaram toda a encenação e o teatro, atraindo a atenção dos petistas para o golpe.

Assim, os tucanos e os Vedoin podem ter voltado a unir esforço. Primeiro uniram esforços para esconder a máfia das sanguessugas no Governo Alckmin e FHC. Agora, unem esforços para prejudicar e derrubar o PT, armando o plano do dossiê.

Os companheiros do PT, acreditando estar diante de informações bombásticas contra o PSDB, decidiram analisar a veracidade e o conteúdo de tais informações. Por isso mandaram o advogado traíra para o encontro. Resumindo: antes dos Vedoin procurarem o PT, os tucanos procuraram os Vedoin e armaram a cilada. Como o dossiê foi oferecido por uma alta quantia em dinheiro e pelo chefe dos sanguessugas, os petistas afastaram a possibilidade de existência de uma armadilha e foram verificar as informações. Percebam que as prisões ocorreram justamente no momento em que a veracidade e a utilidade dos dados do dossiê estava sendo analisada pelo advogado traíra do PT.

Os petistas morderam a isca, acreditaram na história e caíram na armadilha dos tucanos, transvestidos de Vedoin. Não sei se caíram ou se agiram de má-fé, enganando os demais companheiros. Sei que foram ingênuos e não perceberam o que estava acontecendo.

No caso do Pallocci os tucanos esperavam que o ministro violasse a conta do caseiro. Neste caso do dossiê, qual era o crime que os tucanos esperavam que ocorresse ? Para a compra do dossiê seria necessário dinheiro, muito dinheiro. E essa grana teria que sair de algum lugar ou de alguém. Logo, os tucanos esperavam que os petistas, na ânsia de comprar o dossiê, buscassem recursos em fontes ilícitas. Esse era o objetivo dos tucanos, ligar o PT com dinheiro sujo. Mais do que isso, ligar o PT com dinheiro sujo para comprar dossiê. Por isso, os tucanos falam tanto na origem do dinheiro, etc.

O papel da Polícia Federal, que também pode ter sido usada em tudo isso, foi dar credibilidade à história e prender os petistas. Assim, tudo saiu conforme o planejado. O cenário do crime foi armado, o suposto criminoso atraído, a polícia foi avisada (já estava de campana) e tudo ocorreu conforme o planejado. Cada elemento exerceu com grande maestria o seu papel na história. A prisão dos envolvidos encarregou de dar repercussão aos fatos. Coisa de Rede Globo. Coisa de novela da Globo.

A maior vitória do diabo foi convencer o mundo de que ele não existia.

Com isso, os petistas foram acusados de comprar um dossiê para prejudicar os candidatos tucanos. E não só comprar o dossiê, mas comprá-lo com dinheiro suspeito. Assim, os petistas passam a ser visto como maus e os tucanos com vítimas, como bonzinhos. O resto do discurso seria elaborado pela Globo e pelo Jornal Nacional. Em outras palavras, o plano original era fazer a sociedade, no meio de tantas denúncias e acusações de mensalão, etc, acreditar que o PT é o grande vilão de toda a história, o grande recebedor de mensalão, comprador de dossiê e utilizador de dinheiro suspeito, enquanto o PSDB são as vítimas os bonzinhos.

Mas os Vedoin não foram para a cadeia e não perderam o dinheiro ? Foram para a cadeia para dar credibilidade à história. Perderam o dinheiro do PT, mas, certamente, devem ter ganhado, por fora, muito mais do PSDB. Uma encenação completa, igual a do Pallocci. Uma encenação que alcançou o seu objetivo e está saindo melhor do que a encomenda.

Contudo, antes dos Vedoin procurarem o PT, os tucanos procuraram e negociaram com os Vedoin. Se fizeram isso por telefone, o que acho muito difícil, a Polícia Federal deve ter os dados gravados, pois estava monitorando os chefões da Máfia dos sanguessugas. Caso a PF não tenha capturado essas informações, o único modo de se provar a existência da armadilha tucana é fazendo os Vedoin falarem, ou descobrindo onde está o dinheiro que receberam pela encenação. Assim, temos pouco tempo para descobrir e capturar o negociador tucano e mostrar para a sociedade as ações secretas e dissimuladas dos políticos do PSDB e do PFL. Ações que tem por finalidade prejudicar a coletividade e restabelecer o poder nas mãos da classe dominante.

Enfim, mais um plano ardiloso e bem estruturado do PSDB contra o PT. Um plano cuja finalidade era enganar as autoridades investigativas e levar a sociedade a incidir em erro. Precisamos, urgentemente, desmascarar o império tucano.

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A armação dos tucanos contra o PT

Gedimar ‘aloprado’ Passos recua e inocenta Freud

Josias de Souza - Blog do Josias - Folha Online

Gedimar Passos, um dos “aloprados” presos com R$ 1,7 milhão no último dia 15 de setembro, num hotel em São Paulo, mudou a versão que dera em depoimento à PF. No dia da prisão, ele alegara ter recebido a ordem para a compra do dossiê contra políticos tucanos de Freud Godoy, ex-segurança e assessor especial de Lula. Em documento protocolado no TSE, Gedimar sustenta coisa diferente. Diz que Freud não tem nada a ver com o dossiêgate.

Os esclarecimentos foram solicitados pelo TSE, que conduz uma investigação judicial para verificar eventuais implicações do dossiêgate no processo eleitoral. Em sua nova versão, Gedimar deixa em desconfortáveis lençóis o delegado Edmilson Pereira Bruno, da Polícia Federal. Foi ele quem realizou a apreensão do dinheiro que serviria para a compra do dossiê e a prisão de Gedimar, em companhia do petista Valdebran Padilha. Foi ele também quem divulgou, 48 horas antes do primeiro turno da eleição, as fotos do dinheiro que apreendera na noite de 15 de setembro.

Por meio de seus advogados, Gedimar informou ao TSE que só envolveu Freud Godoy no caso depois de ter recebido a “falsa promessa” do delegado de que o liberaria se colaborasse com as investigações. Segundo Gedimar, Edmilson Bruno não se conformava com as suas alegações de que nada sabia a respeito do dinheiro. Diante da promessa de ser liberado, teria mencionado Freud Godoy “aleatoriamente”.

No depoimento que prestara no dia de sua prisão, Gedimar, um ex-agente da PF, dissera que havia sido contratado pela Executiva Nacional do PT. Afirmara também que recebera a ordem para a compra do dossiê “de uma pessoa de nome Froude ou Freud”. Esclareceu que o sujeito era dono de “uma empresa de segurança.”

A PF descobriria depois que a pessoa mencionada por Gedimar era Freud Godoy. De fato, ele possui uma empresa de segurança. Transferiu-a para a mulher antes de ser contratado para trabalhar no Palácio do Planalto.

A nova versão de Gedimar deixa boiando no ar incômodas interrogações: de onde veio o dinheiro que seria usado na compra do dossiê? Quem deu a ordem para que o material contra os tucanos fosse adquirido? São perguntas que o ex-agente da PF, cioso em isentar o ex-assessor de Lula, não se dignou a responder.

Antes da manifestação encaminhada ao TSE, Gedimar já tivera a oportunidade de isentar Freud Godoy. Reinquirido quatro dias depois de ter sido preso, o ex-agente da PF foi instado a detalhar a participação do ex-assessor palaciano na operação. Preferiu o silêncio. Disse que só voltaria a falar em juízo. O Ministério Público solicitou a renovação do pedido de prisão de Gedimar. Receava que, solto, ele pudesse combinar versões com os demais envolvidos no dossiêgate. A Justiça, porém, soltou o preso.

A despeito da nova versão apresentada por Gedimar ao TSE, o Ministério Público continua tratando Freud Godoy como “suspeito”. Alega-se que só ao final das apurações será possível saber se ele tem ou não culpa no cartório. Oficialmente, a Polícia Federal tampouco isentou Freud. Mas extra-oficialmente, os agentes envolvidos na condução do inquérito afirmam que, diante da ausência de provas cabais de seu envolvimento, Freud deve mesmo sair ileso do episódio.

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O dossiê foi uma armação dos tucanos contra o PT

Se observarmos os fatos veremos que muitas coisas não se encaixam. Muita gente, nesta história, agiu ingenuamente e até estupidamente. Muita gente foi ludibriada e enganada. O suposto caçador (PT) foi transformado em caça. Resumindo: neste angú tem caroço e esta história está mal contada. Algo me diz que o suposto caçador sempre foi a caça e mordeu uma isca que foi muito bem preparada.

Lembram do caso Pallocci ? Então, o Pallocci foi vítima de uma armação, uma armadilha, uma cilada tucana, ou seja, os tucanos, junto com seus amigos da direita (PFL), criaram o ambiente propício e deram a isca (o dinheiro na conta do caseiro). O ministro viu aquilo e achou que estava diante de dados e fatos que o beneficiavam e agiu deliberadamente. Contudo, o dinheiro tinha sido plantado na conta do caseiro. Assim, os tucanos queriam e esperavam a violação da conta, pois, com isso, teriam munição pesada contra o ministro, que seria acusado de quebra ilegal de sigilo. Os assessores não perceberam a armadilha tucana, o ministro agiu e caiu, tanto na armadilha, quanto do cargo.

Os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin conheciam e negociavam ambulâncias com os Vedoin, inclusive é isto que mostra o dvd e as fotos do dossiê. Portanto, podem, perfeitamente, terem se juntado na armação do dossiê.

Neste caso do dossiê, suspeito que a ação tenha sido a mesma, ou seja, antes da ação dos Vedoin existem dados e fatos que ainda não foram descobertos. É importante assinalar que as investigações estão partindo da ação dos Vedoin para frente. Mas o que aconteceu antes deles agirem e saírem por aí vendendo dossiês ? Quem os procurou ? Quem planejou as vendas ? Assim, o método desse caso do dossiê foi o mesmo do caso Pallocci, ou seja, os tucanos prepararam a armadilha e jogaram a isca, esperando que algum petista desavisado a pegasse. Os companheiros, não percebendo a cilada, caíram, como um patinho feio, no 171 dos tucanos.

Para esclarecer melhor o caso farei uma ilustração. Você está caminhando na rua e, de repente, surge um indivíduo distribuindo notas de R$ 50,00. É um caso estranho e meio suspeito. Por que alguém distribuiria notas de R$ 50,00 na rua ? Mas, na dúvida, você pega, pensando o seguinte: "se for nota verdadeira eu fico com ela e se for falsa eu jogo fora". Contudo, no momento em que você está pegando a nota, a polícia, que estava escondida atrás do muro, aparece e prende todos os envolvidos. Você tenta explicar os fatos, mas a desgraça já foi feita. O jornalista filmou você recebendo dinheiro falso, a polícia te prendendo, etc. E a próxima edição do Jornal Nacional, depois de distorcer um pouco mais a história, vai veicular o caso em cadeia nacional. Foi exatamente isso que fizeram com o PT.

Resumindo: o dvd e as fotos mostram que Serra e Alckmin conheciam os Vedoin. Além disso, a máfia dos sanguessugas passou incólume pelo Governo de FHC e de Alckmin em São Paulo. Portanto, há indícios de proximidade e cumplicidade.

Se o Presidente Lula estava muito a frente dos demais candidatos, por que o dossiê ? Por que o segurança pessoal do Presidente se envolveu ? Quem é que está ganhando com esta história ? O que o PT ganharia com esse dossiê ? Por que os Vedoin afirmaram, recentemente, que o Serra e o Alckmin estavam limpos, ou seja, que o dossiê não prova nada contra eles ? Se sabiam disso, o que estavam vendendo ? Qual é o papel da Polícia Federal e da mídia em tudo isso ?

A resposta é simples. O plano do dossiê foi montado, ardilosamente e dissimuladamente, pelo PSDB. Os Vedoin foram o canal, a isca para a materialização do plano e atração do suposto caçador, o PT. A idéia foi simples: reuniram, ou forjaram, as informações e jogaram nas mãos dos Vedoin, que montaram toda a encenação e o teatro, atraindo a atenção dos petistas para o golpe.

Assim, os tucanos e os Vedoin podem ter voltado a unir esforço. Primeiro uniram esforços para esconder a máfia das sanguessugas no Governo Alckmin e FHC. Agora, unem esforços para prejudicar e derrubar o PT, armando o plano do dossiê.

Os companheiros do PT, acreditando estar diante de informações bombásticas contra o PSDB, decidiram analisar a veracidade e o conteúdo de tais informações. Por isso mandaram o advogado traíra para o encontro. Resumindo: antes dos Vedoin procurarem o PT, os tucanos procuraram os Vedoin e armaram a cilada. Como o dossiê foi oferecido por uma alta quantia em dinheiro e pelo chefe dos sanguessugas, os petistas afastaram a possibilidade de existência de uma armadilha e foram verificar as informações. Percebam que as prisões ocorreram justamente no momento em que a veracidade e a utilidade dos dados do dossiê estava sendo analisada pelo advogado traíra do PT.

Os petistas morderam a isca, acreditaram na história e caíram na armadilha dos tucanos, transvestidos de Vedoin. Não sei se caíram ou se agiram de má-fé, enganando os demais companheiros. Sei que foram ingênuos e não perceberam o que estava acontecendo.

No caso do Pallocci os tucanos esperavam que o ministro violasse a conta do caseiro. Neste caso do dossiê, qual era o crime que os tucanos esperavam que ocorresse ? Para a compra do dossiê seria necessário dinheiro, muito dinheiro. E essa grana teria que sair de algum lugar ou de alguém. Logo, os tucanos esperavam que os petistas, na ânsia de comprar o dossiê, buscassem recursos em fontes ilícitas. Esse era o objetivo dos tucanos, ligar o PT com dinheiro sujo. Mais do que isso, ligar o PT com dinheiro sujo para comprar dossiê. Por isso, os tucanos falam tanto na origem do dinheiro, etc.

O papel da Polícia Federal, que também pode ter sido usada em tudo isso, foi dar credibilidade à história e prender os petistas. Assim, tudo saiu conforme o planejado. O cenário do crime foi armado, o suposto criminoso atraído, a polícia foi avisada (já estava de campana) e tudo ocorreu conforme o planejado. Cada elemento exerceu com grande maestria o seu papel na história. A prisão dos envolvidos encarregou de dar repercussão aos fatos. Coisa de Rede Globo. Coisa de novela da Globo.

A maior vitória do diabo foi convencer o mundo de que ele não existia.

Com isso, os petistas foram acusados de comprar um dossiê para prejudicar os candidatos tucanos. E não só comprar o dossiê, mas comprá-lo com dinheiro suspeito. Assim, os petistas passam a ser visto como maus e os tucanos com vítimas, como bonzinhos. O resto do discurso seria elaborado pela Globo e pelo Jornal Nacional. Em outras palavras, o plano original era fazer a sociedade, no meio de tantas denúncias e acusações de mensalão, etc, acreditar que o PT é o grande vilão de toda a história, o grande recebedor de mensalão, comprador de dossiê e utilizador de dinheiro suspeito, enquanto o PSDB são as vítimas os bonzinhos.

Mas os Vedoin não foram para a cadeia e não perderam o dinheiro ? Foram para a cadeia para dar credibilidade à história. Perderam o dinheiro do PT, mas, certamente, devem ter ganhado, por fora, muito mais do PSDB. Uma encenação completa, igual a do Pallocci. Uma encenação que alcançou o seu objetivo e está saindo melhor do que a encomenda.

Contudo, antes dos Vedoin procurarem o PT, os tucanos procuraram e negociaram com os Vedoin. Se fizeram isso por telefone, o que acho muito difícil, a Polícia Federal deve ter os dados gravados, pois estava monitorando os chefões da Máfia dos sanguessugas. Caso a PF não tenha capturado essas informações, o único modo de se provar a existência da armadilha tucana é fazendo os Vedoin falarem, ou descobrindo onde está o dinheiro que receberam pela encenação. Assim, temos pouco tempo para descobrir e capturar o negociador tucano e mostrar para a sociedade as ações secretas e dissimuladas dos políticos do PSDB e do PFL. Ações que tem por finalidade prejudicar a coletividade e restabelecer o poder nas mãos da classe dominante.

Enfim, mais um plano ardiloso e bem estruturado do PSDB contra o PT. Um plano cuja finalidade era enganar as autoridades investigativas e levar a sociedade a incidir em erro. Precisamos, urgentemente, desmascarar o império tucano.

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Datafolha joga água gelada na cabeça de Alckmin
O resultado da última pesquisa Datafolha, estampado nesta quarta nas páginas da Folha, derrama sobre a calva de Geraldo Alckmin um balde de água fria. A versão “heloisahelenizada” do chuchu, exposta no debate de domingo, não carreou votos para o cesto do presidenciável tucano. Pior: para alegria de Lula, o legume apimentado parece ter azedado o paladar de parte do eleitorado de Alckmin.

Os pesquisadores do Datafolha foram às ruas nesta terça, 48 horas depois do debate da TV Bandeirantes. Entrevistaram 2.868 eleitores em 194 municípios de 25 Estados. Descobriram que, do último dia 6 de outubro para agora, a vantagem de Lula sobre Alckmin ampliou-se de sete para 11 pontos percentuais. Ou, considerando-se apenas os votos válidos (excluídos brancos e indecisos), de oito para 12 pontos.

Lula manteve-se estável. Oscilou de 50% para 51%, dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos para cima ou para baixo. Alckmin escorregou para baixo. Foi de 43% para 40%. Contando-se apenas os votos válidos, como faz o TSE na hora de definir o resultado, Lula sobe de 54% para 56%. E Alckmin oscila de 46% para 44%.

O blog conversou na madrugada desta quarta com um dos integrantes do alto comando do comitê de Alckmin. Ele disse que o resultado do Datafolha, por adverso, ressuscita na campanha o debate sobre a dosagem dos ataques a Lula. Revive-se o receio de que a escalada acusatória possa acomodar sobre a cabeleira de Lula um halo de vítima.

“Não vejo alternativa senão a de manter o questionamento quanto à origem do dinheiro do dossiê e à identificação dos responsáveis”, disse o integrante do comitê de Alckmin. “Foi isso que ajudou a produzir o segundo turno. Mas teremos de acentuar a exposição da nossa proposta de governo, o que já estava previsto.”

O Datafolha quis saber também como os eleitores avaliaram a atuação dos dois candidatos no debate de domingo. Identificou-se ligeira vantagem em favor de Alckmin. Considerando-se a margem de erro, o quadro é, porém, de empate. Entre as pessoas que viram o debate, 43% avaliaram que Alckmin venceu. Lula foi o melhor na opinião de 41% dos entrevistados.

A pesquisa traz um dado preocupante para Alckmin. Ele perdeu votos tanto nas áreas em que é favorito quanto nas regiões em que está em desvantagem para Lula. Na região Sul, por exemplo, onde o tucanato lidera, Alckmin perdeu três pontos e Lula ganhou cinco. No Nordeste, região onde o petismo é favorito, Lula cresceu quatro pontos; Alckmin caiu quatro.

Na primeira pesquisa realizada pelo Datafolha depois do primeiro turno, na última sexta-feira, 48% dos eleitores de Heloisa Helena manifestavam a intenção de votar em Alckmin. Agora, o percentual caiu para 39%. Uma erosão de nove pontos. Lula, por sua vez, cresceu quatro pontos nesse segmento. Há cinco dias, 32% dos “helenistas” diziam que votariam em Lula. O percentual subiu agora para 36%.

Outras más notícias para o tucanato: 1) Alckmin perdeu oito pontos entre os eleitores com idade entre 25 e 34 anos (24% do eleitorado); Lula ganhou cinco. Alckmin caiu de 51% para 41% na preferência dos eleitores que ganham entre 5 e 10 salários mínimos; Lula subiu de 41% para 45% nessa faixa; 3) entre os eleitores que têm o ensino médio, Lula ganhou quatro pontos; Alckmin perdeu cinco. Entre os que têm ensino superior, Lula oscilou dois pontos para cima; Alckmin, três pontos para baixo.

Vai dando certo, por ora, a tática de Lula de posar de vítima ao mesmo tempo em que acentua a suposta ausência de propostas de Alckmin. Para manter-se vivo na disputa, Alckmin terá de anular pelo menos seis dos 12 pontos de desvantagem que ostenta na pesquisa. Num cenário de segundo turno, em que só há dois candidatos, cada ponto subtraído do líder tende a somar em favor do segundo colocado. A questão é: O chuchu apimentado do segundo turno conseguirá conquistar o paladar de mais de 7,5 milhões de eleitores nas duas semanas que restam de campanha?

Josias de Souza
Folha Online - Blog do Josias
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/
Datafolha joga água gelada na cabeça de Alckmin
O resultado da última pesquisa Datafolha, estampado nesta quarta nas páginas da Folha, derrama sobre a calva de Geraldo Alckmin um balde de água fria. A versão “heloisahelenizada” do chuchu, exposta no debate de domingo, não carreou votos para o cesto do presidenciável tucano. Pior: para alegria de Lula, o legume apimentado parece ter azedado o paladar de parte do eleitorado de Alckmin.

Os pesquisadores do Datafolha foram às ruas nesta terça, 48 horas depois do debate da TV Bandeirantes. Entrevistaram 2.868 eleitores em 194 municípios de 25 Estados. Descobriram que, do último dia 6 de outubro para agora, a vantagem de Lula sobre Alckmin ampliou-se de sete para 11 pontos percentuais. Ou, considerando-se apenas os votos válidos (excluídos brancos e indecisos), de oito para 12 pontos.

Lula manteve-se estável. Oscilou de 50% para 51%, dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos para cima ou para baixo. Alckmin escorregou para baixo. Foi de 43% para 40%. Contando-se apenas os votos válidos, como faz o TSE na hora de definir o resultado, Lula sobe de 54% para 56%. E Alckmin oscila de 46% para 44%.

O blog conversou na madrugada desta quarta com um dos integrantes do alto comando do comitê de Alckmin. Ele disse que o resultado do Datafolha, por adverso, ressuscita na campanha o debate sobre a dosagem dos ataques a Lula. Revive-se o receio de que a escalada acusatória possa acomodar sobre a cabeleira de Lula um halo de vítima.

“Não vejo alternativa senão a de manter o questionamento quanto à origem do dinheiro do dossiê e à identificação dos responsáveis”, disse o integrante do comitê de Alckmin. “Foi isso que ajudou a produzir o segundo turno. Mas teremos de acentuar a exposição da nossa proposta de governo, o que já estava previsto.”

O Datafolha quis saber também como os eleitores avaliaram a atuação dos dois candidatos no debate de domingo. Identificou-se ligeira vantagem em favor de Alckmin. Considerando-se a margem de erro, o quadro é, porém, de empate. Entre as pessoas que viram o debate, 43% avaliaram que Alckmin venceu. Lula foi o melhor na opinião de 41% dos entrevistados.

A pesquisa traz um dado preocupante para Alckmin. Ele perdeu votos tanto nas áreas em que é favorito quanto nas regiões em que está em desvantagem para Lula. Na região Sul, por exemplo, onde o tucanato lidera, Alckmin perdeu três pontos e Lula ganhou cinco. No Nordeste, região onde o petismo é favorito, Lula cresceu quatro pontos; Alckmin caiu quatro.

Na primeira pesquisa realizada pelo Datafolha depois do primeiro turno, na última sexta-feira, 48% dos eleitores de Heloisa Helena manifestavam a intenção de votar em Alckmin. Agora, o percentual caiu para 39%. Uma erosão de nove pontos. Lula, por sua vez, cresceu quatro pontos nesse segmento. Há cinco dias, 32% dos “helenistas” diziam que votariam em Lula. O percentual subiu agora para 36%.

Outras más notícias para o tucanato: 1) Alckmin perdeu oito pontos entre os eleitores com idade entre 25 e 34 anos (24% do eleitorado); Lula ganhou cinco. Alckmin caiu de 51% para 41% na preferência dos eleitores que ganham entre 5 e 10 salários mínimos; Lula subiu de 41% para 45% nessa faixa; 3) entre os eleitores que têm o ensino médio, Lula ganhou quatro pontos; Alckmin perdeu cinco. Entre os que têm ensino superior, Lula oscilou dois pontos para cima; Alckmin, três pontos para baixo.

Vai dando certo, por ora, a tática de Lula de posar de vítima ao mesmo tempo em que acentua a suposta ausência de propostas de Alckmin. Para manter-se vivo na disputa, Alckmin terá de anular pelo menos seis dos 12 pontos de desvantagem que ostenta na pesquisa. Num cenário de segundo turno, em que só há dois candidatos, cada ponto subtraído do líder tende a somar em favor do segundo colocado. A questão é: O chuchu apimentado do segundo turno conseguirá conquistar o paladar de mais de 7,5 milhões de eleitores nas duas semanas que restam de campanha?

Josias de Souza
Folha Online - Blog do Josias
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

terça-feira, 10 de outubro de 2006

O prejuízo que os tucanos (PSDB + PFL) causaram ao Brasil com as privatizações

Seria interessante que os companheiros do PT, que dominam economia, montassem uma tabela que compara o preço de venda de cada uma das estatais com o preço que estas empresas valem hoje. Essa tabela mostrará o prejuízo causado ao Brasil pelo PSDB e pelo PFL, com suas políticas de privatizações. Políticas essas que o Alckmin e sua gangue pretendem continuar praticando. Inclusive o guru econômico do Picolé de chuchu - Mendonça de Barros - já está falando em privatizar a Petrobrás, ou seja, nem ganharam a eleição e já estão falando em privatizar a Petrobrás.

Eu lanço o primeiro dado que é uma pequena demonstração da extensão do prejuízo causado ao Brasil pelos tucanos (FHC, Serra, Alckmin, etc). A Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada em 1997, no Governo do tucano FHC, pelo valor de 3,5 bilhões de reais. Hoje esta Companhia aparece na avaliação da Bolsa com um valor de mercado de 122 bilhões e 698 milhões de reais. Somente nesta Companhia o Brasil perdeu, com a privatização do tucano FHC, 119 bilhões e 198 milhões de reais. Agora, diga-me Sr. Geraldo Alckmin: quantos hospitais daria para construir com 119 bilhões de reais ? Quantas escolas ? Quantas rodovias ? Etc. Se a venda do "aerolula" daria para construir 5 hospitais, quantos hospitais poderiam ser construídos com o dinheiro que vocês fizeram o Brasil perder nas privatizações ?

Isso é somente o prejuízo causado ao Brasil pela venda de uma empresa estatal, a Companhia Vale do Rio Doce. E as outras empresas ? Quanto foi o prejuízo delas ? Precisamos calcular o valor total desse prejuízo que o PSDB e o PFL, com suas privatizações, ocasionaram ao Brasil. Precisamos não só calcular, mas mostrar esses dados para o povo brasileiro. Além disso, precisamos mostrar a quantidade de notas de reais que esse prejuízo forma, ou seja, vamos empilhar as notas e mostrar ao povo o monte de dinheiro que vocês perderam. Os tucanos gostam de ver dinheiro em espécie, gostam de ver dinheiro amontoado em cima da mesa. Portanto, precisamos amontoar o dinheiro perdido com as privatizações. Não só amontoar, mas chamar o povo para ver a altura do monte. Assim, todos os cidadãos terão uma idéia exata da quantidade de recursos que foram perdidos, do tamanho do prejuízo e da desgraça que vocês, tucanos, causaram ao Brasil. Se um milhão e pouco forma um montão de dinheiro, imagina cento e dezenove bilhões ? Isso só da Vale do Rio Doce, ou seja, desconsiderando o prejuízo oriundo das outras empresas que foram privatizadas

Resumindo, o PSDB e o PFL, com suas políticas de privatizações e destruição do patrimônio público, ocasionaram, e pretendem continuar ocasionando, grandes prejuízos para o Brasil e para o povo brasileiro.

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O prejuízo que os tucanos (PSDB + PFL) causaram ao Brasil com as privatizações

Seria interessante que os companheiros do PT, que dominam economia, montassem uma tabela que compara o preço de venda de cada uma das estatais com o preço que estas empresas valem hoje. Essa tabela mostrará o prejuízo causado ao Brasil pelo PSDB e pelo PFL, com suas políticas de privatizações. Políticas essas que o Alckmin e sua gangue pretendem continuar praticando. Inclusive o guru econômico do Picolé de chuchu - Mendonça de Barros - já está falando em privatizar a Petrobrás, ou seja, nem ganharam a eleição e já estão falando em privatizar a Petrobrás.

Eu lanço o primeiro dado que é uma pequena demonstração da extensão do prejuízo causado ao Brasil pelos tucanos (FHC, Serra, Alckmin, etc). A Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada em 1997, no Governo do tucano FHC, pelo valor de 3,5 bilhões de reais. Hoje esta Companhia aparece na avaliação da Bolsa com um valor de mercado de 122 bilhões e 698 milhões de reais. Somente nesta Companhia o Brasil perdeu, com a privatização do tucano FHC, 119 bilhões e 198 milhões de reais. Agora, diga-me Sr. Geraldo Alckmin: quantos hospitais daria para construir com 119 bilhões de reais ? Quantas escolas ? Quantas rodovias ? Etc. Se a venda do "aerolula" daria para construir 5 hospitais, quantos hospitais poderiam ser construídos com o dinheiro que vocês fizeram o Brasil perder nas privatizações ?

Isso é somente o prejuízo causado ao Brasil pela venda de uma empresa estatal, a Companhia Vale do Rio Doce. E as outras empresas ? Quanto foi o prejuízo delas ? Precisamos calcular o valor total desse prejuízo que o PSDB e o PFL, com suas privatizações, ocasionaram ao Brasil. Precisamos não só calcular, mas mostrar esses dados para o povo brasileiro. Além disso, precisamos mostrar a quantidade de notas de reais que esse prejuízo forma, ou seja, vamos empilhar as notas e mostrar ao povo o monte de dinheiro que vocês perderam. Os tucanos gostam de ver dinheiro em espécie, gostam de ver dinheiro amontoado em cima da mesa. Portanto, precisamos amontoar o dinheiro perdido com as privatizações. Não só amontoar, mas chamar o povo para ver a altura do monte. Assim, todos os cidadãos terão uma idéia exata da quantidade de recursos que foram perdidos, do tamanho do prejuízo e da desgraça que vocês, tucanos, causaram ao Brasil. Se um milhão e pouco forma um montão de dinheiro, imagina cento e dezenove bilhões ? Isso só da Vale do Rio Doce, ou seja, desconsiderando o prejuízo oriundo das outras empresas que foram privatizadas

Resumindo, o PSDB e o PFL, com suas políticas de privatizações e destruição do patrimônio público, ocasionaram, e pretendem continuar ocasionando, grandes prejuízos para o Brasil e para o povo brasileiro.

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