sábado, 16 de dezembro de 2006

Sobre o site leonildoc.com.br
O site está em manutenção. Em breve estará rodando normalmente.
Enquanto isso você pode continuar acessando normalmente a área de arquivos do site:

Resumos, textos, livros{Trabalhos e aulas Monografias e TCCs Concursos Públicos Exame da OAB Inglês e Francês Direito Diversos Filosofia Política Psicologia Educação Literatura Maçonaria } Direito em áudio {Administrativo Civil Eleitoral Trabalho Penal Processo Penal Processo Civil Tributário Constitucional Lei 8112 Internacional Músicas}


Atenciosamente,



Leonildo Correa

leonildoc@yahoo.com


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Leonildo Correa

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quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Mensagem aos ladrões, bandidos, seqüestradores, etc

Senhores bandidos, ao invés de atacarem pessoas de bem, que trabalham de sol a sol para produzir e sustentar suas famílias e ter um pouco de sossego; ao invés de atacarem empresários que geram empregos, rendas e riquezas para o Brasil, ao invés de atacarem famílias trabalhadoras, mudem o foco e o grupo. Se não posso convencê-los a não praticarem crimes, ao menos tentarei desviar suas atenções para os inimigos e parasitas da sociedade e do povo. Observem os políticos, senhores bandidos. Percebam o quanto exploram e sangram a coletividade e os recursos coletivos. Pensem na quantidade de horas que eles trabalham e se é justo o que recebem todo mês, inclusive, acabaram de aumentar os próprios salários, ou seja, acabam de dobrar os próprios salários.

Aumentaram seus próprios salários em mais de 90%, enquanto o povo apodrece na miséria ganhando um salário mínimo. Eles, que trabalham pouco, irão ganhar cerca de R$ 24,000,00, enquanto o povo que trabalha muito e de sol a sol recebe apenas R$ 350,00. Eles, os políticos, aumentaram seus próprios salários em mais de R$ 12,000,00 e se recusam a aumentar o salário mínimo em mais de R$ 25,00.

Percebam, senhores bandidos, que a área política é um bom ramo para se explorar. Ainda mais agora que cada político vai levar para casa, todo mês, mais de R$ 150.000,00. Certamente, não estou contando o que eles roubam por fora, só o que roubam por dentro, na cara dura e na frente de todos.

Portanto, senhores bandidos, por que roubar, seqüestrar, extorquir, etc um empresário trabalhador que produz emprego e renda, se o senhor pode fazê-lo de quem parasita o país e rouba do povo. Use a sua atividade para uma finalidade social, para ajudar o povo a combater a corrupção e as falcatruas que sangram os recursos coletivos. Ataquem quem rouba o povo. Deixem em paz os trabalhadores que suam a camisa para produzir e ganhar. Roubem de quem rouba da coletividade. Ataquem quem ataca a coletividade.

Além disso, ladrão que rouba ladrão não merece prisão, sem contar que o povo vai se sentir vingado, pois saberá que os recursos furtados da coletividade não trouxe felicidade para os políticos parasitas, mas sim desgraça e violência.

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Mensagem aos ladrões, bandidos, seqüestradores, etc

Senhores bandidos, ao invés de atacarem pessoas de bem, que trabalham de sol a sol para produzir e sustentar suas famílias e ter um pouco de sossego; ao invés de atacarem empresários que geram empregos, rendas e riquezas para o Brasil, ao invés de atacarem famílias trabalhadoras, mudem o foco e o grupo. Se não posso convencê-los a não praticarem crimes, ao menos tentarei desviar suas atenções para os inimigos e parasitas da sociedade e do povo. Observem os políticos, senhores bandidos. Percebam o quanto exploram e sangram a coletividade e os recursos coletivos. Pensem na quantidade de horas que eles trabalham e se é justo o que recebem todo mês, inclusive, acabaram de aumentar os próprios salários, ou seja, acabam de dobrar os próprios salários.

Aumentaram seus próprios salários em mais de 90%, enquanto o povo apodrece na miséria ganhando um salário mínimo. Eles, que trabalham pouco, irão ganhar cerca de R$ 24,000,00, enquanto o povo que trabalha muito e de sol a sol recebe apenas R$ 350,00. Eles, os políticos, aumentaram seus próprios salários em mais de R$ 12,000,00 e se recusam a aumentar o salário mínimo em mais de R$ 25,00.

Percebam, senhores bandidos, que a área política é um bom ramo para se explorar. Ainda mais agora que cada político vai levar para casa, todo mês, mais de R$ 150.000,00. Certamente, não estou contando o que eles roubam por fora, só o que roubam por dentro, na cara dura e na frente de todos.

Portanto, senhores bandidos, por que roubar, seqüestrar, extorquir, etc um empresário trabalhador que produz emprego e renda, se o senhor pode fazê-lo de quem parasita o país e rouba do povo. Use a sua atividade para uma finalidade social, para ajudar o povo a combater a corrupção e as falcatruas que sangram os recursos coletivos. Ataquem quem rouba o povo. Deixem em paz os trabalhadores que suam a camisa para produzir e ganhar. Roubem de quem rouba da coletividade. Ataquem quem ataca a coletividade.

Além disso, ladrão que rouba ladrão não merece prisão, sem contar que o povo vai se sentir vingado, pois saberá que os recursos furtados da coletividade não trouxe felicidade para os políticos parasitas, mas sim desgraça e violência.

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Eu sou Leonildo Correa

O meu objetivo é claro

O meu trabalho tem o escopo de reduzir as desigualdades, as injustiças e a pobreza. A minha luta é contra a tirania e a opressão. A minha meta é criar oportunidades e disseminar a esperança.

O meu jeito de ser

Sou esquisito e sou excêntrico. Não penso com a maioria e nem sigo os seus rituais. Tenho métodos próprios de ação e um jeito peculiar de agir. Além disso, tenho objetivos claros, certos e determinados, ou seja, sei o que quero e onde pretendo chegar e, em função disso, planejo minhas ações e meus atos. Não dou ponto sem nó. Não sou caótico e nem levado pela maré. Sempre analiso o cenário que me cerca e busco descobrir as variáveis que o afetam, assim como procuro elementos capazes de controlar e manipular tais variáveis. Assim, para tudo eu tenho um plano e todas as minhas ações estão orientadas no sentido de viabilizar projetos e idéias maiores.

Enfim, tento descobrir meios que modifiquem o cenário ao meu redor, tornando-o favorável à realização de meus projetos e concretização de minhas idéias. Isso é essencial para o sucesso pessoal e profissional, pois possibilita, principalmente nos casos de ações futuras, a montagem de cenários ideais e receptíveis para a implementação de meus planos. Por exemplo, pretendo, um dia, ser Presidente da República e, para obter sucesso nesta empreitada, busco executar ações e plantar idéias que formarão o cenário ideal (ambiente adequado) para minha candidatura, inclusive afastando e enfraquecendo aqueles que irão se levantar contra este intento. Lembro, aos desavisados, que o mundo não é movido pela sorte, mas sim pela informação e pelo planejamento minucioso.

Eu sou Leonildo Correa

O meu objetivo é claro

O meu trabalho tem o escopo de reduzir as desigualdades, as injustiças e a pobreza. A minha luta é contra a tirania e a opressão. A minha meta é criar oportunidades e disseminar a esperança.

O meu jeito de ser

Sou esquisito e sou excêntrico. Não penso com a maioria e nem sigo os seus rituais. Tenho métodos próprios de ação e um jeito peculiar de agir. Além disso, tenho objetivos claros, certos e determinados, ou seja, sei o que quero e onde pretendo chegar e, em função disso, planejo minhas ações e meus atos. Não dou ponto sem nó. Não sou caótico e nem levado pela maré. Sempre analiso o cenário que me cerca e busco descobrir as variáveis que o afetam, assim como procuro elementos capazes de controlar e manipular tais variáveis. Assim, para tudo eu tenho um plano e todas as minhas ações estão orientadas no sentido de viabilizar projetos e idéias maiores.

Enfim, tento descobrir meios que modifiquem o cenário ao meu redor, tornando-o favorável à realização de meus projetos e concretização de minhas idéias. Isso é essencial para o sucesso pessoal e profissional, pois possibilita, principalmente nos casos de ações futuras, a montagem de cenários ideais e receptíveis para a implementação de meus planos. Por exemplo, pretendo, um dia, ser Presidente da República e, para obter sucesso nesta empreitada, busco executar ações e plantar idéias que formarão o cenário ideal (ambiente adequado) para minha candidatura, inclusive afastando e enfraquecendo aqueles que irão se levantar contra este intento. Lembro, aos desavisados, que o mundo não é movido pela sorte, mas sim pela informação e pelo planejamento minucioso.

A universidade pública hoje

A universidade pública, atualmente, é um centro de formação dos herdeiros dos grupos hegemônicos. Por isso, ela é indiferente aos problemas e às questões sociais e trabalha, quase exclusivamente, na reprodução dos instrumentos de opressão e dominação institucionalizados e vigentes na sociedade. Pior do que isso, esses instrumentos de dominação e controle são reelaborados e redesenhados, nas pesquisas científicas da universidade, para serem mais eficientes e mais lucrativos na exploração das classes excluídas pelos grupos dominantes. Assim, os temas de interesses sociais ou de interesse da maioria da população são relegados ao último plano, para não dizer censurados e arquivados, nos conselhos universitários.

Os alunos, graduandos das universidades públicas, tem um único objetivo, enquanto estão nos bancos universitários, encontrar um caminho rápido para o enriquecimento. Se não são ricos, querem ficar ricos. Se são ricos, querem ficar ainda mais ricos. Já os professores preferem buscar mecanismos que dobrem a renda pessoal e levem-nos rumo ao estrelato acadêmico de forma rápida e fácil. Quem não faz isso, quem não pensa assim, são excluídos do sistema, das bolsas e das pesquisas, pois ameaçam a "ordem que mascara a realidade e que manipula interesses: uma ordem que reinventa a moral sob o signo da necessidade e que caminha leve e inescrupulosamente com a hipocrisia, ou seja, que muda tudo para nada mudar."

Pior, pensar em problemas e questões sociais dentro da universidade pública, principalmente na USP, é caminhar para o insucesso acadêmico, pois ninguém está disposto a orientar pesquisas e estudos que versem sobre esses temas ou que possam repercutir socialmente. Por exemplo, não se estuda a criminalidade organizada nos presídios, a descriminalização das drogas, etc. Preferem perder tempo e dinheiro público produzindo "basura" intelectual.

Certamente, existem professores, pesquisadores, funcionários e alunos, assim como grupos de pesquisas, que lutam ferozmente e bravamente contra esse tipo de mentalidade e comportamento. Contudo, esses lutadores são minoria e como toda minoria são massacrados pelos imperialistas da universidade. Quando esses atores minoritários buscam verbas para pesquisas sociais recebem, logo no primeiro pedido, um não bem grande e ameaçador. Não há dinheiro para pesquisas e projetos que beneficiem a coletividade ou a maioria da população. Porém, sobram recursos para projetos que beneficiam empresas privadas.

Basta observar os movimentos de patenteamento de tecnologias desenvolvidas nas universidades públicas. Em nome de quem são registradas essas patentes, ou seja, quem é o dono da patente e quem ganha com a exploração dos produtos?

Inclusive, é pertinente citar aqui, eu fiz alguns projetos de pesquisa para estudar a criminalidade organizada nos presídios, outro para analisar a descriminalização das drogas, etc e fui devidamente ignorado pelos professores para os quais enviei tais projetos. Não há interesse em estudar essas questões ? Por que ? Por isso, eu decidi bancar sozinho essas pesquisas e, quando terminá-las, irei apresentá-las em universidades estrangeiras, ou seja, bem longe dos intelectuais macunaímas que povoam as universidades públicas brasileiras. Esse é o caminho mais rápido para se contornar o poder dos grupos dominantes que controlam, desvirtuam e parasitam as finalidades das universidades públicas.

Nesse contexto, os interesses sociais que deveriam ser perseguidos pela universidade pública, alimentada com recursos coletivos, são meros detalhes inconvenientes que devem ser esquecidos e ignorados. Assim, predomina dentro dessas instituições o pacto universitário dos parasitas macunaímas, ou seja, ninguém fala, trabalha ou cobra ações, pesquisas e interesses sociais ou coletivos no âmbito da universidade. Com isso, os problemas e as questões sociais são afastadas das políticas e pesquisas universitárias, sem ocasionar dor de consciência em ninguém. E se alguém de fora insinua algo sobre esse assunto, mudam logo de conversa então adotam a estratégia versátil: fazer uma exposição justificadora em linguagem arcaica, ou seja, explicar minuciosamente a questão sem dizer absolutamente nada. Essa última estratégia é muito utilizada pelo João Plenário no programa Praça é Nossa do SBT. Nas universidades públicas isso está em toda parte, principalmente nas salas de aulas.

Eu não defendo a destinação exclusiva de recursos públicos para pesquisas sociais. O que eu defendo é uma divisão igualitária desses recursos. Metade para tecnologia e metade para estudos sociais. Hoje mais de 80% dos recursos são destinados para tecnologia. Por que isso ? De que adianta ter tanta tecnologia e continuar imerso num mundo de violência, criminalidade e miséria.

Os docentes universitários, principalmente da USP, preferem orientar trabalhos de pouca relevância e repercussão social pois, assim, não são questionados em suas tarefas, ou seja, ganham dinheiro sem ter que mostrar resultados relevantes. Logo, ninguém vai observar a falta de qualidade, criatividade e a irrelevância do trabalho ou a repetição de coisas que já foram feitas em pesquisas de outras universidades, etc. Se não acredita no que estou dizendo, rastreie as pesquisas que estão sendo desenvolvidas hoje nas universidades públicas brasileiras, assim você vai verificar que 90% dessas pesquisas não servem para nada, são dinheiro público jogado no lixo, ou melhor, dinheiro público jogado no bolso dos pesquisadores e orientadores macunaímas, ou seja, a coletividade paga caro pela produção de basura intelectual.

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A universidade pública hoje

A universidade pública, atualmente, é um centro de formação dos herdeiros dos grupos hegemônicos. Por isso, ela é indiferente aos problemas e às questões sociais e trabalha, quase exclusivamente, na reprodução dos instrumentos de opressão e dominação institucionalizados e vigentes na sociedade. Pior do que isso, esses instrumentos de dominação e controle são reelaborados e redesenhados, nas pesquisas científicas da universidade, para serem mais eficientes e mais lucrativos na exploração das classes excluídas pelos grupos dominantes. Assim, os temas de interesses sociais ou de interesse da maioria da população são relegados ao último plano, para não dizer censurados e arquivados, nos conselhos universitários.

Os alunos, graduandos das universidades públicas, tem um único objetivo, enquanto estão nos bancos universitários, encontrar um caminho rápido para o enriquecimento. Se não são ricos, querem ficar ricos. Se são ricos, querem ficar ainda mais ricos. Já os professores preferem buscar mecanismos que dobrem a renda pessoal e levem-nos rumo ao estrelato acadêmico de forma rápida e fácil. Quem não faz isso, quem não pensa assim, são excluídos do sistema, das bolsas e das pesquisas, pois ameaçam a "ordem que mascara a realidade e que manipula interesses: uma ordem que reinventa a moral sob o signo da necessidade e que caminha leve e inescrupulosamente com a hipocrisia, ou seja, que muda tudo para nada mudar."

Pior, pensar em problemas e questões sociais dentro da universidade pública, principalmente na USP, é caminhar para o insucesso acadêmico, pois ninguém está disposto a orientar pesquisas e estudos que versem sobre esses temas ou que possam repercutir socialmente. Por exemplo, não se estuda a criminalidade organizada nos presídios, a descriminalização das drogas, etc. Preferem perder tempo e dinheiro público produzindo "basura" intelectual.

Certamente, existem professores, pesquisadores, funcionários e alunos, assim como grupos de pesquisas, que lutam ferozmente e bravamente contra esse tipo de mentalidade e comportamento. Contudo, esses lutadores são minoria e como toda minoria são massacrados pelos imperialistas da universidade. Quando esses atores minoritários buscam verbas para pesquisas sociais recebem, logo no primeiro pedido, um não bem grande e ameaçador. Não há dinheiro para pesquisas e projetos que beneficiem a coletividade ou a maioria da população. Porém, sobram recursos para projetos que beneficiam empresas privadas.

Basta observar os movimentos de patenteamento de tecnologias desenvolvidas nas universidades públicas. Em nome de quem são registradas essas patentes, ou seja, quem é o dono da patente e quem ganha com a exploração dos produtos?

Inclusive, é pertinente citar aqui, eu fiz alguns projetos de pesquisa para estudar a criminalidade organizada nos presídios, outro para analisar a descriminalização das drogas, etc e fui devidamente ignorado pelos professores para os quais enviei tais projetos. Não há interesse em estudar essas questões ? Por que ? Por isso, eu decidi bancar sozinho essas pesquisas e, quando terminá-las, irei apresentá-las em universidades estrangeiras, ou seja, bem longe dos intelectuais macunaímas que povoam as universidades públicas brasileiras. Esse é o caminho mais rápido para se contornar o poder dos grupos dominantes que controlam, desvirtuam e parasitam as finalidades das universidades públicas.

Nesse contexto, os interesses sociais que deveriam ser perseguidos pela universidade pública, alimentada com recursos coletivos, são meros detalhes inconvenientes que devem ser esquecidos e ignorados. Assim, predomina dentro dessas instituições o pacto universitário dos parasitas macunaímas, ou seja, ninguém fala, trabalha ou cobra ações, pesquisas e interesses sociais ou coletivos no âmbito da universidade. Com isso, os problemas e as questões sociais são afastadas das políticas e pesquisas universitárias, sem ocasionar dor de consciência em ninguém. E se alguém de fora insinua algo sobre esse assunto, mudam logo de conversa então adotam a estratégia versátil: fazer uma exposição justificadora em linguagem arcaica, ou seja, explicar minuciosamente a questão sem dizer absolutamente nada. Essa última estratégia é muito utilizada pelo João Plenário no programa Praça é Nossa do SBT. Nas universidades públicas isso está em toda parte, principalmente nas salas de aulas.

Eu não defendo a destinação exclusiva de recursos públicos para pesquisas sociais. O que eu defendo é uma divisão igualitária desses recursos. Metade para tecnologia e metade para estudos sociais. Hoje mais de 80% dos recursos são destinados para tecnologia. Por que isso ? De que adianta ter tanta tecnologia e continuar imerso num mundo de violência, criminalidade e miséria.

Os docentes universitários, principalmente da USP, preferem orientar trabalhos de pouca relevância e repercussão social pois, assim, não são questionados em suas tarefas, ou seja, ganham dinheiro sem ter que mostrar resultados relevantes. Logo, ninguém vai observar a falta de qualidade, criatividade e a irrelevância do trabalho ou a repetição de coisas que já foram feitas em pesquisas de outras universidades, etc. Se não acredita no que estou dizendo, rastreie as pesquisas que estão sendo desenvolvidas hoje nas universidades públicas brasileiras, assim você vai verificar que 90% dessas pesquisas não servem para nada, são dinheiro público jogado no lixo, ou melhor, dinheiro público jogado no bolso dos pesquisadores e orientadores macunaímas, ou seja, a coletividade paga caro pela produção de basura intelectual.

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domingo, 10 de dezembro de 2006

Os frutos de minhas palavras

Eu sou a esperança de muitos. Para muitos eu sou o escolhido para liderar a luta contra o sistema e contra os grupos dominantes, contudo, para outros não sou nada, não sou ninguém. Talvez apenas mais um, iguais a eles, que nasceu para servir ao sistema e aceitar as coisas como são. Mais um que nasceu para seguir ordens, normas e regras. Mais um que nasceu para acreditar na imutabilidade do sistema e de suas regras.

Nesse contexto é preciso diferenciar quem é quem, ou seja, quem são aqueles que acreditam e depositam suas esperanças em mim e quem são os outros, isto é, aqueles que me vêem apenas como um pacato cidadão.

Posso identificar esses grupos analisando o campo onde semeio as minhas palavras. Assim, as pessoas para as quais estou falando nesse momento e que estão lendo esse texto, não acreditam em mim, não acreditam nas minhas propostas, não acreditam nos meus projetos. Essas pessoas não me ouvem

O descrédito deriva do fato delas não precisarem de minha ação ou proteção. Elas não precisam da minha força e ousadia para terem esperança e fé. Mais do que isso, elas não precisam de esperança. Logo, não atribuem nenhum valor àquilo que eu digo e nem param para me ouvir. São pessoas bem protegidas. Cercadas por altos muros e vigiadas por seguranças particulares. São pessoas bem alimentadas. Comem três vezes ao dia ou então toda hora. Pessoas que tem moradia e um bom salário por mês. Nessa ceara e com essas pessoas as minhas palavras são meros grãos de poeira ao vento, palavras que não ressoam, não ecoam e não produzem frutos.

O meu público, as pessoas que me ouvem e acreditam em minhas ações e projetos, assim como aquelas que vêem em mim um raio de esperança, não lerão este texto, pois não tem acesso a internet. Talvez não tenham nem energia elétrica ou saibam ler. São pessoas que não tem voz e não tem nenhuma força diante da inexorabilidade do sistema. Pessoas que não aparecem como pessoas, mas sim como coisa, quando morrem e viram um amontoado de carne inanimada, aí sim elas aparecem na TV, nas estatísticas de homicídio do governo, no laudo de morte do inquérito policial. Fora disso são apenas mão-de-obra barata para o sistema, empregados e escravos dos grupos dominantes - faxineiros, motoristas, empregadas domésticas, jardineiros, lixeiros, etc.

A minha voz ecoa nas periferias, nas favelas e nos guetos. A minha voz retumba no reino do narcotráfico e dos narcotraficantes - as favelas, as periferias, etc. A minha se alastra como fogo na palha entre os excluídos, os oprimidos e os explorados. A minha voz é um alento entre as pessoas que pairam à beira do abismo e precisam de um raio de esperança para continuarem lutando e resistindo às injustiças, à opressão e à tirania do sistema.

A minha voz ecoa nesses lugares e entre essas pessoas porque eu falo em oportunidades e construo projetos que concretizam tais oportunidades. Porque eu falo em redução das desigualdades e construo projetos que visam reduzir as desigualdades. Porque eu falo em diminuição da pobreza e apresento projetos que afastam a pobreza das comunidades. Mais do que isso eu reúno e aglutino em meus projetos e em minhas ações todas as vozes que clamam por ajuda, proteção e esperança. Projetos e ações que serão construídos com a participação dessa gente e das comunidades, ou seja, terão o toque e a cara dos principais beneficiados. Isso porque meus projetos e minhas ações não são esmolas e nem caridade, mas programas de geração de oportunidades.

As pessoas que ouvem a minha voz e acreditam em meu projetos sempre conviveram com o dilema de ter de escolher entre estudar ou trabalhar para comer. Sempre tiveram que conviver com a ausência, com a falta de tudo, seja de bens materiais, seja de amparo emocional ou espiritual. Sobrevivem com o mínimo, o mínimo do salário mínimo. Pessoas que sempre viveram com migalhas e restos jogados fora pelo sistema, sejam os produtos de segunda, terceira ou última categoria, sejam as comidas recolhidas no lixo. Lixo para alguns, porém luxo e alimento para outros.

Entre essa gente desvalida e "desesperançada" a minha voz e o meu discurso rende frutos em abundância. Entre essa gente as minhas ações e os meus projetos são motivos de alegria e felicidade, pois representam um raio de esperança, um caminho para um futuro melhor, uma oportunidade para saírem da lama e alçarem vôo rumo uma vida melhor. Para essas pessoas os meus projetos, as minhas ações e os meus discursos geram esperanças e fé, pois visam criar oportunidades, sem distinções de quaisquer espécies e visando quem mais precisa de ajuda. Lembro que o Brasil é um país que tem muita gente que não tem nada. Contudo, não ter nada é um luxo para muitos, pois existem pessoas que, além de não terem nada, ainda devem tudo aquilo que porventura venham a ganhar.

Enfim, a minha voz ecoa entre os excluídos, os oprimidos e os explorados. E são esses cidadãos que irão formar um exército que marchará contra o sistema e contra a tirania e a opressão implantada pelos grupos dominantes.

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Os frutos de minhas palavras

Eu sou a esperança de muitos. Para muitos eu sou o escolhido para liderar a luta contra o sistema e contra os grupos dominantes, contudo, para outros não sou nada, não sou ninguém. Talvez apenas mais um, iguais a eles, que nasceu para servir ao sistema e aceitar as coisas como são. Mais um que nasceu para seguir ordens, normas e regras. Mais um que nasceu para acreditar na imutabilidade do sistema e de suas regras.

Nesse contexto é preciso diferenciar quem é quem, ou seja, quem são aqueles que acreditam e depositam suas esperanças em mim e quem são os outros, isto é, aqueles que me vêem apenas como um pacato cidadão.

Posso identificar esses grupos analisando o campo onde semeio as minhas palavras. Assim, as pessoas para as quais estou falando nesse momento e que estão lendo esse texto, não acreditam em mim, não acreditam nas minhas propostas, não acreditam nos meus projetos. Essas pessoas não me ouvem

O descrédito deriva do fato delas não precisarem de minha ação ou proteção. Elas não precisam da minha força e ousadia para terem esperança e fé. Mais do que isso, elas não precisam de esperança. Logo, não atribuem nenhum valor àquilo que eu digo e nem param para me ouvir. São pessoas bem protegidas. Cercadas por altos muros e vigiadas por seguranças particulares. São pessoas bem alimentadas. Comem três vezes ao dia ou então toda hora. Pessoas que tem moradia e um bom salário por mês. Nessa ceara e com essas pessoas as minhas palavras são meros grãos de poeira ao vento, palavras que não ressoam, não ecoam e não produzem frutos.

O meu público, as pessoas que me ouvem e acreditam em minhas ações e projetos, assim como aquelas que vêem em mim um raio de esperança, não lerão este texto, pois não tem acesso a internet. Talvez não tenham nem energia elétrica ou saibam ler. São pessoas que não tem voz e não tem nenhuma força diante da inexorabilidade do sistema. Pessoas que não aparecem como pessoas, mas sim como coisa, quando morrem e viram um amontoado de carne inanimada, aí sim elas aparecem na TV, nas estatísticas de homicídio do governo, no laudo de morte do inquérito policial. Fora disso são apenas mão-de-obra barata para o sistema, empregados e escravos dos grupos dominantes - faxineiros, motoristas, empregadas domésticas, jardineiros, lixeiros, etc.

A minha voz ecoa nas periferias, nas favelas e nos guetos. A minha voz retumba no reino do narcotráfico e dos narcotraficantes - as favelas, as periferias, etc. A minha se alastra como fogo na palha entre os excluídos, os oprimidos e os explorados. A minha voz é um alento entre as pessoas que pairam à beira do abismo e precisam de um raio de esperança para continuarem lutando e resistindo às injustiças, à opressão e à tirania do sistema.

A minha voz ecoa nesses lugares e entre essas pessoas porque eu falo em oportunidades e construo projetos que concretizam tais oportunidades. Porque eu falo em redução das desigualdades e construo projetos que visam reduzir as desigualdades. Porque eu falo em diminuição da pobreza e apresento projetos que afastam a pobreza das comunidades. Mais do que isso eu reúno e aglutino em meus projetos e em minhas ações todas as vozes que clamam por ajuda, proteção e esperança. Projetos e ações que serão construídos com a participação dessa gente e das comunidades, ou seja, terão o toque e a cara dos principais beneficiados. Isso porque meus projetos e minhas ações não são esmolas e nem caridade, mas programas de geração de oportunidades.

As pessoas que ouvem a minha voz e acreditam em meu projetos sempre conviveram com o dilema de ter de escolher entre estudar ou trabalhar para comer. Sempre tiveram que conviver com a ausência, com a falta de tudo, seja de bens materiais, seja de amparo emocional ou espiritual. Sobrevivem com o mínimo, o mínimo do salário mínimo. Pessoas que sempre viveram com migalhas e restos jogados fora pelo sistema, sejam os produtos de segunda, terceira ou última categoria, sejam as comidas recolhidas no lixo. Lixo para alguns, porém luxo e alimento para outros.

Entre essa gente desvalida e "desesperançada" a minha voz e o meu discurso rende frutos em abundância. Entre essa gente as minhas ações e os meus projetos são motivos de alegria e felicidade, pois representam um raio de esperança, um caminho para um futuro melhor, uma oportunidade para saírem da lama e alçarem vôo rumo uma vida melhor. Para essas pessoas os meus projetos, as minhas ações e os meus discursos geram esperanças e fé, pois visam criar oportunidades, sem distinções de quaisquer espécies e visando quem mais precisa de ajuda. Lembro que o Brasil é um país que tem muita gente que não tem nada. Contudo, não ter nada é um luxo para muitos, pois existem pessoas que, além de não terem nada, ainda devem tudo aquilo que porventura venham a ganhar.

Enfim, a minha voz ecoa entre os excluídos, os oprimidos e os explorados. E são esses cidadãos que irão formar um exército que marchará contra o sistema e contra a tirania e a opressão implantada pelos grupos dominantes.

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A pequena vendedora de fósforos

Era véspera de Natal. Fazia um frio intenso; já estava escurecendo e caía neve. Mas a despeito de todo o frio, e da neve, e da noite, que caía rapidamente, uma criança, uma menina descalça e de cabeça descoberta, vagava pelas ruas. Ela estava calçada quando saiu de casa, mas os chinelos eram muito grandes, pois eram os que a mãe usara, e escaparam-lhe dos pezinhos gelados quando atravessava correndo uma rua para fugir de dois carros que vinham em disparada.

Não pôde achar um dos chinelos e o outro apanhou-o um rapazinho, que saiu correndo, gritando que aquilo ia servir de berço aos seus filhos quando os tivesse. A menina continuou a andar, agora com os pés nus e gelados. Levava no avental velhinho uma porção de pacotes de fósforos. Tinha na mão uma caixinha: não conseguira vender uma só em todo o dia, e ninguém lhe dera uma esmola — nem um só cruzeiro.

Assim, morta de fome e de frio, ia se arrastando penosamente, vencida pelo cansaço e desânimo — a imagem viva da miséria.

Os flocos de neve caíam, pesados, sobre os lindos cachos louros que lhe emolduravam graciosamente o rosto; mas a menina nem dava por isso. Via, pelas janelas das casas, as luzes que brilhavam lá dentro. Sentia-se na rua um cheiro bom de pato assado — era a véspera de Natal —; isso sim, ela não esquecia.

Achou um canto, formado pela saliência de uma casa, e acocorou-se ali, com os pés encolhidos, para abrigá-los ao calor do corpo; mas cada vez sentia mais frio. Não se animava a voltar para casa, porque não tinha vendido uma única caixinha de fósforos, e não ganhara um vintém. Era certo que levaria algumas lambadas. Além disso, em sua casa fazia tanto frio como na rua, pois só havia o abrigo do telhado, e por ele entrava uivando o vento, apesar dos trapos e das palhas com que lhe tinham tapado as enormes frestas.

Tinha as mãozinhas tão geladas... estavam duras de frio. Quem sabe se acendendo um daqueles fósforos pequeninos sentiria algum calor? Se se animasse a tirar um ao menos da caixinha, e riscá-lo na parede para acendê-lo... Ritch!. Como estalou, e faiscou, antes de pegar fogo!

Deu uma chama quente, bem clara, e parecia mesmo uma vela quando ela o abrigou com a mão. E era uma vela esquisita aquela! Pareceu-lhe logo que estava sentada diante de uma grande estufa, de pés e maçanetas de bronze polido. Ardia nela um fogo magnífico, que espalhava suave calor. E a meninazinha ia estendendo os pés enregelados, para aquecê-los, e... tss! Apagou-se o clarão! Sumiu-se a estufa, tão quentinha, e ali ficou ela, no seu canto gelado, com um fósforo apagado na mão. Só via a parede escura e fria.

Riscou outro. Onde batia a luz, a parede tornava-se transparente como um véu, e ela via tudo lá dentro da sala. Estava posta a mesa. Sobre a toalha alvíssima via-se, fumegando entre toda aquela porcelana tão fina, um belo pato assado, recheado de maçãs e ameixas. Mas o melhor de tudo foi que o pato saltou do prato, e, com a faca ainda cravada nas costas, foi indo pelo assoalho direto à menina, que estava com tanta fome, e...

Mas — o que foi aquilo? No mesmo instante acabou-se o fósforo, e ela tornou a ver somente a parede nua e fria na noite escura. Riscou outro fósforo, e àquela luz resplandecente viu-se sentada debaixo de uma linda árvore de Natal! Oh! Era muito maior e mais ricamente decorada do que aquela que vira, naquele mesmo Natal, ao espiar pela porta de vidro da casa do negociante rico. Entre os galhos, milhares de velinhas. Estampas coloridas, como as que via nas vitrinas das lojas, olhavam para ela. A criança estendeu os braços diante de tantos esplendores, e então, então... apagou-se o fósforo. Todas as luzinhas da árvore de Natal foram subindo, subindo, mais alto, cada vez mais alto, e de repente ela viu que eram estrelas, que cintilavam no céu. Mas uma caiu, lá de cima, deixando uma esteira de poeira luminosa no caminho.

— Morreu alguém — disse a criança.

Porque sua avó, a única pessoa que a amara no mundo, e que já estava morta, lhe dizia sempre que, quando uma estrela desce, é que uma alma subiu para o céu.

Agora ela acendeu outro fósforo; e desta vez foi a avó quem lhe apareceu, a sua boa avó, sorridente e luminosa, no esplendor da luz.

— Vovó! — gritou a pobre menina. Leva-me contigo... Já sei que, quando o fósforo se apagar, tu vais desaparecer, como sumiram a estufa quente, o pato assado e a linda árvore de Natal!

E a coitadinha pôs-se a riscar na parede todos os fósforos da caixa, para que a avó não se desvanecesse. E eles ardiam com tamanho brilho, que parecia dia, e nunca ela vira a vovó tão grandiosa, nem tão bela! E ela tomou a neta nos braços, e voaram ambas, em um halo de luz e de alegria, mais alto, e mais alto, e mais longe... longe da Terra, para um lugar, lá em cima, onde não há mais frio, nem fome, nem sede, nem dor, nem medo, porque elas estavam, agora, no céu com Deus.

A luz fria da madrugada achou a menina sentada no canto, entre as casas, com as faces coradas e um sorriso de felicidade. Morta. Morta de frio, na noite de Natal.

A luz do Natal iluminou o pequenino corpo, ainda sentado no canto, com a mãozinha cheia de fósforos queimados.

— Sem dúvida, ela quis aquecer-se — diziam.

Mas... ninguém soube que lindas visões, que visões maravilhosas lhe povoaram os últimos momentos, nem com que júbilo tinha entrado com a avó nas glórias do Natal no Paraíso.

(Hans Christian Andersen — Contos escolhidos)

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A pequena vendedora de fósforos

Era véspera de Natal. Fazia um frio intenso; já estava escurecendo e caía neve. Mas a despeito de todo o frio, e da neve, e da noite, que caía rapidamente, uma criança, uma menina descalça e de cabeça descoberta, vagava pelas ruas. Ela estava calçada quando saiu de casa, mas os chinelos eram muito grandes, pois eram os que a mãe usara, e escaparam-lhe dos pezinhos gelados quando atravessava correndo uma rua para fugir de dois carros que vinham em disparada.

Não pôde achar um dos chinelos e o outro apanhou-o um rapazinho, que saiu correndo, gritando que aquilo ia servir de berço aos seus filhos quando os tivesse. A menina continuou a andar, agora com os pés nus e gelados. Levava no avental velhinho uma porção de pacotes de fósforos. Tinha na mão uma caixinha: não conseguira vender uma só em todo o dia, e ninguém lhe dera uma esmola — nem um só cruzeiro.

Assim, morta de fome e de frio, ia se arrastando penosamente, vencida pelo cansaço e desânimo — a imagem viva da miséria.

Os flocos de neve caíam, pesados, sobre os lindos cachos louros que lhe emolduravam graciosamente o rosto; mas a menina nem dava por isso. Via, pelas janelas das casas, as luzes que brilhavam lá dentro. Sentia-se na rua um cheiro bom de pato assado — era a véspera de Natal —; isso sim, ela não esquecia.

Achou um canto, formado pela saliência de uma casa, e acocorou-se ali, com os pés encolhidos, para abrigá-los ao calor do corpo; mas cada vez sentia mais frio. Não se animava a voltar para casa, porque não tinha vendido uma única caixinha de fósforos, e não ganhara um vintém. Era certo que levaria algumas lambadas. Além disso, em sua casa fazia tanto frio como na rua, pois só havia o abrigo do telhado, e por ele entrava uivando o vento, apesar dos trapos e das palhas com que lhe tinham tapado as enormes frestas.

Tinha as mãozinhas tão geladas... estavam duras de frio. Quem sabe se acendendo um daqueles fósforos pequeninos sentiria algum calor? Se se animasse a tirar um ao menos da caixinha, e riscá-lo na parede para acendê-lo... Ritch!. Como estalou, e faiscou, antes de pegar fogo!

Deu uma chama quente, bem clara, e parecia mesmo uma vela quando ela o abrigou com a mão. E era uma vela esquisita aquela! Pareceu-lhe logo que estava sentada diante de uma grande estufa, de pés e maçanetas de bronze polido. Ardia nela um fogo magnífico, que espalhava suave calor. E a meninazinha ia estendendo os pés enregelados, para aquecê-los, e... tss! Apagou-se o clarão! Sumiu-se a estufa, tão quentinha, e ali ficou ela, no seu canto gelado, com um fósforo apagado na mão. Só via a parede escura e fria.

Riscou outro. Onde batia a luz, a parede tornava-se transparente como um véu, e ela via tudo lá dentro da sala. Estava posta a mesa. Sobre a toalha alvíssima via-se, fumegando entre toda aquela porcelana tão fina, um belo pato assado, recheado de maçãs e ameixas. Mas o melhor de tudo foi que o pato saltou do prato, e, com a faca ainda cravada nas costas, foi indo pelo assoalho direto à menina, que estava com tanta fome, e...

Mas — o que foi aquilo? No mesmo instante acabou-se o fósforo, e ela tornou a ver somente a parede nua e fria na noite escura. Riscou outro fósforo, e àquela luz resplandecente viu-se sentada debaixo de uma linda árvore de Natal! Oh! Era muito maior e mais ricamente decorada do que aquela que vira, naquele mesmo Natal, ao espiar pela porta de vidro da casa do negociante rico. Entre os galhos, milhares de velinhas. Estampas coloridas, como as que via nas vitrinas das lojas, olhavam para ela. A criança estendeu os braços diante de tantos esplendores, e então, então... apagou-se o fósforo. Todas as luzinhas da árvore de Natal foram subindo, subindo, mais alto, cada vez mais alto, e de repente ela viu que eram estrelas, que cintilavam no céu. Mas uma caiu, lá de cima, deixando uma esteira de poeira luminosa no caminho.

— Morreu alguém — disse a criança.

Porque sua avó, a única pessoa que a amara no mundo, e que já estava morta, lhe dizia sempre que, quando uma estrela desce, é que uma alma subiu para o céu.

Agora ela acendeu outro fósforo; e desta vez foi a avó quem lhe apareceu, a sua boa avó, sorridente e luminosa, no esplendor da luz.

— Vovó! — gritou a pobre menina. Leva-me contigo... Já sei que, quando o fósforo se apagar, tu vais desaparecer, como sumiram a estufa quente, o pato assado e a linda árvore de Natal!

E a coitadinha pôs-se a riscar na parede todos os fósforos da caixa, para que a avó não se desvanecesse. E eles ardiam com tamanho brilho, que parecia dia, e nunca ela vira a vovó tão grandiosa, nem tão bela! E ela tomou a neta nos braços, e voaram ambas, em um halo de luz e de alegria, mais alto, e mais alto, e mais longe... longe da Terra, para um lugar, lá em cima, onde não há mais frio, nem fome, nem sede, nem dor, nem medo, porque elas estavam, agora, no céu com Deus.

A luz fria da madrugada achou a menina sentada no canto, entre as casas, com as faces coradas e um sorriso de felicidade. Morta. Morta de frio, na noite de Natal.

A luz do Natal iluminou o pequenino corpo, ainda sentado no canto, com a mãozinha cheia de fósforos queimados.

— Sem dúvida, ela quis aquecer-se — diziam.

Mas... ninguém soube que lindas visões, que visões maravilhosas lhe povoaram os últimos momentos, nem com que júbilo tinha entrado com a avó nas glórias do Natal no Paraíso.

(Hans Christian Andersen — Contos escolhidos)

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