sábado, 25 de agosto de 2007

Privilégios, mimos e mordomias estatais
O prefeito de Nova York anda de metrô. Por que nossas autoridades não andam nas ruas?


Em haia, holanda, pedalando entre uma reunião e outra, passamos, meu amigo holandês e eu, por um ciclista que falava ao celular. Meu amigo me informou então que se tratava do ministro da Justiça em pessoa, e comentou em seguida: “Isso é muito perigoso... Andar de bicicleta e falar ao celular. Ele deveria parar ou pelo menos reduzir a velocidade”. E, para minha estupefação, arrematou: “Qualquer criança aprende na escola que falar ao celular enquanto pedala é ainda mais perigoso que dirigindo um carro”.

Tentando me refazer do choque cultural, fiquei refletindo sobre o estranho senso comum daquele pequeno país que, apesar de ter um décimo da população do Brasil, tem um PIB encostado no nosso e uma lista de 17 agraciados com o Prêmio Nobel. Com meu senso comum de brasileiro, ponderei a meu amigo holandês que o verdadeiro perigo era uma autoridade de tal estatura se expor em público, daquela forma, em tempos de terror mundial. E, como argumento final, acrescentei vitorioso: “Eu mesmo posso acertá-lo daqui com uma pedrada”.

“Certamente você pode. Entretanto, é importante em nosso senso de democracia que nossos representantes eleitos sejam vistos como parte do cotidiano das pessoas comuns. Isso tem um sentido de manter nossos representantes conectados com seus concidadãos, e vice-versa.” Calei minha boca e fiquei refletindo sobre a democracia brasileira.

Em nosso país, ocorre uma perversão estrutural de nossa representação democrática que considero muito mais extensa e danosa que a corrupção: o sistemático descolamento de nossos representantes do cotidiano da sociedade. Falta um José Serra fazendo feira, ou um Aécio Neves no supermercado, como fazem seus colegas parlamentares israelenses, que se misturam aos cidadãos, mesmo vivendo em estado de guerra. Ou Cesar Maia andando de metrô, como faz seu colega bilionário e atual prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Já imaginou uma Marta Suplicy tomando ônibus como qualquer parlamentar britânico? Um Nelson Jobim registrando queixa de assalto numa delegacia comum? Sem chance. E se eles forem clientes de serviços públicos, como escolas e hospitais? Nem pensar.
O prefeito de Nova York anda de metrô. Por que nossas autoridades não andam nas ruas?

Uma vez tendo ascendido ao olimpo chapa-branca, todos se transformam nos “doutores”, servidos por carros oficiais, motoristas, secretárias, seguranças e copeiros pagos pelo contribuinte. Um território blindado, cheio de mimos, mordomias e foros privilegiados, que os mantém isolados de nossas angústias e ansiedades de clientes do Estado.

O mais grave é que, mesmo nossos representantes egressos de setores populares, como o presidente Lula ou a ministra Marina Silva, não esboçam nenhuma tentativa de produzir uma ruptura do padrão dominante. Nossa ex-ministra, senadora e governadora do Rio de Janeiro Benedita da Silva fez campanha usando o slogan “Mulher, negra, pobre e favelada”. No entanto, todos eles, uma vez eleitos, se desmaterializam do espaço cotidiano dos simples mortais.

Semelhante desconexão da classe política do contexto cotidiano de seus concidadãos só encontra similar em países africanos e em alguns de nossos vizinhos latino-americanos. Essa síndrome de descolamento anticidadão afeta homens e mulheres que ocupam mais de 100 mil postos públicos pelo país, ou gravitam em torno deles. Isso está na raiz de nossos problemas como sociedade. Não é algo que se resolva com a melhora da distribuição de renda. Tampouco com aceleração de crescimento econômico. Mas não sou dos que acreditam que essa é nossa natureza. Que estamos condenados a ser assim. Um bom começo pode ser um movimento cívico pelo fim do foro privilegiado.
Privilégios, mimos e mordomias estatais
O prefeito de Nova York anda de metrô. Por que nossas autoridades não andam nas ruas?


Em haia, holanda, pedalando entre uma reunião e outra, passamos, meu amigo holandês e eu, por um ciclista que falava ao celular. Meu amigo me informou então que se tratava do ministro da Justiça em pessoa, e comentou em seguida: “Isso é muito perigoso... Andar de bicicleta e falar ao celular. Ele deveria parar ou pelo menos reduzir a velocidade”. E, para minha estupefação, arrematou: “Qualquer criança aprende na escola que falar ao celular enquanto pedala é ainda mais perigoso que dirigindo um carro”.

Tentando me refazer do choque cultural, fiquei refletindo sobre o estranho senso comum daquele pequeno país que, apesar de ter um décimo da população do Brasil, tem um PIB encostado no nosso e uma lista de 17 agraciados com o Prêmio Nobel. Com meu senso comum de brasileiro, ponderei a meu amigo holandês que o verdadeiro perigo era uma autoridade de tal estatura se expor em público, daquela forma, em tempos de terror mundial. E, como argumento final, acrescentei vitorioso: “Eu mesmo posso acertá-lo daqui com uma pedrada”.

“Certamente você pode. Entretanto, é importante em nosso senso de democracia que nossos representantes eleitos sejam vistos como parte do cotidiano das pessoas comuns. Isso tem um sentido de manter nossos representantes conectados com seus concidadãos, e vice-versa.” Calei minha boca e fiquei refletindo sobre a democracia brasileira.

Em nosso país, ocorre uma perversão estrutural de nossa representação democrática que considero muito mais extensa e danosa que a corrupção: o sistemático descolamento de nossos representantes do cotidiano da sociedade. Falta um José Serra fazendo feira, ou um Aécio Neves no supermercado, como fazem seus colegas parlamentares israelenses, que se misturam aos cidadãos, mesmo vivendo em estado de guerra. Ou Cesar Maia andando de metrô, como faz seu colega bilionário e atual prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Já imaginou uma Marta Suplicy tomando ônibus como qualquer parlamentar britânico? Um Nelson Jobim registrando queixa de assalto numa delegacia comum? Sem chance. E se eles forem clientes de serviços públicos, como escolas e hospitais? Nem pensar.
O prefeito de Nova York anda de metrô. Por que nossas autoridades não andam nas ruas?

Uma vez tendo ascendido ao olimpo chapa-branca, todos se transformam nos “doutores”, servidos por carros oficiais, motoristas, secretárias, seguranças e copeiros pagos pelo contribuinte. Um território blindado, cheio de mimos, mordomias e foros privilegiados, que os mantém isolados de nossas angústias e ansiedades de clientes do Estado.

O mais grave é que, mesmo nossos representantes egressos de setores populares, como o presidente Lula ou a ministra Marina Silva, não esboçam nenhuma tentativa de produzir uma ruptura do padrão dominante. Nossa ex-ministra, senadora e governadora do Rio de Janeiro Benedita da Silva fez campanha usando o slogan “Mulher, negra, pobre e favelada”. No entanto, todos eles, uma vez eleitos, se desmaterializam do espaço cotidiano dos simples mortais.

Semelhante desconexão da classe política do contexto cotidiano de seus concidadãos só encontra similar em países africanos e em alguns de nossos vizinhos latino-americanos. Essa síndrome de descolamento anticidadão afeta homens e mulheres que ocupam mais de 100 mil postos públicos pelo país, ou gravitam em torno deles. Isso está na raiz de nossos problemas como sociedade. Não é algo que se resolva com a melhora da distribuição de renda. Tampouco com aceleração de crescimento econômico. Mas não sou dos que acreditam que essa é nossa natureza. Que estamos condenados a ser assim. Um bom começo pode ser um movimento cívico pelo fim do foro privilegiado.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Operação abafa para salvar o Renan

Precisamos criar um comando 3C - Comando de Caça a Corrupto, pois o fim da corrupção na política e na administração pública somente será alcançado quando nós cidadãos começarmos a agir pessoalmente, ou em movimentos coletivos, contra os vagabundos. Temos que ir atrás deles, descobrir onde esconderam o dinheiro e pegar tudo de volta, incluindo juros e correção monetária. Os corruptos jamais acabarão com a corrupção. Esperar que isso aconteça é uma estupidez.

Vejam o caso do Renan: o corporativismo da corrupção vai tentar abafar tudo. Se isso ocorrer só há uma coisa a fazer: partir com tudo pra cima do Senado e dos Senadores. O povo é idiota, mas não tanto e o abuso destes vagabundos está ultrapassando todos os limites.

Senador conta com oposicionistas para se salvar

Estadão Online - 23/08/07 --

Segundo cálculos de Renan, alguns senadores do DEM e do PSDB votariam por absolvê-lo

Expedito Filho e Marcelo de Moraes

Brasília - Uma operação-abafa, envolvendo número expressivo dos senadores oposicionistas, vem sendo articulada para salvar o mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros ( PMDB-AL). Investigado por supostamente permitir que a empreiteira Mendes Júnior pagasse despesas pessoais, Renan já contabiliza a seu favor não apenas votos da base governista. Pelo menos sete senadores do DEM e alguns tucanos estariam dispostos a votar por sua absolvição.

O próprio Renan confidenciou a aliados que já tem o número de votos necessários para evitar a cassação em plenário. A lista de senadores do DEM que estariam dispostos a não cassar Renan inclui Romeu Tuma (SP), Edison Lobão (MA), Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA), César Borges (BA), Heráclito Fortes (PI), Adelmir Santana (DF) e Maria do Carmo Alves (SE).

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), chegou a ser advertido por colegas de partido pelo excesso de cordialidade demonstrada a favor do presidente do Senado e também é apontado como um provável voto pró-Renan.

Um dos primeiros a perceber o movimento foi o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), que estranhou a mudança de comportamento de tucanos, em reunião da Mesa Diretora, que acabou absolvendo Gim Argello (PTB-DF). “O PSDB mudou o comportamento e agora deve apoiar Renan”, revelou Viana a um amigo.

Entre os tucanos, o movimento contra a cassação teria sido detonado por ordem de um governador do partido. Como a votação que definirá o destino de Renan será pelo voto secreto, senadores tucanos dão declarações públicas pela cassação, mas nos bastidores já teriam se comprometido a socorrê-lo. “Isso é mentira. O PSDB votará pela cassação”, garante o senador Tasso Jereissati (CE), presidente do partido.

Por ironia, a maior preocupação de Renan é com o PMDB, onde quatro senadores estão dispostos a não apoiá-lo. Pelo menos três sonham em ocupar seu posto. Nesse grupo estariam os senadores Jarbas Vasconcelos (PE), Gerson Camata (ES) e Mão Santa (PI). Sem a mesma ambição, Pedro Simon (RS) votaria pela cassação.

Essas defecções seriam neutralizadas pelo apoio expressivo dos oposicionistas. As contas e promessas veladas de votos estão até aqui protegidas por um sigilo quase de alcova. E é com a força desse silêncio que o presidente do Senado pretende se manter no posto.

Ontem, os aliados de Renan comemoraram também o resultado do laudo oficial da Polícia Federal, entregue aos três relatores que analisam seu caso no Conselho de Ética. Para o grupo de Renan, o laudo sustentaria que ele não cometeu nenhuma fraude, desvio de recursos ou falsificação de documentos. No máximo, abriria lacunas para alguma explicação. Segundo seus aliados, com esse laudo, senadores que querem absolver Renan teriam argumentos para sustentar suas posições.

Sobre o empréstimo feito a Renan pela locadora de automóveis de seu primo, Tito Uchôa, revelado pelo laudo, seu aliado, Waldir Raupp (RO), líder do PMDB no Senado, diz que não significa problema. “Foi um empréstimo normal.”

Operação abafa para salvar o Renan

Precisamos criar um comando 3C - Comando de Caça a Corrupto, pois o fim da corrupção na política e na administração pública somente será alcançado quando nós cidadãos começarmos a agir pessoalmente, ou em movimentos coletivos, contra os vagabundos. Temos que ir atrás deles, descobrir onde esconderam o dinheiro e pegar tudo de volta, incluindo juros e correção monetária. Os corruptos jamais acabarão com a corrupção. Esperar que isso aconteça é uma estupidez.

Vejam o caso do Renan: o corporativismo da corrupção vai tentar abafar tudo. Se isso ocorrer só há uma coisa a fazer: partir com tudo pra cima do Senado e dos Senadores. O povo é idiota, mas não tanto e o abuso destes vagabundos está ultrapassando todos os limites.

Senador conta com oposicionistas para se salvar

Estadão Online - 23/08/07 --

Segundo cálculos de Renan, alguns senadores do DEM e do PSDB votariam por absolvê-lo

Expedito Filho e Marcelo de Moraes

Brasília - Uma operação-abafa, envolvendo número expressivo dos senadores oposicionistas, vem sendo articulada para salvar o mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros ( PMDB-AL). Investigado por supostamente permitir que a empreiteira Mendes Júnior pagasse despesas pessoais, Renan já contabiliza a seu favor não apenas votos da base governista. Pelo menos sete senadores do DEM e alguns tucanos estariam dispostos a votar por sua absolvição.

O próprio Renan confidenciou a aliados que já tem o número de votos necessários para evitar a cassação em plenário. A lista de senadores do DEM que estariam dispostos a não cassar Renan inclui Romeu Tuma (SP), Edison Lobão (MA), Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA), César Borges (BA), Heráclito Fortes (PI), Adelmir Santana (DF) e Maria do Carmo Alves (SE).

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), chegou a ser advertido por colegas de partido pelo excesso de cordialidade demonstrada a favor do presidente do Senado e também é apontado como um provável voto pró-Renan.

Um dos primeiros a perceber o movimento foi o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), que estranhou a mudança de comportamento de tucanos, em reunião da Mesa Diretora, que acabou absolvendo Gim Argello (PTB-DF). “O PSDB mudou o comportamento e agora deve apoiar Renan”, revelou Viana a um amigo.

Entre os tucanos, o movimento contra a cassação teria sido detonado por ordem de um governador do partido. Como a votação que definirá o destino de Renan será pelo voto secreto, senadores tucanos dão declarações públicas pela cassação, mas nos bastidores já teriam se comprometido a socorrê-lo. “Isso é mentira. O PSDB votará pela cassação”, garante o senador Tasso Jereissati (CE), presidente do partido.

Por ironia, a maior preocupação de Renan é com o PMDB, onde quatro senadores estão dispostos a não apoiá-lo. Pelo menos três sonham em ocupar seu posto. Nesse grupo estariam os senadores Jarbas Vasconcelos (PE), Gerson Camata (ES) e Mão Santa (PI). Sem a mesma ambição, Pedro Simon (RS) votaria pela cassação.

Essas defecções seriam neutralizadas pelo apoio expressivo dos oposicionistas. As contas e promessas veladas de votos estão até aqui protegidas por um sigilo quase de alcova. E é com a força desse silêncio que o presidente do Senado pretende se manter no posto.

Ontem, os aliados de Renan comemoraram também o resultado do laudo oficial da Polícia Federal, entregue aos três relatores que analisam seu caso no Conselho de Ética. Para o grupo de Renan, o laudo sustentaria que ele não cometeu nenhuma fraude, desvio de recursos ou falsificação de documentos. No máximo, abriria lacunas para alguma explicação. Segundo seus aliados, com esse laudo, senadores que querem absolver Renan teriam argumentos para sustentar suas posições.

Sobre o empréstimo feito a Renan pela locadora de automóveis de seu primo, Tito Uchôa, revelado pelo laudo, seu aliado, Waldir Raupp (RO), líder do PMDB no Senado, diz que não significa problema. “Foi um empréstimo normal.”

domingo, 19 de agosto de 2007

Analisando o texto abaixo, você consegue ver a importância do Projeto OCW-USP para o Brasil ?

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O elitismo do ensino superior

O IBGE divulgou neste mês, na Síntese dos Indicadores Sociais, um dado inédito que ajuda a entender o perfil do estudante que consegue chegar na universidade pública.

Pela primeira vez, o instituto pesquisou o perfil socioeconômico do universitário de instituições públicas.

O resultado confirma o que já se sabia: a maioria dos estudantes (60%) dessas instituições pertencem à camada dos 20% mais ricos da população brasileira.

Entre os 20% mais pobres, apenas 3,4% estão representados nas universidades públicas.

Esses números não deixam dúvida quanto ao caráter elitista da universidade pública. No entanto, sua análise fora de contexto pode levar a conclusões simplistas.

Infelizmente, o IBGE não fez o cálculo do perfil socioeconômico dos alunos das universidades privadas. A pergunta que deveríamos nos fazer é: a universidade particular é mais ou menos elitista do que a pública?

Os números do IBGE não permitem obter essa resposta. No entanto, uma pesquisa já citada muitas vezes nesta coluna, do sociólogo Simon Schwartzman, mostra que o ensino superior como um todo é elitista.

Schwartzman fez o mesmo cálculo com base na Pnad de 1999, quando não era possível separar a rede pública da particular nas análises dos resultados. Sabemos, no entanto, que 70% dos estudantes do ensino superior brasileiro estão na rede privada.

Sabemos também, a partir dos estudos de Schwartzman, que os estudantes que pertenciam aos 20% mais ricos ocupavam 71% das vagas de todo o ensino superior em 1999.

Esse dado não deixa dúvida: não é só a universidade pública que é elitista. Esse é um problema de todo o sistema, e não apenas das instituições mantidas com o nosso dinheiro.

Os dados do IBGE também mostram outra faceta desse elitismo. É comum ouvir o argumento de que o problema do elitismo nas nossas universidades não é delas, mas sim do ensino médio. Em outras palavras, as universidades - públicas ou particulares - receberiam os alunos mais ricos porque o filtro social aconteceria mais cedo, no ensino médio, porque muitos estudantes pobres não conseguiriam completar o ensino médio, condição fundamental para entrar na universidade.

O IBGE mostra que essa afirmação é uma meia verdade.

Do ensino fundamental para o ensino médio, é inegável que existe um filtro social e que muitos estudantes pobres ficam pelo caminho. Na faixa etária de 7 a 14 anos, todas as faixas de renda pesquisadas, da mais pobre à mais rica, a taxa de frequência escolar é superior a 90%.

Dos 15 aos 17, essa taxa já começa a variar. Entre os 20% mais pobres, 71% estudam. Entre os 20% mais ricos, 94% estudam. Isso mostra que os pobres começam a abandonar o estudo mais cedo, mas nenhum filtro é tão elitista quanto o dos vestibulares.

É na passagem do ensino médio para o ensino superior que as estatísticas mostram que ocorre a maior elitização. Provavelmente, em qualquer lugar do mundo as universidades acabam atraindo os alunos mais ricos. No caso do Brasil, no entanto, os dados deixam claro que essa elitização é mais perversa.

É por isso que é tão importante discutir sobre temas como cotas, aumento de vagas nas universidades públicas, bolsas de estudo, financiamento, cursos para carentes ou qualquer outra proposta com o objetivo de aumentar o acesso dos pobres à universidade, incluindo a mais do que óbvia necessidade de melhorar a qualidade do ensino dado aos mais pobres.
Analisando o texto abaixo, você consegue ver a importância do Projeto OCW-USP para o Brasil ?

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O elitismo do ensino superior

O IBGE divulgou neste mês, na Síntese dos Indicadores Sociais, um dado inédito que ajuda a entender o perfil do estudante que consegue chegar na universidade pública.

Pela primeira vez, o instituto pesquisou o perfil socioeconômico do universitário de instituições públicas.

O resultado confirma o que já se sabia: a maioria dos estudantes (60%) dessas instituições pertencem à camada dos 20% mais ricos da população brasileira.

Entre os 20% mais pobres, apenas 3,4% estão representados nas universidades públicas.

Esses números não deixam dúvida quanto ao caráter elitista da universidade pública. No entanto, sua análise fora de contexto pode levar a conclusões simplistas.

Infelizmente, o IBGE não fez o cálculo do perfil socioeconômico dos alunos das universidades privadas. A pergunta que deveríamos nos fazer é: a universidade particular é mais ou menos elitista do que a pública?

Os números do IBGE não permitem obter essa resposta. No entanto, uma pesquisa já citada muitas vezes nesta coluna, do sociólogo Simon Schwartzman, mostra que o ensino superior como um todo é elitista.

Schwartzman fez o mesmo cálculo com base na Pnad de 1999, quando não era possível separar a rede pública da particular nas análises dos resultados. Sabemos, no entanto, que 70% dos estudantes do ensino superior brasileiro estão na rede privada.

Sabemos também, a partir dos estudos de Schwartzman, que os estudantes que pertenciam aos 20% mais ricos ocupavam 71% das vagas de todo o ensino superior em 1999.

Esse dado não deixa dúvida: não é só a universidade pública que é elitista. Esse é um problema de todo o sistema, e não apenas das instituições mantidas com o nosso dinheiro.

Os dados do IBGE também mostram outra faceta desse elitismo. É comum ouvir o argumento de que o problema do elitismo nas nossas universidades não é delas, mas sim do ensino médio. Em outras palavras, as universidades - públicas ou particulares - receberiam os alunos mais ricos porque o filtro social aconteceria mais cedo, no ensino médio, porque muitos estudantes pobres não conseguiriam completar o ensino médio, condição fundamental para entrar na universidade.

O IBGE mostra que essa afirmação é uma meia verdade.

Do ensino fundamental para o ensino médio, é inegável que existe um filtro social e que muitos estudantes pobres ficam pelo caminho. Na faixa etária de 7 a 14 anos, todas as faixas de renda pesquisadas, da mais pobre à mais rica, a taxa de frequência escolar é superior a 90%.

Dos 15 aos 17, essa taxa já começa a variar. Entre os 20% mais pobres, 71% estudam. Entre os 20% mais ricos, 94% estudam. Isso mostra que os pobres começam a abandonar o estudo mais cedo, mas nenhum filtro é tão elitista quanto o dos vestibulares.

É na passagem do ensino médio para o ensino superior que as estatísticas mostram que ocorre a maior elitização. Provavelmente, em qualquer lugar do mundo as universidades acabam atraindo os alunos mais ricos. No caso do Brasil, no entanto, os dados deixam claro que essa elitização é mais perversa.

É por isso que é tão importante discutir sobre temas como cotas, aumento de vagas nas universidades públicas, bolsas de estudo, financiamento, cursos para carentes ou qualquer outra proposta com o objetivo de aumentar o acesso dos pobres à universidade, incluindo a mais do que óbvia necessidade de melhorar a qualidade do ensino dado aos mais pobres.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Superdotação e Talento

Leonildo Correa -- 2004

De acordo com Souza (2002) uma criança que tem QI (Quociente de Inteligência) em torno de 140 aproveita apenas 50% de uma aula comum, ou seja, o resto do tempo é utilizado numa espera tediosa de repetição do óbvio. Já uma criança com QI de 170 praticamente nada aproveita das aulas normais.
---------
Einstein teve uma infância difícil, não gostava da escola e entrou na lista dos repetentes. Outro gênio, o pintor holandês Van Gogh padeceu de desajustes psicológicos, assim como o matemático francês Pascal, que aos sete anos já fazia cálculos. Os exemplos são extremos, mas servem de alerta aos pais de crianças com talentos ou aproveitamento escolar excepcionais para sua idade e dificuldades de adaptação social. Essa combinação de sinais pode esconder a face de um superdotado, que requer atenção e cuidados especiais, talvez até eventual acompanhamento terapêutico.
------------
A criança superdotada caracteriza-se por ser mais rápida do que as outras, com ou sem o professor; por questionar informações e conceitos, discordando do que foi passado e do nivel da informação recebida e sempre tendo uma postura crítica e de julgamento, não aceitando e nem reconhecendo a função da escola e do professor, uma vez que se coloca no mesmo nivel que ele. Revela extensão de informações nas diversas áreas. Apresenta independência no trabalho e no estudo. Enfrenta situações conflituosas em trabalhos de grupo, pois seu conhecimento e visão se encontram acima dos colegas e isto não é aceito por eles. Provavelmente continuará opondo-se a ordens, normas, disciplina e diretrizes.

Trabalho realizado em 2004 -- Texto completo

Superdotação e Talento

Leonildo Correa -- 2004

De acordo com Souza (2002) uma criança que tem QI (Quociente de Inteligência) em torno de 140 aproveita apenas 50% de uma aula comum, ou seja, o resto do tempo é utilizado numa espera tediosa de repetição do óbvio. Já uma criança com QI de 170 praticamente nada aproveita das aulas normais.
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Einstein teve uma infância difícil, não gostava da escola e entrou na lista dos repetentes. Outro gênio, o pintor holandês Van Gogh padeceu de desajustes psicológicos, assim como o matemático francês Pascal, que aos sete anos já fazia cálculos. Os exemplos são extremos, mas servem de alerta aos pais de crianças com talentos ou aproveitamento escolar excepcionais para sua idade e dificuldades de adaptação social. Essa combinação de sinais pode esconder a face de um superdotado, que requer atenção e cuidados especiais, talvez até eventual acompanhamento terapêutico.
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A criança superdotada caracteriza-se por ser mais rápida do que as outras, com ou sem o professor; por questionar informações e conceitos, discordando do que foi passado e do nivel da informação recebida e sempre tendo uma postura crítica e de julgamento, não aceitando e nem reconhecendo a função da escola e do professor, uma vez que se coloca no mesmo nivel que ele. Revela extensão de informações nas diversas áreas. Apresenta independência no trabalho e no estudo. Enfrenta situações conflituosas em trabalhos de grupo, pois seu conhecimento e visão se encontram acima dos colegas e isto não é aceito por eles. Provavelmente continuará opondo-se a ordens, normas, disciplina e diretrizes.

Trabalho realizado em 2004 -- Texto completo

terça-feira, 14 de agosto de 2007

O Renan e a criminalidade organizada dentro do Senado

Leonildo Correa - 14/08/2007

Um dos métodos mais utilizados pela criminalidade organizada é a chantagem. Geralmente chantageiam para extorquir dinheiro, mas, além disso, também usam a chantagem para calar testemunhas, influenciar juízes e paralisar o Ministério Público e a Polícia. Descobre-se os podres de quem está atacando e monta-se um dossiê com os detalhes e as provas. Em seguida emite um aviso: "Ou calam a boca ou o dossiê vai para imprensa". Esse método é infalível. Todos os ramos da criminalidade organizada o utiliza: Cosa Nostra, Máfia Chinesa, Yakusa, Máfia Russa, os Cartéis Colombianos, o PCC, o Comando Vermelho, etc. E agora, também o Renan. O Senado está nas mãos do Renan, pois o Renan tem dossiês contra a maioria dos Senadores.

Portanto, o Renan pode falar: "Senador X faça a dança da bundinha". Se o Senador falar não, o Renan retruca: "Olha o dossiêêêêêê !!!! Vou publicar..." Na hora o Senador vai na tribuna e faz a dança da bundinha. E de lá da frente o Renan grita: "Senadora Y, quero ver a dança da garrafa !!! E a Senadora retruca: " Mas Renan...". E o Presidente do Senado responde: "Olha o dossiêêêêêê !!!! Vou publicar..." Na hora a Senadora vai na tribuna e faz a dança da garrafa. Quem tem dossiê pode tudo. O Renan tem dossiê contra a maioria dos Senadores, logo ele pode tudo.

Mas não é só isso, logo o Renan vai dizer: "Votação do Governo, quero unanimidade aqui." E um senador retruca: "Não concordo com isso e não vou votar a favor do Governo." E o Renan responde: "Olha o dossiêêêêêê !!!! Vou publicar..." Na hora o Senador volta atrás e vota a favor do Governo. Enfim, quem tem dossiê pode tudo.

Portanto, a partir de agora não há mais nenhuma possibilidade de imparcialidade nas decisões dos Senadores. Não dá para saber se o Senador está manifestando a sua vontade livremente ou se está sendo vítima de chantagem, afinal, o Renan tem dossiê contra todo mundo.

Essa história está caminhando para um fim inusitado: dissolução do Senado e realização de novas eleições. Isso não está previsto na Constituição, porém a Constituição também não prevê a possibilidade do Senado cair nas mãos da criminalidade organizada e ser controlado por um chefão mafioso. Pior do que isso, se todo mundo tem rabo preso, é porque todo mundo fez besteira, logo, o único caminho é demitir todo mundo e realizar novas eleições.

O Renan volta a distribuir ameaças veladas

FERNANDA KRAKOVICS - SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo

Mesmo com o tom mais conciliador assumido no plenário no fim da semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), continua fazendo ameaças veladas aos colegas para intimidá-los e tentar derrubar eventual pedido de cassação de seu mandato.
Em conversas reservadas, Renan revela aos poucos supostos fatos depreciativos contra senadores que defendem as investigações contra ele. Um deles é o senador Jefferson Péres (PDT-AM), o primeiro a pedir seu afastamento do cargo.

Nos bastidores o presidente do Senado se refere a Peres como "flor do lodo" e diz que ele foi acusado de gestão fraudulenta de uma empresa na década de 50. A lógica de Renan seria mostrar que os senadores que o atacam de forma mais veemente têm telhado de vidro.

"Eu fui diretor de uma siderúrgica no Amazonas, e a empresa faliu. Como não pôde recolher o Imposto de Renda e os encargos sociais dos empregados, toda a diretoria foi denunciada por apropriação indébita. O juiz federal absolveu todos os diretores porque a União devia à siderúrgica mais do que o imposto que a empresa deixou de recolher", afirmou Péres.
Ele reagiu aos ataques do presidente do Senado. "Isso só piora a situação do senador Renan Calheiros e mostra o lado feio de seu caráter", afirmou Péres. "Se o senador Renan Calheiros levantar isso, eu posso processá-lo por calúnia", disse.

Em relação ao líder do DEM, senador José Agripino (RN), Renan passou da ameaça velada à tentativa pública de intimidação no plenário do Senado na semana passada. Da tribuna, fez referência a concessões de rádio e TV de Agripino e a uma dívida com o Banco do Nordeste. "Meu pai recebeu há 20 anos a concessão da TV Tropical, que é retransmissora da Record, e de cinco rádios. Ele morreu e isso foi deixado para a família. Não há nada de errado nisso. Parlamentar não pode ser dirigente de empresa de comunicação, mas pode ser sócio", declarou Agripino.

O presidente do Senado recuou apenas do tom explícito de ameaça que adotou no início da semana e afirmou na quinta que não pretende ser "algoz" de ninguém. Avaliou que criar um clima aberto de terror na Casa não vai ajudá-lo a se salvar.

Apesar disso, o recado dado a Agripino na terça-feira surtiu efeito e serviu de exemplo para os demais. Senadores dizem que Renan teria na cabeça um dossiê contra vários deles.
Como presidente da Casa, ele tem acesso à prestação de contas dos R$ 15 mil mensais da verba indenizatória, que serve para reembolsar despesas dos senadores com gastos nos Estados, como combustível e divulgação do mandato, e autoriza viagens em missões oficiais, que são custeadas com dinheiro público. Essa seria outra forma de constranger os colegas.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) já foi um dos alvos de Renan. Ele reconhece que viajou no ano passado com uma assessora para os EUA, com passagens e diárias pagas pelo Senado, para participar de reunião da ONU, mas nega que a funcionária seja sua namorada e disse que é praxe da Casa levar assessores em viagens.

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O problema é o rabo preso

Por Leonildo Correa 28/06/2007

O Renan não cai do cargo de Presidente do Senado por causa do rabo preso. Tem muita gente com o rabo preso nas mãos do Renan. E se ele cair, como ele mesmo disse, pode levar muitos políticos com ele, ocasionando uma crise institucional.

Essa é outra desgraça implantada pelo legislativo representativo. Não são apenas políticos corruptos, são políticos corruptos que formam uma teia de corrupção. Todos os corruptos estão interligados. Todos eles tem o rabo preso. Por isso é muito difícil combater esse crime no Brasil, pois as ligações que unem os elementos da teia de corrupção é muito forte. Somente cai dessa rede maligna os peixes pequenos, os mais fracos. Por exemplo, os Severinos. Peixe graúdo não sai e não cai da teia. Tubarão então, nem se fala, pois tem força para puxar a rede junto com ele.
Contudo, ainda tem gente que gosta de repetir o refrão jurídico: "Todos são inocentes até que se prove o contrário". Repetem esse refrão até mesmo quando o contrário já está provado. É uma estratégia da corrupção para dificultar a acusação e enganar o povo que pede justiça.

No caso do Renan as provas são claras, inclusive o lobby da corrupção não está atacando as provas, mas sim os dirigentes do Conselho de Ética. Querem que o processo seja arquivado, querem que a impunidade continue e que as empreiteiras prossigam desviando recursos públicos para pagar os desgraçados. É isso que está ocorrendo hoje em Brasília.

Além disso, em todos os últimos casos de corrupção, mensalão, sanguessuga, etc existem dois pontos que tem sido sistematicamente esquecidos.

O primeiro é o dinheiro, ou seja, o dinheiro desviado e furtados dos cofres públicos some e ninguém fala nada. Contudo, ressalto que dinheiro não desaparece no nada. A grana está em algum lugar e com alguém. Logo, pode ser rastreado e recuperado. Mas ninguém faz isso. Por que será ? Esse é um ótimo filão para os caçadores de recompensa, ou seja, os caçadores vão atrás dos corruptos e do dinheiro, prendem o corrupto (vivo ou morto) e recuperam o dinheiro. Devolvem 70% para o Estado, junto com o corrupto (vivo ou morto) e embolsam os outros 30% como pagamento pelos serviços prestados. Bilhões de reais poderiam ser recuperados dessa forma.

O segundo ponto são os corruptores. Pegam os corruptos, mas deixam os corruptores ilesos e prontos para corromper outros agentes públicos. Os corruptores são tão desgraçados quanto os corruptos e devem ser atacados com a mesma força.

Enfim, a única notícia chocante de hoje veio da Colômbia e diz que as Farcs, em um confronto com as forças do governo, matou 11 deputados que estavam seqüestrados. Seqüestrar deputados e Senadores é uma coisa comum na Colômbia. Os guerrilheiros seqüestram e deixam os vagabundos amarrados em árvores no meio do mato, obrigando-os a trabalharem na roça.
Do jeito que a coisa está indo, essa moda vai chegar no Brasil em breve...
O Renan e a criminalidade organizada dentro do Senado

Leonildo Correa - 14/08/2007

Um dos métodos mais utilizados pela criminalidade organizada é a chantagem. Geralmente chantageiam para extorquir dinheiro, mas, além disso, também usam a chantagem para calar testemunhas, influenciar juízes e paralisar o Ministério Público e a Polícia. Descobre-se os podres de quem está atacando e monta-se um dossiê com os detalhes e as provas. Em seguida emite um aviso: "Ou calam a boca ou o dossiê vai para imprensa". Esse método é infalível. Todos os ramos da criminalidade organizada o utiliza: Cosa Nostra, Máfia Chinesa, Yakusa, Máfia Russa, os Cartéis Colombianos, o PCC, o Comando Vermelho, etc. E agora, também o Renan. O Senado está nas mãos do Renan, pois o Renan tem dossiês contra a maioria dos Senadores.

Portanto, o Renan pode falar: "Senador X faça a dança da bundinha". Se o Senador falar não, o Renan retruca: "Olha o dossiêêêêêê !!!! Vou publicar..." Na hora o Senador vai na tribuna e faz a dança da bundinha. E de lá da frente o Renan grita: "Senadora Y, quero ver a dança da garrafa !!! E a Senadora retruca: " Mas Renan...". E o Presidente do Senado responde: "Olha o dossiêêêêêê !!!! Vou publicar..." Na hora a Senadora vai na tribuna e faz a dança da garrafa. Quem tem dossiê pode tudo. O Renan tem dossiê contra a maioria dos Senadores, logo ele pode tudo.

Mas não é só isso, logo o Renan vai dizer: "Votação do Governo, quero unanimidade aqui." E um senador retruca: "Não concordo com isso e não vou votar a favor do Governo." E o Renan responde: "Olha o dossiêêêêêê !!!! Vou publicar..." Na hora o Senador volta atrás e vota a favor do Governo. Enfim, quem tem dossiê pode tudo.

Portanto, a partir de agora não há mais nenhuma possibilidade de imparcialidade nas decisões dos Senadores. Não dá para saber se o Senador está manifestando a sua vontade livremente ou se está sendo vítima de chantagem, afinal, o Renan tem dossiê contra todo mundo.

Essa história está caminhando para um fim inusitado: dissolução do Senado e realização de novas eleições. Isso não está previsto na Constituição, porém a Constituição também não prevê a possibilidade do Senado cair nas mãos da criminalidade organizada e ser controlado por um chefão mafioso. Pior do que isso, se todo mundo tem rabo preso, é porque todo mundo fez besteira, logo, o único caminho é demitir todo mundo e realizar novas eleições.

O Renan volta a distribuir ameaças veladas

FERNANDA KRAKOVICS - SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo

Mesmo com o tom mais conciliador assumido no plenário no fim da semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), continua fazendo ameaças veladas aos colegas para intimidá-los e tentar derrubar eventual pedido de cassação de seu mandato.
Em conversas reservadas, Renan revela aos poucos supostos fatos depreciativos contra senadores que defendem as investigações contra ele. Um deles é o senador Jefferson Péres (PDT-AM), o primeiro a pedir seu afastamento do cargo.

Nos bastidores o presidente do Senado se refere a Peres como "flor do lodo" e diz que ele foi acusado de gestão fraudulenta de uma empresa na década de 50. A lógica de Renan seria mostrar que os senadores que o atacam de forma mais veemente têm telhado de vidro.

"Eu fui diretor de uma siderúrgica no Amazonas, e a empresa faliu. Como não pôde recolher o Imposto de Renda e os encargos sociais dos empregados, toda a diretoria foi denunciada por apropriação indébita. O juiz federal absolveu todos os diretores porque a União devia à siderúrgica mais do que o imposto que a empresa deixou de recolher", afirmou Péres.
Ele reagiu aos ataques do presidente do Senado. "Isso só piora a situação do senador Renan Calheiros e mostra o lado feio de seu caráter", afirmou Péres. "Se o senador Renan Calheiros levantar isso, eu posso processá-lo por calúnia", disse.

Em relação ao líder do DEM, senador José Agripino (RN), Renan passou da ameaça velada à tentativa pública de intimidação no plenário do Senado na semana passada. Da tribuna, fez referência a concessões de rádio e TV de Agripino e a uma dívida com o Banco do Nordeste. "Meu pai recebeu há 20 anos a concessão da TV Tropical, que é retransmissora da Record, e de cinco rádios. Ele morreu e isso foi deixado para a família. Não há nada de errado nisso. Parlamentar não pode ser dirigente de empresa de comunicação, mas pode ser sócio", declarou Agripino.

O presidente do Senado recuou apenas do tom explícito de ameaça que adotou no início da semana e afirmou na quinta que não pretende ser "algoz" de ninguém. Avaliou que criar um clima aberto de terror na Casa não vai ajudá-lo a se salvar.

Apesar disso, o recado dado a Agripino na terça-feira surtiu efeito e serviu de exemplo para os demais. Senadores dizem que Renan teria na cabeça um dossiê contra vários deles.
Como presidente da Casa, ele tem acesso à prestação de contas dos R$ 15 mil mensais da verba indenizatória, que serve para reembolsar despesas dos senadores com gastos nos Estados, como combustível e divulgação do mandato, e autoriza viagens em missões oficiais, que são custeadas com dinheiro público. Essa seria outra forma de constranger os colegas.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) já foi um dos alvos de Renan. Ele reconhece que viajou no ano passado com uma assessora para os EUA, com passagens e diárias pagas pelo Senado, para participar de reunião da ONU, mas nega que a funcionária seja sua namorada e disse que é praxe da Casa levar assessores em viagens.

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O problema é o rabo preso

Por Leonildo Correa 28/06/2007

O Renan não cai do cargo de Presidente do Senado por causa do rabo preso. Tem muita gente com o rabo preso nas mãos do Renan. E se ele cair, como ele mesmo disse, pode levar muitos políticos com ele, ocasionando uma crise institucional.

Essa é outra desgraça implantada pelo legislativo representativo. Não são apenas políticos corruptos, são políticos corruptos que formam uma teia de corrupção. Todos os corruptos estão interligados. Todos eles tem o rabo preso. Por isso é muito difícil combater esse crime no Brasil, pois as ligações que unem os elementos da teia de corrupção é muito forte. Somente cai dessa rede maligna os peixes pequenos, os mais fracos. Por exemplo, os Severinos. Peixe graúdo não sai e não cai da teia. Tubarão então, nem se fala, pois tem força para puxar a rede junto com ele.
Contudo, ainda tem gente que gosta de repetir o refrão jurídico: "Todos são inocentes até que se prove o contrário". Repetem esse refrão até mesmo quando o contrário já está provado. É uma estratégia da corrupção para dificultar a acusação e enganar o povo que pede justiça.

No caso do Renan as provas são claras, inclusive o lobby da corrupção não está atacando as provas, mas sim os dirigentes do Conselho de Ética. Querem que o processo seja arquivado, querem que a impunidade continue e que as empreiteiras prossigam desviando recursos públicos para pagar os desgraçados. É isso que está ocorrendo hoje em Brasília.

Além disso, em todos os últimos casos de corrupção, mensalão, sanguessuga, etc existem dois pontos que tem sido sistematicamente esquecidos.

O primeiro é o dinheiro, ou seja, o dinheiro desviado e furtados dos cofres públicos some e ninguém fala nada. Contudo, ressalto que dinheiro não desaparece no nada. A grana está em algum lugar e com alguém. Logo, pode ser rastreado e recuperado. Mas ninguém faz isso. Por que será ? Esse é um ótimo filão para os caçadores de recompensa, ou seja, os caçadores vão atrás dos corruptos e do dinheiro, prendem o corrupto (vivo ou morto) e recuperam o dinheiro. Devolvem 70% para o Estado, junto com o corrupto (vivo ou morto) e embolsam os outros 30% como pagamento pelos serviços prestados. Bilhões de reais poderiam ser recuperados dessa forma.

O segundo ponto são os corruptores. Pegam os corruptos, mas deixam os corruptores ilesos e prontos para corromper outros agentes públicos. Os corruptores são tão desgraçados quanto os corruptos e devem ser atacados com a mesma força.

Enfim, a única notícia chocante de hoje veio da Colômbia e diz que as Farcs, em um confronto com as forças do governo, matou 11 deputados que estavam seqüestrados. Seqüestrar deputados e Senadores é uma coisa comum na Colômbia. Os guerrilheiros seqüestram e deixam os vagabundos amarrados em árvores no meio do mato, obrigando-os a trabalharem na roça.
Do jeito que a coisa está indo, essa moda vai chegar no Brasil em breve...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O poder de ataque dos vírus

Leonildo Correa 13/08/2007

Eu li um texto no STOA falando dos seres unicelulares e da força de arrasto. Depois de ler esse texto resolvi escrever algo sobre o poder de ataque dos vírus.

O texto de Ewout Ter Haar (ler texto) diz que: "Para organismos unicelulares natação é bem diferente do que para organismos do nosso tamanho. Se você for muito pequeno, efetivamente a viscosidade e as forças de arrasto são tão grandes, que você vive num mundo “sem inertia” e as forças de gravidade são de pouca importância."

Certamente, as forças NATURAIS são inexoráveis, principalmente para seres tão pequenos. Contudo, o fato das forças Naturais serem inexoráveis não impede a ação deste pequenos organismos sobre o ambiente no qual estão inseridos. E a ação desses pequenos é tão forte e elaboradas que são capazes de atacar, controlar e destruir sistemas que infinitamente maiores que o seu tamanho.

Um exemplo claro disso é o vírus. Um ser exponencialmente menor do que os unicelulares e com um poder de fogo e de ataque capaz de dizimar todo o exército americano em questão horas. Portanto, o tamanho não significa inteligência e não quer dizer nada sobre o poder de ação de um ser. A ação feita com inteligência derruba e desarma quaisquer inimigos, quaisquer sistemas, não importando o número daqueles que estão do outro lado. Mas vamos às medidas.

Em uma busca rápida na internet descobri que "Os vírus apresentam uma grande variedade de forma e de tamanho. O diâmetro dos principais vírus oscila de 15-300 nm. O vírus da varíola é o maior vírus humano que se conhece (300x250x100 nm), enquanto que o da poliomielite é o menor vírus humano (20 nm de diâmetro). O vírus da febre aftosa, responsável por uma doença em gado, possui 15 nm, sendo portanto, menor que o poliovírus." (Texto da busca)

Mas quanto vale 1nm. Em outra busca mais rápida ainda, descobri que 1nm (Um nanometro) vale 1,0×10−9 (dez a menos nove) metros – ou um milionésimo de milímetro. Agora, qual é o tamanho de um ser vivo, por exemplo, o homem ? 1,7 m ? Compara o tamanho do homem com o tamanho do vírus e diga-me: um vírus pode atacar, controlar e matar um homem ? Não só pode, como mata. Basta ver o vírus da Aids.

Contudo, a força de arraste continua existindo e carregando o vírus para toda a parte. Mas o vírus não está nem aí. A força de arraste não lhe interessa. Porém, isso não impede o vírus de agir sobre o ambiente que o rodeia e controlá-lo completamente, assim como matá-lo em pouco tempo.

E o negócio é tão surpreende que chego a pensar que os vírus usam táticas de guerrilha para controlar os outros seres. Parece até que há uma inteligência em ação, dada a estratégia desses pequeninos. Veja o caso do vírus da aids. "Ele penetra no corpo humano por vias bem definidas e ataca as células importantes que fazem parte do sistema de defesa do nosso organismo." O vírus não ataca as células gordas para se alimentar. Nem as mais gostosas ou desprotegidas. Ele não faz isso. Ele vai direto nas células de defesa. Nos soldadinhos chamados linfocitos. "O HIV destrói os linfócitos - células responsáveis pela defesa do nosso organismo -, tornando a pessoa vulnerável a outras infecções e doenças oportunistas, chamadas assim por surgirem nos momentos em que o sistema imunológico do indivíduo está enfraquecido."

Essa é uma estratégia eficientíssima. Tão eficiente que ninguém consegue encontrar um meio capaz de eliminar o vírus do organismo. Uma estratégia que consiste em atacar o sistema de defesa e deixar o organismo completamente desguarnecido, vulnerável, à mercê da vontade do vírus.

Não só isso, veja como essas coisinhas são inteligentes: "(...) os vírus só são replicados dentro de células vivas. O ácido nucléico viral contém informações necessárias para programar a célula hospedeira infectada, de forma que esta passa a sintetizar várias macromoléculas vírus-específicas necessárias a produção da progênie viral. Fora da célula susceptível, as partículas virais são metabolicamente inertes. Estes agentes podem infectar células animais e vegetais, assim como microrganismos. Muitas vezes não produzem prejuízos aos hospedeiros, embora demonstrem efeitos visíveis."

Enfim, as forças NATURAIS podem arrastar os seres prá e prá cá. Contudo, isso não quer dizer absolutamente nada quanto ao poder de ação desses seres sobre o ambiente que o rodeia e sobre o sistema no qual estão inserido. E a experiência mostra claramente, no caso do víru, que um ser de tamanho 10−9 (dez a menos nove) metros pode atacar, controlar, derrubar e matar um ser de 1,7 metros.

E para finalizar esse texto interessante, cito a reflexão do Agente Smith no filme MATRIX:

"Eu gostaria de lhe contar uma revelação que eu tive durante o meu tempo aqui. Ela me ocorreu quando tentei classificar sua espécie e me dei conta de que vocês não são mamíferos. Isso porque todos os mamíferos do planeta entram em equilíbrio com o meio ambiente onde vivem. Mas os humanos não. Vocês humanos vão para uma área e se multiplicam, e se multiplicam, até que todos os recursos naturais sejam consumidos. a única forma de sobreviverem é indo para uma outra área, reiniciando o ciclo de destruição.

Há um outro organismo neste planeta que segue esse mesmo padrão. Você sabe qual é ? Um vírus. Os seres humanos não são mamíferos, mas sim vírus. São uma doença, um câncer neste planeta. Vocês são uma praga e nós somos a cura."

O poder de ataque dos vírus

Leonildo Correa 13/08/2007

Eu li um texto no STOA falando dos seres unicelulares e da força de arrasto. Depois de ler esse texto resolvi escrever algo sobre o poder de ataque dos vírus.

O texto de Ewout Ter Haar (ler texto) diz que: "Para organismos unicelulares natação é bem diferente do que para organismos do nosso tamanho. Se você for muito pequeno, efetivamente a viscosidade e as forças de arrasto são tão grandes, que você vive num mundo “sem inertia” e as forças de gravidade são de pouca importância."

Certamente, as forças NATURAIS são inexoráveis, principalmente para seres tão pequenos. Contudo, o fato das forças Naturais serem inexoráveis não impede a ação deste pequenos organismos sobre o ambiente no qual estão inseridos. E a ação desses pequenos é tão forte e elaboradas que são capazes de atacar, controlar e destruir sistemas que infinitamente maiores que o seu tamanho.

Um exemplo claro disso é o vírus. Um ser exponencialmente menor do que os unicelulares e com um poder de fogo e de ataque capaz de dizimar todo o exército americano em questão horas. Portanto, o tamanho não significa inteligência e não quer dizer nada sobre o poder de ação de um ser. A ação feita com inteligência derruba e desarma quaisquer inimigos, quaisquer sistemas, não importando o número daqueles que estão do outro lado. Mas vamos às medidas.

Em uma busca rápida na internet descobri que "Os vírus apresentam uma grande variedade de forma e de tamanho. O diâmetro dos principais vírus oscila de 15-300 nm. O vírus da varíola é o maior vírus humano que se conhece (300x250x100 nm), enquanto que o da poliomielite é o menor vírus humano (20 nm de diâmetro). O vírus da febre aftosa, responsável por uma doença em gado, possui 15 nm, sendo portanto, menor que o poliovírus." (Texto da busca)

Mas quanto vale 1nm. Em outra busca mais rápida ainda, descobri que 1nm (Um nanometro) vale 1,0×10−9 (dez a menos nove) metros – ou um milionésimo de milímetro. Agora, qual é o tamanho de um ser vivo, por exemplo, o homem ? 1,7 m ? Compara o tamanho do homem com o tamanho do vírus e diga-me: um vírus pode atacar, controlar e matar um homem ? Não só pode, como mata. Basta ver o vírus da Aids.

Contudo, a força de arraste continua existindo e carregando o vírus para toda a parte. Mas o vírus não está nem aí. A força de arraste não lhe interessa. Porém, isso não impede o vírus de agir sobre o ambiente que o rodeia e controlá-lo completamente, assim como matá-lo em pouco tempo.

E o negócio é tão surpreende que chego a pensar que os vírus usam táticas de guerrilha para controlar os outros seres. Parece até que há uma inteligência em ação, dada a estratégia desses pequeninos. Veja o caso do vírus da aids. "Ele penetra no corpo humano por vias bem definidas e ataca as células importantes que fazem parte do sistema de defesa do nosso organismo." O vírus não ataca as células gordas para se alimentar. Nem as mais gostosas ou desprotegidas. Ele não faz isso. Ele vai direto nas células de defesa. Nos soldadinhos chamados linfocitos. "O HIV destrói os linfócitos - células responsáveis pela defesa do nosso organismo -, tornando a pessoa vulnerável a outras infecções e doenças oportunistas, chamadas assim por surgirem nos momentos em que o sistema imunológico do indivíduo está enfraquecido."

Essa é uma estratégia eficientíssima. Tão eficiente que ninguém consegue encontrar um meio capaz de eliminar o vírus do organismo. Uma estratégia que consiste em atacar o sistema de defesa e deixar o organismo completamente desguarnecido, vulnerável, à mercê da vontade do vírus.

Não só isso, veja como essas coisinhas são inteligentes: "(...) os vírus só são replicados dentro de células vivas. O ácido nucléico viral contém informações necessárias para programar a célula hospedeira infectada, de forma que esta passa a sintetizar várias macromoléculas vírus-específicas necessárias a produção da progênie viral. Fora da célula susceptível, as partículas virais são metabolicamente inertes. Estes agentes podem infectar células animais e vegetais, assim como microrganismos. Muitas vezes não produzem prejuízos aos hospedeiros, embora demonstrem efeitos visíveis."

Enfim, as forças NATURAIS podem arrastar os seres prá e prá cá. Contudo, isso não quer dizer absolutamente nada quanto ao poder de ação desses seres sobre o ambiente que o rodeia e sobre o sistema no qual estão inserido. E a experiência mostra claramente, no caso do víru, que um ser de tamanho 10−9 (dez a menos nove) metros pode atacar, controlar, derrubar e matar um ser de 1,7 metros.

E para finalizar esse texto interessante, cito a reflexão do Agente Smith no filme MATRIX:

"Eu gostaria de lhe contar uma revelação que eu tive durante o meu tempo aqui. Ela me ocorreu quando tentei classificar sua espécie e me dei conta de que vocês não são mamíferos. Isso porque todos os mamíferos do planeta entram em equilíbrio com o meio ambiente onde vivem. Mas os humanos não. Vocês humanos vão para uma área e se multiplicam, e se multiplicam, até que todos os recursos naturais sejam consumidos. a única forma de sobreviverem é indo para uma outra área, reiniciando o ciclo de destruição.

Há um outro organismo neste planeta que segue esse mesmo padrão. Você sabe qual é ? Um vírus. Os seres humanos não são mamíferos, mas sim vírus. São uma doença, um câncer neste planeta. Vocês são uma praga e nós somos a cura."
A Receita Federal é burocrática, ineficiente, mentirosa e estúpida

Leonildo Correa 13/08/2007

O Governo se gaba da Receita Federal e de sua capacidade de ARRECADAR impostos. Portanto, para o Governo, ou seja, para o Estado, a Receita Federal é ultra-eficiente. Mas e para os cidadãos, para as pessoas que tem seu patrimônio invadido pela unhas afiadas e autoritárias da Receita Federal, ela realmente é eficiente ? A partir das últimas experiências que estou tendo com esse órgão do governo federal, a minha resposta direta é não. A Receita Federal é burocrática, ineficiente, mentirosa e estúpida. Contudo, preciso relatar os fatos para que você veja isso claramente.

Como vocês sabem estamos criando uma ONG: o Instituto OCW Br@sil. Uma ONG tem que ter CNPJ (o CPF da Pessoa Jurídica) que é emitido pela Receita Federal. Logo, tivemos que nos submeter aos procedimentos oficiais estabelecidos pelo Estado. No início mil maravilhas. Tudo feito pela internet, etc. Baixamos e instalamos os programas. A partir desse ponto a desgraça começa a acontecer.

Eu defendo uma completa e máxima informatização de todos os serviços públicos. Vejo a informatização como um meio de aumentar a eficiência, reduzir custos e burocracia, etc. Contudo, isso tem que ser feito com softwares inteligentes e eficientes. Programas que devem ser desenvolvidos e detalhados por Universidades e centros de pesquisa. Não programas feitos em fundo de quintal e com qualidade de última categoria.

Os programas da Receita Federal são de última categoria. Programas mal explicados e sem lógica de funcionamento. Mas pior do que os programas são os manuais de ajuda. Manuais que servem mais para complicar do que para ajudar a usar os programas.

Enfim, preenchemos os formulários e ficamos com dúvidas em muitas coisas. Pesquisamos na internet, no site da Receita Federal, etc, e não conseguimos descobrir nada. Queríamos informações sobre as classificações estúpidas utilizadas no programa CNPJ. Mas não achamos nada. Nem definição, nem explicação, nada !!! De onde será que eles tiram essas classificações que não existem em lugar nenhum ? Quem será que cria essas coisas estúpidas ? Enfim, penso que eles criam essas classificações para complicar a vida dos cidadãos e para gerar dúvidas e problemas no preenchimento dos formulários. Mesmo assim, preenchemos o negócio e enviamos.

Não deu outra, a emissão do CNPJ foi recusada. Tudo bem, vamos corrigir o problema. Clicamos no item para solução do problema no site da Receita Federal e o que aparece ? Digite o seu CNPJ. Nós não temos CNPJ. O que estamos fazendo é, justamente, solicitando o CNPJ. Logo, não teve jeito de resolver o negócio por aí, pois para resolver problemas com CNPJ tem que ter CNPJ.

Então pensamos, vamos cancelar esse pedido e depois fazemos outro, mudando as informações nas quais tínhamos dúvida, pois o resto está certo, uma vez que são dados que temos ampla certeza: nome, idade, CPF, etc. Fomos fazer isso. E o que foi que deu ? Não é possível cancelar o pedido. Resumindo: não podemos corrigir e não podemos cancelar, o que será que temos que fazer ? Resolvemos mandar um email para a Receita Federal relatando os fatos. Responderam o email repetindo as mesmas informações inúteis e sem sentido. Só acrescentaram que deveríamos ir até um posto da Receita Federal.

Essa última informação matou completamente todo o investimento público que a Receita Federal e o Governo fizeram em tecnologia, pois a partir do momento que um serviço público online remete para um serviço público físico, demonstra-se que o online não funciona ou é muito ruim.

O uso de um sistema burro e estúpido complica a vida de todo mundo, gera desperdício e mais burocracia. Os softwares da Receita Federal só funcionam para arrecadar impostos, para tirar dinheiro dos cidadãos. Para outras coisas é de eficiência duvidosa, burocratiza ainda mais a instituição, são ineficientes, mentirosos e estúpidos.

E o marketing que é feito em cima disso não condiz com a realidade. Burocracia, ineficiência, mentira e estupidez, isso sim é que deveria estar escrito no cartaz da Receita Federal do Brasil que diz que a Receita está menos burocratizada e mais eficiente.

Mas continuando a história. Lá vamos nós procurar o Posto da Receita Federal. Achamos um Posto no Bairro da Luz, próximo do centro de São Paulo. Fomos até lá. Porém, disseram-nos que não era lá. Na hora eu pensei, vão nos mandar tirar o CNPJ no INSS, ou então, no INCRA. Mandaram-nos para o Tatuapé. Vão ouvindo... Saímos da Luz, voltamos na Sé, tomamos o metrô e fomos para o Tatuapé procurar a Receita Federal do Brasil. Chegamos lá duas horas da tarde.

Repartição pública, duas horas da tarde, imagina o que aconteceu ? Não fomos recebidos, pois a Receita Federal do Brasil, para questões de CNPJ, só atende até o meio dia. E pasmem ? Esse é o único local da Receita Federal, em todo o município de São Paulo, que resolve problemas de CNPJ. Um local pequeno, quatro funcionário atendendo em uma mesa, um outro distribuindo senha e um outro circulando.. Isso para resolver todos os problema de CNPJ do município de São Paulo que tem milhões de habitantes.

E o pior de tudo: atende só até o meio-dia, certamente, abrindo às oito horas. Não acredita em mim ??? Vai lá pessoalmente e confirme os fatos. Onde é que está a eficiência da Receita Federal do Brasil nisso ? Não vi nenhuma eficiência. Vi apenas burocracia, ineficiência, mentira e estupidez. Isso eu vi de cara, principalmente no rosto de indignação dos cidadãos, no tamanho da fila, e na hipocrisia do cartaz bem grande pregado na parede dizendo: a Receita Federal está menos burocratizada e mais eficiente. Mas a história não acaba aqui.

Fomos obrigados a retornar outro dia, a fim de satisfazer a vontade e os horários da burocracia ineficiente. Fui hoje lá. Cheguei às dez horas. E como sempre o local lotado. Tive que pegar uma fila para ir até a mesa para pegar a senha. Vejam: fila para pegar senha. Mas até que foi rápido. Dez minutos depois cheguei na senha.

E aqui veio a pior parte: recebi uma senha com o número 130 e o atendimento estava no número 50. Continha rápida ? Quantas pessoas estavam na minha frente ? Resposta: 80 pessoas. Tinha muita gente. Certamente, tinha muita gente, pois esse é o único posto do Município de São Paulo (que tem milhões de habitantes) que resolve problemas de CNPJ.

Mas o pior não foi isso. O pior foi o fato da atendente dizer que ali não se resolvia, e não se resolve, nenhum problema de CNPJ. Eles apenas dão orientação. Eu retruquei na hora, como assim orientação ? Eu não preciso de orientação. Eu preciso é de solução para o caso. Queremos o CNPJ e o programa da Receita Federal não emite o número, não deixa corrigir o que foi feito e não deixa apagar o pedido para fazer outro. Além disso, tentamos fazer um novo pedido e o programa diz que já há um pedido feito, logo não é possível fazer outro. E a moça com sua carinha de anjo mau respondeu: "Nós não podemos fazer nada !!!" Pera aí !!! Se a Receita Federal do Brasil, que emite CNPJ, não pode fazer nada, quem é que pode ? O Chapolim Colorado ? Superman ? Homem Aranha ? Frodo Bolseiro ? Ou o Harry Potter ?

Saí do local furioso, revoltado e indignado, pois precisamos do CNPJ e a Receita Federal, com seus programas idiotas e estúpidos, está se recusando a emiti-lo. Pior do que isso, não podemos corrigir o pedido, não podemos apagar o pedido e não podemos fazer um novo pedido. E não há um posto da Receita Federal que apague o pedido, que corrija o pedido ou que faça um outro pedido. Agora, eu quero que a Receita Federal do Brasil venha me falar de eficiência, de menos burocracia e de informatização dos serviços públicos. Informatizaram sim, contudo usaram um software de última categoria. Eu não sei quem é mais estúpido e mais burro, se é o programa que a Receita Federal usa , se é a pessoa que criou o programa ou se é a pessoa que implantou o programa.

Se nós alunos da USP não conseguimos preencher o programa corretamente, pois ficamos com uma série de dúvidas, quem é quem consegue preencher isso ? O cidadão comum consegue ? Pelo que vejo não. Mas tem uma pessoa que consegue: o contador. Será que há um acordo entre a Receita e os contadores ? Isso não pode ser descartado. A

A Receita Federal implanta um programa que não funciona para beneficiar os contadores que cobrarão uma nota graúda para corrigir os erros do programa, ou então, para preencher os formulários online do programa. Certamente, os contadores devem fazer isso corretamente, pois possuem os dados sobre a classificação, utilizada pela Receita Federal, e criada exclusivamente para eles. Dados que nós não encontramos em lugar nenhum...

O que teremos que fazer agora é juntar a papelada e entrar com uma ação na Justiça Federal contra a Receita Federal, pedindo para o Juiz obrigar o órgão a emitir o CNPJ. Certamente, penso em cumular o pedido com danos patrimoniais e morais, pois um único posto para atender todo o Município de São Paulo, um posto que funciona apenas das oito ao meio-dia, um posto que não resolve nada, mas que apenas dá orientação, constitui, certamente, uma demonstração claríssima de ineficiência da Administração Pública, de abuso e desrespeito do Estado para com os cidadãos.

Mas o pior de tudo: o CNPJ serve para pagar impostos. Por isso, que é emitido pela Receita Federal. Deveriam receber os cidadãos e as empresas com brindes, cafezinho, bolachinha, etc. E não com essa burocracia dantesca, com essa ineficiência assustadora.

Esse é o maior e melhor exemplo de ineficiência e de burocracia estúpida que vi em toda a minha vida. Mas
A Receita Federal é burocrática, ineficiente, mentirosa e estúpida

Leonildo Correa 13/08/2007

O Governo se gaba da Receita Federal e de sua capacidade de ARRECADAR impostos. Portanto, para o Governo, ou seja, para o Estado, a Receita Federal é ultra-eficiente. Mas e para os cidadãos, para as pessoas que tem seu patrimônio invadido pela unhas afiadas e autoritárias da Receita Federal, ela realmente é eficiente ? A partir das últimas experiências que estou tendo com esse órgão do governo federal, a minha resposta direta é não. A Receita Federal é burocrática, ineficiente, mentirosa e estúpida. Contudo, preciso relatar os fatos para que você veja isso claramente.

Como vocês sabem estamos criando uma ONG: o Instituto OCW Br@sil. Uma ONG tem que ter CNPJ (o CPF da Pessoa Jurídica) que é emitido pela Receita Federal. Logo, tivemos que nos submeter aos procedimentos oficiais estabelecidos pelo Estado. No início mil maravilhas. Tudo feito pela internet, etc. Baixamos e instalamos os programas. A partir desse ponto a desgraça começa a acontecer.

Eu defendo uma completa e máxima informatização de todos os serviços públicos. Vejo a informatização como um meio de aumentar a eficiência, reduzir custos e burocracia, etc. Contudo, isso tem que ser feito com softwares inteligentes e eficientes. Programas que devem ser desenvolvidos e detalhados por Universidades e centros de pesquisa. Não programas feitos em fundo de quintal e com qualidade de última categoria.

Os programas da Receita Federal são de última categoria. Programas mal explicados e sem lógica de funcionamento. Mas pior do que os programas são os manuais de ajuda. Manuais que servem mais para complicar do que para ajudar a usar os programas.

Enfim, preenchemos os formulários e ficamos com dúvidas em muitas coisas. Pesquisamos na internet, no site da Receita Federal, etc, e não conseguimos descobrir nada. Queríamos informações sobre as classificações estúpidas utilizadas no programa CNPJ. Mas não achamos nada. Nem definição, nem explicação, nada !!! De onde será que eles tiram essas classificações que não existem em lugar nenhum ? Quem será que cria essas coisas estúpidas ? Enfim, penso que eles criam essas classificações para complicar a vida dos cidadãos e para gerar dúvidas e problemas no preenchimento dos formulários. Mesmo assim, preenchemos o negócio e enviamos.

Não deu outra, a emissão do CNPJ foi recusada. Tudo bem, vamos corrigir o problema. Clicamos no item para solução do problema no site da Receita Federal e o que aparece ? Digite o seu CNPJ. Nós não temos CNPJ. O que estamos fazendo é, justamente, solicitando o CNPJ. Logo, não teve jeito de resolver o negócio por aí, pois para resolver problemas com CNPJ tem que ter CNPJ.

Então pensamos, vamos cancelar esse pedido e depois fazemos outro, mudando as informações nas quais tínhamos dúvida, pois o resto está certo, uma vez que são dados que temos ampla certeza: nome, idade, CPF, etc. Fomos fazer isso. E o que foi que deu ? Não é possível cancelar o pedido. Resumindo: não podemos corrigir e não podemos cancelar, o que será que temos que fazer ? Resolvemos mandar um email para a Receita Federal relatando os fatos. Responderam o email repetindo as mesmas informações inúteis e sem sentido. Só acrescentaram que deveríamos ir até um posto da Receita Federal.

Essa última informação matou completamente todo o investimento público que a Receita Federal e o Governo fizeram em tecnologia, pois a partir do momento que um serviço público online remete para um serviço público físico, demonstra-se que o online não funciona ou é muito ruim.

O uso de um sistema burro e estúpido complica a vida de todo mundo, gera desperdício e mais burocracia. Os softwares da Receita Federal só funcionam para arrecadar impostos, para tirar dinheiro dos cidadãos. Para outras coisas é de eficiência duvidosa, burocratiza ainda mais a instituição, são ineficientes, mentirosos e estúpidos.

E o marketing que é feito em cima disso não condiz com a realidade. Burocracia, ineficiência, mentira e estupidez, isso sim é que deveria estar escrito no cartaz da Receita Federal do Brasil que diz que a Receita está menos burocratizada e mais eficiente.

Mas continuando a história. Lá vamos nós procurar o Posto da Receita Federal. Achamos um Posto no Bairro da Luz, próximo do centro de São Paulo. Fomos até lá. Porém, disseram-nos que não era lá. Na hora eu pensei, vão nos mandar tirar o CNPJ no INSS, ou então, no INCRA. Mandaram-nos para o Tatuapé. Vão ouvindo... Saímos da Luz, voltamos na Sé, tomamos o metrô e fomos para o Tatuapé procurar a Receita Federal do Brasil. Chegamos lá duas horas da tarde.

Repartição pública, duas horas da tarde, imagina o que aconteceu ? Não fomos recebidos, pois a Receita Federal do Brasil, para questões de CNPJ, só atende até o meio dia. E pasmem ? Esse é o único local da Receita Federal, em todo o município de São Paulo, que resolve problemas de CNPJ. Um local pequeno, quatro funcionário atendendo em uma mesa, um outro distribuindo senha e um outro circulando.. Isso para resolver todos os problema de CNPJ do município de São Paulo que tem milhões de habitantes.

E o pior de tudo: atende só até o meio-dia, certamente, abrindo às oito horas. Não acredita em mim ??? Vai lá pessoalmente e confirme os fatos. Onde é que está a eficiência da Receita Federal do Brasil nisso ? Não vi nenhuma eficiência. Vi apenas burocracia, ineficiência, mentira e estupidez. Isso eu vi de cara, principalmente no rosto de indignação dos cidadãos, no tamanho da fila, e na hipocrisia do cartaz bem grande pregado na parede dizendo: a Receita Federal está menos burocratizada e mais eficiente. Mas a história não acaba aqui.

Fomos obrigados a retornar outro dia, a fim de satisfazer a vontade e os horários da burocracia ineficiente. Fui hoje lá. Cheguei às dez horas. E como sempre o local lotado. Tive que pegar uma fila para ir até a mesa para pegar a senha. Vejam: fila para pegar senha. Mas até que foi rápido. Dez minutos depois cheguei na senha.

E aqui veio a pior parte: recebi uma senha com o número 130 e o atendimento estava no número 50. Continha rápida ? Quantas pessoas estavam na minha frente ? Resposta: 80 pessoas. Tinha muita gente. Certamente, tinha muita gente, pois esse é o único posto do Município de São Paulo (que tem milhões de habitantes) que resolve problemas de CNPJ.

Mas o pior não foi isso. O pior foi o fato da atendente dizer que ali não se resolvia, e não se resolve, nenhum problema de CNPJ. Eles apenas dão orientação. Eu retruquei na hora, como assim orientação ? Eu não preciso de orientação. Eu preciso é de solução para o caso. Queremos o CNPJ e o programa da Receita Federal não emite o número, não deixa corrigir o que foi feito e não deixa apagar o pedido para fazer outro. Além disso, tentamos fazer um novo pedido e o programa diz que já há um pedido feito, logo não é possível fazer outro. E a moça com sua carinha de anjo mau respondeu: "Nós não podemos fazer nada !!!" Pera aí !!! Se a Receita Federal do Brasil, que emite CNPJ, não pode fazer nada, quem é que pode ? O Chapolim Colorado ? Superman ? Homem Aranha ? Frodo Bolseiro ? Ou o Harry Potter ?

Saí do local furioso, revoltado e indignado, pois precisamos do CNPJ e a Receita Federal, com seus programas idiotas e estúpidos, está se recusando a emiti-lo. Pior do que isso, não podemos corrigir o pedido, não podemos apagar o pedido e não podemos fazer um novo pedido. E não há um posto da Receita Federal que apague o pedido, que corrija o pedido ou que faça um outro pedido. Agora, eu quero que a Receita Federal do Brasil venha me falar de eficiência, de menos burocracia e de informatização dos serviços públicos. Informatizaram sim, contudo usaram um software de última categoria. Eu não sei quem é mais estúpido e mais burro, se é o programa que a Receita Federal usa , se é a pessoa que criou o programa ou se é a pessoa que implantou o programa.

Se nós alunos da USP não conseguimos preencher o programa corretamente, pois ficamos com uma série de dúvidas, quem é quem consegue preencher isso ? O cidadão comum consegue ? Pelo que vejo não. Mas tem uma pessoa que consegue: o contador. Será que há um acordo entre a Receita e os contadores ? Isso não pode ser descartado. A

A Receita Federal implanta um programa que não funciona para beneficiar os contadores que cobrarão uma nota graúda para corrigir os erros do programa, ou então, para preencher os formulários online do programa. Certamente, os contadores devem fazer isso corretamente, pois possuem os dados sobre a classificação, utilizada pela Receita Federal, e criada exclusivamente para eles. Dados que nós não encontramos em lugar nenhum...

O que teremos que fazer agora é juntar a papelada e entrar com uma ação na Justiça Federal contra a Receita Federal, pedindo para o Juiz obrigar o órgão a emitir o CNPJ. Certamente, penso em cumular o pedido com danos patrimoniais e morais, pois um único posto para atender todo o Município de São Paulo, um posto que funciona apenas das oito ao meio-dia, um posto que não resolve nada, mas que apenas dá orientação, constitui, certamente, uma demonstração claríssima de ineficiência da Administração Pública, de abuso e desrespeito do Estado para com os cidadãos.

Mas o pior de tudo: o CNPJ serve para pagar impostos. Por isso, que é emitido pela Receita Federal. Deveriam receber os cidadãos e as empresas com brindes, cafezinho, bolachinha, etc. E não com essa burocracia dantesca, com essa ineficiência assustadora.

Esse é o maior e melhor exemplo de ineficiência e de burocracia estúpida que vi em toda a minha vida. Mas

domingo, 12 de agosto de 2007

O Projeto OCW-USP e o Ensino Público Gratuito via Internet

Os medíocres e a burraiada da USP estão agindo, nos bastidores, para assumir o controle do Projeto OCW-USP e nos tirar para escanteio. Sem contar que alguns deles estão trabalhando, na surdina, para sabotar esses planos, assim como a organização Instituto OCW Br@sil. Mas eles não vencerão. Não vencerão porque nós somos pessoas inteligentes, intuitivas e obstinadas. Somos revolucionários high tec e acreditamos fanaticamente naquilo que fazemos e pensamos.

Além disso, nós sabemos que esses medíocres e a burraiada são iguais a lenhadores olhando para uma floresta: só conseguem ver lenha e carvão, nada mais do que isso. Eles olham para o Projeto OCW-USP e só conseguem ver a publicação de aulas presenciais na internet, nada mais do que isso, ou seja, possuem uma visão obtusa, limitada e estreita do Projeto e de suas repercussões.

Logo, não possuem competência e nem visão para gerenciar esse empreendimento. Por isso, eles não podem botar a mão nisso e nem controlar ou direcionar esse Projeto, pois se colocarem a mão vão estragar tudo. E depois para corrigir a lambança dará um trabalho danado.

Mas não é só os medíocres e a burraiada da USP que não conseguem ver o tamanho e a extensão desse iceberg chamado Projeto OCW. O MIT também não conseguiu ver as possibilidades disso. Por isso, o Projeto OCW-MIT começou desbravando o desconhecido, porém avançou e chegou no lugar em que todo mundo está chegando e parando: na mera publicação de aulas presenciais na internet. Não conseguiram e não estão conseguindo enxergar e avançar além disso. Vêem apenas vinte metros ao redor do Projeto. Nada mais do que isso. Eu estou conseguindo ver a duzentos metros e se eu subir nas costas dos medíocres e da burraiada consigo enxergar uns quinhentos metros.

Mas antes de avançarmos nesse texto vamos estabelecer algumas premissas. A primeira é: o Leonildo tem sérios problemas psiquiátricos, assim como mania de querer mudar o mundo e as coisas. Por isso, ele consegue enxergar mais longe do que os outros. Está bom assim ? A segunda premissa: as amadas imortais do Leonildo (Ele tem uma coleção) não gostam dele. Logo, ele não vive caçando mulheres por aí e tem bastante tempo para pensar e estudar. Posto isso vamos continuar.

O Projeto OCW-USP é o começou de uma grande revolução. Poderíamos dizer que é uma espécie de Grande Marcha que culminou com a instalação do Regime Comunista na China. O Projeto OCW-USP é a Grande Marcha. O Regime Comunista é o Ensino Público gratuito via internet. Contudo, não conte isso para ninguém, pois é o nosso plano secreto.

Certamente, a primeira coisa que os "Velhos do Restelo" vão dizer, quando nos ouvirem falando disso, é a mesma coisa que disseram para o Santos Dumont: "Impossível !!! Impossível !!! Impossível, pois o mais pesado do que o ar não pode voar." E a minha resposta para essas pessoas é um drink: um Keep Walking (Se beber, não dirija).

É difícil explicar as tecnologias atuais para pessoas de mente estreita e que não conseguem enxerga nem o que está ao lado delas, o que dirá falar de coisas que existirão daqui a vinte, trinta ou cem anos. É difícil porque essas pessoas estão com o corpo no presente, no século XXI, mas suas cabeças continuam no século XVIII. E se dependêssemos das decisões desses medíocres e da burraiada para evoluirmos estaríamos até hoje andando de cipó, usando lamparina e pombo-correio. Mesmo assim, vou falar do Ensino Público Gratuito via Internet que existirá em um futuro próximo.

O Projeto OCW-USP não se esgota em si mesmo e não visa apenas a disponibilização/publicação de aulas presenciais na internet. Isso é apenas um detalhe do Projeto. O detalhe mais evidente.

O que o Projeto OCW-USP faz realmente é iniciar a migração, completa e total, do Ensino Público Gratuito para a internet, para o ambiente virtual. Estou falando de Escola Pública Virtual, de coisas do futuro. Mas os cursos a distância não fazem isso ? A resposta é não, pois os cursos a distância atuais buscam ministrar cursos presenciais a distância. Só isso. Não fazem e não buscam nada mais do que isso.

Por isso, a lógica do Projeto OCW-USP é diferente. É diferente porque é a base de uma coisa maior, uma revolução educacional. É a primeira pedra na construção de um castelo. É a primeira árvore de uma floresta. O lenhador, os medíocres e a burraiada da USP olha para essa árvore e vê lenha e carvão. Eu olho para ela e vejo possibilidades, infinitas possibilidades, assim como o primeiro passo em direção a um futuro extraordinário.

Logo, não podemos deixar os lenhadores tomarem conta da árvore e nem da Floresta Amazônica. Estão transformando a Floresta Amazônica em lenha, carvão e madeira para construção civil. Estão transformando árvores de trezentos anos em mesa, cadeira e armário. A estupidez humana não tem limites.

Por exemplo, muito não entendem o fato do Projeto OCW-USP não emitir diplomas. Dizem os tapados, e com razão: Se o indivíduo faz o curso da USP, assiste todas as aulas, lê todas as anotações, etc por que ele não terá o diploma da USP ?

A resposta é simples: porque o Projeto OCW-USP pretende quebrar o paradigma do diploma. O diploma não é importante, pois não prova nada. É apenas um pedaço de papel que não valerá absolutamente nada se todos os registros da USP e do MEC pegarem fogo e queimar tudo.

Pergunto eu: se não houver provas da veracidade do diploma, o indivíduo que se formou pela USP perde o conhecimento que adquiriu ? A resposta é não. Portanto, o diploma não significa nada. É apenas uma mera formalidade arcaica que deveria ter sido enterrada no século XX, mas que conseguiu entrar no século XXI. O que realmente importa é o conhecimento. E nossa mira, nosso foco, deve estar no conhecimento.

Além deste, outros paradigmas serão quebrados ao longo do desenvolvimento e da implantação da cultura OCW. Por exemplo, a idéia do presencial, da bunda colada na carteira para assistir aula, do tempo necessário para formação, da idade para estudar coisas avançadas, etc. Todos esses dogmas serão quebrados e enterrados.

Antes de continuar quero falar uma coisa. A Revolução Francesa firmou na História o lema: "Liberdade, Igualdade e Fraternidade". Lema que foi dividido e se converteu em uma bandeira de luta. Um lema e três lutas: uma por liberdade, outra por igualdade e a terceira por fraternidade. Lutas contínuas que avançam de conquista em conquista. Não apenas para conquistar mais liberdade, mais igualdade e mais fraternidade, mas principalmente para se manter aquilo que se conquistou.

A primeira luta foi por liberdade. Ela não começou com a Revolução Francesa, pois essa luta sempre existiu na História Humana, mas foi nessa Revolução que ela apareceu com mais força, intensificando-se no século XIX. Inclusive podemos dizer que o século XIX foi o século de luta pela liberdade do homem e dos cidadãos, luta pelos Direitos Humanos, luta contra a opressão e tirania do Estado.

A segunda luta foi por igualdade. Essa luta também não começou na Revolução Francesa, pois ela sempre esteve presente na História Humana desde a antiguidade. Contudo, foi na França que ela se transformou em uma bandeira das classes sociais, intensificando-se exponencialmente no século XX. Assim, o século XX foi o século de luta pela igualdade entre os homens. Luta pelos direitos sociais. Época das revoluções comunistas.

A terceira luta é por fraternidade. E será travada agora, no século XXI. E as primeiras batalhas já podem ser percebidas, por exemplo, a questão da quebra de patentes dos medicamentos anti-aids, o software livre, You Tube, Wikipédia, os movimentos de Seattle, a explosão das ONGs, os Fóruns Sociais. Todos esses movimentos são transpassados por um fio comum que é a luta por fraternidade entre os homens. A lógica do lucro está sendo quebrada, a humanidade está se sobrepondo à mercadoria e ao preço. Você cobraria por um medicamento anti-aids que salvaria a vida de seu irmão ? Você cobraria direitos autorais e propriedade intelectual de um produto ou serviço que é essencial para o crescimento e para a evolução de seu irmão ?

A resposta é única: não. Não cobra porque entre você e seu irmão há uma ligação fraternal estabelecida pelo elo familiar. Essa ligação fraternal, de repente, saiu do âmbito da família e está contaminando a humanidade. Basta olhar para o Movimento anti-globalização, para os Fóruns Sociais, para as ONGs sérias e compromissadas com a Justiça Social, Direitos Humanos, etc. O mundo está mudando e tomando uma nova direção.

Mas, retomando o assunto anterior, a quebra de todos esses paradigmas da educação pública atual culminará com a instalação completa do Ensino Público Gratuito via internet e com a respectiva extinção das Escolas Públicas de Ensino Médio, Escolas Técnicas e Universidades. Existirão apenas os laboratórios e as áreas para aprendizagem manual. Mesmo assim, essas áreas irão desaparecer completamente com o desenvolvimento da realidade virtual, holografias, etc.

Assim, com as novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas agora, o cérebro conseguirá entrar completamente em ambientes 3D, em uma realidade virtual, sem sair da cadeira do computador. Inclusive o ambiente das escolas atuais poderá ser reconstruídos em ambientes 3D e os alunos continuarem tendo aulas sentados em carteira, um atrás do outro, e todo mundo dentro de um mesmo ambiente virtual, uma sala de aula dentro do computador. Contudo, os corpos físicos dos alunos continuam em suas casas, porém conectados na internet.

Entretanto, assinalo que as creches e as escolas primárias continuarão existindo, pois essas fases são essenciais para a formação da sociabilidade humana, desenvolvimento da linguagem e aprendizagens manuais. Uma criança precisa ter contato direto com outras crianças para se desenvolver. E serão nessas fases que os pimpolhos irão aprender a usar todas as tecnologias e aprenderão a aprender utilizando a internet como ferramenta de aprendizagem. A partir da oitava série predominará a liberdade de aprendizagem e de conhecimento. O indivíduo estuda o que quer e aprende apenas aquilo que desejar.

Ele estuda via internet e, posteriormente, vai até determinado órgãos do Governo fazer as provas respectivas. Se um aluno de 11 anos estudou tudo de Direito e sabe tudo, não há razão para não se dar o diploma de bacharel em Direito para esse aluno. Basta verificar os seus conhecimentos em provas específicas e, uma vez aprovado, ele deve receber a qualificação. Aqui o paradigma da idade para acessar conhecimentos avançados será completamente quebrado. Não há razão para se nivelar pessoas. Cada um tem seus limites e suas facilidades e isso deve ser considerado na aprendizagem.

Portanto, quem vê no Projeto OCW-USP apenas a publicação de aulas presenciais na internet, deve ser mantido longe, bem longe, do Projeto. Esse Projeto é o estágio inicial da implantação do Ensino Público Gratuito via internet. É o começo de tudo. Por isso, em paralelo com o Projeto OCW-USP, serão desenvolvidos uma série de outros projetos menores visando atingir o estágio completo de migração do Ensino Público atual para o âmbito virtual. Isso poderá levar 10, 20, 50 ou 100 anos. Tudo dependerá da velocidade das mudanças e dos empecilho lançados pelos conservadores ao longo da estrada. Mas é inevitável e irá ocorrer.

Certamente, ao longo desse caminho de implantação do Projeto e da cultura OCW uma série de novas tecnologias irão aparecer e serão criadas. Essas tecnologias reunidas darão suporte e apoio ao novo sistema de ensino e educação via internet. Esse novo sistema tem grandes chances de constituir uma tecnologia genuinamente brasileira e, uma vez implantada com sucesso no Brasil, poderá constituir um dos principais produtos de exportação do Brasil, assim como os biocombustíveis, as urnas eletrônicas, etc, gerando um sistema global de Ensino Público Gratuito via internet.

Além disso, é válido ressaltar que não pretendemos, não podemos e não iremos construir o Projeto OCW-USP, assim como os demais projetos anexos e o Sistema de Ensino Público Gratuito via Internet, sozinhos. Existirão parceiros que dominam áreas e conhecimentos técnicos e linguagens de programação que nós não conhecemos. Teremos que contar com Físicos, matemáticos, engenheiros, etc, da USP e de outras Universidades. Portanto, a idéia é formar um consórcio para inovação.

Um consórcio que reunirá pessoas que já estão desenvolvendo tecnologias pontuais que, aglutinadas a outras tecnologias, dará vida e suporte ao Sistema de Ensino Público Gratuito via internet. Além disso, é necessário que os professores de educação e pedagogia, assim como todos os profissionais das demais áreas acadêmicas, comecem a desenvolver novas técnicas de ensino e aprendizagem, considerando a emergência do Ensino Público Gratuito via internet. É um ambiente completamente novo de aprendizagem onde tudo pode ser acessado na hora (texto, áudio, vídeo, etc).

O uso do ambiente virtual, para aprendizagem, na atualidade ainda é excessivamente limitado e restrito. As pessoas não sabem utilizar a internet como ferramenta para aprender mais. Não só isso, as informações disponíveis na internet hoje são fragmentadas, dispersas, não confiáveis, etc. Por isso, precisamos de Projetos OCW, aulas open e free com certificados de autenticidade, professores gabaritados ensinando, gratuitamente, para todos os brasileiros, etc. Tudo isso reunido em um local fácil de encontrar. Em um local sem login e sem senha, pois o símbolo máximo do monopólio do conhecimento e da retenção dos saberes dentro de uma Universidade Pública é o login e a senha para acessar conteúdos digitais.

Não só isso, o Governo tem que fazer a parte dele que é informatizar e instalar internet em todas as escolas públicas do país e dar possibilidades para que todos os alunos pobres recebam o notebook de cem dólares, assim como todos os professores tenham computadores conectados à internet.

Essas condições são imprescindíveis para que a próxima geração comece a entrar no Ensino Público Gratuito via Internet. Certamente, os próximos 20 anos (talvez menos, pois no mundo da tecnologias as coisas acontecem rapidamente) será um período de transição, construção e descobertas, havendo o convívio entre o ensino tradicional com o ensino virtual, mas com declínio do primeiro.

Além disso, o Governo deve disponibilizar e liberar recursos para o desenvolvimento deste Projeto OCW-USP, assim como para a construção dos demais Projetos que estarão ligados a ele. É um projeto feito para a coletividade e que beneficia toda a coletividade, sem distinção e sem exceção. É uma porta aberta para o desenvolvimento social e econômico.

Enfim, o Ensino Público Gratuito via Internet será uma realidade inevitável e nosso trabalho, no Instituto OCW Br@sil, é construir e concretizar esse futuro que vislumbramos agora. Para isso temos que democratizar o conhecimento, socializar os saberes e unir tecnologias, gerando, com isso, inovações e soluções inteligentes. A revolução da fraternidade está em curso. Estamos no século XXI.

O Projeto OCW-USP gera desenvolvimento

O acesso gratuito e aberto ao conhecimento e aos saberes gera desenvolvimento, produz inovações e reduz as desigualdades. Isso porque o conhecimento é uma ferramenta para solução de problemas e transformação social. Se todas as pessoas tiverem essa ferramenta, os problemas serão atacados de todas as formas, possíveis e impossíveis, e em todos os seus ângulos, conhecidos ou desconhecidos.

Soluções que alguns não vêem, outros verão. Perspectivas que alguns não têm, outros terão. E o problema será visto de baixo, de cima, de lado, de dentro, de fora e até da quarta dimensão. Com isso, novos caminhos serão abertos e novas estratégias encontradas. Quanto mais pessoas tiverem acesso ao conhecimento, mais rápido caminharemos para o desenvolvimento e mais soluções eficientes e inovadoras encontraremos.

Por isso, as três ações fundamentais que marcarão o século XXI serão: compartilhar, democratizar e socializar. O sucesso das redes P2P, do You Tube, da Wikipedia, etc derivam dessas ações.

Hoje, no Brasil, poucas pessoas têm acesso ao conhecimento. Poucas pessoas têm poucas visões, encontram poucas soluções, geram pouco desenvolvimento e produzem poucas inovações. Portanto, o monopólio e a retenção do conhecimento e dos saberes, dentro das Universidades Públicas, são fatores inibidores do crescimento econômico e do desenvolvimento social.
O Projeto OCW-USP e o Ensino Público Gratuito via Internet

Os medíocres e a burraiada da USP estão agindo, nos bastidores, para assumir o controle do Projeto OCW-USP e nos tirar para escanteio. Sem contar que alguns deles estão trabalhando, na surdina, para sabotar esses planos, assim como a organização Instituto OCW Br@sil. Mas eles não vencerão. Não vencerão porque nós somos pessoas inteligentes, intuitivas e obstinadas. Somos revolucionários high tec e acreditamos fanaticamente naquilo que fazemos e pensamos.

Além disso, nós sabemos que esses medíocres e a burraiada são iguais a lenhadores olhando para uma floresta: só conseguem ver lenha e carvão, nada mais do que isso. Eles olham para o Projeto OCW-USP e só conseguem ver a publicação de aulas presenciais na internet, nada mais do que isso, ou seja, possuem uma visão obtusa, limitada e estreita do Projeto e de suas repercussões.

Logo, não possuem competência e nem visão para gerenciar esse empreendimento. Por isso, eles não podem botar a mão nisso e nem controlar ou direcionar esse Projeto, pois se colocarem a mão vão estragar tudo. E depois para corrigir a lambança dará um trabalho danado.

Mas não é só os medíocres e a burraiada da USP que não conseguem ver o tamanho e a extensão desse iceberg chamado Projeto OCW. O MIT também não conseguiu ver as possibilidades disso. Por isso, o Projeto OCW-MIT começou desbravando o desconhecido, porém avançou e chegou no lugar em que todo mundo está chegando e parando: na mera publicação de aulas presenciais na internet. Não conseguiram e não estão conseguindo enxergar e avançar além disso. Vêem apenas vinte metros ao redor do Projeto. Nada mais do que isso. Eu estou conseguindo ver a duzentos metros e se eu subir nas costas dos medíocres e da burraiada consigo enxergar uns quinhentos metros.

Mas antes de avançarmos nesse texto vamos estabelecer algumas premissas. A primeira é: o Leonildo tem sérios problemas psiquiátricos, assim como mania de querer mudar o mundo e as coisas. Por isso, ele consegue enxergar mais longe do que os outros. Está bom assim ? A segunda premissa: as amadas imortais do Leonildo (Ele tem uma coleção) não gostam dele. Logo, ele não vive caçando mulheres por aí e tem bastante tempo para pensar e estudar. Posto isso vamos continuar.

O Projeto OCW-USP é o começou de uma grande revolução. Poderíamos dizer que é uma espécie de Grande Marcha que culminou com a instalação do Regime Comunista na China. O Projeto OCW-USP é a Grande Marcha. O Regime Comunista é o Ensino Público gratuito via internet. Contudo, não conte isso para ninguém, pois é o nosso plano secreto.

Certamente, a primeira coisa que os "Velhos do Restelo" vão dizer, quando nos ouvirem falando disso, é a mesma coisa que disseram para o Santos Dumont: "Impossível !!! Impossível !!! Impossível, pois o mais pesado do que o ar não pode voar." E a minha resposta para essas pessoas é um drink: um Keep Walking (Se beber, não dirija).

É difícil explicar as tecnologias atuais para pessoas de mente estreita e que não conseguem enxerga nem o que está ao lado delas, o que dirá falar de coisas que existirão daqui a vinte, trinta ou cem anos. É difícil porque essas pessoas estão com o corpo no presente, no século XXI, mas suas cabeças continuam no século XVIII. E se dependêssemos das decisões desses medíocres e da burraiada para evoluirmos estaríamos até hoje andando de cipó, usando lamparina e pombo-correio. Mesmo assim, vou falar do Ensino Público Gratuito via Internet que existirá em um futuro próximo.

O Projeto OCW-USP não se esgota em si mesmo e não visa apenas a disponibilização/publicação de aulas presenciais na internet. Isso é apenas um detalhe do Projeto. O detalhe mais evidente.

O que o Projeto OCW-USP faz realmente é iniciar a migração, completa e total, do Ensino Público Gratuito para a internet, para o ambiente virtual. Estou falando de Escola Pública Virtual, de coisas do futuro. Mas os cursos a distância não fazem isso ? A resposta é não, pois os cursos a distância atuais buscam ministrar cursos presenciais a distância. Só isso. Não fazem e não buscam nada mais do que isso.

Por isso, a lógica do Projeto OCW-USP é diferente. É diferente porque é a base de uma coisa maior, uma revolução educacional. É a primeira pedra na construção de um castelo. É a primeira árvore de uma floresta. O lenhador, os medíocres e a burraiada da USP olha para essa árvore e vê lenha e carvão. Eu olho para ela e vejo possibilidades, infinitas possibilidades, assim como o primeiro passo em direção a um futuro extraordinário.

Logo, não podemos deixar os lenhadores tomarem conta da árvore e nem da Floresta Amazônica. Estão transformando a Floresta Amazônica em lenha, carvão e madeira para construção civil. Estão transformando árvores de trezentos anos em mesa, cadeira e armário. A estupidez humana não tem limites.

Por exemplo, muito não entendem o fato do Projeto OCW-USP não emitir diplomas. Dizem os tapados, e com razão: Se o indivíduo faz o curso da USP, assiste todas as aulas, lê todas as anotações, etc por que ele não terá o diploma da USP ?

A resposta é simples: porque o Projeto OCW-USP pretende quebrar o paradigma do diploma. O diploma não é importante, pois não prova nada. É apenas um pedaço de papel que não valerá absolutamente nada se todos os registros da USP e do MEC pegarem fogo e queimar tudo.

Pergunto eu: se não houver provas da veracidade do diploma, o indivíduo que se formou pela USP perde o conhecimento que adquiriu ? A resposta é não. Portanto, o diploma não significa nada. É apenas uma mera formalidade arcaica que deveria ter sido enterrada no século XX, mas que conseguiu entrar no século XXI. O que realmente importa é o conhecimento. E nossa mira, nosso foco, deve estar no conhecimento.

Além deste, outros paradigmas serão quebrados ao longo do desenvolvimento e da implantação da cultura OCW. Por exemplo, a idéia do presencial, da bunda colada na carteira para assistir aula, do tempo necessário para formação, da idade para estudar coisas avançadas, etc. Todos esses dogmas serão quebrados e enterrados.

Antes de continuar quero falar uma coisa. A Revolução Francesa firmou na História o lema: "Liberdade, Igualdade e Fraternidade". Lema que foi dividido e se converteu em uma bandeira de luta. Um lema e três lutas: uma por liberdade, outra por igualdade e a terceira por fraternidade. Lutas contínuas que avançam de conquista em conquista. Não apenas para conquistar mais liberdade, mais igualdade e mais fraternidade, mas principalmente para se manter aquilo que se conquistou.

A primeira luta foi por liberdade. Ela não começou com a Revolução Francesa, pois essa luta sempre existiu na História Humana, mas foi nessa Revolução que ela apareceu com mais força, intensificando-se no século XIX. Inclusive podemos dizer que o século XIX foi o século de luta pela liberdade do homem e dos cidadãos, luta pelos Direitos Humanos, luta contra a opressão e tirania do Estado.

A segunda luta foi por igualdade. Essa luta também não começou na Revolução Francesa, pois ela sempre esteve presente na História Humana desde a antiguidade. Contudo, foi na França que ela se transformou em uma bandeira das classes sociais, intensificando-se exponencialmente no século XX. Assim, o século XX foi o século de luta pela igualdade entre os homens. Luta pelos direitos sociais. Época das revoluções comunistas.

A terceira luta é por fraternidade. E será travada agora, no século XXI. E as primeiras batalhas já podem ser percebidas, por exemplo, a questão da quebra de patentes dos medicamentos anti-aids, o software livre, You Tube, Wikipédia, os movimentos de Seattle, a explosão das ONGs, os Fóruns Sociais. Todos esses movimentos são transpassados por um fio comum que é a luta por fraternidade entre os homens. A lógica do lucro está sendo quebrada, a humanidade está se sobrepondo à mercadoria e ao preço. Você cobraria por um medicamento anti-aids que salvaria a vida de seu irmão ? Você cobraria direitos autorais e propriedade intelectual de um produto ou serviço que é essencial para o crescimento e para a evolução de seu irmão ?

A resposta é única: não. Não cobra porque entre você e seu irmão há uma ligação fraternal estabelecida pelo elo familiar. Essa ligação fraternal, de repente, saiu do âmbito da família e está contaminando a humanidade. Basta olhar para o Movimento anti-globalização, para os Fóruns Sociais, para as ONGs sérias e compromissadas com a Justiça Social, Direitos Humanos, etc. O mundo está mudando e tomando uma nova direção.

Mas, retomando o assunto anterior, a quebra de todos esses paradigmas da educação pública atual culminará com a instalação completa do Ensino Público Gratuito via internet e com a respectiva extinção das Escolas Públicas de Ensino Médio, Escolas Técnicas e Universidades. Existirão apenas os laboratórios e as áreas para aprendizagem manual. Mesmo assim, essas áreas irão desaparecer completamente com o desenvolvimento da realidade virtual, holografias, etc.

Assim, com as novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas agora, o cérebro conseguirá entrar completamente em ambientes 3D, em uma realidade virtual, sem sair da cadeira do computador. Inclusive o ambiente das escolas atuais poderá ser reconstruídos em ambientes 3D e os alunos continuarem tendo aulas sentados em carteira, um atrás do outro, e todo mundo dentro de um mesmo ambiente virtual, uma sala de aula dentro do computador. Contudo, os corpos físicos dos alunos continuam em suas casas, porém conectados na internet.

Entretanto, assinalo que as creches e as escolas primárias continuarão existindo, pois essas fases são essenciais para a formação da sociabilidade humana, desenvolvimento da linguagem e aprendizagens manuais. Uma criança precisa ter contato direto com outras crianças para se desenvolver. E serão nessas fases que os pimpolhos irão aprender a usar todas as tecnologias e aprenderão a aprender utilizando a internet como ferramenta de aprendizagem. A partir da oitava série predominará a liberdade de aprendizagem e de conhecimento. O indivíduo estuda o que quer e aprende apenas aquilo que desejar.

Ele estuda via internet e, posteriormente, vai até determinado órgãos do Governo fazer as provas respectivas. Se um aluno de 11 anos estudou tudo de Direito e sabe tudo, não há razão para não se dar o diploma de bacharel em Direito para esse aluno. Basta verificar os seus conhecimentos em provas específicas e, uma vez aprovado, ele deve receber a qualificação. Aqui o paradigma da idade para acessar conhecimentos avançados será completamente quebrado. Não há razão para se nivelar pessoas. Cada um tem seus limites e suas facilidades e isso deve ser considerado na aprendizagem.

Portanto, quem vê no Projeto OCW-USP apenas a publicação de aulas presenciais na internet, deve ser mantido longe, bem longe, do Projeto. Esse Projeto é o estágio inicial da implantação do Ensino Público Gratuito via internet. É o começo de tudo. Por isso, em paralelo com o Projeto OCW-USP, serão desenvolvidos uma série de outros projetos menores visando atingir o estágio completo de migração do Ensino Público atual para o âmbito virtual. Isso poderá levar 10, 20, 50 ou 100 anos. Tudo dependerá da velocidade das mudanças e dos empecilho lançados pelos conservadores ao longo da estrada. Mas é inevitável e irá ocorrer.

Certamente, ao longo desse caminho de implantação do Projeto e da cultura OCW uma série de novas tecnologias irão aparecer e serão criadas. Essas tecnologias reunidas darão suporte e apoio ao novo sistema de ensino e educação via internet. Esse novo sistema tem grandes chances de constituir uma tecnologia genuinamente brasileira e, uma vez implantada com sucesso no Brasil, poderá constituir um dos principais produtos de exportação do Brasil, assim como os biocombustíveis, as urnas eletrônicas, etc, gerando um sistema global de Ensino Público Gratuito via internet.

Além disso, é válido ressaltar que não pretendemos, não podemos e não iremos construir o Projeto OCW-USP, assim como os demais projetos anexos e o Sistema de Ensino Público Gratuito via Internet, sozinhos. Existirão parceiros que dominam áreas e conhecimentos técnicos e linguagens de programação que nós não conhecemos. Teremos que contar com Físicos, matemáticos, engenheiros, etc, da USP e de outras Universidades. Portanto, a idéia é formar um consórcio para inovação.

Um consórcio que reunirá pessoas que já estão desenvolvendo tecnologias pontuais que, aglutinadas a outras tecnologias, dará vida e suporte ao Sistema de Ensino Público Gratuito via internet. Além disso, é necessário que os professores de educação e pedagogia, assim como todos os profissionais das demais áreas acadêmicas, comecem a desenvolver novas técnicas de ensino e aprendizagem, considerando a emergência do Ensino Público Gratuito via internet. É um ambiente completamente novo de aprendizagem onde tudo pode ser acessado na hora (texto, áudio, vídeo, etc).

O uso do ambiente virtual, para aprendizagem, na atualidade ainda é excessivamente limitado e restrito. As pessoas não sabem utilizar a internet como ferramenta para aprender mais. Não só isso, as informações disponíveis na internet hoje são fragmentadas, dispersas, não confiáveis, etc. Por isso, precisamos de Projetos OCW, aulas open e free com certificados de autenticidade, professores gabaritados ensinando, gratuitamente, para todos os brasileiros, etc. Tudo isso reunido em um local fácil de encontrar. Em um local sem login e sem senha, pois o símbolo máximo do monopólio do conhecimento e da retenção dos saberes dentro de uma Universidade Pública é o login e a senha para acessar conteúdos digitais.

Não só isso, o Governo tem que fazer a parte dele que é informatizar e instalar internet em todas as escolas públicas do país e dar possibilidades para que todos os alunos pobres recebam o notebook de cem dólares, assim como todos os professores tenham computadores conectados à internet.

Essas condições são imprescindíveis para que a próxima geração comece a entrar no Ensino Público Gratuito via Internet. Certamente, os próximos 20 anos (talvez menos, pois no mundo da tecnologias as coisas acontecem rapidamente) será um período de transição, construção e descobertas, havendo o convívio entre o ensino tradicional com o ensino virtual, mas com declínio do primeiro.

Além disso, o Governo deve disponibilizar e liberar recursos para o desenvolvimento deste Projeto OCW-USP, assim como para a construção dos demais Projetos que estarão ligados a ele. É um projeto feito para a coletividade e que beneficia toda a coletividade, sem distinção e sem exceção. É uma porta aberta para o desenvolvimento social e econômico.

Enfim, o Ensino Público Gratuito via Internet será uma realidade inevitável e nosso trabalho, no Instituto OCW Br@sil, é construir e concretizar esse futuro que vislumbramos agora. Para isso temos que democratizar o conhecimento, socializar os saberes e unir tecnologias, gerando, com isso, inovações e soluções inteligentes. A revolução da fraternidade está em curso. Estamos no século XXI.

O Projeto OCW-USP gera desenvolvimento

O acesso gratuito e aberto ao conhecimento e aos saberes gera desenvolvimento, produz inovações e reduz as desigualdades. Isso porque o conhecimento é uma ferramenta para solução de problemas e transformação social. Se todas as pessoas tiverem essa ferramenta, os problemas serão atacados de todas as formas, possíveis e impossíveis, e em todos os seus ângulos, conhecidos ou desconhecidos.

Soluções que alguns não vêem, outros verão. Perspectivas que alguns não têm, outros terão. E o problema será visto de baixo, de cima, de lado, de dentro, de fora e até da quarta dimensão. Com isso, novos caminhos serão abertos e novas estratégias encontradas. Quanto mais pessoas tiverem acesso ao conhecimento, mais rápido caminharemos para o desenvolvimento e mais soluções eficientes e inovadoras encontraremos.

Por isso, as três ações fundamentais que marcarão o século XXI serão: compartilhar, democratizar e socializar. O sucesso das redes P2P, do You Tube, da Wikipedia, etc derivam dessas ações.

Hoje, no Brasil, poucas pessoas têm acesso ao conhecimento. Poucas pessoas têm poucas visões, encontram poucas soluções, geram pouco desenvolvimento e produzem poucas inovações. Portanto, o monopólio e a retenção do conhecimento e dos saberes, dentro das Universidades Públicas, são fatores inibidores do crescimento econômico e do desenvolvimento social.