sábado, 5 de maio de 2007


Nunca é demais insistir que a ocupação da Reitoria da USP foi feita por estudantes em defesa da educação pública. A ação foi colocada em prática como último recurso para que as reivindicações fossem ouvidas pela reitoria.

Não houve, até esse momento, nenhuma ação violenta gratuita e todo zelo vem sendo empregado para garantir que o prédio com o mínimo de danos possível. Aquilo que vem sendo erroneamente apontado pela imprensa como centro dos acontecimentos, a porta arrombada da entrada da Reitoria, foi na verdade dano circunstancial e absolutamente necessário para o ato decidido pelo coletivo.

Uma nova reunião foi agendada para a manhã de hoje (5), com Franco Maria Lajolo, vice-reitor em exercício. A discussão deve ocorrer por volta das 11h.

Os estudantes decidiram manter a ocupação da Reitoria, e votação feita na última Assembléia estudantil, realizada na noite de ontem (4) e da qual participaram 500 alunos.

Também foram mantidas as nossas reivindicações, mas foi decidido dar mais prioridade a duas das cinco exigências originais:

1ª - EXIGIR O POSICIONAMENTO DA REITORIA DIANTE DOS DECRETOS.

2ª - CONSTRUIR TRÊS NOVOS BLOCOS DE MORADIA ESTUDANTIL, QUE ABRAM 594 VAGAS PARA OS ESTUDANTES; REFORMAR OS BLOCOS JÁ EXISTENTES; E GARANTIR MORADIA DIGNA PARA OS ALUNOS ALOJADOS NO CEPEUSP.

Assembléia da USP
Na próxima terça-feira, será realizada uma Assembléia Geral dos estudantes da USP, em frente à Reitoria.

Assim, o movimento estudantil deve se fortalecer. As pautas de reivindicação da ocupação e o ato conjunto do funcionalismo público do Estado (que ocorre dia 10) serão as pautas da Assembléia.

Recusa
Mais uma vez, Franco Lajolo não aceitou uma audiência pública com os alunos uspianos. Embora os estudantes tivessem concedido - em votação durante a plenária de ontem à noite - direito à palavra ao vice-reitor, ele se recusou a se pronunciar e deixou o local.

Os estudantes querem manter um canal de diálogo com Lajolo e se mostram cada vez mais determinados a manter a ocupação, caso a Reitoria mantenha uma postura intransigente.

Impasse
Anteontem (3), o vice-reitor recebeu uma comissão de negociação dos estudantes, que lhe apresentou a pauta de reivindicações. Ele comprometeu-se a participar de uma audiência pública entre os dias 14 e 18 de maio, mas não deu qualquer garantia em relação aos outros pontos da pauta.

Lajolo ainda havia proposto a criação de uma comissão paritária, que abrangesse os corpos docente e discente (cinco pessoas por grupo). Em Assembléia no dia seguinte, os alunos aprovaram com emendas esta proposta: ampliaram de cinco para oito integrantes por grupo. Lajolo mostrou-se contrario à participação de funcionários nesta comissão, mas aceitou a proposta para elevar o número de integrantes por grupo (de cinco para oito).

Ocupação
Desde a última quinta-feira (3), 400 estudantes da USP ocuparam o gabinete da Reitoria da universidade. O saguão do prédio foi tomado durante o final da tarde.

Os ocupantes reivindicam a revogação dos decretos 51.460, 51.461, 51.471, 51.636 e 51.660, do governador de São Paulo José Serra, que interferem na autonomia das universidades públicas.

Suely Vilela, reitora da USP, havia sido convidada pelos estudantes para discutir os decretos e a autonomia em audiência pública, abertamente. Vilela alegou que teria de fazer ma viagem e avisou que não compareceria ao encontro. A Reitoria designou um outro representante para participar deste encontro, marcado para as 16h da última quinta-feira, mas ele não compareceu.

Os alunos resolveram caminhar à Reitoria para apresentar ao vice-reitor Lajolo sua pauta de reivindicações. A segurança do prédio tentou impedir a entrada dos estudantes, que decidiram ocupar o prédio para se fazer ouvir após meses de tentativa.

Comissão de Imprensa da Ocupação da Reitoria
E-mail: ocupacao.usp@gmail.com
Telefone: 3091-3602

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