Wolfowitz, Presidente do Banco Mundial, caiu porque pediu promoção e aumento para a namorada. Esse caso demonstra de forma cristalina a diferença entre as instituições e autoridades de uma organização responsável e séria daquelas comandadas por picaretas e macunaímas. Um exemplo desse último caso é a Secretaria do Ensino Superior dirigida pelo Pinóquio, digo Pinotti.

Nas organizações sérias e responsáveis há uma ética institucional, há responsabilidade do indivíduo pelos interesses dirigidos, há compromisso e empenho. Ninguém usa da coisa pública para interesses individuais. Ninguém se apropria da coisa, como se sua fosse, para beneficiar apadrinhados. Nessa organizações que arranja apadrinhado se estrepa.

E a Secretaria do Ensino Superior ? Para começo de conversa é uma instituição inconstitucional, portanto ilegal. A sua existência contraria o art. 207 da Constituição Federal que garante a autonomia das Universidades Públicas Brasileiras. Contraria a constituição porque gera uma hierarquia entre as Universidades e a Secretaria. E se há hierarquia não há autonomia.

E a existência dessa hierarquia pode ser vislumbrada na Carta do Pinotti pedindo (em tom impositivo) vaga na pós-graduação da USP para o seu apadrinhado. Inclusive na resposta do Gabinete da Reitora para um Professor da USP, o Chefe de Gabinete diz: "Professor Pinotti solicita vaga". Isso demonstra cabalmente a existência de uma hierarquia.

Além disso, acabo de ler o título de um texto no qual o Pinóquio, digo Pinotti, fala em transferir alunos das Universidades Particulares para as Públicas. Com isso ele demonstra, mais uma vez, que quer destruir a autonomia universitária. Inclusive demonstra que ele Pinóquio, já tomou conta de tudo. Como assim ele quer inserir alunos das particulares nas públicas ? Quem manda nas Universidades Públicas são as próprias Universidades Públicas. Quem decide se serão inseridos alunos são as Universidades Públicas e não o mister Pinóquio, digo Pinotti. A autonomia Universitária é constitucional. O Pinotti e sua Secretaria são foras-da-lei, estão fora da constituição.

O Pinóquio não só quer destruir a autonomia, mas também as próprias universidades públicas. Essa é a investidas dos neoliberais contra o patrimônio público. Mais cedo ou mais tarde, do jeito que está indo as coisas, eles vão dar um jeito de vender a USP, a UNESP e a UNICAMP. Eles gostam, adoram, privatizar, vender e destruir o patrimônio público. São neoliberias na essência.

Mas retornando ao Banco Mundial. Se o Pinóquio, digo Pinotti, estivesse em uma organização séria e responsável, igual ao Banco Mundial por exemplo, a sua cabecinha, incluindo o nariz de mentiroso, teria sido cortada. Wolfowitz pediu promoção e aumento para a namorada e caiu. O Pinóquio, digo Pinotti, pede vaga para o namorado, digo apadrinhado, e não acontece nada. Essa é a ética macunaíma. Coisa de mentalidade subdesenvolvida.

Certamente, sendo a Secretaria de Ensino Superior uma organização inconstitucional e ilegal pode cometer ilegalidades. Se a própria existência da instituição não está embaixo da lei, o que dirá da conduta de seus dirigentes macunaímas.

E depois o partido dos narigudos pinoquianos (tucanos) fala em ética, administração responsável, transparência. Existe transparência na inserção de apadrinhado às escondidas em Universidades Públicas ? Todo mundo tem que prestar vestibular, tem que passar por provas na Pós-Graduação, análise de currículo, etc... menos o namorado, digo apadrinhado, do Pinóquio, digo Pinotti. O que esse indivíduo tem que o resto dos mortais não tem ? Ele deve ter a mesma coisa que o ex-juiz Nicolalau gatuno tinha, pois o ex-juiz também entrou na USP assim, pelas portas dos fundos.

Partido dos narigudos pinoguianos ? Estudem o caso do Banco Mundial para aprenderem o que é ética institucional e como deve ser tratado o interesse público. Estudem o caso do Wolfowitz para saberem o que fazer com o Pinóquio, digo Pinotti.
-----------------------------------------
Conselho do Banco Mundial aceita renúncia de Wolfowitz

da Efe, em Washington - com Folha Online
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u117285.shtml


O Conselho Executivo do BM (Banco Mundial) aceitou nesta quinta-feira (17) a renúncia do presidente do organismo, Paul Wolfowitz, que deixará o cargo em 30 de junho.

"Os diretores executivos reconhecem a decisão de Wolfowitz de renunciar como presidente do Grupo do Banco Mundial, [em decisão] que se tornará efetiva no final do ano fiscal, em 30 de junho de 2007", aponta um comunicado divulgado pela entidade.

O Conselho informou que "começará o processo de nomeação de um novo presidente imediatamente."

A renúncia de Wolfowitz precisou um longo processo de negociação, diante da sua exigência de que o comunicado final reconhecesse que ele agiu de boa fé ao decidir os detalhes da promoção e do aumento salarial de sua namorada, Shaha Riza. O Conselho reconheceu no comunicado que Wolfowitz, ex-número dois do Pentágono, agiu de boa fé.

Wolfowitz "nos garantiu que agiu de forma ética e de boa fé, no que ele acreditava ser no melhor interesse da instituição, e nós aceitamos [o argumento]", afirma o comunicado do Conselho Executivo, integrado por 24 diretores que representam os 185 membros da entidade.

O comunicado também destaca que o resto das pessoas envolvidas na transferência temporária de Riza ao Departamento de Estado americano e nas condições da medida também agiram de boa fé.

O caso

Wolfowitz está envolvido em um escândalo relacionado com a promoção e o aumento salarial de sua namorada, a britânica de origem libanesa Shaha Ali Riza.

A funcionária do órgão foi transferida ao Departamento de Estado dos Estados Unidos em setembro de 2005, pouco depois da chegada de Wolfowitz ao BM, já que as normas do organismo proíbem que casais tenham relações de patrão e empregado dentro do Bird.

A transferência para o departamento de Estado resultou em vários aumentos salariais de cerca de US$ 60 mil, mais que o dobro do determinado pelas normas do Banco. O salário de Riza passou de cerca de US$ 133 mil para US$ 193 mil ao ano.

O presidente do BM reconheceu no dia 12 de abril que foi ele quem decidiu os detalhes da promoção e do aumento salarial de Riza.

Wolfowitz explicou que pediu para não ser envolvido no caso da promoção e que tomou parte no assunto depois que o Conselho Executivo negou o pedido.

Ex-vice-secretário de Defesa americano, Wolfowitz foi um dos principais idealizadores da administração de George W. Bush e um dos articuladores do envolvimento americano no Iraque.