A porta e a Opressão
Eu vi um comentarista da Band fazer uma alegoria sobre economia que se enquadra perfeitamente na USP hoje e rebate com eficiência os argumentos do Prof. Sérgio Adorno.
A USP tem um câncer e um calo. O câncer é o sucateamento da Universidade, a falta de moradia e de estrutura nas unidades, a privatização do ensino, etc. E tem um calo que é a porta quebrada pelos estudantes que ocuparam a reitoria. Ele, o Prof. Sérgio Adorno, ao invés de se preocupar com o câncer que ataca a USP e apoiar o movimento dos estudantes que busca melhoria para todos, inclusive para ele que é professor da FFLCH (uma das unidades mais sucateadas da universidade), está preocupado com o calo que é a porta quebrada.
Em respeito à porta que fecharam na nossa cara temos que aceitar a opressão e a indiferença da magnífica ? Em respeito à porta que fecharam na nossa cara temos que aceitar o sucateamento da USP, a falta de moradia, os cursos superlotados, a falta de professores, etc ? Infelizmente considero as afirmações do professor Adorno injustas e sem coerência, pois ele tenta desviar a atenção das pessoas para uma coisa irrelevante e, assim, descaracterizar o movimento estudantil. Não só tenta descaracterizar o movimento como tenta criminalizar os estudantes que ocuparam a reitoria acusando-nos de depredar o patrimônio público. Não podem nos acusar de depredar nada, pois se colocarmos a porta de volta nunca houve depredação.
Comparando o preço da porta com as reivindicações que fazemos, qual vale mais ? As nossas reivindicações são injustas, são incoerentes ? Estamos pedindo demais ? Vou mais longe e digo: de que adianta uma porta se não existe uma universidade ? Nós queremos proteger e salvar a Universidade, a USP, não a porta. E derrubaremos quantas portas forem necessárias para alcançar esse objetivo.
Essa questão é importante porque ela mostra a perversidade da classe dominante que tenta, de todas as formas possíveis, desviar a atenção do problema real para as coisas irrelevantes. Vejam a imprensa. Só mostra a porta e esquece de falar do sucateamento da Universidade, da falta de professores, da falta de moradia estudantil, etc. Inclusive deveríamos levar os jornalistas para verem as condições dos alojamento do CEPEUSP, deveríamos levar os jornalistas para verem as condições da FFLCH, as salas de aula lotadas, a falta de professores. Isso sim os jornalistas deveriam mostrar para toda a sociedade, principalmente para o Estado de São Paulo que investe 9% do ICMS nas três universidades públicas. Porém, os jornalistas só querem mostrar a porta...
Inclusive eu penso que nós do movimento de ocupação devemos pagar a porta e as outras coisas que foram quebradas. Isso vai calar a boca daqueles que dizem que somos depredadores, etc, daqueles que só pensam na porta, que cuidam do calo ao invés de cuidar do câncer que está consumindo a USP.
Leonildo Correa
Faculdade de Direito - USP
CRUSP - Bloco E
A USP tem um câncer e um calo. O câncer é o sucateamento da Universidade, a falta de moradia e de estrutura nas unidades, a privatização do ensino, etc. E tem um calo que é a porta quebrada pelos estudantes que ocuparam a reitoria. Ele, o Prof. Sérgio Adorno, ao invés de se preocupar com o câncer que ataca a USP e apoiar o movimento dos estudantes que busca melhoria para todos, inclusive para ele que é professor da FFLCH (uma das unidades mais sucateadas da universidade), está preocupado com o calo que é a porta quebrada.
Em respeito à porta que fecharam na nossa cara temos que aceitar a opressão e a indiferença da magnífica ? Em respeito à porta que fecharam na nossa cara temos que aceitar o sucateamento da USP, a falta de moradia, os cursos superlotados, a falta de professores, etc ? Infelizmente considero as afirmações do professor Adorno injustas e sem coerência, pois ele tenta desviar a atenção das pessoas para uma coisa irrelevante e, assim, descaracterizar o movimento estudantil. Não só tenta descaracterizar o movimento como tenta criminalizar os estudantes que ocuparam a reitoria acusando-nos de depredar o patrimônio público. Não podem nos acusar de depredar nada, pois se colocarmos a porta de volta nunca houve depredação.
Comparando o preço da porta com as reivindicações que fazemos, qual vale mais ? As nossas reivindicações são injustas, são incoerentes ? Estamos pedindo demais ? Vou mais longe e digo: de que adianta uma porta se não existe uma universidade ? Nós queremos proteger e salvar a Universidade, a USP, não a porta. E derrubaremos quantas portas forem necessárias para alcançar esse objetivo.
Essa questão é importante porque ela mostra a perversidade da classe dominante que tenta, de todas as formas possíveis, desviar a atenção do problema real para as coisas irrelevantes. Vejam a imprensa. Só mostra a porta e esquece de falar do sucateamento da Universidade, da falta de professores, da falta de moradia estudantil, etc. Inclusive deveríamos levar os jornalistas para verem as condições dos alojamento do CEPEUSP, deveríamos levar os jornalistas para verem as condições da FFLCH, as salas de aula lotadas, a falta de professores. Isso sim os jornalistas deveriam mostrar para toda a sociedade, principalmente para o Estado de São Paulo que investe 9% do ICMS nas três universidades públicas. Porém, os jornalistas só querem mostrar a porta...
Inclusive eu penso que nós do movimento de ocupação devemos pagar a porta e as outras coisas que foram quebradas. Isso vai calar a boca daqueles que dizem que somos depredadores, etc, daqueles que só pensam na porta, que cuidam do calo ao invés de cuidar do câncer que está consumindo a USP.
Leonildo Correa
Faculdade de Direito - USP
CRUSP - Bloco E
Email:: leonildoc@gmail.com
URL:: http://leonildoc.orgfree.com/
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