quarta-feira, 27 de junho de 2007

A Reitora está dizendo que sumiu um monte de coisa da Reitoria

De acordo, a Reitora houveram muitos furtos de laptops, monitores, projetor multimídia, impressora, scanner, componentes de informática, DVD player, pen drives, microfones, telefones e algumas máquinas também. Também foram arrombados armários, chaves foram danificadas, janelas, portas. E, de acordo com ela, 46 computadores foram violados. Só 13 poderão ser recuperados.

Já esperávamos que depois da desocupação viria uma enxurrada de mentiras. Contudo, não esperávamos tanto. Não sei se a Reitora está descrevendo o prédio da Reitoria ou se ela está descrevendo furtos em uma loja de informática. O exagero é uma evidência de mentira. Não só isso, as incoerências também indicam mentira. Por exemplo, laptops são computadores pessoais. Computadores pessoais, geralmente, andam com os donos e não ficam nos escritórios. Mais do que isso, na hora da ocupação nenhum funcionário deixaria seu computador pessoal para trás.

Além disso, onde é que estavam todos esses equipamentos, pois as salas ocupadas eram escritórios comuns, sala de assessores e secretárias. Também é questionável a afirmação de que os computadores violados não funcionam mais. Primeiro porque os computadores não foram violados. Para usá-los rodavam-se linux em CD. Segundo as senhas dos computadores não foram quebradas.

Mas há um outro fato que quero apresentar aqui. E esse fato se refere à perícia que entrou no prédio da Reitoria no último final de semana. Não gostei dessa história. Se a perícia visava detectar depredações ou furtos era essencial a presença de funcionários da Universidade junto com os peritos. Sem os funcionários presentes como os peritos poderiam saber o que foi danificado ou furtado. Mesmo assim os peritos entraram na Reitoria no final de semana.

Esse fato é outra evidência de picaretagem no ar. Não poderiam ter deixado o prédio da Reitoria sozinho nas mãos dos peritos, ou seja, a presença de funcionário da Universidade junto com esses indivíduos era fundamental e eles deveriam fazer a perícia durante o horário normal de expediente. Lembro que o Instituto de Criminalística da Polícia Civil fica logo ali no portão da USP, junto com a Academia de Polícia. Um dos monumentos postado na frente da Academia e do Instituto são viaturas. Duas delas são viaturas do regime militar. Portanto, percebe-se que estamos falando de gente que aprova o autoritarismo.

Quaisquer besteira que for dita por esses peritos em laudos feitos em final de semana e no qual não houve funcionários da Universidade presentes deve ser rechaçado e invalidado por fraude, principalmente se acusarem alunos da USP de quaisquer ilícito. Contudo, agora é tarde demais para dizer que não fizeram nenhum laudo ou que não fizeram nada no final de semana.

Percebe-se claramente que estão tramando alguma coisa. Peritos no final de semana. Peritos sem acompanhamento de funcionários da Universidade, etc. E agora vem a Reitora com a lista de supostos equipamentos que sumiram ou foram danificados. A questão que se coloca é: quem furtou foram os alunos, foram os peritos ou foram os funcionários que não apoiavam a ocupação, depois que retornaram ao trabalho ? Quem quebrou foram os alunos ou foram os peritos ou foram os funcionários que não apoiavam a ocupação, depois que retornaram ao trabalho? As coisas que sumiram realmente existiram ou montaram uma lista para culpar os alunos e denegrir o movimento de ocupação ?

E não adianta dizer que os peritos são santos porque não são. Lembro que houve, recentemente, o caso de um desses peritos da Polícia Civil de São Paulo que furtou dezenas de notebook que estavam presos para investigação no Instituto de Criminalística. Se não acredita nisso, pesquisa nos jornais que você vai ter os detalhes do caso. Inclusive esse perito acusou um empregado terceirizado de ter praticado os furtos.

Além disso, a perícia entrou no local sem ter nenhuma evidência de crime. Primeiro os funcionários deveriam ter descrito um crime, para depois vir a perícia. Contudo, aqui na Reitoria da USP a perícia veio na frente. A pergunta é: veio investigar um crime, procurar um crime ou plantar um crime ? Nunca ouvir falar em perícia que sai por aí procurando crime.

Enfim, a Reitora terá que provar que esses equipamentos existiam, terá que provar que eles estavam na Reitoria e terá que provar que foram os alunos que furtaram, inclusive apontando quem furtou. Se não provar nada disso, não pode acusar ninguém. E se apontarem quaisquer alunos que estavam no movimento da ocupação como responsável por quaisquer coisa, sem provas, vão fazer uma grande, imensa besteira, pois vão começar tudo de novo. Para que as ocupações recomecem basta apenas um motivo grande e esse é um motivo grande.

Mas uma coisa eu sei que sumiu da Reitoria: as pingas que estavam no gabinete da Reitora. Disseram que foram os alunos que levaram bebidas alcoólicas para dentro da Reitoria. Tudo mentira. As pingas (Champanhe, etc) estavam no Gabinete da Reitora. Depois da vitória da ocupação, os alunos fizeram um brinde à saúde da Magnífica.

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