quinta-feira, 18 de maio de 2006

De onde vem o poder do PCC ?

Esta é uma pergunta fácil de responder: 40% do poder do PCC vem do narcotráfico e 60 % da Mídia (Jornais, Revistas, etc). Estes são os elementos que garantem a eficácia do narcoterrorismo.

Não é a droga em si que dá poder aos grupos criminosos, mas sim a proibição e a criminalização que transformaram um problema de saúde pública em uma guerra civil violenta. Guerra que estamos assistindo agora e que já matou dezenas de milhares de pessoas, se tomarmos como ponto inicial o início do Comando Vermelho na década de 70. Guerra que vai continuar

No contexto atual é melhor enfrentar uma epidemia, oriunda da descriminalização, porém tratada em hospitais e por médicos; do que continuar alimentando essa guerra idiota contra o narcotráfico, os narcotraficantes e os crimes derivados. A descriminalização pode matar de overdose, porém só atinge os usuários de drogas, enquanto a proibição mata não só de overdose, mas também a tiros e atinge a sociedade como um todo, podendo acertar qualquer.

Além disso, é completamente irrelevante o aumento de pena, ou o isolamento de líderes das facções criminosas nos presídios de segurança. Os fatos e os acontecimentos tem demonstrado claramente que a repressão não funciona contra o narcotráfico. Proibição e criminalização dá mais poder, dinheiro e armas para os narcotraficantes que, mesmo estando presos, continuam comandando seus grupos, promovendo rebeliões e ataques contra o Estado e a sociedade e gerenciando o negócio da droga.

Vendem drogas tanto dentro, quanto fora dos presídios, ou seja, as prisões acabam sendo um forte de segurança máxima que protege os chefões da droga contra seus concorrentes e outros perigos do negócio, inclusive a prisão de segurança máxima é um local seguro e inviolável a partir do qual pode-se atacar, sem medo de retaliação, o Estado e a sociedade, assim como matar policiais, guardas-civis, etc. Os membros do PCC que estão fora dos presídios estão sendo atacados e mortos nos confrontos com a polícia. Já os chefões que estão nos presídios segurança máxima dormem tranqüilamente. Se o tal Marcola e outros líderes do PCC não estivessem presos, certamente, já estariam mortos.

Contudo, a morte destes chefões é irrelevante no modelo repressivo adotado no Brasil, pois existe uma extensa fila de pessoas prontas para assumir o negócio das drogas após a morte destes narcos. O narcotráfico dá muito dinheiro e dinheiro interessa a muita gente.

Contudo, o poder dado pelo narcotráfico não causaria tantos danos à sociedade se não fosse o sensacionalismo e a repercussão dada pela mídia. O narcoterrorismo conta com o apoio da mídia para espalhar o medo e o pânico na sociedade. É a chamada propaganda pelo fato. Assim, algum integrante do PCC, ou qualquer maconheiro desorientado e com um litro de gasolina nas mãos, incendeia um ônibus. Um fato irrelevante que passaria em brancas nuvens se não fosse a manchete dos jornais: "O PCC ESTÁ QUEIMANDO ÔNIBUS". Em seguida um elemento qualquer mata um policial e os jornais noticiam: "O PCC ESTÁ MATANDO POLICIAIS".

Assim, coisas que passariam irrelevante são maximizada pela mídia, iniciando um efeito em cadeia. As pessoas amedrontadas ficam em casa, as empresas de ônibus retiram seus veículos das ruas temendo prejuízos, etc; inclusive, outros membros do PCC que não sabiam de nada, lendo os jornais ficam sabendo dos fatos, e partem para novos ataques. Além disso, pessoas que não tem absolutamente nada a ver com o PCC, mas que planeja atacar a polícia, ao ler os jornais ou ouvir o rádio, imediatamente pega sua arma e vai caçar policiais, pois não há melhor hora do que esta para se fazer isto, uma vez que toda a culpa cairá sobre o terrível PCC.

E assim, coisa pequenas e irrelevantes, tomam proporções absurdas, pois a mídia que deveria apenas informar aumentou os fatos e espalhou o medo pela sociedade, arregimentando pessoas interessadas em atacar o Estado e se vingar da polícia. É a construção do medo social pela mídia. Logo, é necessário controlar a informação espalhada e disseminada pelos meios comunicação. Mas como fazer isso sem censurar a mídia ? É simples, os fatos não precisam ser noticiados em tempo real. Se os fatos que aconteceram hoje forem noticiados daqui a dois dias ninguém ficará com medo e a sociedade se manterá estável e segura, pois a polícia já retomou o controle da situação.

A informação em tempo real, assim como as notícias desencontradas e as boatarias, são as grandes disseminadoras de medo na sociedade. O narcoterrorismo conta com isso e se estrutura em cima disso. Lembro que o tal Marcola lê Sun Tzu - A Arte da Guerra. Portanto, ele tem conhecimentos para planejar e executar ações muito piores. E, certamente, ele conta com a cobertura, a divulgação e a valiosa contribuição da mídia em seus planos.

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