sexta-feira, 12 de maio de 2006

A indiferença do sistema diante de nossas reivindicações e a opressão institucionalizada está nos empurrando para uma única saída...

A diferença entre uma ditadura e uma democracia está na resposta dada pelo regime para quem o contesta. Na ditadura os insurgentes são perseguidos, enquanto que nas democracias são ignorados. Fora isso, a exploração e a opressão são as mesmas.

Em breve o caminho será apresentado...

"(....) os filósofos chamam de "estado de natureza", o suposto estágio que antecede o início deste em que vivemos, e que os filósofos apreciam chamar de "contrato social". Um contrato de cláusulas leoninas, segundo as quais a imensa maioria deve servir e apodrecer na miséria, na fome e na doença, enquanto uma minoria legisla e governa em causa própria, além, é claro, de enriquecer. E denominamos esse estado de absoluta discrepância de poderes com um outro adorável eufemismo: "democracia". Uma palavra que de tão falsa chega a me provocar pruridos anais...

As regras, como vemos, são muito simples: eu te exploro e você me agradece (ou, como é o costume, finge agradecer). Se, por alguma incontrolável razão, você decidir se vingar... bem... para isso existem as prisões e os hospícios...

E a história não nos desampara neste momento: compulsemos os melhores tratados e veremos que a verdade (e a justiça) só triunfa quando escolhe, como aliada, a violência. Os servos só deixaram de ser espoliados quando encostaram a faca na garganta dos seus opressores. Da mesma forma, certamente também nós guardamos a lembrança dos poucos momentos em que ousamos erguer a cabeça e nos revoltamos. Aqueles minutos de prazer, semelhantes em tudo a uma deliciosa sucessão de orgasmos, foram os únicos em que ousamos ser verdadeiros, e são eles, hoje, que nos salvam do completo embotamento." Konstantin Gavros

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"(...) O emprego da violência como arma política sempre existiu em todas as épocas, mas somente com a Revolução Francesa é que passou a existir uma fundamentação doutrinária da legitimidade do emprego do terror, depois aprofundada pelo marxismo. Este considera a violência como parteira da história e hoje já se fala até numa teologia da violência. Para o marxismo, nenhuma classe abandona o poder para outra sem lutar, daí a legitimidade da violência política... (...)

O terror nunca leva a um regime democrático e, uma vez usado, mesmo que pretensamente justificado por situações críticas, acaba se institucionalizando como forma normal de governar. Terrorismo é o emprego do terror e terrorista o partidário desse emprego, mas a expressão é mais usada para designar o terror utilizado pelos adversários de um regime, é arma de ataque, usando de atentados a lideres e sabotagem. Tem por objetivo contestar o governo instituído, desmoralizá-lo perante a opinião pública.

O terrorismo foi muito empregado pelos anarquistas russos do século passado, que acreditavam na "propaganda pelo fato", e realmente cada atentado contra um czar dava grande notoriedade a pequenos círculos revolucionários. A execução sumária é a forma mais usada de aplicar a pena de morte, comum ao terror e ao terrorismo. Nos regimes totalitários o terror faz avolumar a importância da polícia secreta, que acaba se transformando num Estado dentro do Estado, e que dentro em pouco acaba sentindo a necessidade de eliminar os seus próprios funcionários que "sabem demais".

Toda classe que emprega o terror se justifica dizendo que somente o faz em revide ao terror iniciado pelo adversário. O terror faz parte de todas as revoluções, porque a condescendência com inimigos favorece a contra-revolução. Todos os grandes líderes sempre reconheceram que o terror em si mesmo é trágico, mas que infelizmente não é possível deixar de usá-lo, e que qualquer discussão acadêmica sobre o terror é totalmente estéril, sendo muito mais importante saber a quem favorece o terror. A legitimidade do terror participa da sorte das revoluções: é justo quando usado pela classe vitoriosa, é criminoso quando usado pelos vencidos. (...)

Robespierre sustentou que não se pode julgar medidas exigidas por uma revolução com código penal na mão, e declarou em um de seus discursos: "Se o atributo do governo popular em época de paz é a virtude, seus atributos em tempo de revolução são a virtude e o terror: a virtude sem a qual o terror é funesto; o terror sem a o qual a virtude é impotente. O terror não é senão justiça rápida, severa, inflexível; é, portanto, emanação da virtude".

Marx e Engels apoiaram a legitimidade do terror. Lênin escreveu: "Os burgueses da Inglaterra esqueceram o seu 1649 e os franceses de seu 1793. O terror era justo e legítimo quando era aplicado pela burguesia a seu favor e contra os senhores feudais, mas se considera monstruoso e criminal quando os trabalhadores e pobres camponeses se atrevem a aplicá-lo contra a burguesia". (...)

Enciclopedia Jurídica - Leib Soibelman

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