quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Metafísica da Consciência
Livro II - Teoria da Consciência e Liberdade
3.2 Consciência

A consciência é definida, nesta Teoria, como um sistema analítico que avalia informações, saberes e conhecimentos, gerando novas informações, saberes ou conhecimentos, ou então, emitindo, após esta análise, uma sentença, uma decisão que deverá ser executada. Uma sentença que deverá ser transformada em ação pelo indivíduo, ou seja, um fazer ou não-fazer.

Ilustrativamente, a consciência pode ser comparada a um juízo ou uma vara judicial. O juízo ou vara judicial, através do processo judicial, analisa provas, fatos, etc. A consciência, através de processos mentais (pensamentos), analisa informações e conhecimentos. A vara judicial emite uma sentença, uma decisão, que deve ser executada ou que reconhece um direito ou uma pretensão. A consciência também emite uma sentença que deve ser executada ou que forma uma nova informação, saber ou conhecimento.

Além disso, a consciência é constituída por vários subsistemas interligados, incluindo subconsciências específicas, processos mentais, memória, etc. Todos estes elementos interagem dentro do sistema-consciência, auxiliando, facilitando ou possibilitando os seus processos.

É válido ressaltar ainda que o sistema-consciência é um sistema que movimenta energias. Isso porque todos os processos mentais, realizados nesse sistema, são processos energéticos. A maior evidência disso é o fato das informações, saberes e conhecimentos, captados pelos sentidos humanos, serem transformados em energia para serem analisados no sistema-consciência.

Os subsistemas da consciência são consciências específicas que reúnem assuntos/temas específicos. Por exemplo, a consciência política trata de temas/questões relacionadas ao Estado, ao Governo e aos interesses da sociedade ou do agrupamento social. A consciência coletiva trata de temas/questões relacionadas com grupos pequenos e próximos do indivíduo e nos quais ele está inserido: família, amigos, Igreja, comunidade, etc.

Já a consciência social trata dos temas/questões relacionadas com a sociedade ou país no qual se vive. Na subconsciência social estão estacionados o direito positivo, os costumes, as instituições, etc. Enquanto a consciência política é uma consciência de formação dos institutos e das instituições, assim como de participação do cidadão nesta formação. A consciência social é local de consolidação e execução daquilo que foi formado.

Mas por que uma divisão por temas/assuntos? A resposta é simples: porque a consciência é um sistema analítico de informação, saberes e conhecimentos. E as informações, saberes e conhecimentos dividem-se em temas/assuntos. Mais do que isso, esses temas/assuntos são assimilados, ou construídos, pelo indivíduo, com o passar do tempo e ao longo de sua vida. Essa assimilação, ou construção, é acumulativa.

Em outras palavras, a consciência se desenvolve através da aquisição (assimilação ou construção) gradual de informações, saberes e conhecimentos. Essa aquisição é formatada, dentro da consciência, na forma de uma cebola, onde cada camada representa uma subconsciência. As camadas iniciais representam as subconsciências relacionadas com a família, a escola, etc… Camadas formadas pelas aprendizagens iniciais do indivíduo.
Além disso, é válido assinalar que o desenvolvimento de cada uma dessas consciências específicas, e a consciência individual como um todo, depende das informações, dos saberes e dos conhecimentos que o indivíduo possui. Sem informações, saberes e conhecimentos específicos as consciências específicas não se desenvolvem, ficam limitadas.

Certamente, informações, saberes e conhecimentos de determinada consciência, por exemplo, da consciência coletiva, são de domínio público e estão presentes em todos os grupos sociais. Porém, quando assimiladas e expressas por uma consciência individual, ela passa pelo filtro daquela consciência: valores, costumes, idéias, etc. Logo, todos os indivíduos possuem dados parecidos, mas não assimilam e nem expressam estes dados da mesma forma, construindo, assim, aquilo que se denomina conhecimento.

Já a consciência política necessita de informações e conhecimentos mais seletos, mais restritos, ou seja, depende de um nível mais alto de formação e saber. Coisa incomum para a maioria dos indivíduos. Contudo, todos os indivíduos possuem o mesmo potencial de desenvolvimento. Basta apenas acessarem as informações, os conhecimentos e os saberes que a consciência necessita para desenvolvê-la e expandi-la. Sem informação, saberes e conhecimentos a consciência não se desenvolve, fica inibida, restrita, limitada.

3.3 Pensamentos são Processos Mentais

Processo é um conjunto de atos coordenados e subseqüentes através dos quais se executa uma função ou realiza uma tarefa. Mental porque são executados no cérebro. No caso da consciência, um sistema analítico, os processos de análise são chamados de processos mentais ou pensamentos. Estes processos analisam informações, saberes e conhecimentos, captados do mundo exterior, através dos sentidos humanos (visão, tato, audição, paladar, olfato), ou provenientes de órgãos internos do indivíduo (sensações, dor, amor, ódio, etc). Quanto mais informações, saberes e conhecimentos, maior é a capacidade de pensamento do indivíduo.

Pensamento é um processo mental energético utilizado pela consciência, ou seja, pensamento é energia. É um tipo de energia que analisa, fixa e gera informações e conhecimentos dentro do sistema-consciência. É uma energia que analisa outras formas de energia. É uma energia autopoiética, pois, analisando informações, saberes e conhecimentos, que foram transformados em energia, captada pelos sentidos humanos no ambiente no qual está inserido, se aprimora, transforma e evolui.

Por isso, qualifico os pensamentos como uma energia semi-consciente, uma energia que está em processo de aprendizagem, uma energia que busca alcançar a plena consciência… Esta é a finalidade última do sistema-consciência tornar a energia semi-consciente, transformar a centelha divina que há no homem, em energia plenamente consciente, libertá-lo do mecanismo material no qual está atrelado e do qual é dependente. A libertação virá quando os pensamentos alcançarem a plena iluminação…

Plena iluminação da consciência significa que o indivíduo se transformou em uma consciência na forma de energia. Significa que não dependerá mais dos sentidos humanos, de um mecanismo orgânico, material, para captar informações, saberes e conhecimentos. Em outras palavras, a plena iluminação significa que o indivíduo se transformou em um ser da quarta dimensão, uma consciência que se libertou do corpo material, uma consciência que consegue fluir sozinha, como um ser na forma de energia.

Os pensamentos podem ser divididos em vários tipos: pensamentos primários, razão, intuição, fé, etc. Cada um desses tipos funciona de forma específica, tem mecanismos próprios para busca e emissão de resposta que é repassada à consciência. Contudo, ressalto, não deixam de ser pensamentos, processos mentais, apenas tem procedimentos próprios para ação.

Assim, alguns tipos podem usar, como matéria-prima de sua análise, informações, saberes ou conhecimentos (pensamentos primário, razão) ou podem buscar sua matéria-prima em outras fontes, como é o caso da fé e da intuição.

Além disso, os processos mentais (pensamentos) ocorrem em todos os subsistemas (consciências) e movimentam informações e conhecimentos obtidos pelos órgãos do sentido ou que estão arquivados na memória.

O processo mental mais comum são os pensamentos primários. Estes pensamentos são processos analíticos de informações, saberes e conhecimentos. Quando pensamos estamos analisando informações, saberes e conhecimentos. Estamos executando um processo mental primário.

A razão, o pensamento racional, é uma seqüência concatenada de pensamentos primários, é um conjunto específico de pensamentos coerentes, interligados pelo método científico. A fé é outro conjunto de pensamentos primários específicos interligados pelo método religioso ou com fundamento em uma divindade. Contudo, são todos eles pensamentos, são processos mentais, que se diferenciam pelo conteúdo, pela conexão que os reúne ou forma de ação e emissão de decisão.

(...)

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