quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Porcos e caviar
Para explicar a minha visão sobre o desmantamento da Amazônia, de uma forma simples e rápida, de maneira que todos compreendam, resolvi criar esta imagem: porcos e caviar.

Inegavelmente, a engorda de porcos para venda é um bom negócio. É um negócio bem lucrativo. Então, de repente, para engordar os porcos, os criadores resolvem, ao invés de usar ração comum, alimentar os bichos com caviar. Porcos de engorda alimentados com caviar.

Uma absurdo, dirão capitalistas....Uma estupidez, dirão os demais. E eu digo: é exatamente isto que está sendo feito na Amazônia. Derrubar a floresta para plantar monocultura é engordar porcos com caviar. Derrubar a floresta para montar plantation, monocultura de soja, gado ou cana, além de ser uma estupidez, é a expansão do latifúndio no Brasil, das desigualdades sociais e do conflito pela terra.

Vai aprofundar o conflito pela terra, pois quem está destruindo a floresta, construindo plantation e latifúndios, é o agronegócio. Não são os trabalhadores rurais ou a agricultura familiar. Pequenos trabalhadores rurais não possuem o maquinário necessário para derrubar a área desmatada que estamos vendo nos mapas.

O desmatamento gera concentração de terras, concentração de rendas, latifúndios, plantation, mais conflitos pela terra e destruição do meio-ambiente. Quem desmata e destrói ganha com isto. A sociedade e o Povo Brasileiro só perde.

A floresta intacta é o caviar. É a floresta utilizada para turismo ou como fonte de pesquisa científica. A floresta intacta pode gerar lucros infinitamente maior e inesgotável do que o advindo com o desmantamento. Por quantos anos as áreas desmatadas irão produzir ? Com quem ficará os lucros obtidos nestas áreas ?

A engorda de porcos com caviar não rende muito, pois a carne do porco vale muito menos do que o caviar. Contudo, as mentes obtusas só sabem criar porcos, só vêem lenha e madeira na floresta. Não sabem explorá-las de outra forma. Se não agirmos logo, farão com a floresta amazônica exatamente o que fizeram com a mata atlântica.

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