É hora de radicalizar
Eu estava pensando em parar as disciplinas que faria na Universidade neste semestre e ir desenvolver a minha pesquisa no Paraná. Mas decidi que não vou fazer isto. Vou radicalizar as minhas ações e passar caminhar para a violência aberta.Por exemplo, noite após noite, um elemento tem jogado fumaça de entorpecente dentro do meu quarto. Já reclamei para a USP e a Universidade não fez nada. Logo, eu terei que dar um jeito no elemento... Vou pegá-lo em flagrante e levá-lo para a polícia... A legítima defesa está na lei. Para defender a própria vida, você pode, inclusive, matar o inimigo que está te atacando.
Já percebi que os indivíduos que estão me atacando mais abertamente, inclusive este que joga entorpecente no meu quarto, assim como aqueles que estão sabotando os trabalhos e projetos possuem uma raiz comum. São tucanos. São do PSDB. Inclusive um deles tem ligação direta com o FHC. Mero acaso ? Coincidência ?
Acaso e coincidência são explicações para tolos e idiotas. É lógico que os tucanos estão por trás disso. É lógico que a polícia dos tucanos está envolvida nisso. A USP está nas mãos dos tucanos. Professores tucanos estão por todas as partes fazendo tudo para prejudicar as pessoas que tem ligações com outros partidos ou que defendem outras idéias. É uma politização velada das instituições públicas. Lembra da Carta do Pinotti para a Reitora que eu publiquei, pois é, aquilo mostra a ligação íntima da máfia...
A minha idéia era ir para o sul e começar o levante lá. O sul tem tradição em levante, principalmente para derrubar política do café com leite. Talvez seja necessário um segundo levante para pôr fim à segunda instituição do café com leite. Lá tem gente disposta a partir pra cima. E, a partir de lá, posso começar a arregimentar as favelas e as periferias de todas as demais regiões. Porém, tudo tem que ser escrito e detalhado antecipadamente. Teremos que ter uma cartilha, um mal de instrução da revolução. Isto tirará a importância dos líderes e qualquer um que tenha a cartilha, sabendo os objetivos, poderá agir.
Porém, vou até minha casa deixar uma lista de nomes para, caso caia uma raio na minha cabeça, eles saberem por onde começar a sangria... Certamente, vou precisar de ferramentas extras. para me defender... Enfim, caminhamos, inegavelmente, numa linha de radicalismo.
O que será que estes elementos pensam ? Sabotando a ONG que eu estava construindo e os projetos sociais que eu estava desenvolvendo, vocês ganharão, inevitavelmente, um grupo extremista radical. Não só vou construí-lo como posso ligá-lo a grupos extremistas internacionais. Eu sei onde estão os contatos e sei como negociar com eles, não só com eles, mas com todas as redes do submundo que tem por aí...
Se vocês estão achando que eu desisto de minhas idéias ou me dobro a suas sabotagens, pode retirar o cavalinho da chuva. As mudanças serão feitas, se não podem ser pacíficas, serão violentas... Se terá que morrer uma centenas ou milhares de pessoas para que as mudanças sejam produzidas, isto será feito. Se a porta não se abre, nós vamos explodi-la...
Agora, prestem bem atenção, prestem muita atenção, as ações não serão dirigidas contra civis ou contra pessoas sem muita importância para o sistema... As ações serão direcionadas contra os operadores do sistema. São eles que impedem as mudanças, dominam, oprimem e exploram. São eles que sabotam os projetos e paralisam as ações sociais. São eles que nós queremos. E podemos pegá-los facilmente...
Propaganda pelo fato... Estes eram os métodos dos anarquistas russos. E isto dá muito resultado, principalmente, para atrair as pessoas para a luta...
E não se enganem... Eu sou a ala boa da coisa, pois tenho um acurado senso de ordem, democracia, justiça e de obediência ao Direito Natural. Conheço gente que também está na luta e que não pensa desta forma, inclusive fala em queimar os operadores do sistema com um maçarico... Gente que não hesitaria nenhum pouco em colocar carros-bomba nas áreas públicas freqüentadas por civis da classe dominante... O ódio contra a elite é muito grande e cresce dia após dia.
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