É interessante observar que um processo contra um banqueiro corruptor caia, justamente, nas mãos de um juiz que foi acusado, pela mesma polícia Federal, de formação de quadrilha...
Os truques da criminalidade organizada, infiltrada na Polícia Federal, já está ficando evidente demais. Possivelmente a conversa foi a seguinte, nas palavras de Don Corleone:
Em um passado próximo:
"Don Corleone - Hoje eu te ajudo encerrando o processo por formação de quadrilha, mas um dia vou precisar dos teus serviços. Então vou te procurar...
Ali Babá - Eu estarei pronto a te ajudar, mestre... "
Em um passado mais recente:
Don Corleone - Agora chegou a sua hora... Precisamos da sua ajuda Juiz Babá... Um amigo banqueiro está enrolado e os negócios da família pode ser destruídos. Vamos montar uma estratégia para o processo cair nas suas mãos... Ok ???
Ali Babá - Sim mestre, pode mandar o processo que eu cuido para que ele não chegue a lugar nenhum ....
Don Corleone - Você tem conta em algum paraíso fiscal ??? Vamos lhe dar uma caixinha pelos serviços prestados...
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Ali Mazloum se livra de acusação por formação de quadrilha
O juiz federal Ali Mazloum está livre da acusação de formação de quadrilha. A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal extinguiu a ação penal contra o juiz por 4 votos a 1. Assim, ele não será julgado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região por formação de quadrilha. Ali Mazloum está na lista dos 12 acusados na Operação Anaconda. O julgamento do caso começou nesta terça-feira (14/12).
Votaram a favor do juiz, no Supremo, os ministros Gilmar Mendes, Ellen Gracie, Carlos Velloso e Celso de Mello. O único voto contrário foi o do ministro Joaquim Barbosa, relator da matéria.
O juiz é representado pelo advogado Antônio Cláudio Mariz. Na semana passada, Mariz pediu ao TRF-3 que o nome de Mazloum não fizesse parte do relatório que seria lido nesta terça-feira. O pedido foi negado.
De acordo com o MPF, o esquema de venda de sentenças era comandado pelo juiz federal, João Carlos da Rocha Mattos, juntamente com os delegados da Polícia Federal José Augusto Bellini e Jorge Luiz Bezerra da Silva (aposentado), além do agente federal César Herman Rodrigues.
O relatório final da Operação Anaconda, cujas investigações tiveram início em fevereiro de 2002, possui 145 páginas e também aponta como participantes da quadrilha os juízes federais Casem Mazloum e Ali Mazloum, o delegado da PF Dirceu Bertin (ex-corregedor), a auditora fiscal aposentada e ex-mulher de Rocha Mattos, Norma Cunha, os advogados Carlos Alberto da Costa Silva e Affonso Passarelli Filho e os empresários Wagner Rocha e Sérgio Chimarelli Júnior. Com a decisão do STF, Ali Mazloum está livre de responder por essa acusação.
Revista Consultor Jurídico, 14 de dezembro de 2004
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