sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Caminho do meio
Ações extremas e caminhos extremos não são bons. É preciso ter sabedoria e entendimento, uma consciência iluminada, para compor o caminho com as melhores ações e soluções. Isso é fato, porém poucos conseguem entender e aplicar isso.

Por exemplo, comunismo puro não funciona. Se funcionasse, a URSS não teria quebrado e Cuba seria um país de primeiro mundo. Porém, isso não aconteceu. Certamente, a URSS e Cuba ensinaram coisas importantes (conquistas na área da saúde, tecnologia, etc) para a humanidade, porém, o excesso de ideologia afundou o sistema.

A China percebeu isso a tempo e mesclou o sistema com soluções do comunismo e do capitalismo, aumentando o tempo de vida do sistema. Porém, persiste a questão dos direitos humanos e das limitações à liberdade, incluindo censura à disseminação de informações e conhecimentos.

Inegavelmente, essa questão tem que ser equacionada, pois essas limitações, no plano interno, limitam a evolução das consciências, logo, travam a evolução da sociedade, e, no plano externo, tornam a China um país vulnerável e pouco amigável nas relações internacionais. Sempre haverá a questão da democracia, da censura, das violações dos direitos humanos como ponto negativo para a China nas negociações.

Isso é óbvio. Porém, para um país que tem grande necessidade de mercados e matéria-prima, constitui um sério problema. Em outras palavras, o não alinhamento da China com a comunidade internacional pode, em um futuro próximo, levar a restrições e fechamentos de mercado. Sem mercado externo, a China produzirá para quem ? Produzirá com o quê ? O alto crescimento chinês necessita de muita matéria-prima e de muitos compradores externos.

Essa dependência externa, exige um alinhamento com a comunidade internacional. E alinhamento com a comunidade internacional significa seguir práticas e regras comuns nos demais países. Inclusive, isso se faz necessário para que haja justiça e uniformidade nas transações internacionais, pois um país que produz, para exportação, usando mão-de-obra escrava, não compete em pé de igualdade, no mercado internacional, com um país de trabalhadores livres que tem direitos garantidos e remuneração justa.

Em outras palavras, quem produz para o mercado internacional deve ter um sistema de produção que seja justo para os trabalhadores, respeitando direitos e garantias fundamentais. E esse sistema tem que ser uniforme em todos os países que participam do mercado internacional.

As tais cláusulas sociais e ambientais nos acordos e tratados internacionais são extremamentes importantes, pois elas possibilitam a uniformização de direitos e garantias nos países que querem participar do mercado internacional, que querem se integrar à comunidade internacional, assim como inibem a destruição ambiental, preservando os interesses das futuras gerações.

Certamente, é necessário que essas cláusulas sejam racionais e sigam um nível médio, sem excesso máximos ou mínimos, garantindo direitos essenciais, assim como medidas fundamentais para garantir a proteção ambiental.

Essas cláusulas protegem não só os mais fracos, inibindo as opressões, explorações e exclusões; mas também obrigam os países a terem um planejamento racional de seus recursos e a seguirem um caminho consciente. Caso contrário, a irracionalidade, busca de crescimento econômico a qualquer custo, pode afundar o país, assim como outros países, seja pela falta de matéria-prima para sustentar altos níveis de crescimento, seja pela falta ou fechamento de mercados consumidores (protecionismo), seja pelo acúmulo de poluição e destruição ambiental.

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