Sobre o risco
É interessante essa questão de medir o risco das coisas. Inclusive há essas agências que medem risco, aumentando ou diminuindo o risco, dependendo da situação de um país, etc. Porém, esse tipo de medição é um pouco questionável e cai com poucos argumentos. Talvez com um simples argumento: qual é o risco/interesse de quem mede o risco ?
Inegavelmente, essas informações de risco serve p/ investidor, p/ a turma que lida com a mão invisível do mercado. Porém, quando estamos diante de questões que envolvem o fator humano e a consciência humana, essas medições de risco não servem p/ muita coisa.
A influência dessas medições de risco são inegáveis. Porém, é preciso observar se essas influências decorrem realmente do risco medido ou do fator mídia, etc.
A minha intenção não é tirar a credibilidade das agências que medem o fator de risco, pois elas chamam a atenção para outro ponto importantes. A idéia não é o olhar p/ o valor do risco medido, mas sim porque chegaram aquele valor.
No caso dos EUA, há, realmente, dificuldade em alcançar consenso na política ou isso é apenas um fator isolado que aconteceu durante essa crise ?
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Lendo revistas antigas, gosto de fazer isso, descobri um texto interessante com o seguinte título "Tecnologia e informação são fundamentais para minimizar danos". Esse texto originou do Fórum de Riscos Bradesco Auto/RE e foi publicado na Revista Veja de 11 de julho de 2008.
O que chamou a minha atenção no texto foram as seguintes informações:
1- É matematicamente possível calcular todos os riscos de uma planta industrial e até elevá-los a uma potência máxima que dificilmente será atingida. O que não se pode prever matematicamente é o fator humano em situação de risco. A reação humana pode elevar os riscos. Esse caráter humano foge à percepção dos engenheiros.
2- A matemática é exata, enquanto o homem é imprevisível. Ele chegou a lembrar que, ao traçar rotas de escapes, alguns modelos matemáticos preveêm o espaço a ser ocupado por cada pessoa em caso de emergência.
Exemplo: um incêndio em um auditório ou em uma fábrica. Para ilustrar, ele comentou que, se pegasse fogo em um auditório lotado, a tendência de reação das pessoas poderia quebrar esse antigo modelo matemático. Por isso, lembrou que qualquer estudo tem de levar em conta as reações humanas e procurar criar situações em que a aparente segurança predomine sobre o pânico (...)
3- O ser humano tende à dispersão diante de movimentos repetitivos e esse é um fato de amplificação do risco.
Essas considerações foram feitas pelo Prof. Celso do Amaral e Silva (USP) e pelo Prof. Moacyr Duarte (UFRJ). Portanto, especialistas no assunto.
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O mesmo já não ocorre com fenômenos sociais. Imaginemos um aluno relapso sobre o qual o professor faz a seguinte previsão: "Você não será aprovado, pois não estuda". Ele pode se deixar abater pela previsão e desistir plenamente de ser aprovado. Mas, por outro lado, poderá estudar com mais afinco, para provar que o professor estava errado. Quando se trata de seres humanos, podemos fazer previsões auto-destrutivas e auto-realizadoras.
Um jornal que estampe uma previsão de inflação fará com que os consumidores corram para estocar produtos antes do anunciado aumento de preços. O aumento a demanda fará com que os vendedores aumentem o preço das mercadorias. Talvez a inflação não tivesse ocorrido se o jornal não a tivesse anunciado.
É fato sabido que nenhum banco tem em caixa dinheiro o bastante para cobrir a retirada de todos os seus correntistas. Se corre o boato de que o banco irá falir, haverá uma corrida ao mesmo. O excesso de saques deixará a instituição sem capital e, portanto, falida. Mais de uma empresa bancária já fechou suas portas em decorrência de previsões auto-realizadoras.
(Texto completo aqui: http://www.leonildo.com/demo.htm)
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