quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O que fazer ? O que fazer ?
Eu tenho compromisso com a coletividade, ou seja, com a maioria da população. E, ao longo dos últimos anos, não vejo nenhuma saída, sem violência, para quebrar a dominação, a opressão, a exploração e a exclusão da maioria dos brasileiros.

Assisto, diariamente, grandes demonstrações do predomínio dos interesses privados, interesses de pequenos grupos dominantes, sobre o interesse público, sobre os interesses da coletividade. Vejo autoridades públicas decidindo em benefício próprio e contra a vontade da maioria dos brasileiros. Vejo o lucro derrogando a vida. A sede de poder e ambição se sobrepondo à Lei e ao Direito.

Usam as instituições para legitimar a opressão, a exploração e a exclusão. Cobrem-se com o manto da falsidade e da hipocrisia e buscam minar, descaracterizar e deslegitimar todo discurso público em prol da república, da democracia e da coletividade.

Oprimem, exploram e excluem e quando são capturados e julgados por seus atos apelam para os Direitos Humanos, para a Lei e para o Direito. Instituições que, antes de serem capturados e julgados, violavam e desrespeitavam reinteradamente. Por que querem ser julgados de acordo com os Direitos Humanos, com a Lei e com o Direito, se não julgam obedecendo aos Direitos Humanos, à Lei e ao Direito ?

Atacam os movimentos sociais com a Polícia e com o Judiciário, matam aos montes nas periferias e quando são vítimas de sequestros, roubos e assassinatos, uma resposta dos oprimidos, dos explorados e dos excluídos, contra a dominação, as desigualdades sociais, as violações de Direitos Humanos, etc; reclamam, gritam e pedem Justiça. Quem pratica a violência, necessariamente, recebe violência. Isto é uma lei universal. Logo, mais certo ou mais tarde, alguém se levantará para praticar contra os malfeitores, o mal que plantaram com suas ações.

Pedem Justiça, mas não são justos. Pedem Direitos Humanos, mas violam os Direitos Humanos. Pedem obediência à Lei, mas vivem da violação da Lei. Pedem que prevaleça o Estado de Direito, mas trabalham contra os Princípios do Direito.

Eu tenho um compromisso com os de baixo, com os oprimidos, explorados e excluídos. Um compromisso para acabar com as desigualdades e com a dominação. Um compromisso que não descarta o uso da violência e nem do terrorismo como caminho para elevar e estabelecer a vontade da maioria sobre os grupos dominantes. Algumas vezes a única forma de se atingir o poder que escraviza e domina a coletividade é agindo com violência contra os detentores desse poder.

Não há dúvida, as monstruosidades que os grupos dominantes espalham e promovem geram monstros que os devorará, um após o outro, até o último deles. A violência pode ser usada para o bem e, muitas vezes, a violência é o único caminho para se estabelecer Justiça entre os homens, para fazer prevalecer a vontade da coletividade sobre os interesses privados, para inserir racionalidade no sistema.

Contudo, os grupos dominantes não acreditam nisso. Eles pensam que fizeram uma lavagem cerebral eficientíssima nos excluídos e oprimidos. Acreditam que a coletividade, as pessoas comuns, pratica a não-violência, os Direitos Humanos, a Lei e o Direito e que ninguém ousará sair da redoma de mentiras para lutar contra a dominação e o controle. Contudo, dia após dia, sol após sol, mais e mais pessoas se convencem de que há algo de errado com este país, de que os discursos são hipócritas e mentirosos, a democracia representativa é a democracia dos grupos dominantes, a república foi corrompida e está encobrindo interesses privados.

Quanto mais pessoas verem isto, mais próximos estaremos de uma quebra do sistema. Uma quebra que pode caminhar e desembocar em um sistema totalitário, pois as instituições que tem força para impedir a instauração do totalitarismo foram corrompidas e se transformaram em instrumentos de opressão, exploração e exclusão.

Não precisamos de revolução, mas precisamos de mudanças efetivas e eficazes. Contudo, mudanças efetivas e eficazes, dada a estupidez e a irracionalidade dos grupos dominantes, só ocorrem com revolução e violência. Somente entregam o poder para a coletividade, para a maioria da população, quando suas cabeças começam a saltar na guilhotina.

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