domingo, 31 de julho de 2011

As religiões e a globalização

Muitos religiosos falam e pregam contra a globalização, a integração de países, a união entre nações. Porém, não analisam que está na raíz das religiões a globalização. Estou falando de globalização no sentido humano, não no sentido econômico, sentido mercadológico, de movimentação de capitais.

Analisando os fatos da perspectiva do Judaísmo e do Cristianismo, observamos que há uma "andança danada" dos povos bíblicos. Andança de um país para outro. Logo no início Deus manda Abraão sair do meio de sua parentela e ir p/ outro lugar. Depois Jacó vai p/ o Egito onde José era governador. Moisés tira o Povo Hebreu do Egito e leva em direção a Terra prometida. Depois são levados p/ a Babilônia. Depois voltam da Babilônia.

No Cristianismo há o "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a todas as criaturas". Há os cristãos saindo da região do Oriente Médio e se espalhando pela Europa e depois pela América.

Em alguns casos essas coisas aconteceram de forma compulsória. Foram levados em cativeiro. Em outros estavam fugindo de nações tirânicas, etc. E no último caso o compromisso/obrigação dos cristãos de ir por todo o mundo.

Em outras religiões também há essas viagens e andança. Contadas de forma diferente. Mas olhando de um nível alto, é a mesma coisa. Mudam nomes locais, pessoas, mas os fatos, os caminhos e os objetivos são os mesmos: chegar a um lugar de luz, verdade, justiça e paz. E essa busca está em todas as religiões.

Tudo isso evidencia a proximidade entre religião e globalização. As religiões buscam globalizar-se por sua própria natureza. Querem sair de um lugar de trevas e caminhar em direção a luz. Todos querem construir um mundo de luz, verdade, justiça e paz. E todos querem habitar nesse mundo, principalmente, na perspectiva religiosa.

Sem globalização, as fronteiras são levadas e caminhar de um país p/ o outro não é fácil e nem sempre permitido. Isso pode ser observado com clareza na época da Guerra Fria e hoje em nações como a China (o Dalai Lama teve que fugir por causa da invasão do Tibet), Irã, Coréia do Norte, etc. Países onde as religiões não são vistas com bons olhos e o governo quer controlá-las. Inclusive, dizem, não sei se é verdade, que p/ reencarnar na China, certos espíritos tem que permitir autorização ao governo comunistas.

Com a globalização, os religiosos e suas religiões poderão se movimentar de forma livre por todo o mundo. Certamente, estou falando de religiões que respeitam as diversidades, se adaptam às culturas e não usam a força e nem a violência para se imporem sobre os povos e populações.

Esse fato também mostra um outro ponto: não só de globalização, mas as religiões também necessitam de democracia e estado de direito. Países autoritários querem controlar as religiões, dominá-las ou extinguí-las, vê-as como elementos subversivos. Já nos países democráticos há o respeitos por todas as religiões e são protegidas pelo estado de direito.

Na verdade, não é uma proteção à religião, como instituição, mas sim uma proteção ao indivíduo e à consciência da pessoa, garantido a ele o direito de frequentar a religião que quiser, esteja onde estiver. Por isso as religiões podem estar em todos os lugares, para que as pessoas tenham a oportunidade de frequentá-las, sem nenhuma interferência de qualquer tipo. A liberdade do indivíduo, a consciência da pessoa, é protegida no estado democrático de direito.

Religião é uma instituição, uma coisa, são pessoas que dão vida às religiões, às coisas.

Sem pessoas essas instituições, essas coisas, perecem, desaparecem. Porém, havendo pessoas, essas coisas se movimentam, ganham vida, ganham um corpo, tornando-se, em alguns casos, quase pessoas imortais. Por isso temos religiões de milhares de anos, pois passaram de geração p/ geração.

Nesse sentido, eu já escrevi que: As instituições podem ser mudadas a qualquer tempo. Constituições são apenas papéis. Democracia é apenas um meio de ação. Nazismo, Comunismo, Fascismo, Totalitarismo são apenas, e tão somente, sistemas e regimes sem vida e sem vontade. São os homens que dão vidas às coisas. Homens maus transformam coisas sem vida em instrumentos do mal. Homens bons transformam coisas sem vida em avanços p/ a humanidade.

Certamente, estou excluindo aqui o fanatismo religioso, as tiranias e autoritarismos, pois nesses casos não há livre manifestação da consciência, as coisas sem vida se impõe sobre às consciências, causando violência e destruição, inibindo a manifestação das pessoas ou mantendo-as em silêncio pela violência e pelo medo.

Além disso, um mundo onde há radicais, fanaticos e terroristas, extremistas em geral, é um mundo difícil de ser globalizado, pois os caminhos de liberdade e de acesso livre, construídos p/ pessoas pacíficas, podem ser usados pelos extremistas p/ se movimentar e causar destruição. Uma pessoa maligna no meio de muitas pessoas pacíficas pode causar muita destruição. É o que vimos na Noruega.

Além disso, temos que mudar essa idéia de que religiões são o ópio do povo. É preciso tirar das religiões o componente de fanatismo, tirar o componente de que as religiões criam pessoas alienadas, indiferentes ao mundo e ao sofrimento social diante dos demais, criação de pessoas corruptas e indiferentes. Religião não serve p/ pregar indiferença diante do mal, esteja este mal na política, esteja na sociedade, esteja onde estiver. Religião serve p/ pregar e ensinar resistência diante do mal. Servem p/ ensinar luta e resistência contra as forças malignas.

Resistência que, como fez Gandhi, Luther King, ou faz o Dalai e Lama, não é armada, mas é pacífica. Resistência baseada na não-violência. Porque faz parte da natureza das religiões construir pessoas pacíficas. Religião não pode construir pessoas alienadas e indiferentes, pessoas dominadas ou fanáticas, não servem p/ construir radicais ou extremistas, mas sim pessoas pacíficas que resistem e lutam contra o mal.

Inclusive, as religiões podem ser colocadas ao lado do Direito como componente de pacificação social, de construção de uma sociedade tranquila, de luz, verdade, justiça e paz. Construção de uma sociedade livre.

Ver texto: http://www.leonildo.com/e-gov94.htm

Posts repetidos

Atualmente encontramos uma concentração muito maior de pessoas honestas, retas e justas entre religiosos e seguidores sérios de uma religião do que em quaisquer outro meio...

A plataforma apregoada por muitas religiões, e seguidas por seus adeptos, constituem os grandes anseios da sociedade atual, por exemplo, justiça social, integridade nos negócios, etc...

Inegavelmente, algumas correntes que se dizem religiosas não o são verdadeiramente... São apenas empresas capitalistas disfarçadas de religião... Essas correntes usam a religião como um negócio, por isso, a competição por seguidores, o marketing, etc... Deus não habita nesse meio !!! Deus habita/está na geração dos justos (Salmo 14:5).

Além disso, a maioria das religiões atuais precisam passar por um processo de racionalização e eliminação de fanatismos e inutilidades que servem mais para dividir do que para ajuntar... Precisam cortar aquilo que é dogma de homem, aquilo que não constitui uma revelação divina ou que confronta com a essência daquela religião...

O fanatismo é cegueira religiosa. Assim como a corrupção degenera e destrói a política, o fanatismo degenera e destrói a religião.

Outra observação interessante é que a Ágora Grega pode ser mais facilmente reconstruída no meio religioso, entre pessoas que possuem um elemento comum, no caso a religião, do que entre indivíduos que não possuem um vínculo tão forte... Inclusive, há a expressão:"pessoas que se reúnem religiosamente..." para indicar uma sequência contínua e séria de reuniões...

Em uma época no qual os espaços públicos estão sendo dissolvidos e desaparecendo, as pessoas sendo fragmentadas e dispersas (nas palavras de Hannah Arendt: "indivíduos atomizados") as Igrejas resistem como espaço de vínculo, encontro, reunião e adoração... Certamente, esses liames estão sendo atacados e enfraquecidos, mas ainda servem como resistência contra a banalidade do mal, contra a atomização dos indivíduos... Resistem como meio e caminho para preservar o homem e os direitos humanos...

Nesse contexto, consciências limpas, justas e retas florescem, frutificam e se perpetuam com muito mais vigor e força no meio religioso, numa família religiosa, por exemplo, do que no meio daqueles que não acreditam em nada, não temem nada e não respeitam ninguém, nem o Criador e nem a Criação !!!

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O fim da política ?

Vivemos em um mundo dominado pela política... Somos governados pela política... Contudo, a política, como a conhecemos hoje, não se perpetuará. E a razão disso é a corrupção. Corrupção que atinge não só a política, mas todo o seu entorno, a burocracia estatal...

Nesse contexto surge a questão principal: o que faz um pessoa ser honesta ??? O que faz uma pessoa ser corrupta ???

A resposta é a ética, os valores, enfim, a consciência da pessoa... Quando mais contaminada pelo mal, mais egoísta e individualista for a consciência do sujeito, mais estará direcionada para a corrupção, mais facilmente poderá ser corrompida...

Portanto, em uma sociedade onde as consciências são contaminadas pelo mal, orientadas pelo egoísmo, pelo individualismo e por vaidades infinitas, banalidades, consumismo patológico, indiferença diante do sofrimento alheio, etc, a corrupção se torna uma consequência lógica, uma variável comum, uma variável típica, desse sistema...

A corrupção não está só na política, está em toda parte. É inerente, está na essência do sistema capitalista... Sistema que promove e dissemina as características citadas acima... Inegavelmente, um sistema onde a regra é a competição, uma forma de vencer sem competir é a corrupção... Corrupção das regras do sistema... Como é um comportamento típico do cenário, a

intolerância à violação das regras, a punição, o inconformismo, enfim, tudo pode ser corrompido, tudo está sujeito à corrupção...

A política é uma forma do sistema se organizar e se manter... Como a política maneja, ou seja, manipula, bens e direitos alheios, exige uma consciência limpa, comportamento ético, retidão e honestidade... Tem que ser inimigo da corrupção...

Consciência limpa é o contrário da consciência típica do sistema capitalista... Isso significa que a política está em extinção porque políticos virtuosos (consciência limpa, comportamento ético, retidão e honestidade, etc) estão cada vez

mais raros.. E quando todos sumirem, a política, entendida como administração honesta e reta da coisa pública, desaparece...

E o que vai restar ??? Restará o que já tem hoje: politiqueiros. A política se transfoma em um banco de negócio particular... Negócio particular que manejam bens e direitos pertencentes à coletividade... Esse tipo de política mata a república e levanta o império...

Inegavelmente, a política limpa e pura necessita de uma consciência nova... Uma consciência ética, reta e honesta, que respeita o livre-arbítrio e as diferenças, respeita a vida e o ser humano como pessoa, etc...

É interessante observar que essa é a consciência típica, característica, de algumas religiões... E dessa observação dou o pulo do gato: no futuro, a religião vai substituir, vai tomar o lugar, da política, pois a consciência adequada para gerir a coisa pública, respeitar a vida, o livre-arbítrio, as diferenças, enfim, respeitar o ser humano como pessoa, somente será encontrada na religião....

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Não apenas a inquisição

As ideias contidas no texto abaixo devem ser aplicadas a todas as grandes tragédias humanas e não apenas à inquisição. Sim, precisamos lembrar sempre da tragédia da Alemanha Nazista, da tragédia da União Soviética Comunista, do Pol Pot do Camboja....

É preciso construir uma cultura universal dos Direitos Humanos e relembrar essas tragédias deve fazer parte dessa cultura...

E quando perguntarem o porquê de defendermos os Direitos Humanos, a liberdade de consciência e religião devemos responder:

""Para evitar que tragédias humanas como essas se repitam."

Mais do que isso, precisamos vigiar e ficar atentos às nossas ações e comportamentos para ver se não fomos dominados pela banalidade do mal, ou seja, se não estamos praticando o mal por meio de nossas omissões, indiferenças e hipocrisias.

Além disso, as sábias palavras de Henry Thoreau continuam valendo:

"De fato, nenhum homem tem o dever de se dedicar à erradicação de qualquer mal, mesmo o maior dos males; ele pode muito bem ter outras preocupações que o mobilizem. Mas ele tem no mínimo a obrigação de lavar as mãos frente à questão e, no caso de não mais se ocupar dela, de não dar qualquer apoio prático à injustiça. Se me dedico a outras metas e considerações, preciso ao menos verificar se não estou fazendo isso à custa de alguém em cujos ombros esteja sentado. É preciso que eu saia de cima dele para que ele também possa estar livre para fazer as suas considerações." (Texto completo -

(Mais frases de Thoreau: http://www.leonildo.com/ini4-6.htm)

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É hora de unir

O Povo que segue os ensinamentos da Bíblia, assim como aqueles que acreditam e praticam a máxima: "A verdade vos libertará" tem que se aproximar mais e unir esforços para lutar contra o mal, lutar contra o domínio da corrupção, da mentira e das trevas...

Pastores e Padres precisam começar a orientar os fiéis a não apoiarem e não votarem em corruptos e mentirosos... Aqueles que seguem a luz não podem dar apoio e nem voto aos seguidores das trevas... Não podemos colocar sobre nós, nas instituições públicas, autoridades que servem ao lado sombrio, autoridades que não acreditam naquilo que acreditamos e que não ouvirão as nossas vozes...

Os justos não podem, sob nenhuma hipótese, apoiar ou fortalecer o mal... Não podem entregar o poder para servidores das trevas, para gente que vai usar o poder que recebe para corromper, mentir, roubar, matar e destruir...

Não podemos apoiar ou eleger como representante quem não vai nos representar... Quem vai fazer, justamente, o contrário daquilo que pensamos e queremos... Representação é alinhamento de interesses, não conflito/colisão de interesses...

Isso se aplica também àqueles que defendem o extermínio de bebês (aborto) e o uso de embriões como matéria-prima para pesquisa científica e fabricação de medicamentos (células-troncos)...

Corruptos e mentirosos, assim como aqueles que são contra a vida, defendem o aborto, etc, não podem ter o apoio e nem o voto de quem é justo, de quem segue os ensinamentos da Bíblia... Não podemos dar poder ou colocar no poder aqueles que são contra nossas crenças, que estão em rota de colisão conosco... Se dermos poder para essa gente, quando colidirem conosco, eles nos destruirão...

Pior do que isso, não podemos colocar o mal sobre nós, dar poder para os servidores das trevas nos governarem... Quem segue a luz, a justiça e a retidão não pode ser governado pelo diabo e seus servos...

Sábias foram as palavras de Henry Thoreau:

"De fato, nenhum homem tem o dever de se dedicar à erradicação de qualquer mal, mesmo o maior dos males; ele pode muito bem ter outras preocupações que o mobilizem. Mas ele tem no mínimo a obrigação de lavar as mãos frente à questão e, no caso de não mais se ocupar dela, de não dar qualquer apoio prático à injustiça. Se me dedico a outras metas e considerações, preciso ao menos verificar se não estou fazendo isso à custa de alguém em cujos ombros esteja sentado. É preciso que eu saia de cima dele para que ele também possa estar livre para fazer as suas considerações."

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Reforçando a idéia

Parafraseando Henry Thoreau, pode-se dizer que: um mundo de homens conscientes é um mundo que tem consciência... Um mundo de pessoas iluminadas, é um mundo iluminado... Um mundo de pessoas abençoadas, é um mundo abençoado...

Hoje vivemos em um mundo de injustiças, corrupção, mentiras... Um mundo caótico, violento, individualista, egoísta. Logo, podemos determinar, com boa aproximação, as características que marcam a maioria da pessoas desse planeta.

Para mudar o mundo é preciso mudar as características principais da maioria das pessoas que habitam esse mundo. Torná-las conscientes, iluminadas, abençoadas...

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Relembrando Henry Thoreau

Frases do texto "A desobediência civil" -- Henry Thoreau.

Com a sabedoria aprendemos a ser tolerantes. (...)

Ações baseadas em princípios — a percepção e a execução do que é certo — modificam coisas e relações; a ação deste gênero é essencialmente revolucionária e não se reduz integralmente a qualquer coisa preexistente. Ela cinde não apenas Estados e Igrejas; divide famílias; e também divide o indivíduo» separando nele o diabólico do divino. (...)

De fato, nenhum homem tem o dever de se dedicar à erradicação de qualquer mal, mesmo o maior dos males; ele pode muito bem ter outras preocupações que o mobilizem. Mas ele tem no mínimo a obrigação de lavar as mãos frente à questão e, no caso de não mais se ocupar dela, de não dar qualquer apoio prático à injustiça. Se me dedico a outras metas e considerações, preciso ao menos verificar se não estou fazendo isso à custa de alguém em cujos ombros esteja sentado. É preciso que eu saia de cima dele para que ele também possa estar livre para fazer as suas considerações.(...)

Todos reconhecem o direito à revolução, ou seja, o direito de negar lealdade e de oferecer resistência ao governo sempre que se tornem grandes e insuportáveis a sua tirania e ineficiência.(...)

Na minha opinião devemos ser em primeiro lugar homens, e só então súditos. Não é desejável cultivar o respeito às leis no mesmo nível do respeito aos direitos. A única obrigação que tenho direito de assumir é fazer a qualquer momento aquilo que julgo certo. Costuma-se dizer, e com toda a razão, que uma corporação não tem consciência; mas uma corporação de homens conscienciosos é uma corporação com consciência. A lei nunca fez os homens sequer um pouco mais justos; e o respeito reverente pela lei tem levado até mesmo os bem-intencionados a agir quotidianamente como mensageiros da injustiça. (...)

Para cada mil homens dedicados a cortar as folhas do mal, há apenas um atacando as raízes.(...)

Um povo, tanto quanto um indivíduo, deve fazer justiça, custe o que custar. (...)

A lei jamais tornou os homens mais justos, e , por meio de seu respeito por ela, mesmo os mais bem intencionados, transformam-se diariamente em agentes da injustiça. (...)

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