Portanto, aqui está um dos principais problemas da sociedade da informação, da sociedade globalizada. A informação é um produto e a sociedade é um consumidor. Juntando a isso o fato de já estarmos imersos em uma sociedade de consumo (bens materiais), o problema cresce exponencialmente, pois a própria ideologia se transforma em mais um produto vendido pela mídia.
E a mídia não tem compromisso com ética e nem com valores, pois apenas vende um produto e adequa-o de acordo com a necessidades de seus consumidores. Necessidades que, muitas vezes, é ditada pelo autoritarismo governante. A mídia chinesa produz um produto (informação) adequada para o mercado do autoritarismo chinês. A mídia norte-coreana produz um produto adequado para o mercado do autoritarismo norte-coreano. A mídia iraniana produz informações adequadas para o mercado do autoritarismo iraniano.
Para a mídia, a informação é um produto, a sociedade é um consumidor, logo, vai produzir aquilo que rende mais lucro, que vende mais, que dá Ibope... Mais do que isso, vai produzir informação e disseminá-la, na sociedade, para quem paga mais, informações que não contrariem seus anunciantes, sejam as grandes empresas ou os governos...
Portanto, a mídia, como toda empresa, busca conquistar mercados, o maior número possível de consumidores, para o seu produto, visa transformar toda a sociedade em consumidor do seu produto.
Por enquanto guarde o que foi dito acima... Mais adiante vou aprofundar essa perspectiva, unindo-a às idéias do Prof. Milton Santos e Hannah Arendt...
A questão que deve ser respondida é: a democracia sobrevive em uma sociedade de consumidores, em uma sociedade banalizada ???
--------------------
Twitter, Facebook, New York Times, CNN. Todos os meio de comunicação deixaram o Irã de lado e, neste exato momento, cobrem apenas a morte do Michael Jackson. Jornalismo é assim. Uma pena. Tanto pelo falecimento como também pelo possível esquecimento do que ocorre no Irã. Os acontecimentos em Teerã, nos próximos dias, devem ficar em segundo plano. Neste período, os opositores correm o risco de perder o clímax nos protestos contra o governo.
Irônico, mas nunca imaginaria que a morte de Michael Jackson poderia influenciar, ainda que em escala pequena, a sobrevivência do regime islâmico do Irã. Uma estrela pop americana e o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamanei, dividem hoje as atenções do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário