terça-feira, 17 de junho de 2008

A morte dos jovens e os militares
A morte de três jovens da Comunidade da Providência, superficialmente, parece estar resolvida: foram entregues pelos militares para traficantes de outro morro que executou o serviço. Contudo, o excesso de estupidez dos militares que praticaram este ato é indício de que tem mais coisa nesta história... Não só mais coisa, mas também mais gente envolvida.

Eu começaria a investigação analisando o tempo que o exército está na comunidade. Ouvi dizer que são seis meses. Logo, eu perguntaria: quantos moradores desta Comunidade foram mortos neste tempo ? E nas demais Comunidades do Rio de Janeiro, quanto a Polícia matou ?

O que diferencia a ação do exército na Providência e a ação da polícia em outras comunidades ? Bem, na Comunidade da Providência há uma ocupação contínua e sem brechas, ação social, etc; enquanto nas demais comunidades a Polícia vai, mata e cai fora... Tempos depois a polícia volta, mata mais um pouco e cai fora...

De repente a presença contínua do exército revelou o óbvio: ocupação contínua e tolerância zero é o caminho para o Estado recuperar as comunidades. O Exército aplicou o óbvio e a coisa começou a dar certo. Imagina só, o Exército fica um ano na Comunidade e não morre ninguém, imagina o tamanho do estrago que isto acarretaria para certas pessoas...

Logo, este sucesso pode ter repercutido mal para certas pessoas e certos grupos... A fórmula de sucesso tem que ser contida, manchada e estragada. Algo precisa ser feito. E o que tem que ser feito é fazer os soldados matarem da mesma forma que a polícia mata, ou então, fazer com que moradores da Comunidade sejam mortos pelo Exército...

Eu não descarto esta hipótese e verificaria as contas dos envolvidos nas mortes, buscando depósitos ou coisas parecidas, ou então, algum acordo com milícia. É isso mesmo, verificaria se tem dedo das milícias por trás deste fato... Isto porque, saindo o Exército, quem entrará nesta Comunidade será alguma milícia... Além disso, a coisa aconteceu justamente na hora em que as milícias foram mostradas na imprensa internacional. Logo, estas mortes desviam o foco da discussão, desviam a atenção do público...

A Polícia do Rio não tem imparcialidade para investigar as milícias, principalmente porque as milícias são compostas por policiais e autoridades públicas do Rio de Janeiro. Inclusive, pode ter gente graúda, bem graúda, eu acho que tem, ligada com estes paramilitares...

Enfim, eu acho que esta história de desacato é uma neblina, a ponta de um iceberg gigante. É conversa para boi dormir... Certamente, esta história do desacato pode ser aceita por conveniência. Logo, podem encerrar a história colocando uma pedra em cima. Porém, a inteligência militar tem que ir mais fundo...

Além disso, a manifestação das ONGs da Violência, ou seja, das ONGs que vivem da violência, contra a presençae o trabalho do Exército na Comunidade da Providência também não deve ser considerada, pois ONGs da Violência dependem da violência para viver... Se a violência acabar, elas vão viver do quê ? Portanto, o trabalho de sucesso do Exército tem que parar e a polícia voltar a invadir o morro e matar dezenas ou centenas mensalmente...

Mas e a manifestação dos moradores ? A minha pergunta é: quantos moradores ? Eram realmente moradores da comunidade ?

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