sexta-feira, 30 de maio de 2008

O extermínio autorizado pelo STF
O diabo é um homem com um plano. O mal é um conluio de homens. Hoje, no Brasil, há um mal dominando todos os níveis da sociedade. Um mal que está infiltrado em todos os poderes, na administração pública, no judiciário e na política. O mal são os grupos dominantes e seus tentáculos. Um mal que extermina e mata indefeso. Um mal que engloba, inclusive, o STF, como mostrou a decisão dos embriões, ou seja, autorização para matar mais indefesos.

Não são casos isolados, pois o perpetrador do mal, das violações de direitos humanos e do direito à vida, é o mesmo grupo, a mesma classe. Por isso, podemos juntar na mesma história, os presos assassinados pela Polícia no Carandiru, os trabalhadores assassinados em Carájas, os mortos da Candelária, os assassinados pela Polícia nos supostos ataques do PCC e os milhares assassinados pelo Governador do Rio de Janeiro... E, a partir de agora, os exterminados pelo STF que, ao invés de proteger os Direitos Humanos e o Direito à Vida, manda matar...

A decisão do STF, liberando as pesquisas com células-tronco, ou seja, liberando o extermínio de embriões, mostra a mentalidade atrasada e obtusa da maioria dos ministros. Mais do que isto, mostra como uma minoria de ateus, ou de gente que exerce hipocritamente a religião, está inserida nas instituições públicas. Mostra o mal e sua face diabólica que ataca dentro das normas e das leis e é acobertado/manejado por aqueles que deveriam proteger os indefesos...

Como proteger a vida em um ambiente onde a essência da vida pode ser exterminada e virar ingrediente de pseudos-cientistas ? Como falar em Direitos Humanos onde a corte suprema do país autoriza o extermínio de indefeso ? Talvez o próximo passo dos utilitaristas seja propor o extermínio ou o uso de deficientes físicos/mentais nas experiências científicas. Podem usar o mesmo argumento que usaram para os embriões: são inviáveis como seres humanos e podem ser usados como cobaias para experimentos e teste de medicamentos, etc. Se alguém fizer uma lei nesse sentido, certamente, o STF com a sua negligência e imperícia na área dos direitos humanos e de proteção à vida vai considerá-la válida e constitucional.

Já vivemos em um ambiente de graves violações de Direitos Humanos e esta decisão do STF fortalece mais ainda a idéia de que a proteção da vida e os Direitos Humanos só servem aos interesses dominantes. Quando querem violar a vida, afastam os Direitos Humanos, criando categorias de seres humanos inviáveis.

Não adianta construirmos Teorias e modelos de sociedade onde a proteção dos Direitos Humanos e da vida sejam valores supremos. Estes modelos de sociedade só funcionam em ambientes avançados, onde a consciência da sociedade seja uniforme e haja um compromisso com as próximas gerações, com os fracos e indefesos.

Hoje vivemos em uma estrutura de dominação, exploração, exclusão e opressão. Nesta estrutura em que vivemos, neste ambiente de subdesenvolvimento e violência, os direitos humanos, assim como a proteção da vida, são inviáveis e impraticáveis, pois a única forma de manter e perpetuar a dominação, a exploração, a exclusão e a opressão é violando os Direitos Humanos e o Direito a Vida, matando o inimigo. E a única forma de se lutar contra a dominação, a exploração, a exclusão e a opressão é violando os Direitos Humanos e o Direito à vida dos grupos dominantes, ou seja, matando os exploradores e opressores.

A luta tem que ser contra a estrutura do sistema. A estrutura tem que ser destruída. Os dominadores e opressores tem que ser exterminado antes que exterminem todos os indefesos da sociedade. Nós podemos resistir a eles. Mas os indefesos não podem...

O STF autorizou o extermínio de indefesos para se buscar a cura de doenças degenerativas, deficiência física, etc. Este extermínio serve aos interesses dos grupos dominantes (laboratórios farmacêuticos que buscam novos produtos e tratamentos). A cura, se for encontrada, custará caro. Não se busca cura para quem está doente, mas sim para quem tem dinheiro para pagar o tratamento.

Além disso, a panacéia das células-troncos é um engodo. Hoje os cientistas se manifestaram dizendo que a cura não virá rapidamente e nem há certeza de que descobrirão coisas novas. Depois que aprovaram o extermínio perderam a convicção de que as células-troncos era a panacéia. Portanto, o que queriam era a aprovação do extermínio de embriões. Só isto. O resto era conversa para obter o extermínio.

Isto fica evidente quando se observa que se houvesse uma panacéia escondida nas células-troncos os países que usam as células -tronco em suas pesquisas já teriam descoberto os medicamentos miraculosos. Resumindo, venderam um produto fictício e, mais cedo ou mais tarde, terão que entregá-lo.

Por isso, a estratégia para reverter a interpretação do STF é a inserção na Constituição de um dispositivo claro que impeça este tipo de pesquisa e proteja definitivamente os embriões, os seres humanos em fase embrionárias. Logo, a luta contra o extermínio e contra os ateus se deslocará para o Congresso. COntudo, isto não deve ser feito agora. Vamos esperar um pouco... Vamos esperar que as mentiras dos charlatães se tornem claras para a sociedade. Para isto precisamos fazer apenas uma pergunta: cadê as curas miraculosas, cadê os paralíticos andando, os surdos ouvindos e os cegos enxergando ?

Mas não é só isto... Eu vejo claramente que fomentar o discurso dos Direitos Humanos e de proteção à vida em um ambiente de dominação, exploração e opressão é extremamente prejudicial para os oprimidos e explorados, pois estes aceitam e adotam facilmente este discurso, uma vez que são seus principais beneficiários, logo, baixam as armas e passam a respeitar os Direitos Humanos ea vida. Porém, os grupos dominantes, o explorador e o opressor não aceitam, não adotam e não respeitam os Direitos Humanos, principalmente, o Direito à Vida. Estes grupos não entregam suas armas e param de explorar, excluir ou oprimir. Pior do que isto, intensificam a opressão.

Portanto, fomentar os Direitos Humanos em um ambiente de dominação acaba desarmando os oprimidos e fortalecendo os opressores. Em um ambiente de violência e violações somente a violência e as violações surtem efeito. SOmente a força pode parar a força. Quando os oprimidos baixam a cabeça (é isto que os Direitos Humanos fazem), os opressores crescem, tornam a exploração mais intensa e chicoteiam com mais força.

Por exemplo, se toda vez que a Polícia do RIo de Janeiro fosse até a favela e matasse dez pessoas, os moradores da favela invadissem a cidade e matassem dez autoridades públicas importantes (operadores do sistema de dominação), a violência no Rio de Janeiro seria mínima. Nenhuma autoridade pública iria correr o risco de ser pisoteada e massacrada pela coletividade. Enquanto só a Polícia matar e a população se submeter aos Direitos Humanos e respeitar a vida dos operadores do sistema de dominação, a violência continuará...

A decisão do STF, criando uma classe de seres humanos inviáveis, neste momento sugere que o discurso dos direitos e de proteção à vida, no Brasil, serve à dominação. Aceitar este discurso é aceitar a nossa escravidão, exploração e opressão.

Por isso, precisamos considerar a possibilidade de rasgar, definitivamente, a cartilha de direitos humanos e proteger um levante armado contra os grupos dominantes. Se não há direitos humanos e direito à vida para os indefesos e oprimidos, também não há que se falar em direitos humanos e direito à vida para os opressores e exploradores, para as autoridades públicas que promovem e autorizam as violações.
As regras de direitos humanos e de direito à vida engessa, paralisa e inviabiliza a luta contra a dominação e a opressão, pois inibe o uso da violência contra os dominadores, seus infiltrados e seus tentáculos (autoridades públicas, mídia, etc).

Logo, se estabelecermos que os grupos dominantes, as autoridades públicas que impedem o avanço da justiça social e a perpetuação da exploração e opressão, assim como seus infiltrados, também pertencem a uma categoria de pessoas inviáveis que devem ser exterminadas ou usadas como cobais em experimentos científicos e testes de medicamentos, teremos mais garantias de eficácia dos Direitos Humanos em um mundo posterior.

Por exemplo, desde que assumiu o seu mandato o governador do Rio de Janeiro já matou milhares e milhares de pessoas. Se tivesse havido um levante armado na primeira vez que o governador matou dezenas de pessoas com a sua polícia terrorista, não teríamos tantas mortes, pois, possivelmente, o governador teria sido morto durante o levante.

Os governantes precisam aprender a ter medo da sociedade e da coletividade. Precisam ver que os Direitos Humanos e a proteção à vida não serve apenas aos oprimidos, mas também a eles. Se eles violam os Direitos Humanos e o Direito à vida da maioria da população, a maioria da população pode agir exterminando os grupos dominantes.

Isto é um fato histórico. E isto sempre aconteceu no mundo. Inclusive os próprios Direitos Humanos se originaram em ações desse tipo. Basta lembrar do Rei João Sem-Terra aprisionado pelos nobres ingleses. Basta lembrar da nobreza e do Rei exterminado pela Revolução Francesa, assim como da Revolução Russa.

Hoje não temos Rei. Porém, olhando para os grupos dominantes e para a uniformidade da exploração, exclusão e opressão que promovem, podemos ver a figura de um Rei, um grande Leviatã pisoteando a coletividade, a maioria da população. Para cortar a cabeça desse Rei-Leviatã, como fizeram na Revolução Francesa ou na Revolução Russa, teremos que cortar a cabeça de cada elemento individual que integra o grande leviatã. Esta é a luta que tem que ser travada...

Inegavelmente, a decisão do STF, autorizando o extermínio dos embriões, também contribui, e muito, para a construção de um ambiente favorável ao retorno totalitário. Seja pela banalização da vida, oriunda da decisão, que criou um grupo de seres humanos inviáveis e descartáveis, seres humanos que são coisa e servem como matéria-prima para experimentos científicos. Na Alemanha usavam os corpos dos judeus mortos nos campos de concentração para fazer sabão. No Brasil usam embriões para tentar produzir medicamentos. Há diferença entre os métodos ?

Não há diferença, pois a vida é a mesma em toda as suas fases. O que diferencia um embrião de um adulto é a consciência, a cultura. Porém, a vida é a mesma. Logo, a banalização da vida pode ocorrer tanto para um embrião, quanto para um adulto e, ao invés de falarmos em extermínio de uma raça, teremos que falar em extermínio de seres humanos embrionários.

Certamente, muito não veêm ligação entre a decisão do STF e o Totalitarismo, assim como não veêm ligação entre a Teoria de Kelsen e o Nazismo. É difícil estabelecer uma linha direta de causa e efeito. E isto facilita, e muito, o trabalho dos operadores do sistema de dominação, exploração e exclusão. Operadores que usam e aplicam, com maestria, a Dialética Hegeliana.

A dominação, a exploração e a opressão da maioria da sociedade, por uma minoria econômica, está toda assentada na Dialética Hegeliana. É um modo de agir e operar o sistema de dominação sem mostra a cara, um modo dissimulado de explorar, excluir e oprimir, sem ser identificado. A ação do STF, dentro da Dialética Hegeliana, é um passo de um conjunto de outros passos que são dados por outros agentes, órgãos e instituições de dominação.

A ligação entre a decisão do STF e o Totalitarismo pode ser revelada olhando para um conceito antigo da Alquimia: as afinidades eletivas. Afinidades eletivas que foram utilizadas, por exemplo, por Max Weber na análise de relações entre doutrinas religiosas e formas de comporamento econômico, mais especificamente entre a ética protestante e o espírito capitalista.

Contudo, falarei destas questão em um outro Post... Po enquanto, ficaremos com a idéia de que a decisão do STF fragiliza a proteção dos Direitos Humanos e do Direito à vida no Brasil. E de que o ambiente de exploração, exclusão e opressão no qual vivemos inviabiliza e torna impraticável uma cultura de Direitos Humanos. Pior do que isto, fomentar os Direitos Humanos em um ambiente de dominação fortalece as estruturas de opressão, pois desarma o oprimido...

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Texto da internet: Dialética Hegeliana

No Processo Dialético, o conflito controlado produz mudança controlada. Portanto, a continuidade do conflito é buscada a todo custo, e é continuada seja bom teatro ou não.

Além disso, o Processo Dialético propõe que o progresso seja feito em uma linha em ziguezague, não em uma linha reta. Por exemplo, se eles tentassem ir diretamente do ponto A para o ponto Z em uma linha reta, seus inimigos muito facilmente veriam o que eles estão tentando realizar e montariam uma contra-ofensiva para evitar que alcançassem sua meta do ponto Z.

Entretanto, se o progresso for feito do Ponto A ao C, depois ao F, e em um movimento para trás e para frente, as pessoas seriam menos facilmente convencidas de que o que está acontecendo será prejudicial para elas, e assim dificilmente acreditarão, e mais dificilmente ainda tomarão atitudes para se opor ao plano.

Algumas vezes esse Processo Dialético também é descrito como "Três passos para a frente, dois para trás, cinco passos para a frente, três para trás." Como comentou certa vez o premier soviético Kruschev, quando o comunismo está em seu "movimento dois passos para trás", parecerá ao observador casual ou cético que o comunismo está retrocedendo. Na realidade, o que está acontecendo é que o comunismo está recuando o martelo para se preparar para outro golpe, outro avanço de três passos.

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