segunda-feira, 5 de maio de 2008

A marcha da maconha
Eu não defendo a legalização da maconha, mas sim a descriminalização das drogas. São coisas diferentes. Mesmo assim considero a proibição da marcha, imposta pelo judiciário, uma limitação grave da liberdade de expressão.

Comparo a marcha da maconha com a marcha do aborto. O aborto é crime. E as manifestações públicas a favor da descriminalização do aborto são notórias. A questão que surge é: porque as manifestações a favor do aborto são permitidas, enquanto as manifestações a favor da legalização da maconha são proibidas ? O Judiciário está usando dois pesos e duas medidas ? Por que ? Quais interesses o judiciário está defendo quando impõe a proibição das drogas ?

Interesses da maioria da população não é, pois a maior parte dos mortos na guerra das drogas são membros da maioria (negros pobres). São pessoas marginalizadas e excluídas. Por isso, matam centenas dessas pessoas nas periferias e favelas e ninguém se preocupa. Há um genocídio silencioso sendo executado bem diante de nossos olhos. Um genocídio concretizado pelo Estado, pelas instituições e autoridades públicas.

Tem dia que matam mais de dez pessoas no Rio de Janeiro e ninguém faz nada para parar a matança. Inegavelmente, o problema das drogas só será resolvido quando a violência da proibição deixar de atingir, exclusivamente, as classes baixas e passar a acerta a classe dominante em cheio. No dia em que dez juízes forem mortos em um único dia, por causa das drogas, aí sim, irão ver os mortos e discutir soluções efetivas para o problema... Enquanto negros pobres estiverem sendo mortos, a questão será ignorada e considerada eficiente como controle de natalidade nas periferias e favelas...

Vou escrever mais sobre isto...

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