Outros fragmentos importantes
Deus é invisível; mas não cessa de falar a seu povo pela boca dos profetas. Os profetas israelitas são os órgãos do pensamento e da vontade de Deus.
"O profeta, diz Darmesteter, é outra coisa que o padre, que é um personagem sem grande originalidade, ministro de um ritual estabelecido, cujo poder age por si mesmo, sem que a pessoa do padre intervenha em coisa alguma. O profeta é um homem possuído de Deus e por quem Deus se revela aos homens".
O profeta israelita, porém, era porta-voz do pensamento e da vontade divina, não somente sob o ponto de vista moral, mas especialmente sob o ponto de vista civil e político.
Por isso foram comparados com razão a tribunos do povo, e diz Colani que esta comparação é justa no sentido de que eles tinham por fim esclarecer Israel sobre seus verdadeiros interesses, e modificar a marcha do governo pelo poder único de persuasão.
Nem sempre reina harmonia de vistas entre os profetas; mas todos eles pertecem a um mesmo partido, todos eles advogam a mesma causa - o progresso.
O profeta hebreu não é um conservador, um apóstolo do passado, e sim um precursor, um missionário do futuro.
Ensaios de Crítica - Artur Orlando - Editora da USP - 1975- p.232
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A luz - ou, melhor ainda, as luzes, pois não se tratava de um único raio mas sim de um feixe - projetava-se sobre as grandes massas de negrume de que a terra estava ainda coberta (...) esta foi uma palavra mágica que a época se deleitou em dizer e repetir. Como eram doces aos olhos dos sábios essas luzes (...) emanavam das augustas leis da razão; acompanhavam, seguiam a Filosofia que avançava a passos de gigantes. Iluminados, eis o que eram os filhos do século.
P. Hazard, O Pensamento Europeu no éculo XVIII, Lisboa, Ed. Presença
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"O Senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso me alegra, montão.
E, outra coisa: o diabo, é às brutas; mas Deus é traiçoeiro! Ah, uma beleza de traiçoeiro - dá gosto ! A força dele, quando quer - moço ! me dá o medo pavor ! Deus vem vindo: ninguém não vê. Ele faz é na lei do mansinho - assim é o milagre.
E Deus ataca bonito, se divertindo, se economiza.
A pois: um dia, num curtume, a faquinha minha que eu tinha caiu dentro dum tanque, só caldo de casca de curtir, barbatimão, angico, lá sei. Amanhã eu tiro... falei, comigo. Porque era de noite, luz nenhuma eu não disputava.
Ah, então, saiba: no outro dia, cedo, a faca, o ferro dela, estava sido roído, quase por metade, por aquela aguinha escura, toda quieta. Deixei, para mais ver. Estala, espoleta !
Sabe o que foi ? Pois, nessa mesma tarde, aí: da faquinha só se achava o cabo... O cabo - por não ser de frio metal, mas de chifre galheiro. Aí está: Deus...
Bem, o senhor ouviu, o que ouviu sabe, o que sabe entende..."
Guimarães Rosa
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Ensinar a um moço, dizem João Terrel e Luís Durant, as diversas soluções que tem de dar às diversas dificuldades que encontrar na sua carreira, não é dar-lhe a alta educação intelectual a que tem direito; é preciso não lhe ensinar essas soluções, mas os métodos que lhe permitiram achá-las; é preciso fazer dele, não um indivíduo admiravelmente ensinado que, graças às recordações de sua educação e aos hábitos que tiver contraído em sua juvenilidade, se conduzirá como faria um homem inteligente, mas um homem que pensa, que sabe, que conhece e que se conduz segundo as luzes de sua própria razão.
Ensaios de Crítica - Artur Orlando - Editora da USP - 1975- p.268
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Aprendendo e ensinando uma nova lição.
Zé Ramalho
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Um novo milênio exige novos temas, novas idéias, novos projetos, novas histórias.
Um novo milênio exige novas músicas, novos livros, novas peças de teatro, novos filmes, etc, tudo relacionado com uma nova visão de mundo. Visão de uma nova civilização.
Novas coisas só podem ser construídas onde há luz. E que essas novas coisas sejam baseadas na verdade e na justiça.
Leonildo Correa
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A partir da filosofia de Hegel se erigiu o pensamento de Karl Marx e toda sua dialética da história. E uma das bases de Hegel era que a vida humana não é simplesmente existência mas sobretudo existência consciente. Isso é importante na minha Teoria da Consciência e Liberdade.
Leonildo Correa