Vírus é treinado para desenvolver baterias de lítio mais potentes
Pesquisadores que treinaram um minúsculo vírus para obedecer aos seus comandos afirmaram na quinta-feira (02/04/2009) que o organismo já é capaz de tornar as baterias de lítio mais eficientes.
Os cientistas modificaram dois genes do vírus chamado M13 e pediram que ele realizasse as seguintes tarefas: construir uma concha utilizando fosfato de ferro e em seguida amarrá-la a um nanotubo de carbono para, dessa forma, montar um poderoso eletrodo.
Esse eletrodo permitiria teoricamente a produção de dispositivos de memória - como MP3 players ou celulares – mais potentes e mais ecologicamente responsáveis do que as baterias usadas em eletrônicos atualmente, de acordo com a cientista de materiais do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Angela Belcher.
“Ele oferece a mesma energia e o mesmo desempenho que as mais avançadas baterias disponíveis hoje no mercado”, ela ressaltou.
“Poderíamos fazer um iPod funcionar por cerca de três vezes mais tempo do que possibilitam as baterias convencionais desse aparelho. No futuro esse eletrodo poderia ser utilizado em carros, inclusive”, ela esclarece.
A tecnologia é inerentemente verde porque se baseia em um vírus vivo: “Organismos estão criando os materiais de que precisamos, não há como não respeitá-los”, ela comentou.
Em reportagem publicada no jornal Science, a equipe de Belcher afirma que os vírus modificados foram desenvolvidos para contruir cascas de fosfato de ferro amorfas. Esse material não costuma ser um bom condutor, mas dá origem a um útil material para baterias quando reduzido à nanoescala.
Baterias de lítio são poderosas e leves, mas não liberam seus elétrons muito rapidamente, diferentemente do material criado pelos vírus.
Edição: Raphael Cavalcanti | Fonte: Reuters
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