terça-feira, 14 de agosto de 2007

O Renan e a criminalidade organizada dentro do Senado

Leonildo Correa - 14/08/2007

Um dos métodos mais utilizados pela criminalidade organizada é a chantagem. Geralmente chantageiam para extorquir dinheiro, mas, além disso, também usam a chantagem para calar testemunhas, influenciar juízes e paralisar o Ministério Público e a Polícia. Descobre-se os podres de quem está atacando e monta-se um dossiê com os detalhes e as provas. Em seguida emite um aviso: "Ou calam a boca ou o dossiê vai para imprensa". Esse método é infalível. Todos os ramos da criminalidade organizada o utiliza: Cosa Nostra, Máfia Chinesa, Yakusa, Máfia Russa, os Cartéis Colombianos, o PCC, o Comando Vermelho, etc. E agora, também o Renan. O Senado está nas mãos do Renan, pois o Renan tem dossiês contra a maioria dos Senadores.

Portanto, o Renan pode falar: "Senador X faça a dança da bundinha". Se o Senador falar não, o Renan retruca: "Olha o dossiêêêêêê !!!! Vou publicar..." Na hora o Senador vai na tribuna e faz a dança da bundinha. E de lá da frente o Renan grita: "Senadora Y, quero ver a dança da garrafa !!! E a Senadora retruca: " Mas Renan...". E o Presidente do Senado responde: "Olha o dossiêêêêêê !!!! Vou publicar..." Na hora a Senadora vai na tribuna e faz a dança da garrafa. Quem tem dossiê pode tudo. O Renan tem dossiê contra a maioria dos Senadores, logo ele pode tudo.

Mas não é só isso, logo o Renan vai dizer: "Votação do Governo, quero unanimidade aqui." E um senador retruca: "Não concordo com isso e não vou votar a favor do Governo." E o Renan responde: "Olha o dossiêêêêêê !!!! Vou publicar..." Na hora o Senador volta atrás e vota a favor do Governo. Enfim, quem tem dossiê pode tudo.

Portanto, a partir de agora não há mais nenhuma possibilidade de imparcialidade nas decisões dos Senadores. Não dá para saber se o Senador está manifestando a sua vontade livremente ou se está sendo vítima de chantagem, afinal, o Renan tem dossiê contra todo mundo.

Essa história está caminhando para um fim inusitado: dissolução do Senado e realização de novas eleições. Isso não está previsto na Constituição, porém a Constituição também não prevê a possibilidade do Senado cair nas mãos da criminalidade organizada e ser controlado por um chefão mafioso. Pior do que isso, se todo mundo tem rabo preso, é porque todo mundo fez besteira, logo, o único caminho é demitir todo mundo e realizar novas eleições.

O Renan volta a distribuir ameaças veladas

FERNANDA KRAKOVICS - SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo

Mesmo com o tom mais conciliador assumido no plenário no fim da semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), continua fazendo ameaças veladas aos colegas para intimidá-los e tentar derrubar eventual pedido de cassação de seu mandato.
Em conversas reservadas, Renan revela aos poucos supostos fatos depreciativos contra senadores que defendem as investigações contra ele. Um deles é o senador Jefferson Péres (PDT-AM), o primeiro a pedir seu afastamento do cargo.

Nos bastidores o presidente do Senado se refere a Peres como "flor do lodo" e diz que ele foi acusado de gestão fraudulenta de uma empresa na década de 50. A lógica de Renan seria mostrar que os senadores que o atacam de forma mais veemente têm telhado de vidro.

"Eu fui diretor de uma siderúrgica no Amazonas, e a empresa faliu. Como não pôde recolher o Imposto de Renda e os encargos sociais dos empregados, toda a diretoria foi denunciada por apropriação indébita. O juiz federal absolveu todos os diretores porque a União devia à siderúrgica mais do que o imposto que a empresa deixou de recolher", afirmou Péres.
Ele reagiu aos ataques do presidente do Senado. "Isso só piora a situação do senador Renan Calheiros e mostra o lado feio de seu caráter", afirmou Péres. "Se o senador Renan Calheiros levantar isso, eu posso processá-lo por calúnia", disse.

Em relação ao líder do DEM, senador José Agripino (RN), Renan passou da ameaça velada à tentativa pública de intimidação no plenário do Senado na semana passada. Da tribuna, fez referência a concessões de rádio e TV de Agripino e a uma dívida com o Banco do Nordeste. "Meu pai recebeu há 20 anos a concessão da TV Tropical, que é retransmissora da Record, e de cinco rádios. Ele morreu e isso foi deixado para a família. Não há nada de errado nisso. Parlamentar não pode ser dirigente de empresa de comunicação, mas pode ser sócio", declarou Agripino.

O presidente do Senado recuou apenas do tom explícito de ameaça que adotou no início da semana e afirmou na quinta que não pretende ser "algoz" de ninguém. Avaliou que criar um clima aberto de terror na Casa não vai ajudá-lo a se salvar.

Apesar disso, o recado dado a Agripino na terça-feira surtiu efeito e serviu de exemplo para os demais. Senadores dizem que Renan teria na cabeça um dossiê contra vários deles.
Como presidente da Casa, ele tem acesso à prestação de contas dos R$ 15 mil mensais da verba indenizatória, que serve para reembolsar despesas dos senadores com gastos nos Estados, como combustível e divulgação do mandato, e autoriza viagens em missões oficiais, que são custeadas com dinheiro público. Essa seria outra forma de constranger os colegas.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) já foi um dos alvos de Renan. Ele reconhece que viajou no ano passado com uma assessora para os EUA, com passagens e diárias pagas pelo Senado, para participar de reunião da ONU, mas nega que a funcionária seja sua namorada e disse que é praxe da Casa levar assessores em viagens.

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O problema é o rabo preso

Por Leonildo Correa 28/06/2007

O Renan não cai do cargo de Presidente do Senado por causa do rabo preso. Tem muita gente com o rabo preso nas mãos do Renan. E se ele cair, como ele mesmo disse, pode levar muitos políticos com ele, ocasionando uma crise institucional.

Essa é outra desgraça implantada pelo legislativo representativo. Não são apenas políticos corruptos, são políticos corruptos que formam uma teia de corrupção. Todos os corruptos estão interligados. Todos eles tem o rabo preso. Por isso é muito difícil combater esse crime no Brasil, pois as ligações que unem os elementos da teia de corrupção é muito forte. Somente cai dessa rede maligna os peixes pequenos, os mais fracos. Por exemplo, os Severinos. Peixe graúdo não sai e não cai da teia. Tubarão então, nem se fala, pois tem força para puxar a rede junto com ele.
Contudo, ainda tem gente que gosta de repetir o refrão jurídico: "Todos são inocentes até que se prove o contrário". Repetem esse refrão até mesmo quando o contrário já está provado. É uma estratégia da corrupção para dificultar a acusação e enganar o povo que pede justiça.

No caso do Renan as provas são claras, inclusive o lobby da corrupção não está atacando as provas, mas sim os dirigentes do Conselho de Ética. Querem que o processo seja arquivado, querem que a impunidade continue e que as empreiteiras prossigam desviando recursos públicos para pagar os desgraçados. É isso que está ocorrendo hoje em Brasília.

Além disso, em todos os últimos casos de corrupção, mensalão, sanguessuga, etc existem dois pontos que tem sido sistematicamente esquecidos.

O primeiro é o dinheiro, ou seja, o dinheiro desviado e furtados dos cofres públicos some e ninguém fala nada. Contudo, ressalto que dinheiro não desaparece no nada. A grana está em algum lugar e com alguém. Logo, pode ser rastreado e recuperado. Mas ninguém faz isso. Por que será ? Esse é um ótimo filão para os caçadores de recompensa, ou seja, os caçadores vão atrás dos corruptos e do dinheiro, prendem o corrupto (vivo ou morto) e recuperam o dinheiro. Devolvem 70% para o Estado, junto com o corrupto (vivo ou morto) e embolsam os outros 30% como pagamento pelos serviços prestados. Bilhões de reais poderiam ser recuperados dessa forma.

O segundo ponto são os corruptores. Pegam os corruptos, mas deixam os corruptores ilesos e prontos para corromper outros agentes públicos. Os corruptores são tão desgraçados quanto os corruptos e devem ser atacados com a mesma força.

Enfim, a única notícia chocante de hoje veio da Colômbia e diz que as Farcs, em um confronto com as forças do governo, matou 11 deputados que estavam seqüestrados. Seqüestrar deputados e Senadores é uma coisa comum na Colômbia. Os guerrilheiros seqüestram e deixam os vagabundos amarrados em árvores no meio do mato, obrigando-os a trabalharem na roça.
Do jeito que a coisa está indo, essa moda vai chegar no Brasil em breve...

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