segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A missão da Abin
A missão da Abin, de acordo com o site dos arapongas, é "a defesa do Estado Democrático de Direito, da sociedade, da eficácia do poder público e da soberania nacional." Isso indica claramente que a Abin não é política, não é polícia e não deve se sujeitar a procedimentos processuais. É um órgão de proteção da estrutura estatal e não de quem ocupa, temporariamente, esta estrutura...

Inclusive, penso que os órgãos de inteligência de uma nação democrática deveriam ter completa autonomia dos poderes estatais. Deveria ser um quarto poder, sem nenhuma ligação com o executivo ou com políticos e com a política. Um poder que visa garantir a estabilidade dos demais poderes, assim como garantir a supremacia do poder popular sobre os interesses de uma minoria hegemônica...

A subordinação dos serviços de inteligência a um poder específico, hoje o executivo, transformou este serviço em um cão de guarda dos interesses políticos e da política. Quando grampeiam os inimigos, todos aplaudem... Quando pegam os amigos, o araponga perde o cargo... O delegado vai fazer curso de especialização e o Juiz quase é demitido...

A polícia investiga crime. Teve a notícia de um crime sai correndo atrás do bandido. Já um serviço de inteligência tem que manter a integridade da estrutura estatal... Tem que estar fora das decisões e dos interesses poliqueiros e da politicalha... Se isso não for feito, ocorre exatamente o que estamos vendo acontecer: quando a corrupção domina os graúdos, ninguém pode atingi-los e o poder da maioria se dobra aos interesses da corrupção...

O serviço de inteligência protege o Estado Democrático de Direito, protege a instituição, não quem, temporariamente, administra a instituição...

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