quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Este é o mundo no qual vivemos...

Podemos falar em Direitos Humanos em um mundo onde existem pessoas que ainda lutam por direitos de animais? Por exemplo, comer uma vez por dia.

Clique aqui para saber detalhes desta foto

Notícia de Jornal

Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor branca, 30 anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante 72 horas, para finalmente morrer de fome.

Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos e comentários, uma ambulância do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.

Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer de fome) era da alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.

O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Anatômico sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome.

Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa - não é um homem. E os outros homens cumprem seu destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum. Passam, e o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão.

Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da rádio patrulha, por que haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer de fome.

E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que morresse de fome.

E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição, tombado em plena rua, no centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, um homem morreu de fome.

Fernando Sabino

Este é o mundo no qual vivemos...

Podemos falar em Direitos Humanos em um mundo onde existem pessoas que ainda lutam por direitos de animais? Por exemplo, comer uma vez por dia.

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Notícia de Jornal

Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor branca, 30 anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante 72 horas, para finalmente morrer de fome.

Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos e comentários, uma ambulância do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.

Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer de fome) era da alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.

O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Anatômico sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome.

Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa - não é um homem. E os outros homens cumprem seu destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum. Passam, e o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão.

Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da rádio patrulha, por que haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer de fome.

E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que morresse de fome.

E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição, tombado em plena rua, no centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, um homem morreu de fome.

Fernando Sabino

Pesquisa mostra ampliação da classe C

AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ECONÔMICA

DATAFOLHA - Opinião pública - 09/07/2006

Pesquisa realizada pelo Datafolha junto a 2.828 brasileiros nos dias 28 e 29 de junho de 2006 mostra as opiniões dos eleitores do país a respeito de sua situação econômica e a comparação que fazem em relação aos que vivem hoje com o que viviam no início do governo Lula, em 2003, investigando alguns hábitos de consumo, lazer e condições de endividamento.

Um dos dados mais relevantes do estudo mostra uma mudança na segmentação da população, no que diz respeito ao critério de classificação econômica adotado pela ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), baseado no poder de compra e na posse de itens de conforto dos entrevistados: uma parcela considerável deixou os estratos mais pobres da população, passando a um nível intermediário.

O percentual dos que fazem parte das classes A e B se manteve estável, quando se leva em consideração a margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos: passou de 20% em outubro de 2002, ano em que o presidente Lula foi eleito, para 22% hoje. Entre os que fazem parte desse segmento, 88% têm renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos, ou seja, rendimentos superiores a R$ 3.500,00.

Já a taxa dos que fazem parte da classe C subiu de 32% para 40% nesse período. A maioria (59%) dos que pertencem a esse estrato têm rendimento familiar entre mais de dois e cinco salários mínimos, ou seja, R$ 701,00 e R$ 1.500,00. Metade (50%) têm escolaridade superior.

O crescimento da classe C se deve à queda no percentual dos que pertencem às classes D e E, que passou de 46% para 38%. Nesse estrato mais pobre, 68% têm renda familiar até R$ 700,00, ou seja, até dois salários mínimos.

A pesquisa mostra que, de 2003 para cá, grande parte do eleitorado adquiriu telefone celular e aparelhos de televisão e de DVD e móveis. Não deixa de ser coerente que a forma mais comum de endividamento, então seja com carnês de loja (cartão de crédito vem logo a seguir) e que a taxa dos que possuem dívidas em carnê seja mais significativa entre os que fazem parte da classe C. O estudo também revela que 37% afirmam que o consumo de alimentos em sua casa aumentou nesses últimos três anos, taxa que, entre os brasileiros da classe C, fica quatro pontos acima da média.

A margem de erro máxima da pesquisa, para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

PARA 35%, SUA SITUAÇÃO ECONÔMICA ESTÁ MELHOR HOJE DO NO INÍCIO DO GOVERNO LULA; PARA 22% ELA PIOROU, E PARA 42% ESTÁ IGUAL

Metade (50%) afirma que sua situação econômica atual está regular. Para 26% ela está ótima, e percentual similar (24%) considera estar economicamente em uma situação ruim ou péssima.

A taxa dos que consideram sua situação econômica ótima ou boa é de 21% entre os que têm renda familiar mensal até dois salários mínimos, cinco pontos abaixo da média nacional. Ela sobe para 26% entre os que ganham entre dois a cinco salários mínimos, para 34% entre os que ganham de cinco a dez e chega a 51% (25 pontos acima da média) entre os que têm renda acima de 10 salários mínimos.

Solicitados a pensar em suas vidas do começo de 2003, ou seja, após o presidente Lula ter tomado posse, pra cá, 35% afirmam que sua situação econômica melhorou. Segundo 22% sua situação econômica piorou. A maior parte (42%) declara que não houve mudança.

Entre os que fazem parte da classe C, 38% dizem que sua vida melhorou. Essa taxa é de 33% entre os que fazem parte das classes A e B e de 34% entre os que integram as classes D e E.

As duas principais razões apontadas por cada um desses grupos de eleitores (aqueles que acham que a situação econômica melhorou, os que pensam que ela piorou e os que dizem que ela permaneceu igual) são semelhantes: elas dizem respeito ao mercado de trabalho e aos salários. Preços também merecem menções significativas tanto de quem acha que sua situação melhorou quanto dos que pensam que ela piorou.

Entre os que dizem que a situação econômica melhorou, 40% fazem referências ao mercado de trabalho, taxa que chega a 47% entre os que fazem parte da classe C. Desses, 20% dizem que conseguiram emprego nesse período e 11% afirmam que o mercado de trabalho aumentou (14% entre os que integram a classe C). Fazem menções a salários 27%, dos quais 21% afirmam que tiveram aumento salarial. Argumentam que sua situação econômica melhorou de 2003 para cá porque seu poder de compra aumentou 10%. Fazem referência a projetos sociais do governo 9%, sendo que os mais citados são o Bolsa Família (5%) e o Bolsa Escola (3%). Entre os que fazem parte das classes D e E as menções aos projetos sociais do governo chegam a 19%, sendo que 10% citam o Bolsa Família. E 6% o Bolsa Escola. O fato de não ter havido aumento de preços ou deles terem diminuído é citado por 8% desses entrevistados que vêem melhora em sua situação econômica. Para 3% deles não houve tanta inflação nesse período.

De acordo com 37% dos que dizem que sua situação econômica piorou nos últimos três anos, isso aconteceu por razões ligadas ao mercado de trabalho, destacando-se a percepção de que falta emprego (18%), o fato de estar desempregado (14%) e de ter perdido o emprego nesse período (5%). Fazem referências à questão salarial 36%, dos quais 10% reclamam não ter havido aumento. Afirmam que a renda diminuiu 8% e reclamam dos baixos salários 5%. Mencionam razões relacionadas a preços 15%, com citações específicas a produtos de modo geral (9%), a alimentos (4%), e a taxas de luz e água (2%, cada).

Dos que acham que não houve mudança em sua situação econômica depois do início do governo Lula, 37% fazem menções a questões salariais, dos quais 14% reclamam que não tiveram aumento e continuam ganhando pouco e 12% que dizem que seus rendimentos não aumentaram nem diminuíram no período. Fazem referências ao mercado de trabalho 28%, dos quais 18% dizem que continua faltando emprego ou que continuam desempregados. Já outros 8% dizem que nada mudou porque continuam trabalhando. Dizem apenas que não houve mudança, de modo geral, mas sem entrar em detalhes, 16%. Referências a preços somam 5% e menções a despesas e gastos 3%¨.

A expectativa positiva quanto à sua situação econômica aumentou em relação a abril: passou de 44% para 49% o percentual dos que acham que, nos próximos meses, sua situação econômica vai melhorar. Já a taxa dos que acreditam que ela vai piorar caiu pela metade, de 12% para 6%, e a dos que acham que ela não vai se alterar passou de 40% para 37%. A taxa dos que não souberam opinar dobrou em relação à abril, passando de 4% para 8%, a maior já registrada desde o início do governo Lula.

Na região Sul verifica-se o menor otimismo com a situação econômica pessoal: entre os eleitores dessa região, 37% acham que sua situação econômica vai melhorar (12 pontos abaixo da média) e 11% acreditam que ela vai piorar (seis pontos acima da média). Para 47% desses eleitores sua situação econômica vai ficar como está (10 pontos acima da média). Por outro lado, nas regiões Norte e Centro-Oeste, 57% acreditam em melhora (oito pontos acima da média) e 31% apostam que sua situação econômica não vai mudar (seis pontos abaixo da média).

Um quinto (20%) dos eleitores brasileiros trabalham como assalariados registrados. Essa taxa é próxima à dos que declaram trabalhar como free-lancers ou fazer bicos (16%). Afirmam estar desempregados e à procura de emprego 8%. Indagados sobre sua situação ocupacional há três anos, no começo de 2003, 23% dizem que eram assalariados registrados, 15% que faziam bicos e 6% que estavam à procura de emprego.

APARELHOS DE TELEFONE CELULAR E TELEVISORES LIDERAM LISTA DE PRODUTOS MAIS COMPRADOS DE 2003 PARA CÁ

O Datafolha indagou os eleitores brasileiros a respeito da compra de alguns itens de conforto de 2003 para cá. Os produtos que lideram a lista como os mais comprados são aparelhos de telefone celular e televisores: 49% dizem ter comprado ou trocado de celular nesse período. Desses, 24% afirmam que já tinham um aparelho e 25% dizem que se tratou do primeiro que compraram. No caso de aparelhos de TV, 47% declaram ter comprado, sendo que 31% compraram modelos com menos de 29 polegadas e 16% adquiriram televisores com tela acima deste tamanho.

Aparelho de DVD e móveis também empatam, citados por, respectivamente, 38% e 36%. No caso do DVD, 32% dos que compraram afirmam que não tinham um aparelho desses em casa antes. Vêm a seguir, com percentuais acima de 20%, CD players (28%), fogões, liquidificadores (27%, cada) e máquinas de lavar roupa (23%).

Compraram carro de 2003 para cá 15%; levaram computadores para casa 14%, mesma taxa dos que adquiriram aparelhos de telefone sem fio. Câmeras digitais foram citadas por 11%, fornos microondas por 10%, freezers e aparelhos tocadores de mp3 por 8%, cada. A decadência dos aparelhos de videocassete fica patente, quando se verifica que apenas 7% compraram um desses produtos de 2003 para cá, taxa 31 pontos menor do que a dos que dizem ter comprado aparelho de DVD. Os itens menos adquiridos foram câmeras de vídeo (3%), secadoras de roupa (2%) e lavadoras de louça (1%).

COMPRA DE ITENS DE CONFORTO DE 2003 PARA CÁ


sim, comprou / trocou

não, comprou / trocou

sim, já havia

não havia

não sabe

Aparelho de telefone celular para seu uso pessoal

49

51

24

25

0

Aparelho de TV

47

53

25

22

0

TV de tela abaixo de 29 polegadas

31

69

21

10

0

TV de tela de 29 polegadas ou mais

16

84

4

12

-

Aparelho de DVD

38

62

6

32

-

Móveis

36

64

29

8

0

Aparelho de CD (CD Player)

28

72

12

17

0

Fogão

27

73

23

4

-

Liquidificador

27

73

20

7

-

Máquina de lavar roupa

23

77

10

12

0

Carro

15

85

9

5

-

Computador

14

86

5

9

-

Aparelho de telefone sem fio

14

86

5

8

0

Câmera fotográfica digital

11

89

2

9

0

Forno microondas

10

90

3

6

0

Freezer

8

92

3

5

-

Aparelho tocador de MP3

8

92

1

6

-

Videocassete

7

93

4

4

-

Câmera de vídeo

3

97

1

2

0

Secadora de roupa

2

98

1

2

-

Lavadora de roupa

1

99

0

1

-

Fonte: P. 17. Nos últimos três anos, do começo de 2003 para cá, você ou alguém da sua casa comprou ou trocou de ____________: P.17a. (SE SIM) Já havia___________ em sua casa antes?

37% DIZEM QUE CONSUMO DE ALIMENTOS AUMENTOU EM SUA CASA

A pesquisa também mostra que 37% dos brasileiros afirmam que, de 2003 para cá, o consumo de alimentos em geral aumentou em sua casa. Dizem que esse consumo continuou igual 49%, e que diminuiu, 13%. Entre os que fazem parte da classe C, a taxa dos que dizem que o consumo de alimentos em geral em sua casa aumentou chega a 41% (quatro pontos acima da média); entre os que fazem parte das classes A e B essa taxa é de 37% (idêntica à verificada entre o total de entrevistados) e entre os que fazem parte das classes D e E é de 33% (quatro pontos abaixo da média).

Cerca de um terço (29%) afirma que comprou mais CDs piratas nos últimos três anos. Já em relação a CDs originais, 12% dizem que o consumo desse produto aumentou, taxa que é exatamente a metade daquela dos que afirmam que, em relação há três anos atrás, ele diminuiu (24%).

No caso dos DVDs, 18% dizem que o consumo de produtos de origem pirata aumentou; em relação a DVDs originais essa taxa é de 11% (18% dizem que têm comprado menos).

Estão consumindo mais refrigerantes 27%, e mais perfume 25%, mesmo percentual dos que dizem estar comprando mais cosméticos. No caso de frios, 22% dizem que o consumo desse tipo de produto aumentou, e 18% que diminuiu. Já em relação a iogurte, 21% dizem estar consumindo mais, mesma taxa dos que afirmam estar comprando mais artigos de cama, mesa e banho. O consumo de doces e chocolates aumentou na casa de 19% e diminuiu na de 22%. Têm consumido mais salgadinhos 17%, e vem comprando menos esse tipo de produto 21%. Brinquedos têm sido comprados em menor quantidade por 23%; dizem que a compra de brinquedos em sua casa aumentou de 2003 para cá 17%.

COMPARAÇÃO DO CONSUMO DE ALGUNS ITENS HOJE COM O DE 2003


aumentou

diminuiu

continua o mesmo

não sabe, não lembra

Alimentos em geral

37

13

49

1

CDs piratas

29

13

46

12

Refrigerantes

27

20

51

2

Perfume

25

15

56

3

Cosméticos

25

14

57

4

Frios

22

18

57

3

Iogurte

21

21

55

4

Artigos de cama, mesa e banho

21

13

62

4

Doces/chocolates

19

22

56

3

DVDs piratas

18

13

53

16

Brinquedos

17

23

52

8

Salgadinhos

17

21

58

4

CDs originais

12

24

53

11

DVDs originais

11

18

57

14

Fonte: P.18. Em relação há três anos atrás, você diria que o consumo de _________ na sua casa aumentou, diminuiu ou continua o mesmo?

Afirmam ter comprado algum produto a prazo nos últimos seis meses 40% dos entrevistados . Os produtos mais comprados a prazo são roupas, calçados e acessórios (33%), eletroeletrônicos (23%), móveis (17%), eletrodomésticos (14%), celulares (9%) e material de construção (5%).

Solicitados a comparar a freqüência de alguns hábitos hoje, com a que tinham três anos atrás, a maioria diz estar indo tanto quanto antes a cinemas (58%) e restaurantes (54%) e que a freqüência com que viajam a passeio não se alterou (51%).

Nos três casos, as taxas dos que dizem que a freqüência desses hábitos diminuiu são maiores do que as dos que afirmam que ela aumentou.

Quando se trata de ir ao cinema, dizem estar indo mais 6% e menos 23%. Afirmam que a frequência com que vão a restaurantes aumentou 12%, e que diminuiu, 25%. Viagens a passeio estão mais presentes na vida de 13% e são menos freqüentes segundo 29%. A maioria dos eleitores brasileiros (64%) afirma morar em casa própria não financiada. Declaram morar em casa própria financiada 15%. Um quinto (20%) mora em imóveis alugados. Cerca de um terço (31%) diz ter feito alguma reforma em casa nos últimos três anos.

A forma mais comum de dívida assumida pelos entrevistados é o carnê de loja, citado por 33%. Destes, 7% dizem que estão em atraso com essa dívida. Entre os que fazem parte da classe C, a taxa dos que possuem carnê é de 39%. Ela é de 36% entre os que integram as classes A e B e de 26% entre os que são das classes D e E.

Dizem ter cartão de crédito 27% dos quais 4% afirmam que a dívida está atrasada. Entre os que fazem parte das classes A e B a posse de cartão de crédito chega a 54%. Essa taxa é de 29% entre os que fazem parte da classe C e de 9% entre os que integram as classes D e E.

Possuem limite de cheque especial 14% (3% estão em atraso). Fizeram empréstimo em banco nos últimos seis meses 13%, dos quais 2% dizem que o pagamento da dívida está atrasado. Dizem ter dívidas com cheques pré-datados 7% (2% estão com a dívida atrasada). Apenas 4% afirmam ter feito empréstimo em financeiras nos últimos seis meses, dos quais 1% dizem não estar em dia com essa dívida.

Ao compararem o volume de dívidas que têm hoje com o que tinham no começo de 2003, 22% se dizem mais endividados, 19% menos endividados e 26% afirmam que seu nível de endividamento continua o mesmo. Dizem não ter dívidas 33%.

Indagados sobre o poder aquisitivo da família, 2% dizem que o dinheiro que ganham é mais do que o suficiente, 25% que é exatamente o que precisam para viver, 45% que não é suficiente, às vezes falta, e 28% que é muito pouco, trazendo muitas dificuldades.

Em relação à última pesquisa do Datafolha que incluiu esta pergunta, feita em dezembro de 2002, ou seja, às vésperas da posse do presidente Lula, verifica-se que a taxa dos que afirmam que sua família ganha muito pouco, o que acarreta dificuldades, caiu 17 pontos: naquela ocasião, 45% respondiam assim. A atual taxa (28%) é a menor registrada desde a primeira vez que essa pergunta foi feita, em julho de 1994. A taxa dos que dizem que o que ganham é exatamente o que precisam para viver, que era de 17% em 2002, subiu oito pontos percentuais. Mesmo crescimento percentual foi registrado para os que afirmam que o que ganham não é suficiente, tendo passado de 37% para 45% a taxa dos que pensam assim, a maior já registrada desde o primeiro levantamento sobre o tema.

São Paulo, 7 de julho de 2006.

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Pesquisa mostra ampliação da classe C

AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ECONÔMICA

DATAFOLHA - Opinião pública - 09/07/2006

Pesquisa realizada pelo Datafolha junto a 2.828 brasileiros nos dias 28 e 29 de junho de 2006 mostra as opiniões dos eleitores do país a respeito de sua situação econômica e a comparação que fazem em relação aos que vivem hoje com o que viviam no início do governo Lula, em 2003, investigando alguns hábitos de consumo, lazer e condições de endividamento.

Um dos dados mais relevantes do estudo mostra uma mudança na segmentação da população, no que diz respeito ao critério de classificação econômica adotado pela ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), baseado no poder de compra e na posse de itens de conforto dos entrevistados: uma parcela considerável deixou os estratos mais pobres da população, passando a um nível intermediário.

O percentual dos que fazem parte das classes A e B se manteve estável, quando se leva em consideração a margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos: passou de 20% em outubro de 2002, ano em que o presidente Lula foi eleito, para 22% hoje. Entre os que fazem parte desse segmento, 88% têm renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos, ou seja, rendimentos superiores a R$ 3.500,00.

Já a taxa dos que fazem parte da classe C subiu de 32% para 40% nesse período. A maioria (59%) dos que pertencem a esse estrato têm rendimento familiar entre mais de dois e cinco salários mínimos, ou seja, R$ 701,00 e R$ 1.500,00. Metade (50%) têm escolaridade superior.

O crescimento da classe C se deve à queda no percentual dos que pertencem às classes D e E, que passou de 46% para 38%. Nesse estrato mais pobre, 68% têm renda familiar até R$ 700,00, ou seja, até dois salários mínimos.

A pesquisa mostra que, de 2003 para cá, grande parte do eleitorado adquiriu telefone celular e aparelhos de televisão e de DVD e móveis. Não deixa de ser coerente que a forma mais comum de endividamento, então seja com carnês de loja (cartão de crédito vem logo a seguir) e que a taxa dos que possuem dívidas em carnê seja mais significativa entre os que fazem parte da classe C. O estudo também revela que 37% afirmam que o consumo de alimentos em sua casa aumentou nesses últimos três anos, taxa que, entre os brasileiros da classe C, fica quatro pontos acima da média.

A margem de erro máxima da pesquisa, para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

PARA 35%, SUA SITUAÇÃO ECONÔMICA ESTÁ MELHOR HOJE DO NO INÍCIO DO GOVERNO LULA; PARA 22% ELA PIOROU, E PARA 42% ESTÁ IGUAL

Metade (50%) afirma que sua situação econômica atual está regular. Para 26% ela está ótima, e percentual similar (24%) considera estar economicamente em uma situação ruim ou péssima.

A taxa dos que consideram sua situação econômica ótima ou boa é de 21% entre os que têm renda familiar mensal até dois salários mínimos, cinco pontos abaixo da média nacional. Ela sobe para 26% entre os que ganham entre dois a cinco salários mínimos, para 34% entre os que ganham de cinco a dez e chega a 51% (25 pontos acima da média) entre os que têm renda acima de 10 salários mínimos.

Solicitados a pensar em suas vidas do começo de 2003, ou seja, após o presidente Lula ter tomado posse, pra cá, 35% afirmam que sua situação econômica melhorou. Segundo 22% sua situação econômica piorou. A maior parte (42%) declara que não houve mudança.

Entre os que fazem parte da classe C, 38% dizem que sua vida melhorou. Essa taxa é de 33% entre os que fazem parte das classes A e B e de 34% entre os que integram as classes D e E.

As duas principais razões apontadas por cada um desses grupos de eleitores (aqueles que acham que a situação econômica melhorou, os que pensam que ela piorou e os que dizem que ela permaneceu igual) são semelhantes: elas dizem respeito ao mercado de trabalho e aos salários. Preços também merecem menções significativas tanto de quem acha que sua situação melhorou quanto dos que pensam que ela piorou.

Entre os que dizem que a situação econômica melhorou, 40% fazem referências ao mercado de trabalho, taxa que chega a 47% entre os que fazem parte da classe C. Desses, 20% dizem que conseguiram emprego nesse período e 11% afirmam que o mercado de trabalho aumentou (14% entre os que integram a classe C). Fazem menções a salários 27%, dos quais 21% afirmam que tiveram aumento salarial. Argumentam que sua situação econômica melhorou de 2003 para cá porque seu poder de compra aumentou 10%. Fazem referência a projetos sociais do governo 9%, sendo que os mais citados são o Bolsa Família (5%) e o Bolsa Escola (3%). Entre os que fazem parte das classes D e E as menções aos projetos sociais do governo chegam a 19%, sendo que 10% citam o Bolsa Família. E 6% o Bolsa Escola. O fato de não ter havido aumento de preços ou deles terem diminuído é citado por 8% desses entrevistados que vêem melhora em sua situação econômica. Para 3% deles não houve tanta inflação nesse período.

De acordo com 37% dos que dizem que sua situação econômica piorou nos últimos três anos, isso aconteceu por razões ligadas ao mercado de trabalho, destacando-se a percepção de que falta emprego (18%), o fato de estar desempregado (14%) e de ter perdido o emprego nesse período (5%). Fazem referências à questão salarial 36%, dos quais 10% reclamam não ter havido aumento. Afirmam que a renda diminuiu 8% e reclamam dos baixos salários 5%. Mencionam razões relacionadas a preços 15%, com citações específicas a produtos de modo geral (9%), a alimentos (4%), e a taxas de luz e água (2%, cada).

Dos que acham que não houve mudança em sua situação econômica depois do início do governo Lula, 37% fazem menções a questões salariais, dos quais 14% reclamam que não tiveram aumento e continuam ganhando pouco e 12% que dizem que seus rendimentos não aumentaram nem diminuíram no período. Fazem referências ao mercado de trabalho 28%, dos quais 18% dizem que continua faltando emprego ou que continuam desempregados. Já outros 8% dizem que nada mudou porque continuam trabalhando. Dizem apenas que não houve mudança, de modo geral, mas sem entrar em detalhes, 16%. Referências a preços somam 5% e menções a despesas e gastos 3%¨.

A expectativa positiva quanto à sua situação econômica aumentou em relação a abril: passou de 44% para 49% o percentual dos que acham que, nos próximos meses, sua situação econômica vai melhorar. Já a taxa dos que acreditam que ela vai piorar caiu pela metade, de 12% para 6%, e a dos que acham que ela não vai se alterar passou de 40% para 37%. A taxa dos que não souberam opinar dobrou em relação à abril, passando de 4% para 8%, a maior já registrada desde o início do governo Lula.

Na região Sul verifica-se o menor otimismo com a situação econômica pessoal: entre os eleitores dessa região, 37% acham que sua situação econômica vai melhorar (12 pontos abaixo da média) e 11% acreditam que ela vai piorar (seis pontos acima da média). Para 47% desses eleitores sua situação econômica vai ficar como está (10 pontos acima da média). Por outro lado, nas regiões Norte e Centro-Oeste, 57% acreditam em melhora (oito pontos acima da média) e 31% apostam que sua situação econômica não vai mudar (seis pontos abaixo da média).

Um quinto (20%) dos eleitores brasileiros trabalham como assalariados registrados. Essa taxa é próxima à dos que declaram trabalhar como free-lancers ou fazer bicos (16%). Afirmam estar desempregados e à procura de emprego 8%. Indagados sobre sua situação ocupacional há três anos, no começo de 2003, 23% dizem que eram assalariados registrados, 15% que faziam bicos e 6% que estavam à procura de emprego.

APARELHOS DE TELEFONE CELULAR E TELEVISORES LIDERAM LISTA DE PRODUTOS MAIS COMPRADOS DE 2003 PARA CÁ

O Datafolha indagou os eleitores brasileiros a respeito da compra de alguns itens de conforto de 2003 para cá. Os produtos que lideram a lista como os mais comprados são aparelhos de telefone celular e televisores: 49% dizem ter comprado ou trocado de celular nesse período. Desses, 24% afirmam que já tinham um aparelho e 25% dizem que se tratou do primeiro que compraram. No caso de aparelhos de TV, 47% declaram ter comprado, sendo que 31% compraram modelos com menos de 29 polegadas e 16% adquiriram televisores com tela acima deste tamanho.

Aparelho de DVD e móveis também empatam, citados por, respectivamente, 38% e 36%. No caso do DVD, 32% dos que compraram afirmam que não tinham um aparelho desses em casa antes. Vêm a seguir, com percentuais acima de 20%, CD players (28%), fogões, liquidificadores (27%, cada) e máquinas de lavar roupa (23%).

Compraram carro de 2003 para cá 15%; levaram computadores para casa 14%, mesma taxa dos que adquiriram aparelhos de telefone sem fio. Câmeras digitais foram citadas por 11%, fornos microondas por 10%, freezers e aparelhos tocadores de mp3 por 8%, cada. A decadência dos aparelhos de videocassete fica patente, quando se verifica que apenas 7% compraram um desses produtos de 2003 para cá, taxa 31 pontos menor do que a dos que dizem ter comprado aparelho de DVD. Os itens menos adquiridos foram câmeras de vídeo (3%), secadoras de roupa (2%) e lavadoras de louça (1%).

COMPRA DE ITENS DE CONFORTO DE 2003 PARA CÁ


sim, comprou / trocou

não, comprou / trocou

sim, já havia

não havia

não sabe

Aparelho de telefone celular para seu uso pessoal

49

51

24

25

0

Aparelho de TV

47

53

25

22

0

TV de tela abaixo de 29 polegadas

31

69

21

10

0

TV de tela de 29 polegadas ou mais

16

84

4

12

-

Aparelho de DVD

38

62

6

32

-

Móveis

36

64

29

8

0

Aparelho de CD (CD Player)

28

72

12

17

0

Fogão

27

73

23

4

-

Liquidificador

27

73

20

7

-

Máquina de lavar roupa

23

77

10

12

0

Carro

15

85

9

5

-

Computador

14

86

5

9

-

Aparelho de telefone sem fio

14

86

5

8

0

Câmera fotográfica digital

11

89

2

9

0

Forno microondas

10

90

3

6

0

Freezer

8

92

3

5

-

Aparelho tocador de MP3

8

92

1

6

-

Videocassete

7

93

4

4

-

Câmera de vídeo

3

97

1

2

0

Secadora de roupa

2

98

1

2

-

Lavadora de roupa

1

99

0

1

-

Fonte: P. 17. Nos últimos três anos, do começo de 2003 para cá, você ou alguém da sua casa comprou ou trocou de ____________: P.17a. (SE SIM) Já havia___________ em sua casa antes?

37% DIZEM QUE CONSUMO DE ALIMENTOS AUMENTOU EM SUA CASA

A pesquisa também mostra que 37% dos brasileiros afirmam que, de 2003 para cá, o consumo de alimentos em geral aumentou em sua casa. Dizem que esse consumo continuou igual 49%, e que diminuiu, 13%. Entre os que fazem parte da classe C, a taxa dos que dizem que o consumo de alimentos em geral em sua casa aumentou chega a 41% (quatro pontos acima da média); entre os que fazem parte das classes A e B essa taxa é de 37% (idêntica à verificada entre o total de entrevistados) e entre os que fazem parte das classes D e E é de 33% (quatro pontos abaixo da média).

Cerca de um terço (29%) afirma que comprou mais CDs piratas nos últimos três anos. Já em relação a CDs originais, 12% dizem que o consumo desse produto aumentou, taxa que é exatamente a metade daquela dos que afirmam que, em relação há três anos atrás, ele diminuiu (24%).

No caso dos DVDs, 18% dizem que o consumo de produtos de origem pirata aumentou; em relação a DVDs originais essa taxa é de 11% (18% dizem que têm comprado menos).

Estão consumindo mais refrigerantes 27%, e mais perfume 25%, mesmo percentual dos que dizem estar comprando mais cosméticos. No caso de frios, 22% dizem que o consumo desse tipo de produto aumentou, e 18% que diminuiu. Já em relação a iogurte, 21% dizem estar consumindo mais, mesma taxa dos que afirmam estar comprando mais artigos de cama, mesa e banho. O consumo de doces e chocolates aumentou na casa de 19% e diminuiu na de 22%. Têm consumido mais salgadinhos 17%, e vem comprando menos esse tipo de produto 21%. Brinquedos têm sido comprados em menor quantidade por 23%; dizem que a compra de brinquedos em sua casa aumentou de 2003 para cá 17%.

COMPARAÇÃO DO CONSUMO DE ALGUNS ITENS HOJE COM O DE 2003


aumentou

diminuiu

continua o mesmo

não sabe, não lembra

Alimentos em geral

37

13

49

1

CDs piratas

29

13

46

12

Refrigerantes

27

20

51

2

Perfume

25

15

56

3

Cosméticos

25

14

57

4

Frios

22

18

57

3

Iogurte

21

21

55

4

Artigos de cama, mesa e banho

21

13

62

4

Doces/chocolates

19

22

56

3

DVDs piratas

18

13

53

16

Brinquedos

17

23

52

8

Salgadinhos

17

21

58

4

CDs originais

12

24

53

11

DVDs originais

11

18

57

14

Fonte: P.18. Em relação há três anos atrás, você diria que o consumo de _________ na sua casa aumentou, diminuiu ou continua o mesmo?

Afirmam ter comprado algum produto a prazo nos últimos seis meses 40% dos entrevistados . Os produtos mais comprados a prazo são roupas, calçados e acessórios (33%), eletroeletrônicos (23%), móveis (17%), eletrodomésticos (14%), celulares (9%) e material de construção (5%).

Solicitados a comparar a freqüência de alguns hábitos hoje, com a que tinham três anos atrás, a maioria diz estar indo tanto quanto antes a cinemas (58%) e restaurantes (54%) e que a freqüência com que viajam a passeio não se alterou (51%).

Nos três casos, as taxas dos que dizem que a freqüência desses hábitos diminuiu são maiores do que as dos que afirmam que ela aumentou.

Quando se trata de ir ao cinema, dizem estar indo mais 6% e menos 23%. Afirmam que a frequência com que vão a restaurantes aumentou 12%, e que diminuiu, 25%. Viagens a passeio estão mais presentes na vida de 13% e são menos freqüentes segundo 29%. A maioria dos eleitores brasileiros (64%) afirma morar em casa própria não financiada. Declaram morar em casa própria financiada 15%. Um quinto (20%) mora em imóveis alugados. Cerca de um terço (31%) diz ter feito alguma reforma em casa nos últimos três anos.

A forma mais comum de dívida assumida pelos entrevistados é o carnê de loja, citado por 33%. Destes, 7% dizem que estão em atraso com essa dívida. Entre os que fazem parte da classe C, a taxa dos que possuem carnê é de 39%. Ela é de 36% entre os que integram as classes A e B e de 26% entre os que são das classes D e E.

Dizem ter cartão de crédito 27% dos quais 4% afirmam que a dívida está atrasada. Entre os que fazem parte das classes A e B a posse de cartão de crédito chega a 54%. Essa taxa é de 29% entre os que fazem parte da classe C e de 9% entre os que integram as classes D e E.

Possuem limite de cheque especial 14% (3% estão em atraso). Fizeram empréstimo em banco nos últimos seis meses 13%, dos quais 2% dizem que o pagamento da dívida está atrasado. Dizem ter dívidas com cheques pré-datados 7% (2% estão com a dívida atrasada). Apenas 4% afirmam ter feito empréstimo em financeiras nos últimos seis meses, dos quais 1% dizem não estar em dia com essa dívida.

Ao compararem o volume de dívidas que têm hoje com o que tinham no começo de 2003, 22% se dizem mais endividados, 19% menos endividados e 26% afirmam que seu nível de endividamento continua o mesmo. Dizem não ter dívidas 33%.

Indagados sobre o poder aquisitivo da família, 2% dizem que o dinheiro que ganham é mais do que o suficiente, 25% que é exatamente o que precisam para viver, 45% que não é suficiente, às vezes falta, e 28% que é muito pouco, trazendo muitas dificuldades.

Em relação à última pesquisa do Datafolha que incluiu esta pergunta, feita em dezembro de 2002, ou seja, às vésperas da posse do presidente Lula, verifica-se que a taxa dos que afirmam que sua família ganha muito pouco, o que acarreta dificuldades, caiu 17 pontos: naquela ocasião, 45% respondiam assim. A atual taxa (28%) é a menor registrada desde a primeira vez que essa pergunta foi feita, em julho de 1994. A taxa dos que dizem que o que ganham é exatamente o que precisam para viver, que era de 17% em 2002, subiu oito pontos percentuais. Mesmo crescimento percentual foi registrado para os que afirmam que o que ganham não é suficiente, tendo passado de 37% para 45% a taxa dos que pensam assim, a maior já registrada desde o primeiro levantamento sobre o tema.

São Paulo, 7 de julho de 2006.

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