terça-feira, 27 de junho de 2006

Docentes da USP criticam novo vestibular


As caixas postais da Universidade de São Paulo amanheceram ontem lotadas de e-mails --mais de cem deles comentando o manifesto lançado por um grupo de professores contrários à forma encontrada pela instituição para mudar o seu vestibular.

Figurões da vida acadêmica, como os docentes Henrique Fleming, do Instituto de Física, Eunice Ribeiro Durhan, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, e Sylvio Ferraz Mello, do Instituto Astronômico e Geofísico, uniram-se a (até ontem à noite) 87 colegas na subscrição de um texto que critica a "falta de definição clara das regras do vestibular": "Em qualquer concurso público, o formato dos exames deve ser conhecido pelos candidatos com antecedência".

O próximo vestibular, que escolherá os ingressantes de 2007 na USP, será o 30º da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular). Uma das alterações previstas é a redução do número de questões da primeira fase.

Os cem testes deverão ser reduzidos a 90, e as perguntas deverão ter "caráter interdisciplinar", ou seja, deverão relacionar disciplinas --como acontece no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), considerado mais fácil.

A discussão entre os professores da USP já vinha acalorada desde que o Conselho Universitário aprovou "premiar" com um bônus de 3% na nota final do vestibular todos os candidatos que cursaram o ensino médio em escolas públicas --medida considerada "populista" por muitos docentes.

O tom elevou-se após a pró-reitora de graduação (que tem assento no conselho curador da Fuvest), Selma Garrido Pimenta, dizer em entrevista não saber se será feita a divulgação prévia do número de questões por matéria, como vem ocorrendo há anos.

Dirigentes de cursinhos e vestibulandos criticaram a resposta, dizendo que gerava incertezas que aumentavam ainda mais a tensão do candidato.

Apesar disso, ontem, o professor José Coelho Sobrinho, coordenador de Comunicação da Fuvest e docente da Escola de Comunicações e Artes, reafirmou que o manual do próximo vestibular, a ser ultimado "em meados de julho", não deverá conter informações sobre o número de questões de cada disciplina. "Segundo as informações de que disponho, constará apenas o número total de questões: 90", disse.

Os 90 signatários do manifesto são ainda poucos, se comparados ao total de docentes da USP (5.000). Mas resolveram fazer barulho porque acham que as "mudanças bruscas nos métodos de avaliação [dos candidatos a ingressar na universidade] feitas sem estudos e discussões mais aprofundadas podem levar a resultados indesejados, colocando em risco a qualidade do ensino na USP".

A matriz das mudanças em curso no vestibular da USP atende pelo nome de Inclusp, programa de inclusão social da USP. A idéia-força do Inclusp é aumentar a presença na universidade de estudantes provenientes da escola pública --hoje, apenas 23,6% do total de ingressantes na USP.

Por intermédio da assessoria de imprensa, a reitoria disse "que as mudanças no vestibular estão sendo analisadas há quatro, cinco anos pelos conselhos de todas as unidades e que, mesmo não tendo recebido oficialmente o texto do manifesto, pedirá aos órgãos técnicos da instituição que o analisem para eventual aproveitamento".
Docentes da USP criticam novo vestibular


As caixas postais da Universidade de São Paulo amanheceram ontem lotadas de e-mails --mais de cem deles comentando o manifesto lançado por um grupo de professores contrários à forma encontrada pela instituição para mudar o seu vestibular.

Figurões da vida acadêmica, como os docentes Henrique Fleming, do Instituto de Física, Eunice Ribeiro Durhan, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, e Sylvio Ferraz Mello, do Instituto Astronômico e Geofísico, uniram-se a (até ontem à noite) 87 colegas na subscrição de um texto que critica a "falta de definição clara das regras do vestibular": "Em qualquer concurso público, o formato dos exames deve ser conhecido pelos candidatos com antecedência".

O próximo vestibular, que escolherá os ingressantes de 2007 na USP, será o 30º da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular). Uma das alterações previstas é a redução do número de questões da primeira fase.

Os cem testes deverão ser reduzidos a 90, e as perguntas deverão ter "caráter interdisciplinar", ou seja, deverão relacionar disciplinas --como acontece no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), considerado mais fácil.

A discussão entre os professores da USP já vinha acalorada desde que o Conselho Universitário aprovou "premiar" com um bônus de 3% na nota final do vestibular todos os candidatos que cursaram o ensino médio em escolas públicas --medida considerada "populista" por muitos docentes.

O tom elevou-se após a pró-reitora de graduação (que tem assento no conselho curador da Fuvest), Selma Garrido Pimenta, dizer em entrevista não saber se será feita a divulgação prévia do número de questões por matéria, como vem ocorrendo há anos.

Dirigentes de cursinhos e vestibulandos criticaram a resposta, dizendo que gerava incertezas que aumentavam ainda mais a tensão do candidato.

Apesar disso, ontem, o professor José Coelho Sobrinho, coordenador de Comunicação da Fuvest e docente da Escola de Comunicações e Artes, reafirmou que o manual do próximo vestibular, a ser ultimado "em meados de julho", não deverá conter informações sobre o número de questões de cada disciplina. "Segundo as informações de que disponho, constará apenas o número total de questões: 90", disse.

Os 90 signatários do manifesto são ainda poucos, se comparados ao total de docentes da USP (5.000). Mas resolveram fazer barulho porque acham que as "mudanças bruscas nos métodos de avaliação [dos candidatos a ingressar na universidade] feitas sem estudos e discussões mais aprofundadas podem levar a resultados indesejados, colocando em risco a qualidade do ensino na USP".

A matriz das mudanças em curso no vestibular da USP atende pelo nome de Inclusp, programa de inclusão social da USP. A idéia-força do Inclusp é aumentar a presença na universidade de estudantes provenientes da escola pública --hoje, apenas 23,6% do total de ingressantes na USP.

Por intermédio da assessoria de imprensa, a reitoria disse "que as mudanças no vestibular estão sendo analisadas há quatro, cinco anos pelos conselhos de todas as unidades e que, mesmo não tendo recebido oficialmente o texto do manifesto, pedirá aos órgãos técnicos da instituição que o analisem para eventual aproveitamento".

Gates: doação de Buffett pode ajudar a curar as piores doenças do mundo


Em uma carta com data desta segunda-feira, Buffett informou a Bill e a Melinda Gates que a primeira doação de sua empresa, a Berkshire Hathaway, seria para a fundação dirigida por eles

Renato Martins e AP


AP
Warren Buffett (primeiro à direita) ao lado de Melinda e de Bill Gates

NOVA YORK - A doação de Warren Buffett de cerca de US$ 1,5 bilhão por ano para a Fundação Bill e Melinda Gates será usada para buscar curas para as piores doenças do mundo e para melhorar a educação americana, disse nesta segunda-feira Bill Gates. "Não há razões para que nós não possamos curar as 20 maiores doenças", afirmou o dono da Microsoft ao lado de Buffett em uma cerimônia na Biblioteca Pública de nova York.

"Estamos surpresos com a decisão de nosso amigo Warren Buffett de usar sua fortuna para tratar das desigualdades mais desafiantes do mundo", disse Bill Gates, que, além de chairman da Microsoft, é um dos diretores da Berkshire Hathaway. Buffett também anunciou doações para outras instituições de caridade: a Susan Thompson Buffett Foundation (batizada em homenagem à sua mulher, já falecida), à Howard G. Buffett Foundation, comandada por seu filho mais velho, à Susan A. Buffett Foundation, comandada por sua filha, e à NoVo Foundation, chefiada por seu filho mais novo, Peter; cada uma dessas instituições receberá 5% das ações neste ano e 5% do que sobrar a cada ano até a morte de Warren Buffett, ou até que determinadas condições já não se apliquem. No caso da Bill & Melinda Gates Foundation, uma condição é a de que ou Bill Gates ou sua mulher, Melinda, estejam vivos e continuem a administrar sua fundação.

Em uma carta com data desta segunda-feira, Buffett informou a Bill e a Melinda Gates que a primeira doação de sua empresa, a Berkshire Hathaway, seria para a fundação dirigida por eles.

A Fundação Bill e Melinda Gates, cujos ativos são de US$ 29,1 bilhões, utiliza o dinheiro em programas de saúde mundial, com o combate à pobreza e com o aprimoramento do acesso à tecnologia em países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, a fundação centra-se na educação e na tecnologia nas bibliotecas públicas.

Segundo a carta enviada por Buffett, todo o dinheiro doado deve ser distribuído no ano em que foi doado, e não adicionado ao patrimônio da fundação para futuras ações.

Ao incorporar a doação de Warren Buffett, a Bill & Melinda Gates Foundation passará a ter um patrimônio de mais de US$ 60 bilhões, consolidando-se ainda mais como a maior entidade filantrópica do mundo (a Ford Foundation tem US$ 11 bilhões, a Lilly Endowment US$ 8,3 bilhões e a Andrew W. Mellon Foundation tem US$ 5,5 bilhões). Em comparação, a ONU e todas as suas agências têm um orçamento anual de US$ 12 bilhões. As informações são da Dow Jones.

Warren Buffett é presidente da empresa de investimentos Berkshire Hathaway e é considerado o segundo homem mais rico do mundo, atrás apenas de Bill Gates. Dono de uma fortuna estimada em US$ 44 bilhões, Buffett acumulou tal quantia através de investimentos inteligentes, principalmente por meio da Berkshire Hathaway.

Gates: doação de Buffett pode ajudar a curar as piores doenças do mundo


Em uma carta com data desta segunda-feira, Buffett informou a Bill e a Melinda Gates que a primeira doação de sua empresa, a Berkshire Hathaway, seria para a fundação dirigida por eles

Renato Martins e AP


AP
Warren Buffett (primeiro à direita) ao lado de Melinda e de Bill Gates

NOVA YORK - A doação de Warren Buffett de cerca de US$ 1,5 bilhão por ano para a Fundação Bill e Melinda Gates será usada para buscar curas para as piores doenças do mundo e para melhorar a educação americana, disse nesta segunda-feira Bill Gates. "Não há razões para que nós não possamos curar as 20 maiores doenças", afirmou o dono da Microsoft ao lado de Buffett em uma cerimônia na Biblioteca Pública de nova York.

"Estamos surpresos com a decisão de nosso amigo Warren Buffett de usar sua fortuna para tratar das desigualdades mais desafiantes do mundo", disse Bill Gates, que, além de chairman da Microsoft, é um dos diretores da Berkshire Hathaway. Buffett também anunciou doações para outras instituições de caridade: a Susan Thompson Buffett Foundation (batizada em homenagem à sua mulher, já falecida), à Howard G. Buffett Foundation, comandada por seu filho mais velho, à Susan A. Buffett Foundation, comandada por sua filha, e à NoVo Foundation, chefiada por seu filho mais novo, Peter; cada uma dessas instituições receberá 5% das ações neste ano e 5% do que sobrar a cada ano até a morte de Warren Buffett, ou até que determinadas condições já não se apliquem. No caso da Bill & Melinda Gates Foundation, uma condição é a de que ou Bill Gates ou sua mulher, Melinda, estejam vivos e continuem a administrar sua fundação.

Em uma carta com data desta segunda-feira, Buffett informou a Bill e a Melinda Gates que a primeira doação de sua empresa, a Berkshire Hathaway, seria para a fundação dirigida por eles.

A Fundação Bill e Melinda Gates, cujos ativos são de US$ 29,1 bilhões, utiliza o dinheiro em programas de saúde mundial, com o combate à pobreza e com o aprimoramento do acesso à tecnologia em países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, a fundação centra-se na educação e na tecnologia nas bibliotecas públicas.

Segundo a carta enviada por Buffett, todo o dinheiro doado deve ser distribuído no ano em que foi doado, e não adicionado ao patrimônio da fundação para futuras ações.

Ao incorporar a doação de Warren Buffett, a Bill & Melinda Gates Foundation passará a ter um patrimônio de mais de US$ 60 bilhões, consolidando-se ainda mais como a maior entidade filantrópica do mundo (a Ford Foundation tem US$ 11 bilhões, a Lilly Endowment US$ 8,3 bilhões e a Andrew W. Mellon Foundation tem US$ 5,5 bilhões). Em comparação, a ONU e todas as suas agências têm um orçamento anual de US$ 12 bilhões. As informações são da Dow Jones.

Warren Buffett é presidente da empresa de investimentos Berkshire Hathaway e é considerado o segundo homem mais rico do mundo, atrás apenas de Bill Gates. Dono de uma fortuna estimada em US$ 44 bilhões, Buffett acumulou tal quantia através de investimentos inteligentes, principalmente por meio da Berkshire Hathaway.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Técnicos do CCE-USP e alguns moradores estão sabotando a internet sem fio do CRUSP
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De repente as redes piratas desapareceram...
14/06/2006 08:04
Subitamente as redes piratas que apareciam no profile do programa de acesso à rede sem fio desapareceram e o problema de falta de conectividade acabou. Por que será ? Onde estão se escondendo os filhotes de hackers ? Estão com medo do quê ? Por que não mostram a cara agor
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Há fortes indícios de que o acesso a internet sem fio do CRUSP, para a graduação, esteja sendo sabotado por técnicos do CCE e por alguns moradores do CRUSP. É muito esquisito, esquisitíssimo, que no prédio da pós-graduação, bloco C, que fica no meio dos prédios da graduação, a internet funcione quase que normalmente (o único problema é o excesso de usuários), enquanto que em alguns prédios da graduação a coisa não funcione.
Além disso, o erro de conectividade limitada ou nula é uma restrição do servidor e não problema na antena, ou seja, o servidor de acesso impede que o computador obtenha um endereço IP para a máquina.

Outro problema que se verifica ainda é que algumas antenas simplesmente são desligada ou desconectadas, transferindo-se todo o tráfego para as outras que ficam ligadas, sobrecarregando e impedindo o acesso de alguns, talvez dezenas, de computadores.

Os relatórios que o CCE está apresentando tem grandes possibilidades de serem forjados e descreverem erros, que até podem existir, mas que são criados intencionalmente. Problemas como, por exemplo, antenas quebradas, desalinhadas, desconectadas, etc, ou seja, as antenas dos prédios da graduação quebram, viram para o lado errado, desconectam-se, etc, mas as da pós-graduação permanecem firmes e imbatíveis, resistindo aos ventos e às tempestades.

Assinalo ainda que um dos golpes típicos dado pela criminalidade organizada contra a administração pública, principalmente na área de informática onde existem equipamentos caríssimos, é a troca de coisas compradas novas nas licitações por coisas velhas e usadas. As coisas novas são trocadas, ou vendidas, nas empresas que trabalham com este tipo de equipamentos e o funcionário corrupto embolsa uma parte do valor do negócio. Resumindo, o povo fica com um equipamento velho e defeituoso, enquanto que a empresa privada corruptora fica com a coisa novinha em folha, adquirida com o dinheiro público, e o funcionário corrupto embolsou o seu.

Lembro que a única forma de controle da Universidade é uma plaquinha com o número do equipamento. Plaquinha esta que pode ser retirada por qualquer um e colocada em outra coisa parecida, quem vai notar a diferença ? Não sei se isto está acontecendo aqui dentro da USP, mas defeitos em antenas novas de internet via rádio me deixam com a "pulga atrás da orelha".

Outra questão séria refere-se ao fato de alguns moradores estarem criando redes particulares, privadas, dentro da rede principal da USP. Estas redes particulares enganam a maioria dos computadores que, ao invés de se conectar na rede principal, conectam-se nestas redes particulares, abrindo o computador para o indivíduo que controla o servidor pirata. São filhotes de hackear que estão usando este truque para invadir e copiar dados dos computadores dos alunos, principalmente trabalhos, monografias, dissertação e teses dos alunos de pós-graduação.

Copiam estes trabalhos, mudam de nome e vendem a preço de ouro para os boyzinhos das faculdades particulares localizadas no interior do Brasil. Além disso, podem copiar senhas, bisbilhotar os seus emails e monitorar os sites que você visita, a sua conta bancária, etc. Podem fazer tudo aquilo que os ladrões da internet fazem, inclusive invadir e roubar o seu dinheiro que está no banco. Suspeito que mais de uma dezena de moradores estejam fazendo isso e sei, mais ou menos quem são e onde moram. Em outras palavras, tem uma quadrilha de piratas da internet se desenvolvendo e procriando dentro do CRUSP.

A Universidade e a polícia devem tomar medida rápidas para detectar e pegar estes vagabundos, antes que eles roubem dados de pesquisas importantes, assim como acessam informações de gente graúda da Universidade, principalmente dos professores desavisados que usam notebook nas proximidades do CRUSP. Não sei se a rede destes piratas consegue chegar à Reitoria, mas é importante estar atento. Sei disso porque invadiram o meu computador foi invadido, por estes vagabundos, várias vezes e eles sempre prejudicam a minha conexão.

Por exemplo, assim que comecei a digitar este texto a minha conexão caiu e começou a aparecer o erro de conectividade nula ou limitada, ou seja, acabaram de colocar um bloqueio no servidor para tentarem me impedir de publicar este texto. Além disso, na minha lista de redes ativas aparecem mais de seis redes rodando dentro do CRUSP. Se a Universidade não tomar providências para acabar com estes filhotes de hacker ou para impedir os sabotadores do CCE tem gente que vai tomar medida drásticas: os picaretas serão identificados e levados para dentro dos matos da USP, o que vai acontecer lá somente os pistoleiros da São Remo sabem dizer. Se a justiça pública não funciona a privada assume o serviço.

Quanto ao CCE a AMORCRUSP deveria pedir uma auditoria externa na rede sem fio, assim desmascaramos os técnicos picaretas que estão danificando os equipamentos para prejudicar o acesso dos alunos da graduação à internet e, certamente, após a confirmação das picaretagens, pedir a abertura de processos administrativos na Reitoria e a exoneração do Diretor do Centro de Computação eletrônica.
Técnicos do CCE-USP e alguns moradores estão sabotando a internet sem fio do CRUSP
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De repente as redes piratas desapareceram...
14/06/2006 08:04
Subitamente as redes piratas que apareciam no profile do programa de acesso à rede sem fio desapareceram e o problema de falta de conectividade acabou. Por que será ? Onde estão se escondendo os filhotes de hackers ? Estão com medo do quê ? Por que não mostram a cara agor
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Há fortes indícios de que o acesso a internet sem fio do CRUSP, para a graduação, esteja sendo sabotado por técnicos do CCE e por alguns moradores do CRUSP. É muito esquisito, esquisitíssimo, que no prédio da pós-graduação, bloco C, que fica no meio dos prédios da graduação, a internet funcione quase que normalmente (o único problema é o excesso de usuários), enquanto que em alguns prédios da graduação a coisa não funcione.
Além disso, o erro de conectividade limitada ou nula é uma restrição do servidor e não problema na antena, ou seja, o servidor de acesso impede que o computador obtenha um endereço IP para a máquina.

Outro problema que se verifica ainda é que algumas antenas simplesmente são desligada ou desconectadas, transferindo-se todo o tráfego para as outras que ficam ligadas, sobrecarregando e impedindo o acesso de alguns, talvez dezenas, de computadores.

Os relatórios que o CCE está apresentando tem grandes possibilidades de serem forjados e descreverem erros, que até podem existir, mas que são criados intencionalmente. Problemas como, por exemplo, antenas quebradas, desalinhadas, desconectadas, etc, ou seja, as antenas dos prédios da graduação quebram, viram para o lado errado, desconectam-se, etc, mas as da pós-graduação permanecem firmes e imbatíveis, resistindo aos ventos e às tempestades.

Assinalo ainda que um dos golpes típicos dado pela criminalidade organizada contra a administração pública, principalmente na área de informática onde existem equipamentos caríssimos, é a troca de coisas compradas novas nas licitações por coisas velhas e usadas. As coisas novas são trocadas, ou vendidas, nas empresas que trabalham com este tipo de equipamentos e o funcionário corrupto embolsa uma parte do valor do negócio. Resumindo, o povo fica com um equipamento velho e defeituoso, enquanto que a empresa privada corruptora fica com a coisa novinha em folha, adquirida com o dinheiro público, e o funcionário corrupto embolsou o seu.

Lembro que a única forma de controle da Universidade é uma plaquinha com o número do equipamento. Plaquinha esta que pode ser retirada por qualquer um e colocada em outra coisa parecida, quem vai notar a diferença ? Não sei se isto está acontecendo aqui dentro da USP, mas defeitos em antenas novas de internet via rádio me deixam com a "pulga atrás da orelha".

Outra questão séria refere-se ao fato de alguns moradores estarem criando redes particulares, privadas, dentro da rede principal da USP. Estas redes particulares enganam a maioria dos computadores que, ao invés de se conectar na rede principal, conectam-se nestas redes particulares, abrindo o computador para o indivíduo que controla o servidor pirata. São filhotes de hackear que estão usando este truque para invadir e copiar dados dos computadores dos alunos, principalmente trabalhos, monografias, dissertação e teses dos alunos de pós-graduação.

Copiam estes trabalhos, mudam de nome e vendem a preço de ouro para os boyzinhos das faculdades particulares localizadas no interior do Brasil. Além disso, podem copiar senhas, bisbilhotar os seus emails e monitorar os sites que você visita, a sua conta bancária, etc. Podem fazer tudo aquilo que os ladrões da internet fazem, inclusive invadir e roubar o seu dinheiro que está no banco. Suspeito que mais de uma dezena de moradores estejam fazendo isso e sei, mais ou menos quem são e onde moram. Em outras palavras, tem uma quadrilha de piratas da internet se desenvolvendo e procriando dentro do CRUSP.

A Universidade e a polícia devem tomar medida rápidas para detectar e pegar estes vagabundos, antes que eles roubem dados de pesquisas importantes, assim como acessam informações de gente graúda da Universidade, principalmente dos professores desavisados que usam notebook nas proximidades do CRUSP. Não sei se a rede destes piratas consegue chegar à Reitoria, mas é importante estar atento. Sei disso porque invadiram o meu computador foi invadido, por estes vagabundos, várias vezes e eles sempre prejudicam a minha conexão.

Por exemplo, assim que comecei a digitar este texto a minha conexão caiu e começou a aparecer o erro de conectividade nula ou limitada, ou seja, acabaram de colocar um bloqueio no servidor para tentarem me impedir de publicar este texto. Além disso, na minha lista de redes ativas aparecem mais de seis redes rodando dentro do CRUSP. Se a Universidade não tomar providências para acabar com estes filhotes de hacker ou para impedir os sabotadores do CCE tem gente que vai tomar medida drásticas: os picaretas serão identificados e levados para dentro dos matos da USP, o que vai acontecer lá somente os pistoleiros da São Remo sabem dizer. Se a justiça pública não funciona a privada assume o serviço.

Quanto ao CCE a AMORCRUSP deveria pedir uma auditoria externa na rede sem fio, assim desmascaramos os técnicos picaretas que estão danificando os equipamentos para prejudicar o acesso dos alunos da graduação à internet e, certamente, após a confirmação das picaretagens, pedir a abertura de processos administrativos na Reitoria e a exoneração do Diretor do Centro de Computação eletrônica.

terça-feira, 13 de junho de 2006

Hawking: humanidade deve migrar ao espaço para sobreviver

Segundo ele, o risco crescente de um desastre na Terra faz com que tenhamos que procurar um novo lugar para viver

AP


AP
O astrofísico Stephen Hawking

HONG KONG - A sobrevivência da raça humana depende de sua habilidade de encontrar novos lares em qualquer lugar no universo, já que há um risco crescente de um desastre destruir a Terra, disse nesta terça-feira o renomado cientista Stephen Hawking.

O astrofísico britânico disse, em uma conferência em Hong Kong, que os humanos poderiam ter uma base permanente na Lua em 20 anos e uma colônia em Marte nos próximos 40.

"Não encontraremos nenhum lugar tão bom quanto a Terra a não ser que viajemos para outro sistema estelar", acrescentou Hawking.

Segundo ele, se os humanos puderem evitar se matar entre si mesmos nos próximos cem anos, eles deverão ter instalações espaciais que poderão continuar sem o suporte da Terra.

"É importante para a raça humano se disseminar pelo espaço, pela sobrevivência das espécies", disse Hawking. " A vida na Terra está em risco crescente de ser exterminada por um desastre, como o aquecimento global, guerra nuclear, um vírus geneticamente modificado ou outros perigos que ainda não pensamos".

O cientista de 64 anos - autor do best-seller Uma Breve História do Tempo - anda de cadeira de rodas e se comunica com a ajuda de um computador pois sofre de um distúrbio neurológico chamado esclerose lateral amiotrófica, ou ELA.

Hawking: humanidade deve migrar ao espaço para sobreviver

Segundo ele, o risco crescente de um desastre na Terra faz com que tenhamos que procurar um novo lugar para viver

AP


AP
O astrofísico Stephen Hawking

HONG KONG - A sobrevivência da raça humana depende de sua habilidade de encontrar novos lares em qualquer lugar no universo, já que há um risco crescente de um desastre destruir a Terra, disse nesta terça-feira o renomado cientista Stephen Hawking.

O astrofísico britânico disse, em uma conferência em Hong Kong, que os humanos poderiam ter uma base permanente na Lua em 20 anos e uma colônia em Marte nos próximos 40.

"Não encontraremos nenhum lugar tão bom quanto a Terra a não ser que viajemos para outro sistema estelar", acrescentou Hawking.

Segundo ele, se os humanos puderem evitar se matar entre si mesmos nos próximos cem anos, eles deverão ter instalações espaciais que poderão continuar sem o suporte da Terra.

"É importante para a raça humano se disseminar pelo espaço, pela sobrevivência das espécies", disse Hawking. " A vida na Terra está em risco crescente de ser exterminada por um desastre, como o aquecimento global, guerra nuclear, um vírus geneticamente modificado ou outros perigos que ainda não pensamos".

O cientista de 64 anos - autor do best-seller Uma Breve História do Tempo - anda de cadeira de rodas e se comunica com a ajuda de um computador pois sofre de um distúrbio neurológico chamado esclerose lateral amiotrófica, ou ELA.

segunda-feira, 12 de junho de 2006

A COSEAS está desviando recursos destinados a Assistência Estudantil

A Senhora Marisa Luppi, Chefe do Serviço de Promoção Social da Coseas, disse-me, nesta data (12/06/2006), que as bolsas assistenciais (bolsa alimentação, moradia, trabalho, etc) são liberalidades da Universidade para os alunos, ou seja, de acordo com esta senhora a Coseas faz liberalidades com os recursos públicos e por isto as assistentes dão as bolsas para quem elas quiserem. Ela disse isto tentando justificar o fato de alunos aprovados nos primeiros lugares da seleção sócio-econômica não terem recebido a bolsa trabalho, enquanto que alunos piores classificados, ou nem classificados, receberam a bolsa.

Para você compreender melhor este fato façamos analogia com o vestibular. Você faz a prova, passa no processo em primeiro lugar, mas não entra na Faculdade, pois a sua vaga foi ocupada por uma pessoa que ficou no último lugar no processo. Isso é legal ? Isso está certo ? Não está, mas isto está acontecendo hoje dentro da USP, ou seja, os recursos destinados a bolsa trabalho estão beneficiando pessoas que não precisam e gente realmente necessitada está sendo excluída do benefício.

Isso acontece porque funcionários com mentalidade estreita e obtusa ocupam cargos importantes dentro da Universidade. "As bolsas assistenciais são liberalidades", diz a Chefe do Serviço Social da Coseas, Marisa Luppi. Eu pergunto, desde quando se faz liberalidades com recursos públicos ?

De acordo com o Artigo 2º da Portaria Gr-2612, de 29.8.90, da Universidade de São Paulo – “A Bolsa-Trabalho destina-se a auxiliar o estudante que, em virtude de condições sócio-econômicas desfavoráveis, encontre dificuldades no custeio de seus estudos.”

Além disso, o Artigo 5º, deste mesmo documento estabelece que: “São condições para que o aluno possa obter a Bolsa-Trabalho:

I. estar regulamente matriculado em curso de graduação da USP;

II. inscrever-se em projeto de trabalho previamente aprovado pela Comissão de Acompanhamento do Programa;

III. ser classificado em seleção sócio-econômica realizada pela Divisão de Promoção Social da Coseas;

IV. ser aprovado, em avaliação de caráter técnico/acadêmico, a ser realizado pelos docentes/técnicos responsáveis pelo projeto de trabalho, para o qual o aluno foi classificado na seleção sócio-econômica.”

Assim, da análise destes dois dispositivos legais que regulamentam a concessão das bolsas trabalho se depreende que este benefício foi criado para auxiliar alunos que, em virtude de condições sócio-econômicas desfavoráveis, encontre dificuldades no custeio de seus estudos. Portanto, o espírito, a finalidade da bolsa trabalho, é auxiliar alunos que precisam de ajuda e que foram aprovados em seleção sócio-econômica.

Contudo, na prática o que tem sido feito é a aplicação exclusiva do inc. IV do art. 5o, ou seja, a qualificação técnica suplanta a finalidade sócio-econômica. Assim, a bolsa vai para um aluno qualificado que não precisa da bolsa para viver e continuar estudando. Em outras palavras, o inc IV derroga o art. 1o, transformando a bolsa assistência em meio do supervisor/professor conseguir mão-de-obra qualificada para os seus projetos de extensão.

Além disso, o artigo 5o estabelece o rol de exigências necessárias para que o aluno ingresse no projeto, ou seja, o aluno tem que passar por duas avaliações, a primeira é a sócio-econômica e a segunda é a avaliação técnica/acadêmica do professor. Fora isto a norma citada não estabelece nenhum outro requisito. Portanto, quaisquer outras imposições criadas pelos supervisores ou professores são ilegais e constituem abuso de autoridade de quem as impõem, pois está exigindo mais do que a lei exige.

No meu caso fui aprovado em segundo lugar na seleção sócio-econômica, em um projeto que tinha quatro bolsas, não fui chamado para a entrevista e a minha vaga foi ocupada por outra pessoa. Fui investigar o ocorrido e disseram-me (a assistente Carla –supervisora do projeto) que não fui aprovado porque não era morador do CRUSP, etc. Uma desculpa completamente estúpida e ilegal, pois exige algo não previsto na lei.

Este é o meio utilizado pela assistentes sociais para retirar do processo os alunos que não são seus protegidos e que questionam as ações opressivas e tirânicas da COSEAS, ou seja, as assistentes constroem um edital adequado ao perfil de seus protegidos e que exclui todas as demais pessoas que queiram participar do processo. Em outras palavras manipulam e desvirtuam o processo construindo um edital viciado e fraudulento, mas tudo com aparência de legalidade.

Isso era comum, não sei se ainda é, nos concursos para docentes da USP, assim como nos processos seletivos para contratação de funcionários. No concurso docente o edital exigia um especialista em: "título da tese de doutorado do candidato escolhido", enquanto que na seleção de funcionários só passava o currículo que tinha o nome da pessoa previamente determinada. Teses são trabalhos inéditos e originais, logo há apenas um especialista naquele assunto. Resultado: todos os demais candidatos à docência eram excluídos da competição ou nem participavam dela. Análise curricular eliminatória ou classificatória elimina todos os candidatos desconhecidos, permanecendo na seleção apenas os amigos e os indicados. A legalidade foi respeitada e o edital viciado e tendencioso foi cumprido integralmente. É assim que pessoas obtusas e estúpidas assumem cargos importantes dentro de uma Universidade como a USP, ou seja, a máfia universitária cria editais personalizados e específicos para seus protegidos.

Se investigarem a USP a fundo vão descobrir muitas coisas interessantes, assim como truques engenhosos para desviar recursos públicos, fraudar processos seletivos e licitações, desviar dinheiro de pesquisa para empresas particulares, entrar na pós-graduação, receber bolsas assistenciais, etc. O caso dos diplomas na Faculdade de Direito não é uma exceção e nem é um caso isolado, mas apenas a ponta de um iceberg gigantesco.

Resumindo, vários alunos que participaram da seleção de bolsas-trabalho na USP não foram chamados, inclusive pessoas que foram classificadas nos primeiros lugares na seleção econômica, portanto classificadas para a entrevista, não foram chamadas e os supervisores/professores, donos dos projetos, preencheram as vagas com amigos íntimos, puxa-sacos, amantes, etc, ou então, com alunos ligados às assistentes da COSEAS - gente pré-escolhida, gente da laia deles. Enfim, as seleções de bolsas-trabalho em vários projetos foram fraudadas. Enganaram e roubaram as vagas dos alunos classificados nas seleções sócio-econômica e deram as bolsas para seus protegidos.

Um amigo - Daniel Câmara foi aprovado em quarto lugar em um projeto do curso de Física que tinha 12 vagas. Não o chamaram para a entrevista e deram a vaga para outra pessoa. Ele foi investigar o caso e descobriu que tinham trocado o endereço dele na ficha de contato para a entrevista. Logo, não contataram ele e substituíram-no por outro indivíduo. A desculpa foi que erraram. Contudo, certamente, foi um erro intencional que tinha por finalidade tirar a bolsa de um para dar ao outro. A rapinagem e as picaretagens estão correndo soltas dentro da COSEAS - USP. Se ele tivesse ficado quieto o golpe teria se concretizado.

Certamente, estes fatos constituem diversos crimes tipificados no Código Penal, desde abuso de poder, passando por corrupção, desvio de recursos públicos, prevaricação, omissão, etc, tanto das assistentes sociais, quanto dos supervisores/professores envolvidos, justificando, portanto, pedidos de abertura de sindicância e processo administrativo na Reitoria, assim como denúncia ao Ministério Público e Ação Popular contra a Universidade, visando a recuperação dos recursos desviados. Sem contar as ações pessoais de reparação de danos, materiais e morais, que os alunos enganados e prejudicados podem mover contra a USP.

Além disso, é possível questionar também a qualidade e as características de alguns projetos que estão sendo financiado com dinheiro público. Concentro-me nos projetos apresentados pelas assistentes sociais, ou seja, além do cargo de assistentes sociais algumas delas também acumulam a função de supervisoras de projeto de bolsa trabalho. Se atuando como assistentes elas já desvirtuam as bolsas, desviando as para seus protegidos, imagina agora controlando o processo inteiro de concessão do benefício.

Por exemplo, a assistente Carla tem em suas mãos mais de uma dezena de bolsas (trabalho e monitoria da sala Pró-aluno) que ela dá para quem bem entende. Certamente, estas bolsas vão para os seus protegidos e aliados, para gente da laia dela. Os demais alunos são excluídos do processo de seleção, tanto por meio de editais viciados e tendenciosos, construídos sob medida para seus protegidos, quanto por meio de entrevistas parciais e fraudulentas. Tudo é subjetivo e a única coisa que predomina é a vontade ilícita desta assistente. Lembre-se estou falando da USP, uma Universidade Pública, regida, supostamente, pelo Direito Administrativo.

Por exemplo, tem bolsa trabalho na COSEAS para plantar e zelar de uma horta do CRUSP. Horta esta que produz alimentos para o bolsista e seus amigos. Como é possível que a Universidade dê bolsa para o aluno cuidar de uma horta. Qual é a relevância disso para a USP ? Lembre-se estamos em São Paulo e não em Piracicaba, na Esalq. Além disso, como é que a assistente social Carla controla este projeto ? Ela tem formação nesta área ? Certamente, não. É um daqueles projetos feito para enganar os bobos e para dar dinheiro para os protegidos desta assistente. Mas a minha maior dúvida é, como é que os sábios professores da USP autorizam uma coisa como esta ? A Pró-reitoria de graduação sabe disso ?

Outro projeto não menos curioso, e também dominado pela assistente Carla, consiste em duas bolsas trabalho para os bolsistas passarem filmes nos finais de semana no CRUSP, ou seja, a bolsa consiste nas atividades: o bolsista vai até a locadora e pega um filme, em seguida vai na internet e pega a sinopse do filme, imprime algumas folhas desta sinopse e vai até os blocos de moradia colando as folhas nas portarias. No sábado (primeiro bolsista) vai até a sala de vídeo do bloco E e passa dois filmes. No domingo (bolsista dois) faz a mesma coisa. Recebem R$ 300,00, cada um deles, para fazer isto quatro vezes no mês, ou seja, enquanto alguns alunos se matam em projetos que poderiam ser considerados "trabalhos forçados", outros simplesmente não fazem nada. Porém, todos ganham a mesma quantia.

Outro projeto esquizofrênico é o Jornal BOCA DO CRUSP que consiste em copiar textos sobre drogas da internet, formatar no WORD com uma letra bem esquisita, imprimir uma cópia, tirar um monte cópias do original e jogar um monte em cada bloco do CRUSP. E a USP paga, neste caso não sei quantas bolsas, para que isto seja feito. É um jornal ilegível, sem coerência e sem nenhuma relevância prática. Alguns lêem, outros usam para fazer fogueira, mas a maioria acaba indo para a lata do lixo. Se os textos estão na internet e todo mundo tem acesso a WEB, por que imprimir os textos ?

Eu pergunto, quanto do dinheiro público esta sendo jogado fora em projetos estúpidos como estes ? Quem atribuiu competência para as assistentes sociais fazerem e controlarem projetos e bolsas ? Qual é a resolução que autorizou isto ? As assistentes não tem competência nem para zelar direito por suas funções, quanto mais para montarem e orientarem projetos de bolsa trabalho. Elas são assistentes sociais, são funcionárias da Universidade, logo não possuem competência acadêmica para orientar projetos e nem bolsistas. Mas, como disse a chefe das assistentes sociais, Marisa Luppi, as bolsas são liberalidades da Universidade, elas fazem o que quiserem com estes recursos públicos, inclusive podem jogar o dinheiro fora, se quiserem.

Funcionário não tem competência e nem conhecimento para auxiliar os alunos bolsistas no desenvolvimentos de suas atividades. A bolsa trabalho serve para auxiliar os alunos necessitados, mas isso não significa que o dinheiro público deva ser jogado em projetos sem nenhuma relevância prática para a Universidade e para a coletividade. Por isso os projetos devem ser orientados e tutelados por professores capacitados e dentro da área de conhecimento e domínio de cada um. O projeto tem que servir tanto ao bolsista necessitado, quanto à coletividade que paga por ele.

Certamente, a Reitoria e o Ministério Público devem investigar profundamente estes fatos e punir os responsáveis por estas ilegalidades, arbitrariedades e irregularidades, pois o dinheiro público não é liberalidade e não pode ser tratado com este desleixo, esta falta de responsabilidade.

Mas o que mais me irritou na conversa com a Chefe do Serviço Social foi o fato dela ter tido que já me derrotou uma vez e vai fazê-lo de novo, ou seja, ela sabe que nós temos razão em reclamar nossos direitos, sabe que nós fomos enganados e desclassificados ilicitamente e, ao invés de corrigir a ilegalidade, ela diz que vai nos derrotar de novo na Reitoria e na justiça.

Eu não me lembro dela ter me derrotado alguma vez, mas a audácia desta senhora em dizer isto atraiu para ela todo o ódio que sinto pela opressão e tirania institucionalizada pela Coseas. As assistentes praticam estas ilegalidades porque possuem certeza absoluta de que nada será feito contra elas, de que os processos administrativos serão arquivados, as ações no MP serão anuladas e os processos judiciais serão extintos sem julgamento do mérito.

Como disse-me um amigo, a Reitoria não fará absolutamente, pois o dinheiro é da coletividade e não dela. E o MP vai ler a petição e não vai se interessar pelos fatos, pois não envolve nenhum político importante, gente graúda. E o Juiz vai olhar para a ação popular e pensar: "Se eu receber esta ação, nunca mais poderei realizar o meu sonho de ser professor do Largo São Francisco. É melhor arquivar este negócio a prejudicar minha futura carreira docente."

Então, eu respondi ao meu amigo, não há outro modo. Teremos que encontrar um meio para acabar com estas ilegalidade, retribuindo em dobro o mal que estas pessoas estão nos causando com suas ações ilícitas. Não foi apenas uma ou duas pessoas prejudicadas, mas dezenas, talvez centenas, de alunos que foram enganados e desclassificados dos processos seletivos por funcionários mal intencionados e corruptos. Recursos para as bolsas estão sendo desviados para outras coisas e a tendência é piorar, pois o ano que vem a USP receberá muito mais alunos pobres e necessitados.

Os estudantes e imigrantes da França podem nos servir de inspiração. Lá no país da Revolução Francesa os protestos consistiam em queimar carros. Talvez se começarmos a protestar incendiando carros nos estacionamentos da Universidade, principalmente daqueles que nos causam mal (Assistentes, professores, etc), eles irão nos levar a sério e nos tratar com mais respeito, mais imparcialidade e mais justiça.

O que não podemos fazer é calar e assimilar o prejuízo, convencendo-nos de que os opressores tem razão em exercer a tirania e de que nós somos fracos para enfrentá-los.

Mais Crimes, ilegalidades e arbitrariedades na USP

A COSEAS está desviando recursos destinados a Assistência Estudantil

A Senhora Marisa Luppi, Chefe do Serviço de Promoção Social da Coseas, disse-me, nesta data (12/06/2006), que as bolsas assistenciais (bolsa alimentação, moradia, trabalho, etc) são liberalidades da Universidade para os alunos, ou seja, de acordo com esta senhora a Coseas faz liberalidades com os recursos públicos e por isto as assistentes dão as bolsas para quem elas quiserem. Ela disse isto tentando justificar o fato de alunos aprovados nos primeiros lugares da seleção sócio-econômica não terem recebido a bolsa trabalho, enquanto que alunos piores classificados, ou nem classificados, receberam a bolsa.

Para você compreender melhor este fato façamos analogia com o vestibular. Você faz a prova, passa no processo em primeiro lugar, mas não entra na Faculdade, pois a sua vaga foi ocupada por uma pessoa que ficou no último lugar no processo. Isso é legal ? Isso está certo ? Não está, mas isto está acontecendo hoje dentro da USP, ou seja, os recursos destinados a bolsa trabalho estão beneficiando pessoas que não precisam e gente realmente necessitada está sendo excluída do benefício.

Isso acontece porque funcionários com mentalidade estreita e obtusa ocupam cargos importantes dentro da Universidade. "As bolsas assistenciais são liberalidades", diz a Chefe do Serviço Social da Coseas, Marisa Luppi. Eu pergunto, desde quando se faz liberalidades com recursos públicos ?

De acordo com o Artigo 2º da Portaria Gr-2612, de 29.8.90, da Universidade de São Paulo – “A Bolsa-Trabalho destina-se a auxiliar o estudante que, em virtude de condições sócio-econômicas desfavoráveis, encontre dificuldades no custeio de seus estudos.”

Além disso, o Artigo 5º, deste mesmo documento estabelece que: “São condições para que o aluno possa obter a Bolsa-Trabalho:

I. estar regulamente matriculado em curso de graduação da USP;

II. inscrever-se em projeto de trabalho previamente aprovado pela Comissão de Acompanhamento do Programa;

III. ser classificado em seleção sócio-econômica realizada pela Divisão de Promoção Social da Coseas;

IV. ser aprovado, em avaliação de caráter técnico/acadêmico, a ser realizado pelos docentes/técnicos responsáveis pelo projeto de trabalho, para o qual o aluno foi classificado na seleção sócio-econômica.”

Assim, da análise destes dois dispositivos legais que regulamentam a concessão das bolsas trabalho se depreende que este benefício foi criado para auxiliar alunos que, em virtude de condições sócio-econômicas desfavoráveis, encontre dificuldades no custeio de seus estudos. Portanto, o espírito, a finalidade da bolsa trabalho, é auxiliar alunos que precisam de ajuda e que foram aprovados em seleção sócio-econômica.

Contudo, na prática o que tem sido feito é a aplicação exclusiva do inc. IV do art. 5o, ou seja, a qualificação técnica suplanta a finalidade sócio-econômica. Assim, a bolsa vai para um aluno qualificado que não precisa da bolsa para viver e continuar estudando. Em outras palavras, o inc IV derroga o art. 1o, transformando a bolsa assistência em meio do supervisor/professor conseguir mão-de-obra qualificada para os seus projetos de extensão.

Além disso, o artigo 5o estabelece o rol de exigências necessárias para que o aluno ingresse no projeto, ou seja, o aluno tem que passar por duas avaliações, a primeira é a sócio-econômica e a segunda é a avaliação técnica/acadêmica do professor. Fora isto a norma citada não estabelece nenhum outro requisito. Portanto, quaisquer outras imposições criadas pelos supervisores ou professores são ilegais e constituem abuso de autoridade de quem as impõem, pois está exigindo mais do que a lei exige.

No meu caso fui aprovado em segundo lugar na seleção sócio-econômica, em um projeto que tinha quatro bolsas, não fui chamado para a entrevista e a minha vaga foi ocupada por outra pessoa. Fui investigar o ocorrido e disseram-me (a assistente Carla –supervisora do projeto) que não fui aprovado porque não era morador do CRUSP, etc. Uma desculpa completamente estúpida e ilegal, pois exige algo não previsto na lei.

Este é o meio utilizado pela assistentes sociais para retirar do processo os alunos que não são seus protegidos e que questionam as ações opressivas e tirânicas da COSEAS, ou seja, as assistentes constroem um edital adequado ao perfil de seus protegidos e que exclui todas as demais pessoas que queiram participar do processo. Em outras palavras manipulam e desvirtuam o processo construindo um edital viciado e fraudulento, mas tudo com aparência de legalidade.

Isso era comum, não sei se ainda é, nos concursos para docentes da USP, assim como nos processos seletivos para contratação de funcionários. No concurso docente o edital exigia um especialista em: "título da tese de doutorado do candidato escolhido", enquanto que na seleção de funcionários só passava o currículo que tinha o nome da pessoa previamente determinada. Teses são trabalhos inéditos e originais, logo há apenas um especialista naquele assunto. Resultado: todos os demais candidatos à docência eram excluídos da competição ou nem participavam dela. Análise curricular eliminatória ou classificatória elimina todos os candidatos desconhecidos, permanecendo na seleção apenas os amigos e os indicados. A legalidade foi respeitada e o edital viciado e tendencioso foi cumprido integralmente. É assim que pessoas obtusas e estúpidas assumem cargos importantes dentro de uma Universidade como a USP, ou seja, a máfia universitária cria editais personalizados e específicos para seus protegidos.

Se investigarem a USP a fundo vão descobrir muitas coisas interessantes, assim como truques engenhosos para desviar recursos públicos, fraudar processos seletivos e licitações, desviar dinheiro de pesquisa para empresas particulares, entrar na pós-graduação, receber bolsas assistenciais, etc. O caso dos diplomas na Faculdade de Direito não é uma exceção e nem é um caso isolado, mas apenas a ponta de um iceberg gigantesco.

Resumindo, vários alunos que participaram da seleção de bolsas-trabalho na USP não foram chamados, inclusive pessoas que foram classificadas nos primeiros lugares na seleção econômica, portanto classificadas para a entrevista, não foram chamadas e os supervisores/professores, donos dos projetos, preencheram as vagas com amigos íntimos, puxa-sacos, amantes, etc, ou então, com alunos ligados às assistentes da COSEAS - gente pré-escolhida, gente da laia deles. Enfim, as seleções de bolsas-trabalho em vários projetos foram fraudadas. Enganaram e roubaram as vagas dos alunos classificados nas seleções sócio-econômica e deram as bolsas para seus protegidos.

Um amigo - Daniel Câmara foi aprovado em quarto lugar em um projeto do curso de Física que tinha 12 vagas. Não o chamaram para a entrevista e deram a vaga para outra pessoa. Ele foi investigar o caso e descobriu que tinham trocado o endereço dele na ficha de contato para a entrevista. Logo, não contataram ele e substituíram-no por outro indivíduo. A desculpa foi que erraram. Contudo, certamente, foi um erro intencional que tinha por finalidade tirar a bolsa de um para dar ao outro. A rapinagem e as picaretagens estão correndo soltas dentro da COSEAS - USP. Se ele tivesse ficado quieto o golpe teria se concretizado.

Certamente, estes fatos constituem diversos crimes tipificados no Código Penal, desde abuso de poder, passando por corrupção, desvio de recursos públicos, prevaricação, omissão, etc, tanto das assistentes sociais, quanto dos supervisores/professores envolvidos, justificando, portanto, pedidos de abertura de sindicância e processo administrativo na Reitoria, assim como denúncia ao Ministério Público e Ação Popular contra a Universidade, visando a recuperação dos recursos desviados. Sem contar as ações pessoais de reparação de danos, materiais e morais, que os alunos enganados e prejudicados podem mover contra a USP.

Além disso, é possível questionar também a qualidade e as características de alguns projetos que estão sendo financiado com dinheiro público. Concentro-me nos projetos apresentados pelas assistentes sociais, ou seja, além do cargo de assistentes sociais algumas delas também acumulam a função de supervisoras de projeto de bolsa trabalho. Se atuando como assistentes elas já desvirtuam as bolsas, desviando as para seus protegidos, imagina agora controlando o processo inteiro de concessão do benefício.

Por exemplo, a assistente Carla tem em suas mãos mais de uma dezena de bolsas (trabalho e monitoria da sala Pró-aluno) que ela dá para quem bem entende. Certamente, estas bolsas vão para os seus protegidos e aliados, para gente da laia dela. Os demais alunos são excluídos do processo de seleção, tanto por meio de editais viciados e tendenciosos, construídos sob medida para seus protegidos, quanto por meio de entrevistas parciais e fraudulentas. Tudo é subjetivo e a única coisa que predomina é a vontade ilícita desta assistente. Lembre-se estou falando da USP, uma Universidade Pública, regida, supostamente, pelo Direito Administrativo.

Por exemplo, tem bolsa trabalho na COSEAS para plantar e zelar de uma horta do CRUSP. Horta esta que produz alimentos para o bolsista e seus amigos. Como é possível que a Universidade dê bolsa para o aluno cuidar de uma horta. Qual é a relevância disso para a USP ? Lembre-se estamos em São Paulo e não em Piracicaba, na Esalq. Além disso, como é que a assistente social Carla controla este projeto ? Ela tem formação nesta área ? Certamente, não. É um daqueles projetos feito para enganar os bobos e para dar dinheiro para os protegidos desta assistente. Mas a minha maior dúvida é, como é que os sábios professores da USP autorizam uma coisa como esta ? A Pró-reitoria de graduação sabe disso ?

Outro projeto não menos curioso, e também dominado pela assistente Carla, consiste em duas bolsas trabalho para os bolsistas passarem filmes nos finais de semana no CRUSP, ou seja, a bolsa consiste nas atividades: o bolsista vai até a locadora e pega um filme, em seguida vai na internet e pega a sinopse do filme, imprime algumas folhas desta sinopse e vai até os blocos de moradia colando as folhas nas portarias. No sábado (primeiro bolsista) vai até a sala de vídeo do bloco E e passa dois filmes. No domingo (bolsista dois) faz a mesma coisa. Recebem R$ 300,00, cada um deles, para fazer isto quatro vezes no mês, ou seja, enquanto alguns alunos se matam em projetos que poderiam ser considerados "trabalhos forçados", outros simplesmente não fazem nada. Porém, todos ganham a mesma quantia.

Outro projeto esquizofrênico é o Jornal BOCA DO CRUSP que consiste em copiar textos sobre drogas da internet, formatar no WORD com uma letra bem esquisita, imprimir uma cópia, tirar um monte cópias do original e jogar um monte em cada bloco do CRUSP. E a USP paga, neste caso não sei quantas bolsas, para que isto seja feito. É um jornal ilegível, sem coerência e sem nenhuma relevância prática. Alguns lêem, outros usam para fazer fogueira, mas a maioria acaba indo para a lata do lixo. Se os textos estão na internet e todo mundo tem acesso a WEB, por que imprimir os textos ?

Eu pergunto, quanto do dinheiro público esta sendo jogado fora em projetos estúpidos como estes ? Quem atribuiu competência para as assistentes sociais fazerem e controlarem projetos e bolsas ? Qual é a resolução que autorizou isto ? As assistentes não tem competência nem para zelar direito por suas funções, quanto mais para montarem e orientarem projetos de bolsa trabalho. Elas são assistentes sociais, são funcionárias da Universidade, logo não possuem competência acadêmica para orientar projetos e nem bolsistas. Mas, como disse a chefe das assistentes sociais, Marisa Luppi, as bolsas são liberalidades da Universidade, elas fazem o que quiserem com estes recursos públicos, inclusive podem jogar o dinheiro fora, se quiserem.

Funcionário não tem competência e nem conhecimento para auxiliar os alunos bolsistas no desenvolvimentos de suas atividades. A bolsa trabalho serve para auxiliar os alunos necessitados, mas isso não significa que o dinheiro público deva ser jogado em projetos sem nenhuma relevância prática para a Universidade e para a coletividade. Por isso os projetos devem ser orientados e tutelados por professores capacitados e dentro da área de conhecimento e domínio de cada um. O projeto tem que servir tanto ao bolsista necessitado, quanto à coletividade que paga por ele.

Certamente, a Reitoria e o Ministério Público devem investigar profundamente estes fatos e punir os responsáveis por estas ilegalidades, arbitrariedades e irregularidades, pois o dinheiro público não é liberalidade e não pode ser tratado com este desleixo, esta falta de responsabilidade.

Mas o que mais me irritou na conversa com a Chefe do Serviço Social foi o fato dela ter tido que já me derrotou uma vez e vai fazê-lo de novo, ou seja, ela sabe que nós temos razão em reclamar nossos direitos, sabe que nós fomos enganados e desclassificados ilicitamente e, ao invés de corrigir a ilegalidade, ela diz que vai nos derrotar de novo na Reitoria e na justiça.

Eu não me lembro dela ter me derrotado alguma vez, mas a audácia desta senhora em dizer isto atraiu para ela todo o ódio que sinto pela opressão e tirania institucionalizada pela Coseas. As assistentes praticam estas ilegalidades porque possuem certeza absoluta de que nada será feito contra elas, de que os processos administrativos serão arquivados, as ações no MP serão anuladas e os processos judiciais serão extintos sem julgamento do mérito.

Como disse-me um amigo, a Reitoria não fará absolutamente, pois o dinheiro é da coletividade e não dela. E o MP vai ler a petição e não vai se interessar pelos fatos, pois não envolve nenhum político importante, gente graúda. E o Juiz vai olhar para a ação popular e pensar: "Se eu receber esta ação, nunca mais poderei realizar o meu sonho de ser professor do Largo São Francisco. É melhor arquivar este negócio a prejudicar minha futura carreira docente."

Então, eu respondi ao meu amigo, não há outro modo. Teremos que encontrar um meio para acabar com estas ilegalidade, retribuindo em dobro o mal que estas pessoas estão nos causando com suas ações ilícitas. Não foi apenas uma ou duas pessoas prejudicadas, mas dezenas, talvez centenas, de alunos que foram enganados e desclassificados dos processos seletivos por funcionários mal intencionados e corruptos. Recursos para as bolsas estão sendo desviados para outras coisas e a tendência é piorar, pois o ano que vem a USP receberá muito mais alunos pobres e necessitados.

Os estudantes e imigrantes da França podem nos servir de inspiração. Lá no país da Revolução Francesa os protestos consistiam em queimar carros. Talvez se começarmos a protestar incendiando carros nos estacionamentos da Universidade, principalmente daqueles que nos causam mal (Assistentes, professores, etc), eles irão nos levar a sério e nos tratar com mais respeito, mais imparcialidade e mais justiça.

O que não podemos fazer é calar e assimilar o prejuízo, convencendo-nos de que os opressores tem razão em exercer a tirania e de que nós somos fracos para enfrentá-los.

Mais Crimes, ilegalidades e arbitrariedades na USP

domingo, 11 de junho de 2006

Faculdade de Direito da USP apura fraude em diploma

LUÍS FERRARI - da Folha de S.Paulo

Escola que se orgulha de ter tido em seus bancos nove ex-presidentes da República, a Faculdade de Direito da USP foi abalada nas últimas semanas por uma acusação de fraude. O formando Jefferson Siqueira de Brito Alvarez, 26, que pagou pelo serviço de caligrafia em seu diploma, notou que o documento entregue veio impresso, e não manuscrito.

"Desconfiei da exigência de depósito de R$ 85 em uma conta corrente de pessoa física pelo serviço de caligrafia, além da taxa da tesouraria da faculdade, de R$ 30. Quando recebi o diploma, no fim de abril, ficou claro que não era caligrafado."

Ele pediu esclarecimentos à direção da escola, que determinou a abertura de uma sindicância para investigar o funcionário Mario Paulino da Silva Sobrinho, apontado como a pessoa responsável por essa cobrança dos formandos e que ocupava o cargo comissionado de assistente acadêmico --posto que só vem atrás do diretor e do vice-diretor da faculdade.

Eduardo Cesar Silveira Vita Marchi, diretor da faculdade e professor titular de direito romano, disse à Folha de S.Paulo ter ficado surpreso com a denúncia. "Quando o indiquei, não tinha nenhuma notícia de processo administrativo ou de sindicância contra ele", narrou Marchi, que, após o caso ter se tornado público, afirmou ter ouvido de outro professor que o funcionário, contratado sem concurso público, em 1973, "talvez tenha tido problemas na pós-graduação".

Outros envolvidos

O diretor afirmou ainda que não descarta a participação de outros funcionários na fraude da caligrafia e que isso será verificado pela comissão de sindicância, instaurada em 12 de maio e que tem prazo de 60 dias para ser concluída.

Outro ponto que a comissão investigará é se Paulino indicou como calígrafa sua mulher. Apesar de a USP permitir ao formando a livre contratação de calígrafos, na Faculdade de Direito, até o ano passado, o formulário para requisição do diploma trazia o número da conta corrente de uma só calígrafa, para que o aluno depositasse R$ 85 pelo serviço. Após a denúncia, Marchi determinou uma tomada de preços pela impressão de diplomas e constatou que a média cobrada pelo serviço é de R$ 30.

Na conversa que teve com a reportagem, o diretor, apesar de repetir a importância de garantir o direito de ampla defesa, mostrou quase certeza de que os diplomas não foram manuscritos e de que outras pessoas foram prejudicadas.

"Todo mundo viu que é impresso", afirmou Marchi sobre os diplomas. A seguir, o diretor apontou que os lesados podem tomar medidas judiciais contra a USP. Ele afirmou que os estudantes poderão ser indenizados. "Se ficar comprovada a fraude e os prejuízos dos alunos, isso é de responsabilidade objetiva da autarquia. O Estado tem que ressarcir, mas tem ação de regresso sobre o funcionário."

Faculdade de Direito da USP apura fraude em diploma

LUÍS FERRARI - da Folha de S.Paulo

Escola que se orgulha de ter tido em seus bancos nove ex-presidentes da República, a Faculdade de Direito da USP foi abalada nas últimas semanas por uma acusação de fraude. O formando Jefferson Siqueira de Brito Alvarez, 26, que pagou pelo serviço de caligrafia em seu diploma, notou que o documento entregue veio impresso, e não manuscrito.

"Desconfiei da exigência de depósito de R$ 85 em uma conta corrente de pessoa física pelo serviço de caligrafia, além da taxa da tesouraria da faculdade, de R$ 30. Quando recebi o diploma, no fim de abril, ficou claro que não era caligrafado."

Ele pediu esclarecimentos à direção da escola, que determinou a abertura de uma sindicância para investigar o funcionário Mario Paulino da Silva Sobrinho, apontado como a pessoa responsável por essa cobrança dos formandos e que ocupava o cargo comissionado de assistente acadêmico --posto que só vem atrás do diretor e do vice-diretor da faculdade.

Eduardo Cesar Silveira Vita Marchi, diretor da faculdade e professor titular de direito romano, disse à Folha de S.Paulo ter ficado surpreso com a denúncia. "Quando o indiquei, não tinha nenhuma notícia de processo administrativo ou de sindicância contra ele", narrou Marchi, que, após o caso ter se tornado público, afirmou ter ouvido de outro professor que o funcionário, contratado sem concurso público, em 1973, "talvez tenha tido problemas na pós-graduação".

Outros envolvidos

O diretor afirmou ainda que não descarta a participação de outros funcionários na fraude da caligrafia e que isso será verificado pela comissão de sindicância, instaurada em 12 de maio e que tem prazo de 60 dias para ser concluída.

Outro ponto que a comissão investigará é se Paulino indicou como calígrafa sua mulher. Apesar de a USP permitir ao formando a livre contratação de calígrafos, na Faculdade de Direito, até o ano passado, o formulário para requisição do diploma trazia o número da conta corrente de uma só calígrafa, para que o aluno depositasse R$ 85 pelo serviço. Após a denúncia, Marchi determinou uma tomada de preços pela impressão de diplomas e constatou que a média cobrada pelo serviço é de R$ 30.

Na conversa que teve com a reportagem, o diretor, apesar de repetir a importância de garantir o direito de ampla defesa, mostrou quase certeza de que os diplomas não foram manuscritos e de que outras pessoas foram prejudicadas.

"Todo mundo viu que é impresso", afirmou Marchi sobre os diplomas. A seguir, o diretor apontou que os lesados podem tomar medidas judiciais contra a USP. Ele afirmou que os estudantes poderão ser indenizados. "Se ficar comprovada a fraude e os prejuízos dos alunos, isso é de responsabilidade objetiva da autarquia. O Estado tem que ressarcir, mas tem ação de regresso sobre o funcionário."

domingo, 4 de junho de 2006

A nova fronteira liberal


Propor a substituição das políticas públicas por caridade plutocrática, e sugerir a dissolução definitiva do Estado Social, pode ser a quimera radical dos neoliberais.

A mensagem essencial do anúncio é: o Estado está renunciando a suas responsabilidades, ou tornou-se financeiramente incapaz. As empresas são cidadãs, têm no lucro seu meio de agir

Um anúncio recente, entre vários outros, dizia: a restauração da primeira parte da Galeria dos Espelhos, em Versalhes, foi concluída. Devemos o feito à generosidade da empresa Vinci, da área de construção civil. Com tocante ingenuidade, o diretor de comunicação da empresa explicou ao canal de televisão France 2 [1] que a Vinci não só está muito orgulhosa de ter "oferecido" à nação a manutenção de seu patrimônio, como também de ter mobilizado "todo o conhecimento" de suas próprias equipes através das filiais do grupo especializadas em restauração. Entende-se por isso que a Vinci, a título de mecenato desinteressado, financiou uma operação da própria Vinci; graças a ela, a obra cultural generosa foi decididamente uma boa operação - monetária e simbólica.

Na verdade, a mensagem essencial é outra. Nada foi dito mas todo mundo compreende: o Estado está renunciando a suas responsabilidades, ou tornou-se financeiramente incapaz. As empresas são cidadãs, têm no lucro seu meio de agir; os capitalistas não são movidos apenas por dividendos, mas também pela cultura.

Há muitas maneiras de se enxergar esta tendência generosa do capital - que não é tão recente assim, mas está crescendo em amplitude. Podemos perceber nela as competições de filantropia ostentatórias ou as manobras de legitimação de fortunas feitas em condições mais ou menos lícitas. Estas operações, ainda que eventuais na França, desenham um horizonte bem mais geral, uma nova fronteira liberal cuja coerência se anuncia ainda mais radical do que tudo o que o liberalismo pode mostrar até agora. Como sempre, basta voltarmo-nos para o outro lado do Atlântico para vermos uma configuração mais expressiva, tão recente que, mesmo lá, o modelo ainda está no estado prático e será preciso ainda passar ao "estado doutrinal" para ganhar o impulso necessário para sua completa realização. É possível que haja uma vantagem em anteciparmo-nos aos doutrinários liberais. Diremos antes deles o que eles próprios não tardarão em formular menos para lhes prestar assistência, mais para diluir por antecipação o efeito de sua "surpresa" intelectual.

A intenção deste esforço doutrinário é fazer pensar a ordem pública da ação coletiva segundo o mesmo modelo da ordem econômica do mercado - ou seja, como ordem descentralizada
Dos múltiplos pontinhos, surge a imagem

As disciplinas da universidade levam o nome dos industriais que as financiam. O banco patrocina as exposições. As fortunas privadas apoiam a pesquisa médica... É preciso compreender a coerência do desenho que surge a partir do conjunto de pontinhos que são estas múltiplas iniciativas isoladas. Todos os espaços da ação pública são potencialmente candidatos à invasão da caridade privada. Mas se é assim, qual razão de ser resta ao Estado? Formular a questão, diante deste cenário de caridade generalizada, é o mesmo que respondê-la. É o que dirão os liberais: o Estado não é apenas importuno e ineficaz: é inútil.

É aqui que começará o esforço doutrinário. Sua intenção é fazer pensar a ordem pública da ação coletiva segundo o mesmo modelo da ordem econômica do mercado - ou seja, como ordem descentralizada. A derrota histórico do socialismo difundiu a idéia de que uma economia não pode ser organizada a partir de um centro único. A força do mercado, repete há muito tempo o dogma neoclássico, consiste em não requerer nenhuma instância de coordenação central e em deixar os agentes responsáveis por suas próprias ações, sem por isso ter como resultado o caos. O mecanismo impessoal dos preços se encarrega de ajustar a miríade de ofertas e demandas individuais. A ignorância dos liberais em relação a todas as construções sociais que coordenam de fato os agentes econômicos - o direito, a moeda, as regras, as convenções... o Estado - e sem as quais o capitalismo não saberia funcionar, não os impede em nenhum momento de acreditar no mercado como a um relógio auto-regulado, pura coleção de indivíduos propensos à harmonia mercantil espontânea, contanto que ninguém se intrometa "do alto" em seus pequenos negócios.

Mas se a ordem descentralizada foi testada no domínio econômico sob a figura do "mercado", já dizem alguns liberais, porque não acabar com o Estado, "centro" necessariamente inoportuno numa filosofia social que só quer reconhecer os indivíduos isolados e suas livres interações? Porque a vida coletiva, as transferências financeiras deveriam passar por um executivo central, um imposto autoritário e espoliador? O Gosplan fracassou como operador econômico; o Estado estaria a caminho de fracassar como operador político, o que a sua "falência" econômica já atestaria.

Mas uma vez que o Estado tiver desaparecido e a ordem política for igual ao mercado, que motivo levará os agentes privados a se engajar no finaciamento das necessidades coletivas? A resposta norte-americana já está pronta: é a moral. A unidade totalitária do circuito financeiro do Estado fiscal será substituida pela proliferação de transferências caridosas privadas, cada uma bem melhor situada que o poder público para saber a quem e em favor de que causa ela deve mobilizar recursos - do mesmo modo que estaria melhor colocada para saber o que oferecer e demandar ao mercado. O gesto caridoso se encarregará daquilo que a coerção dos impostos obrigava a fazer de má vontade.

Mas, nesta nova configuração, quem pode assegurar que a variedade das necessidades coletivas estará satisfeita? A doutrina liberal responde que as escolhas de doação são freqüentemente o reflexo de uma sensibilidade particular do doador, contraída por ocasião de uma experiência pessoal: aqueles que sofreram acidentes rodoviários ajudariam na prevenção de acidentes; aquele que sofre de uma doença, dará recursos à pesquisa médica especializada, etc. Será então, prosseguirá a doutrina, a diversidade das experiências que garantirá a repartição harmoniosa do esforço caritativo global. A "diversidade de experiências" de quem, exatamente? Os doadores potenciais significativos - os mais afortunados. "Diversidade" bastante restrita, a bem dizer, esta de um setor social isolada que saberá sem dúvida se entusiasmar pela alta cultura ou deplorar os estragos de aparência anti-pessoais, mas que, tendo passado pelas grandes universidades, lembrará talvez com mais dificuldade de financiar as escolas de bairro, isso para não falar da assistência aos desempregados - responsáveis pelo seu destino.
Depois de aliança de séculos, o pensamento individualista do mercado desbancaria a filosofia política das Luzes. Ela tornou-se obstáculo, por se apegar à idéia da autodeterminação coletiva. O mercado só quer indivíduos
Fim de um longo casamento

É preciso estar atento: repassar assim aos agentes privados a responsabilidade das operações de ação coletiva é muito mais radical do que uma simples estratégia de privatizações e de concessões de serviços públicos. É a extinção pura e simples da idéia da ação pública, e talvez até da categoria do político, inteiramente dissolvido na moral da transferência caridosa. Deste ponto de vista, há qualquer coisa como uma fratura na unidade do projeto moderno entendido como visão simultânea da autonomia individual e da autonomia coletiva. Se a dinâmica histórica da modernidade trouxe um ideal de emancipação dos indivíduos em relação a seus laços com a tradição e implicações habituais, ela também formulou um projeto de domínio, pelos homens, de seu destino coletivo, o qual supõe um ponto central da deliberação política.

Ora, a idéia de uma ordem política descentralizada é a própria negação disto. A coletividade passa a existir apenas sob a forma inferior de agregação. O destino "coletivo" não é nem desejado nem discutido por ninguém. Ninguém previu o resultado do conjunto, ninguém pressionou por ele. É exatamente desta falta de intencionalidade que se felicitam os apóstolos do mercado puro e perfeito, sem perceber que sua extensão à ordem política destruiria ipso facto a idéia moderna de governo, não dos homens, mas do corpo político em si. Depois de uma aliança eficaz de muitos séculos, o pensamento econômico individualista do mercado desbancaria a filosofia política das Luzes, com a qual desfrutou de um longo tempo de companheirismo, mas que terminou por se tornar um obstáculo pela necessidade de se apegar à idéia da autodeterminação coletiva - e o mercado só quer indivíduos.

Tudo se sustenta: o desaparecimento da política como prática coletiva, que supõe a construção de um grau mínimo de centralização, abandona o terreno à moral individual, única forma de regulação social tolerada pelo liberalismo. Nenhuma lei, ética para todos! Podemos sem dúvida medir os progressos do liberalismo pelo progresso do moralismo generalizado, substituindo em proporções cada vez maiores a ação do Estado social julgado como totalitário, mesmo se por um paradoxo típico do liberalismo apenas o Estado policial-carcerário escapa desse deslize do terreno. Não há por que se inquietar; o núcleo duro do Estado, uma vez eliminado todo o resto, será este: se há uma coisa que os mais ricos aceitarão continuar financiando, esta coisa é a manutanção da ordem. Para o resto, a moral fará o trabalho. Fazer da política pública um moralismo plutocrático e pronunciar assim a dissolução definitiva do Estado social, será, talvez, a nova - e última - fronteira liberal.

(Trad. : Patrícia Andrade)

[1] Jornal das 13hs, de 19 de dezembro de 2005.
A nova fronteira liberal


Propor a substituição das políticas públicas por caridade plutocrática, e sugerir a dissolução definitiva do Estado Social, pode ser a quimera radical dos neoliberais.

A mensagem essencial do anúncio é: o Estado está renunciando a suas responsabilidades, ou tornou-se financeiramente incapaz. As empresas são cidadãs, têm no lucro seu meio de agir

Um anúncio recente, entre vários outros, dizia: a restauração da primeira parte da Galeria dos Espelhos, em Versalhes, foi concluída. Devemos o feito à generosidade da empresa Vinci, da área de construção civil. Com tocante ingenuidade, o diretor de comunicação da empresa explicou ao canal de televisão France 2 [1] que a Vinci não só está muito orgulhosa de ter "oferecido" à nação a manutenção de seu patrimônio, como também de ter mobilizado "todo o conhecimento" de suas próprias equipes através das filiais do grupo especializadas em restauração. Entende-se por isso que a Vinci, a título de mecenato desinteressado, financiou uma operação da própria Vinci; graças a ela, a obra cultural generosa foi decididamente uma boa operação - monetária e simbólica.

Na verdade, a mensagem essencial é outra. Nada foi dito mas todo mundo compreende: o Estado está renunciando a suas responsabilidades, ou tornou-se financeiramente incapaz. As empresas são cidadãs, têm no lucro seu meio de agir; os capitalistas não são movidos apenas por dividendos, mas também pela cultura.

Há muitas maneiras de se enxergar esta tendência generosa do capital - que não é tão recente assim, mas está crescendo em amplitude. Podemos perceber nela as competições de filantropia ostentatórias ou as manobras de legitimação de fortunas feitas em condições mais ou menos lícitas. Estas operações, ainda que eventuais na França, desenham um horizonte bem mais geral, uma nova fronteira liberal cuja coerência se anuncia ainda mais radical do que tudo o que o liberalismo pode mostrar até agora. Como sempre, basta voltarmo-nos para o outro lado do Atlântico para vermos uma configuração mais expressiva, tão recente que, mesmo lá, o modelo ainda está no estado prático e será preciso ainda passar ao "estado doutrinal" para ganhar o impulso necessário para sua completa realização. É possível que haja uma vantagem em anteciparmo-nos aos doutrinários liberais. Diremos antes deles o que eles próprios não tardarão em formular menos para lhes prestar assistência, mais para diluir por antecipação o efeito de sua "surpresa" intelectual.

A intenção deste esforço doutrinário é fazer pensar a ordem pública da ação coletiva segundo o mesmo modelo da ordem econômica do mercado - ou seja, como ordem descentralizada
Dos múltiplos pontinhos, surge a imagem

As disciplinas da universidade levam o nome dos industriais que as financiam. O banco patrocina as exposições. As fortunas privadas apoiam a pesquisa médica... É preciso compreender a coerência do desenho que surge a partir do conjunto de pontinhos que são estas múltiplas iniciativas isoladas. Todos os espaços da ação pública são potencialmente candidatos à invasão da caridade privada. Mas se é assim, qual razão de ser resta ao Estado? Formular a questão, diante deste cenário de caridade generalizada, é o mesmo que respondê-la. É o que dirão os liberais: o Estado não é apenas importuno e ineficaz: é inútil.

É aqui que começará o esforço doutrinário. Sua intenção é fazer pensar a ordem pública da ação coletiva segundo o mesmo modelo da ordem econômica do mercado - ou seja, como ordem descentralizada. A derrota histórico do socialismo difundiu a idéia de que uma economia não pode ser organizada a partir de um centro único. A força do mercado, repete há muito tempo o dogma neoclássico, consiste em não requerer nenhuma instância de coordenação central e em deixar os agentes responsáveis por suas próprias ações, sem por isso ter como resultado o caos. O mecanismo impessoal dos preços se encarrega de ajustar a miríade de ofertas e demandas individuais. A ignorância dos liberais em relação a todas as construções sociais que coordenam de fato os agentes econômicos - o direito, a moeda, as regras, as convenções... o Estado - e sem as quais o capitalismo não saberia funcionar, não os impede em nenhum momento de acreditar no mercado como a um relógio auto-regulado, pura coleção de indivíduos propensos à harmonia mercantil espontânea, contanto que ninguém se intrometa "do alto" em seus pequenos negócios.

Mas se a ordem descentralizada foi testada no domínio econômico sob a figura do "mercado", já dizem alguns liberais, porque não acabar com o Estado, "centro" necessariamente inoportuno numa filosofia social que só quer reconhecer os indivíduos isolados e suas livres interações? Porque a vida coletiva, as transferências financeiras deveriam passar por um executivo central, um imposto autoritário e espoliador? O Gosplan fracassou como operador econômico; o Estado estaria a caminho de fracassar como operador político, o que a sua "falência" econômica já atestaria.

Mas uma vez que o Estado tiver desaparecido e a ordem política for igual ao mercado, que motivo levará os agentes privados a se engajar no finaciamento das necessidades coletivas? A resposta norte-americana já está pronta: é a moral. A unidade totalitária do circuito financeiro do Estado fiscal será substituida pela proliferação de transferências caridosas privadas, cada uma bem melhor situada que o poder público para saber a quem e em favor de que causa ela deve mobilizar recursos - do mesmo modo que estaria melhor colocada para saber o que oferecer e demandar ao mercado. O gesto caridoso se encarregará daquilo que a coerção dos impostos obrigava a fazer de má vontade.

Mas, nesta nova configuração, quem pode assegurar que a variedade das necessidades coletivas estará satisfeita? A doutrina liberal responde que as escolhas de doação são freqüentemente o reflexo de uma sensibilidade particular do doador, contraída por ocasião de uma experiência pessoal: aqueles que sofreram acidentes rodoviários ajudariam na prevenção de acidentes; aquele que sofre de uma doença, dará recursos à pesquisa médica especializada, etc. Será então, prosseguirá a doutrina, a diversidade das experiências que garantirá a repartição harmoniosa do esforço caritativo global. A "diversidade de experiências" de quem, exatamente? Os doadores potenciais significativos - os mais afortunados. "Diversidade" bastante restrita, a bem dizer, esta de um setor social isolada que saberá sem dúvida se entusiasmar pela alta cultura ou deplorar os estragos de aparência anti-pessoais, mas que, tendo passado pelas grandes universidades, lembrará talvez com mais dificuldade de financiar as escolas de bairro, isso para não falar da assistência aos desempregados - responsáveis pelo seu destino.
Depois de aliança de séculos, o pensamento individualista do mercado desbancaria a filosofia política das Luzes. Ela tornou-se obstáculo, por se apegar à idéia da autodeterminação coletiva. O mercado só quer indivíduos
Fim de um longo casamento

É preciso estar atento: repassar assim aos agentes privados a responsabilidade das operações de ação coletiva é muito mais radical do que uma simples estratégia de privatizações e de concessões de serviços públicos. É a extinção pura e simples da idéia da ação pública, e talvez até da categoria do político, inteiramente dissolvido na moral da transferência caridosa. Deste ponto de vista, há qualquer coisa como uma fratura na unidade do projeto moderno entendido como visão simultânea da autonomia individual e da autonomia coletiva. Se a dinâmica histórica da modernidade trouxe um ideal de emancipação dos indivíduos em relação a seus laços com a tradição e implicações habituais, ela também formulou um projeto de domínio, pelos homens, de seu destino coletivo, o qual supõe um ponto central da deliberação política.

Ora, a idéia de uma ordem política descentralizada é a própria negação disto. A coletividade passa a existir apenas sob a forma inferior de agregação. O destino "coletivo" não é nem desejado nem discutido por ninguém. Ninguém previu o resultado do conjunto, ninguém pressionou por ele. É exatamente desta falta de intencionalidade que se felicitam os apóstolos do mercado puro e perfeito, sem perceber que sua extensão à ordem política destruiria ipso facto a idéia moderna de governo, não dos homens, mas do corpo político em si. Depois de uma aliança eficaz de muitos séculos, o pensamento econômico individualista do mercado desbancaria a filosofia política das Luzes, com a qual desfrutou de um longo tempo de companheirismo, mas que terminou por se tornar um obstáculo pela necessidade de se apegar à idéia da autodeterminação coletiva - e o mercado só quer indivíduos.

Tudo se sustenta: o desaparecimento da política como prática coletiva, que supõe a construção de um grau mínimo de centralização, abandona o terreno à moral individual, única forma de regulação social tolerada pelo liberalismo. Nenhuma lei, ética para todos! Podemos sem dúvida medir os progressos do liberalismo pelo progresso do moralismo generalizado, substituindo em proporções cada vez maiores a ação do Estado social julgado como totalitário, mesmo se por um paradoxo típico do liberalismo apenas o Estado policial-carcerário escapa desse deslize do terreno. Não há por que se inquietar; o núcleo duro do Estado, uma vez eliminado todo o resto, será este: se há uma coisa que os mais ricos aceitarão continuar financiando, esta coisa é a manutanção da ordem. Para o resto, a moral fará o trabalho. Fazer da política pública um moralismo plutocrático e pronunciar assim a dissolução definitiva do Estado social, será, talvez, a nova - e última - fronteira liberal.

(Trad. : Patrícia Andrade)

[1] Jornal das 13hs, de 19 de dezembro de 2005.